sábado, 1 de agosto de 2015

BLADE RUNNER - O CAÇADOR DE ANDRÓIDES - VERSÃO DEFINITIVA / BLADE RUNNER ( 1982) - ESTADOS UNIDOS


APENAS UM FILME DE FICÇÃO CIENTÍFICA OU UMA OBRA-PRIMA PERCEBIDA A CADA RELEITURA?
(o texto contém muitos spoilers)


Riddley Scott finalmente nos trouxe sua versão definitiva de Blade Runner. Lançado em 1982, o filme foi mal recebido por parte da crítica americana e, ao longo dos anos, virou objeto de culto devido a sua temática profunda. Nessa nova versão Scott põe fim a uma das maiores especulações a respeito do filme. Seria Deckard um replicante?




O filme conta a respeito de replicantes da geração Nexus 6, um modelo de androide tão perfeito que pode ser confundido com um ser humano e somente através de testes específicos pode ser descoberto. Criados para viver em colônias fora da terra como escravos, em tarefas que os seres humanos não fazem, esses androides conseguem desenvolver “consciência”, rebelando-se e fugindo para a terra de 2019, onde foram decretados como ilegais, sujeitos a pena de morte. Quatro replicantes conseguem chegar a terra: Roy Batty (Rutger Hauer); Leon (Brion James), Pris (Daryl Hannah) e  Zhora (Joanna Cassid). Para exterminá-los é recrutado Rick Deckard (Harrison Ford), um Blade Runner, policial especialista em “aposentar” androides. Mesmo contra sua vontade Deckard irá ao encalço dos 4 androides, mas uma surpresa se revela na forma da bela Rachel (Sean Young).



Em 1982 houve 2 versões para o cinema: a americana, com menos dose de violência e a internacional com mais violência. Em ambas versões temos Harrison Ford fazendo uma narração em off dos acontecimentos, pouca ou nenhuma menção de que o policial seria um androide e um final poético.
Falar sobre a produção de Blade Runner possivelmente daria um filme à parte com risos e lágrimas, brigas e afinidades.  Para começar, o filme se chamaria “Dangerous Days”. Foi baseado em um conto de Philip K. Dick (falecido pouco antes da estreia, de ataque cardíaco) chamado “Do Androids Dream of Electric Sheep?” (Androides Sonham Com Carneiros Elétricos?). Já o título do filme foi emprestado do livro de Alan E. Nourse “The Bladerunner”. 
Harrison Ford não era a primeira escolha do elenco. Antes cogitaram-se Robert Mitchum  (o roteirista o fez pensando em sua imagem), Dustin Hoffman (onde existem storybords com sua silhueta) além de atores como Nick Nolte, Peter Falk, Al Pacino, Christopher Walken e Burt Reynolds. O nome de Harrison Ford veio da indicação de Barbara Hershey ("Enigma do Mal", "Paris Texas"). Ford vinha de dois sucessos: Han Solo (de "Guerra nas Estrelas") e Indiana Jones (de "Caçadores da Arca Perdida") e sua escolha foi aprovada por todos. Hutger Hauer ("A Morte Pede Carona") foi a primeira escolha para o papel de Roy. Riddley assistiu alguns filmes do ator como “O Soldado de Laranja” e viu nele o personagem que desejava para o filme. Sean Young foi a escolhida para o papel de Rachael, uma androide criada pelo magnata Dr Eldon Tyrell,  cujas indústrias são as responsáveis pela criação dos replicantes. Sean à época da produção tinha 22 anos e não fora a primeira opção. A atriz Nina Axelrod teria tido melhor cotação em seu teste, mas Ridley viu em Sean sua Rachel ideal e resolveu contratá-la. Joanna Cassid foi a primeira escolha de Ridley para o papel de Zhora, uma androide criada para combate. O corpo atlético da talentosa atriz, aliado a um jeito de Femme Fatale, garantiram sua presença. Brion James  (1945-1999) ficou com o papel do replicante Leon que possui uma das primeiras cenas do filme, onde enfrenta um interrogatório com um Blade Runner que ele fere (e não mata, que fica claro numa cena no hospital em que Deckard o visita e que foi descartada). Daryl Hannah (linda em “Splash - Uma Sereia em Minha Vida” ao lado de Tom Hanks) foi  a decisão de Ridley  para o papel de Pris, uma replicante criada para dar prazer. Hannah afirmou ter inspirado seu visual em “Nosferato, o Vampiro da Noite” que assistira, para fazer a maquiagem das sobrancelhas e olhos. Como havia sido ginasta, Hannah fez uma estrela (movimento de solo) para Scott mostrando suas habilidades, vencendo assim a disputa com outras atrizes.  Edward James Olmos (excelente ator de filmes como” O Preço do Desafio” e “América do Medo”, além da nova refilmagem da série “Galáctica”) faz um personagem estranho e enigmático: Gaftt, um homem de poucas e quase incompreensíveis falas. Na versão do diretor, seu papel se amplia e muito, pois é através de seus origamis que o espectador descobre quem é Deckard. Olmos levou a ideia de criar um personagem com um vocabulário próprio com uma mistura de idiomas numa Los Angeles afetada pela pluralidade de raças. O ator usou frases em húngaro, alemão e francês. Quando Gaftt fala com Deckard no restaurante é no idioma  húngaro. Sua ideia foi criar um personagem num mundo globalizado que já falasse um idioma que várias etnias entendessem, no estilo esperanto (que o ator cita em entrevistas ter levado a Scott). Os produtores não entenderam. Os húngaros sim. As falas eram reais, aliada a um visual hispânico, tornou o papel de Olmos, no que seria apenas um personagem sem muito destaque, em um personagem inesquecível.



A pouca experiência de Sean e a falta de diálogo, em alguns momentos, entre Ridley e Ford poderiam ter destruído o filme, mas contrariando o esperado Ford teve um ótimo comportamento: profissional atrás das câmeras e talentoso à frente delas. Mas o filme não fica apenas nestes dois problemas. Para conseguirem o visual adequado, as filmagens foram quase todas noite adentro, terminando no primeiro raiar de sol, pois o cenário se adequava perfeitamente a trama noir. Filmagens em meio a chuvas (naturais e artificiais), o que obrigava a produção a ter várias roupas sobressalentes; uso de fumaça que inquietaram várias pessoas (pois era borrifada uma grande quantidade nos cenários); Ford ficava horas aguardando em seu camarim para, muitas vezes, fazer uma única tomada; greve de roteiristas, de artistas; atrasos nas filmagens; a visita constante dos investidores preocupados com o orçamento; o perfeccionismo de Scott; as demissões diárias de membros da equipe técnica e até mesmo a famosa briga das camisetas, transformou o filme num processo de criação que drenava a força de todos. Quanto ao caso das camisetas, um membro da equipe achou um jornal no camarim de Scott, na qual ele falava para um jornal inglês que preferia técnicos ingleses. Foi o bastante para todos vestirem camisetas ironizando “o chefe”. Scott revidou colocando uma camisa contra a xenofobia.

 
Nas filmagens ocorreram as situações mais loucas: James Hong (que faz um oriental que cria olhos para os replicantes) teve que filmar dentro de um frigorífico de verdade com uma temperatura muito baixa; a cena que Pris encontra Sebastian e se choca contra o carro dele, quebrando o vidro, não estava no script e Hannah teve um corte profundo no cotovelo; a cena em que Deckard pula para outro prédio foi um acaso, pois o dublê viu que não conseguiria fazer o salto e tentou agarrar-se a viga enroscando o braço. Ridley gostou e pediu que a cena fosse feita daquela maneira. O mesmo dublê substituiu a atriz na cena em que ela faz piruetas até prender suas pernas em Deckard. Se o espectador observar bem, o dublê é mais forte e isso ocorreu devido Hannah ter tido dificuldades em fazer as acrobacias; na cena de Rutger, pulando entre os prédios, o dublê contratado não conseguiu fazer a cena e o ator sugeriu que aproximassem “os prédios” que estavam sobre rodas, onde ele mesmo fez o salto; a cena de Roy foi filmada ao amanhecer e também não estava no script: a pomba que deveria voar das mãos do ator, perto do final, estava toda molhada e ao invés disso, saiu caminhando singelamente até desaparecer do ângulo das lentes. Já era dia e resolveram terminar a cena de qualquer jeito. No final os erros ou improvisos ajudaram o filme 



Blade Runner tem uma história fascinante, com um visual da revista americana "Heavy Metal" e da francesa "Metal Hurlant" que Scott queria inseridos no filme. E o responsável foi Douglas Trumbull que em seus trabalhos anteriores como "Jornada nas Estrelas – O Filme"  e "Contatos Imediatos do Terceiro Grau" lhe valeram indicações ao Oscar. Ainda que para muitos da equipe o filme parecesse confuso e que as solicitações do diretor nos posicionamentos de câmeras, uso de luzes e modificação do cenário parecesse sem sentido, Scott tinha todo o filme em sua mente e o criou numa singularidade única. Ridley, propositadamente, ou não, optou por três mulheres: morena (Young), loira (Hannah) e ruiva (Cassid) como que deixando ao espectador qual tipo de beleza mais lhe agradava.



O fascínio que Blade Runner causa nas pessoas é interessante, visto que a história do filme traz um aspecto sombrio (quase não vemos luz do sol), existencialista e filosófico. O personagem principal só mata mulheres no filme, uma delas pelas costas, apaixona-se por uma replicante (que deverá “aposentar”) e nem possui um motivo claro do porquê está executando este trabalho. Sean Young ficou linda no papel de Rachael, principalmente nas cenas em que está com o cabelo preso. Sua imagem da replicante, que acredita ser humana, ecoa pela internet em cartazes, pinturas e desenhos, assim como Ford e Rutger.  A narração em off, do original de 1982, agradou a uns e criou ojeriza em outros. Foi uma imposição dos produtores e Ford por contrato foi obrigado a fazê-lo, mesmo odiando. Na época, sem uma comparação com esta versão definitiva não tínhamos como ter um parâmetro, mas revendo agora a versão definitiva e, já na de 1992, nos passa uma impressão de que a narração serviu (na cabeça dos produtores) para criar um elo entre o espectador e o filme, como se quem assistisse fosse ter dificuldades de acompanhar o filme. Já a versão de Scott deixa para o espectador descobrir a história e este é um ponto a ser levado em conta.   





A questão de Deckard ser um replicante ficou visível nesta nova versão: na de 1982 não temos o unicórnio que aparece nas lembranças do agente e que remete direto na representação do mesmo no origami. Ou seja, Gaftt tinha informações privilegiadas de Deckard e sabia quem ele era. Se percebermos nos momentos após Deckard confrontar seus oponentes, sempre surge Gaftt como que vigiando e acompanhado para saber se o androide, que não sabe que é androide, executará sua missão. Alias poderíamos considerar até mesmo que a missão final de Gaftt seria por fim exterminar o exterminador. Em determinado momento temos outra frase sua: “Você executou um serviço de homem”, uma frase com sentido dúbio, quando percebemos a condição de Deckard e que na versão de 1982 soaria como uma frase machista. Temos também Rachael questionando Deckard se ele já foi submetido ao teste de detecção de replicantes. Então se assistirmos a versão de 1982, que originalmente tinha 4 horas e a Warner, por contrato, poderia cortar aleatoriamente as cenas até caberem 2 horas, Deckard é um policial comum, humano, que se apaixona pela androide de sentimentos humanos. Talvez mais humana que ele (uma Nexus 7?). Enquanto o caçador (Deckard) vai se desumanizando ao longo dos anos, as caças (os androides) vão se tornando cada vez mais humanas. Essa sutil dualidade talvez seja o ponto alto que conceitua o filme e explica muito das atitudes. A cena do unicórnio foi cortada, pois na montagem os produtores não entenderam sua função no filme. Uma cena que não foi levada às telas mostra claramente Deckard atrás de Rachael, revelando que ele é um replicante, pois seus olhos ficam iguais ao dela e da coruja.



Roy Batti é um replicante à procura do criador. A frase “quem sou, de onde vim e para onde vou?” norteiam sua busca. Roy, criatura, quer encontrar seu criador. Ele é um modelo avançado: questiona, pensa e odeia, mas tem um calcanhar de Aquiles: sua linhagem é de pouca duração, 4 anos, uma segurança feita pelo criador para evitar que sobrepujasse os humanos. Tyrell para Deckard é um homem riquíssimo, acima dos reles habitantes do planeta terra. Para Batti é Deus, o único capaz de aumentar sua expectativa de vida. Quando criatura escuta do criador que não pode realizar seu desejo, a imagem divina desaparece e Roy percebe que procurara apenas um homem: frágil e limitado. Numa das cenas mais fortes do filme, Roy dá um beijo em seu “pai” (uma analogia que dispensa explicações) e o “destrói”, destruindo também suas esperanças. Resta-lhe pouco tempo e muito a ainda a aprender e vislumbrar. Numa das falas mais clássicas (criadas pelo próprio ator), Roy diz: ”Tenho visto coisas que não imaginariam (...). Todos esses momentos se perderão no tempo, como lágrimas na chuva. Hora de morrer.” Roy mostra a Deckard que compreendera o significado da importância de uma vida, não só a sua , mas a de seu próprio algoz.


Foi dito que Blade Runner foi o último grande filme analógico, pois não há computação gráfica, algo que pode até ser revelador para alguns que acham que o filme não envelheceu. Todos os efeitos foram feitos direto em câmera, com direito a maquetes e muita criatividade.
Quanto ao final da primeira versão, com a já citada narração e a fuga da dupla em um carro, foi uma crença dos executivos que o filme para ser bem sucedido deveria ter um final feliz. Devido ao mal tempo, as tomadas para a cena final não ficaram boas, então Ridley resolveu utilizar as imagens iniciais, não aproveitadas, do filme "O Iluminado" de Stanley Kubrick.
Não podemos deixar de citar a trilha sonora, magnificamente interpretada, a cargo de Vangelis, que permeou a história com ótimas melodias. Curiosamente, o cd lançado na época não era uma compilação do trabalho do artista e sim da "New American Orchestra". Em 1994 foi feito outro lançamento, este considerado oficial e, em 2007, acompanhando a versão definitiva de Scott, foi relançado o álbum remasterizado contendo canções que não estavam no filme.


Blade Runner, com muita justiça, foi considerado o "Cult Movie" da década de oitenta por seu visual ousado, sua temática filosófica, sua visão de um futuro com um ecossistema quase destruído, superpopulação e uma sociedade a beira do caos urbano. 
Scott errou no quesito avanço tecnológico? Sim. Ainda hoje não temos carros voadores, nem conseguimos colonizar planetas. Talvez seu maior erro tenha sido datar o filme em 2019, pois se colocasse algo do tipo “em um futuro distante ...” a maioria das pessoas aceitaria com maior parcimônia. No fim, o filme fala sobre a importância da vida de dois replicantes que se achavam serem humanos.

Trailer (em inglês):



Cenas Deletadas:




Curiosidades:
O filme se passa em novembro de 2019. O ator Rutger Hauer faleceria em julho de 2019 (atualizado)

Em Portugal recebeu o nome de "Blade Runner - Perigo Eminente"

No romance original de Philip K. Dick, os animais estavam praticamente extintos, algo que o filme aborda apenas de maneira muito sutil. A referência mais óbvia é quando Deckard pergunta a Zhora se sua cobra é real e ela responde: "Você acha que eu estaria trabalhando em um lugar como este se eu pudesse pagar um?" Há também uma sequência quando Deckard visita Tyrell pela primeira vez, onde pergunta a Rachael se sua coruja é replicada; ela responde com "Claro que é". No romance de Dick, as corujas foram as primeiras criaturas a morrer.

Joanna Cassidy (Zhora) estava à vontade com a cobra em volta do pescoço porque era seu animal de estimação, uma píton birmanesa chamada Darling.

A "escala de cobra" vista sob o microscópio eletrônico era na verdade um broto de maconha

O termo replicantes não é usado em nenhum lugar nos escritos de Philip K. Dick. As criaturas no romance de origem são chamadas Androids ou Andies. O filme abandonou esses termos, temendo que eles soassem cômicos na tela. Replicantes vieram da filha de David Webb Peoples, Risa, que estudava microbiologia e bioquímica. Ela apresentou seu pai à teoria da replicação - o processo pelo qual as células são duplicadas para fins de clonagem.

O Teste de Voight-Kampff vem do artigo de 1951 do "Mathematician Alan Turing", em Cambridge, no qual ele propôs um teste chamado "The Imitation Game" que poderia finalmente resolver a questão da inteligência da máquina. Sua história foi contada muitos anos depois no filme "O Jogo da Imitação" (2014).

Alguns monitores de computador dentro dos veículos foram usados ​​no Nostromo e no bote salva-vidas em "Alien, o Oitavo Passageiro" (1979). Alguns sons desse filme podem ser ouvidos também. 

O diretor de fotografia Jordan Cronenweth estava apenas começando a realmente sofrer da doença de Parkinson que acabaria por matá-lo, e muitas vezes ficou bastante debilitado durante os longos dias e noites de filmagem. No final da produção, ele estava em uma cadeira de rodas, mas de acordo com o diretor Ridley Scott, Cronenweth era um verdadeiro soldado que fez seu trabalho durante as difíceis filmagens  até o final.

Quando o autor William Gibson foi ver Blade Runner, ele estava se preparando para começar seu primeiro romance, "Neuromancer". No entanto, vinte minutos depois de Blade Runner, ele se levantou e saiu do cinema, porque estava tão chocado com as semelhanças entre o filme e seu romance ainda não escrito.

A história da aranha sendo comida viva por um exército de aranhas-bebê foi uma lembrança de Barbara Hershey, que contou a Hampton Fancher enquanto ele estava compondo o roteiro.  

O estranho anúncio japonês mostrado ao lado de um dirigível, no qual uma mulher gueixa está engolindo uma pílula, os alto-falantes tocam uma linha de uma peça japonesa Noh, dizendo "Iri Hi Katamuku, "literalmente" "o sol se põe". De acordo com o supervisor de efeitos fotográficos especiais David Dryer, as pílulas ingeridas são pílulas anticoncepcionais.  

Além de usar a pintura 'Nighthawks', de Edward Hopper, para inspiração visual durante a produção do filme, o diretor Ridley Scott também usou a história em quadrinhos francesa 'Métal hurlant', especialmente a obra de Moebius na história 'The Long Tomorrow'. Na verdade, Moebius foi perguntado se ele gostaria de trabalhar no filme, mas ele recusou a oportunidade de trabalhar em "Os Mestres do Tempo" (1982), uma decisão que ele sempre lamentou.

Enquanto Batty e Tyrell falam sobre como prolongar a expectativa de vida dos replicantes, Batty sugere um processo envolvendo "EMS". Tyrell responde dizendo que "metanossulfonato de etila" foi tentado sem sucesso. O metanossulfonato de etila é um composto orgânico real com qualidades mutagênicas e teratogênicas, usado na genética.  

Rutger Hauer foi escolhido para o papel de Roy Batty por causa de sua aparência americana, não identificável e teutônica. Também foi decidido descolorir o cabelo com peróxido, que foi um processo doloroso que ele teve que suportar a cada 2-3 semanas

Christopher Nolan cita isso como uma de suas principais influências como cineasta. Outros grandes admiradores do filme incluem Guillermo del Toro, Frank Darabont e Tony Scott. Embora del Toro tenha preferido o corte teatral para o uso efetivo de voice-overs, Darabont afirmou que os odeia e prefere os cortes posteriores sem eles.

A escolha ideal de Philip K. Dick para Rachael foi Victoria Victoria. Embora quase cem atrizes fizeram o teste para o papel, apenas três foram seriamente consideradas: Sean Young, Nina Axelrod e Barbara Hershey. Para as audições, o papel de Deckard foi interpretado por Morgan Paull, que finalmente passou a interpretar Holden no filme.

Em 2000, o Moviemail votou Blade Runner: O Caçador de Andróides (1982), o quarto melhor filme de todos os tempos. Também em 2000, os telespectadores da BBC votaram no segundo melhor filme já feito. Em 2001, a revista Empire votou o 16º melhor filme de todos os tempos. Em 2002, foi eleito o oitavo melhor filme de todos os tempos na pesquisa 100 Greatest Films do Channel 4. No mesmo ano, a Online Film Critics Society votou o segundo melhor filme de ficção científica de todos os tempos, e também em 2002, a revista Wired votou nele como o melhor filme de ficção científica de todos os tempos. Também em 2002, a Sight & Sound votou como o 7º melhor filme dos últimos 25 anos. Em 2004, em uma pesquisa entre 60 cientistas proeminentes, o The Guardian também votou nele como o melhor filme de ficção científica de todos os tempos. Em 2007, o American Film Institute (que é notoriamente reticente em permitir filmes de ficção científica em seu top 100) o listou como o 97º maior filme de todos os tempos, e a revista Empire o votou o Melhor Filme de Ficção Científica de 2007. 2007, foi nomeado o segundo filme mais visualmente influente de todos os tempos pela Visual Effects Society. Em 2008, foi eleito o sexto melhor filme de ficção científica já feito como parte das 10 listas do Top 10 da AFI. Também em 2008, os leitores da New Scientist votaram nele como o melhor filme de ficção científica já feito. Atualmente é considerado o 3º melhor filme de todos os tempos pelo The Screen Directory e o melhor filme de ficção científica de todos os tempos na Futurist Movies.  

De acordo com Hampton Fancher, ele originalmente escreveu o papel de Deckard para Robert Mitchum e o papel de Tyrell com Sterling Hayden em mente. Mitchum foi uma escolha lógica devido aos seus muitos papéis de detetive no filme noirs, dos quais Blade Runner deveria ser uma atualização moderna.

A miniatura de Dark Star (1974) pode ser vista em segundo plano perto da delegacia

O nome "Rachael" é o hebraico para "ewe" (uma ovelha fêmea).

"Skinjob" é a palavra racista para Replicant.

De acordo com a biografia de Rutger Hauer, o confronto final entre Deckard e Roy Batty era para ter sido uma luta em um antigo ginásio, usando artes marciais como Kung-Fu ou algo similar. Hauer não gostou da ideia, dizendo que era "muito Bruce Lee" (ele não sabia o kung-fu de qualquer maneira) e afirma ter tido a ideia de Batty perseguindo Deckard

Cartaz:
Arte de John Alvin






















Blade Runner (Quadrinhos)  



Foi lançado, em um  box, as três versões do filme, mais um making of (de onde algumas informações citadas nesta análise foram retiradas). Uma boa oportunidade para se rever este filme tão querido pelo público


 





















Filmografia Parcial:
Harrison Ford:












Guerra nas Estrelas (1977); Apocalypse Now (1979); Star Wars: Episódio V - O Império Contra-Ataca (1980); Os Caçadores da Arca Perdida (1981); Star Wars, Episódio VI - O Retorno do Jedi(1983); Indiana Jones e o Templo da Perdição (1984); A Testemunha (1985); Busca Frenética (1988); Uma Secretária de Futuro (1988); Indiana Jones e a Última Cruzada (1989); Acima de Qualquer Suspeita (1990); Jogos Patrióticos (1992); O Fugitivo (1993); Força Aérea Um (1997); Seis Dias, Sete Noites (1998); K-19: The Widowmaker (2002); Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal (2008); Os Mercenários 3 (2014); Star Wars: O Despertar da Força (2015); Star Wars: Episode VIII (2017); Blade Runner 2049 (2017)


Hutger Hauer (1944-2019)











Louca Paixão (1973); Conspiração Violenta (1975); Soldado de Laranja (1977); Os Falcões da Noite (1981); Blade Runner, O Caçador de Andróides (1982); O Casal Osterman (1983); Uma Raça a Parte ou O Senhor das Águias (1984) O Feitiço de Áquila (1985); Conquista Sangrenta (1985); A Morte Pede Carona (1986); Exterminador Implacável (1987); A Lenda do Santo Beberrão (1988); Fuga de Sobibor (1987); Fúria Cega (1989); Aliança Mortal (1991); O Destruidor (1992); A Nação do Medo (1994); Sobrevivendo ao Jogo (1994); Omega Doom (1996); Linha Vermelha (1997); Sin City: A Cidade do Pecado (2005); Batman Begins (2005); O Ritual (2011); Dracula 3D (2012); Escorpião Rei 4: Em Busca do Poder (2015).

Daryl Hannah:











Amantes de Verão (1982); Splash: Uma Sereia em Minha Vida (1984); A Tribo da Caverna do Urso (1986); Roxanne (1987); Wall Street - Poder e Cobiça (1987); Dois Velhos Rabugentos (1993); Dois Velhos Mais Rabugentos (1995); Kill Bill: Volume 1 (2003); Kill Bill: Volume 2 (2004); Ataque dos Tubarões (2008).

Sean Young:










Médicos Loucos e Apaixonados (1982); Duna (1984); Sem Saída (1987); Wall Street - Poder e Cobiça (1987); Apache: Helicópteros Invencíveis (1990); Um Beijo Antes de Morrer (1991); Ace Ventura - Um Detetive Diferente (1994); Jesse Stone: Tempo de Despertar (2007).

Edward James Olmos:











Virus (1980); Lobos (1981); A Balada de Gregório Cortez (1982); Blade Runner, o Caçador de Androides (1982); O Preço do Desafio (1988); Triunfo do Espírito (1989); O Preço de um Campeão (1991); América do Medo (1992);  O Desaparecimento de Garcia Lorca (1996); Selena (1997); 12 Homens e uma Sentença (1997); Gangues de L.A. (2006); O Besouro Verde (2011); Blade Runner  2049 (2017).

Joanna Cassidy










A Quadrilha (1973); Matança em San Francisco (1973); Vingança Macabra (1979); Blade Runner (1982); Sob Fogo Cerrado (1983), Convite Para o Inferno (1984); O 4º Protocolo (1987); Missão Terrorista (1988); 1969 - O Ano que Mudou Nossas Vidas (1988); Uma Cilada para Roger Rabit (1988); Entrega Mortal (1989); Rodas da Morte (1990); Viva! A Babá Morreu (1991); Voltar a Viver (1992); Selvagens em Wall Street (1993); A Vítima Suspeita (1995); Um Vampiro no Brooklyn (1995); Reação em Cadeia (1996); Fantasmas de Marte (2001), O Retorno de Catherine (2005); A Virgem De Juarez (2006); O Grito 2 (2006); De Caso com o Inimigo (2008); Sequestro Relâmpago (2011); Porta do Céu (2013); A Última Premonição (2015).


Brion James










Lutador de Rua (1975); Dois Vigaristas em Nova York (1976); A Outra Face de Moisés (1980); O Confronto Final (1981); Blade Runner, o Caçador de Andróides (1982); 48 Horas (1982); O Senhor das Águias (1984); Conquista Sangrenta (1985); Inimigo Meu (1985); O Aniquilador (1986); Crepúsculo de Aço (1987); Cherry 2000 (1987); Morto ao Chegar (1988); Inferno Vermelho (1988); Escorpião Vermelho (1988); Tango e Cash - Os Vingadores (1989); 48 Horas - Parte 2 (1990); Nemesis - O Exterminador de Andróides (1992); Showdown - A Hora de Vencer (1993); O Quinto Elemento (1997); Perseguidos Pela Máfia (2000). 

James Hong









Suplício de uma Saudade (1955); No Umbral da China (1957); The New Adventures of Charlie Chan (seriado 1957 a 1958); Flor de Lotus (1961); O Mundo Marcha para o Fim (1965); O Canhoneiro do Yang-Tsé (1966); Colossus 1980 (1970); Chinatown (1974); Kung Fu (seriado 1972 a 1975); Esta Terra é Minha Terra (1976; Um Casamento de Alto Risco (1979); Apertem os Cintos, o Piloto Sumiu (1980); Blade Runner: O Caçador de Androides (1982); A Força de um Amor (1983); Ninja 3: A Dominação (1984); Braddock: O Super Comando (1984); Os Aventureiros do Bairro Proibido (1986); O Rapto do Menino Dourado (1986); O Mistério da Viúva Negra (1987); A Vingança dos Nerds 2: Os Nerds Saem de Férias (1987); Vice-Versa (1988); A História de Karen Carpenter (1989); O Vampiro de Chinatown (1989); Tango e Cash: Os Vingadores (1989); A Chave do Enigma (1990); Guerreiros Mortais (1990); A Arma Perfeita (1991); Que Garota, que Noite (1991); Dinheiro a Qualquer Preço (1991); Garras de Águia (1992); Quanto Mais Idiota Melhor 2 (1993); O Sombra (1994); Tank Girl, Detonando o Futuro (1995); O Gladiador Imortal 2: Na Arena da Morte (1995); Operação Dumbo (1995); O Grande Dragão Branco 2 (1996); O Grande Dragão Branco 3 (1996); Justiça Vermelha (1997); G-2: O Guardião Do Universo (1999); A Arte da Guerra (2000); Latin Dragon (2004); Forbidden Warrior - Guerreiros Imortais (2005); A Dinastia do Dragão (2006); Totalmente Demais (2006);  A Saga do Dragão (2007);  O Dia em que a Terra Parou (2008); Como Conquistar Uma Mulher (2010); Genghis Khan: The Story of a Lifetime (2010); Billy Stone e o Medalhão Mágico (2013); Unfallen (2017); Cross 3 (2019); Dropa (2019)

M. Emmet Walsh (1935)



O Pequeno Grande Homem (1970); Fuga do Planeta dos Macacos (1971); Gente Como a Gente (1980); Matar ou Morrer 2 ; O Retorno de Will Kane (1980); Blade Runner (1982); De Frente Para o Perigo (1990); Tempo de Matar (1996); Escorpião Vermelho (1988);  A Estranha Vida de Timothy Green (2012) e participações em seriados

Ridley Scott (diretor):
Os Duelistas (1977); Alien, o Oitavo Passageiro (1979); A Lenda (1985); Chuva Negra (1989); Thelma & Louise (1991); 1492 - A Conquista do Paraíso (1992); Até o Limite da Honra (1997); Gladiador (2000); Falcão Negro em Perigo (2001); Cruzada (2005); O Gângster (2007); Robin Hood (2010); Prometheus (2012)


Fontes: 
IMDB
Revista Set
Jornal O Globo

Jornal do Brasil


 

3 comentários:

  1. Sou fã desde que o vi pela primeira vez na TV aberta na época isso nos anos 80. Sua temática está atual até os dias de hoje. Ética, filosofia, inteligência artificial, poluição do meio ambiente, extinções da fauna e da flora, viajem interplanetária... e etc.

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  2. Boa tarde.
    Você tem toda razão. Blade Runner é uma obra única e atemporal com vários elementos como você bem descreveu. Fui até o seu blog (RMBS Rock) e é muito bom, com diversas análises de filmes, além de ótimas informações sobre este filme, nos revelando diálogos do filme e as versões lançadas e as de fãs. Parabéns pelo Blog e volte sempre. Um grande abraço.

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