sexta-feira, 4 de março de 2022

INDIANA JONES E O TEMPLO DA PERDIÇÃO / INDIANA JONES AND THE TEMPLE OF DOOM (1984) - ESTADOS UNIDOS

 


EMOCIONANTE, EXUBERANTE E SOMBRIO

Shangai 1935. Indiana Jones (Harrison Ford) se encontra em um cabaré fazendo uma troca de um artefato que contém as cinzas de um antigo imperador por um valioso diamante. O arqueólogo termina por ser envenenado e, na confusão que se inicia, o diamante se perde, mas a estrela e cantora local, Willie (Kate Capshaw), consegue pegar o antídoto para Indiana. A dupla, acrescida do pequeno ajudante do arqueólogo, Short Cut (Ke Huy Quan), escapa em um avião trimotor sem saber que este pertence ao gângster local Lao Che (Roy Chiao), o mesmo que envenenara o arqueólogo.

Durante o trajeto sobre o Himalaia, os pilotos saltam do avião deixando o trio para morrerem na queda. Indiana improvisa uma fuga e terminam por encontrar um pequeno vilarejo na Índia. O xamã local lhes informa que a grande pedra de Sankara fora roubada por adoradores de um culto maléfico de Pankot, chefiado pelo sumo sacerdote Molta Ram (Amrish Purf), e que desde então as colheitas murcharam, os animais morreram, os riachos quase secaram  e as crianças desapareceram misteriosamente. Quando uma criança fatigada consegue retornar com o desenho em um fragmento de pano, o trio resolve partir para o palácio em busca de ajuda, apenas para descobrirem que o Marajá (Raj Singh) ainda é uma criança e não acredita que um culto dado como extinto possa ainda existir, sem saber que o culto já está dentro de seu palácio.

Segundo filme da quadrilogia, com o selo Spielberg de bom espetáculo, O Templo da Perdição dividiu público e crítica sendo considerado tão violento que, após seu lançamento, foi inaugurada uma nova categoria de censura infanto-juvenil nos EUA: o “PG-13” (Parental Guidance. - pais fortemente advertidos – “parte do material exibido pode ser impróprio para crianças menores de 13 anos”). Antes, para essa categoria só existia o simples “PG”, que era uma observação aos pais que o material poderia conter algo improprio para seus filhos. Claro que existia o liberado para todas as idades (“Rated G”), o “Rated R” (menores de 17 anos somente acompanhados dos pais ou responsável) e “Rated NC-17” (público adulto – a partir dos 18 anos). No Brasil, ambos receberam a indicação de 14 anos. O Motivo: os censores americanos ficaram chocados ao verem um escabroso banquete de cobras, besouros e sorvetes de cérebro de macacos; vítimas sacrificadas em um vulcão; crianças acoitadas e escravizadas; corações sendo arrancados do peito de uma das vítimas... magia negra. Era "um pouco demais" para o início dos anos 80, que viria com material muito mais agressivo ao longo dos anos. Naquele ano, a MPAA (Motion Picture Association of America) decidiu que uma classificação R seria muito dura para O Templo da Perdição que acabou recebendo um PG e foi lançado em 23 de maio de 1984. Mas aí houve também um alvoroço sobre Gremlins, que saiu em junho de 1984. Eram violentos demais para uma classificação PG, mas não violentos o suficiente para uma classificação R.  Spielberg solicitou uma classificação entre PG e R à Jack Valenti, presidente da MPAA que concordou. Logo havia uma classificação PG-13. A sugestão de mudança de classificação não agradou a todos no negócio. Já o público jovem, sabendo a diferença entre violência real e violência fantasiosa respondia com uma  presença quantitativa nas salas de cinema. E o filme já estava batendo o sucesso “O Retorno de Jedi” e figurando, durante anos, nas 10 maiores bilheterias do cinema.  Mas se o filme levava os adolescentes em massa aos cinemas, com os pais americanos protestando atrás das câmeras, também havia problemas.

Harrison Ford sofreu uma lesão no disco da coluna e precisou ser operado. As filmagens pararam por seis semanas. Ford confidenciaria, anos mais tarde, que achou o filme muito sombrio e que o personagem não estava desenvolvido como gostaria. O próprio Spielberg ficou irritado com a negatividade se dizendo pouco feliz com o filme: "era muito escuro, muito subterrâneo e muito horrível”. Muitos dizem que o terceiro exemplar foi uma forma do diretor pedir desculpas ao público. Kate Capshaw ficou sob fogo pesado dos críticos, tanto que ela desistiu da turnê publicitária. Ela foi acusada de ser uma personagem estridente, que precisava de Indiana o tempo todo. Bem diferente de sua antecessora (ou seria predecessora, já que o filme se passa antes do primeiro?). Ela mesma não se agradou muito da personagem. E, embora ambientado na Índia, a produção optou pelo Siri Lanka devido a vários problemas burocráticos.

Como superar o próprio sucesso? Steven Spielberg e George Lucas se colocaram na posição, nada invejável, de ter que se superar todas às vezes diante da coleção de sucessos que lançavam sucessivamente. Os espectadores agora se viam comparando o filme não apenas com os Caçadores da Arca Perdida, mas também com “E.T” e “Guerra nas Estrelas” (e seus derivados). Talvez manter a fórmula original fosse uma boa ideia retirando o que não funcionou, expandindo o que cativara o público e arriscando outras ideias. Mas a acusação contra a produção foi que a mudança de um filme ensolarado, panorâmico e divertido para um clima sombrio, tenebroso e indigesto o afetou. É bem verdade que houve uma mudança na feitura da história: Lucas e Phillip Kaufman (diretor de Os Eleitos) criaram Indiana e Lawrence Kasdan (Corpos Ardentes e Silverado) ficou a cargo do roteiro e caracterização final do personagem. Agora temos Lucas em colaboração com Gloria Katz (Loucuras de Verão e Howard, o Super-Herói) e Willard Huyck  (além dos dois filmes com Gloria, roteirizou American Graffiti). E algumas perguntas surgem: magia e realidade são interpretadas do mesmo modo? Tanto a magia quanto a realidade têm seus próprios conjuntos específicos de leis e  se deve considerar esses dois elementos de forma distinta. Um(a) personagem usar magia para executar algo é aceito, afinal como medir a magia; a fantasia? Agora, o real é mais complicado. Por exemplo, desafiar a lei da física com um bote inflável caindo com duas pessoas de um avião, ou um vagão que sai dos trilhos e aporta novamente sob os mesmos perfeitamente. Como o espectador vê essa situação? Ou quando não ligam uma sequência a outra pela história: o menino órfão, que lhe considerava o melhor amigo, foi largado em um orfanato por Indiana? Esquecido? Willie também foi esquecida?. E quando Indiana olha a estátua da serpente e se lembra de uma situação (mas ... de uma história que ainda não viveu?) – ou quando Indiana se prepara para sacar a arma contra os espadachins? (ver curiosidades). Olhe a expressão dele. Os roteiristas parecem ter se esquecido, mas o público se lembra. Mas alguém realmente se importa com esses lapsos de lógica da história ou essas licenças poéticas? (o meu lado crítico sim, o meu lado espectador não). Devemos então considerar que O Templo da Perdição não é uma sequência e nem  um “prequel”, é apenas uma continuação das aventuras de uma forma atemporal. Não podemos deixar de citar um ar de 007 no filme (Spielberg queria dirigir um filme da franquia). Ford no restaurante chinês está com a mesma roupa que Sean Connery em Goldfinger (terno branco e uma flor de lapela rosa). Até o trivial jantar na “Fortaleza” com o vilão e os anseios deste(s) de conquistar o mundo (deixo outros detalhes para vocês) estão inseridos neste filme. A bem da verdade foi que, na época, não percebi nada disso e, a bem da verdade, é que ainda assim continuo adorando O Templo da Perdição.

“Para não dizer que não falei das flores”, vamos às qualidades do que faz até hoje o filme ser assistido, como seu antecessor, toda vez que há uma oportunidade, nem que seja um pouquinho: o filme é uma montanha-russa (nos dois sentidos) com direito a um clima de mistério, extravagância visual com cenários exuberantes, um ritmo frenético e ininterrupto. Um triunfo técnico; a abertura do musical com a canção “Anything Goes” de Cole Poter; A “ILM - Industrial Light and Magic” ("Lucasfilm") dá um show em seus efeitos técnicos (seja com os manequins animatronics caindo da ponte ou com o desenho do palácio parecendo real) com uma história não menos intensa; referências a filmes, como o salão chinês chamado "Obi Wan" (Guerras nas Estrelas) ou quando Short Round fala para Indy tomar o caminho do "túnel azul" e não "o vermelho" (uma referência ao sabres de luz de Guerra nas Estrelas e o Império Contra-Ataca: azul (bem) x vermelho (mal)). Aliás, a cena da mina era para constar originalmente em Os Caçadores da Arca Perdida.

Quanto ao elenco, Harrison Ford novamente é o herói das matinês dos anos 40 que tanto agradou o público a partir da criação de seu icônico personagem. Até hoje basta falarmos o nome Indiana Jones a quem conhece de cinema para ser imediatamente conhecido. Sua participação deu mais intensidade para o lançamento de quadrinhos (lançados pela Marvel) e até os jogos de Atari (anos 80). Inspirou também  um seriado, “O Jovem Indiana Jones”. Fez mais duas sequências e ano que vem traz outra aventura aos 79 anos. Kate Capshaw, apesar do que disseram os críticos, penso que funcionou. A cena de envolvimento amoroso no palácio é divertida, assim como as cenas com os insetos (a atriz recebeu até sedativos, pois estava com quase 2 mil insetos no corpo) que são bem interessantes. Não devemos comparar com a personagem de Karen Allen, há uma distinção muito grande quanto ao tipo de papel recebido por cada uma. Capshaw conheceu Spielberg nesse filme e terminou em casamento. Segundo um comentário da atriz a respeito de Willie: era "não muito mais do que uma loira burra gritando" (IMDB). O ator Amrish Puri raspou a cabeça para o papel do vilão Mola Ram. Ele manteve esse visual e se tornou um dos vilões do cinema e teatro mais populares da Índia. Faleceria em 2005, aos 72 anos em decorrência de uma hemorragia cerebral.  O ator mirim Ke Huy Quan (de origem vietnamita), fez um Short Round bem engraçado e, no ano seguinte, apareceria em “Os Goonies“. Afastou-se em 2002 das telas, retornando em 2019. Trabalha também como coreografo de dublês com o nome de Jonathan Ke Huy Quan. Pat Roach interpretou o guarda gigante e também interpretara o mecânico alemão lutando com Indy perto do avião em Os Caçadores da Arca Perdida (1981). Era para ser uma espécie de piada na série ter o personagem de Roach lutando com Indy e sempre perdendo, mas seu papel em Indiana Jones e a Última Cruzada (1989) foi amplamente cortado, e ele morreu antes de Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal (2008). Raj Singh que faz o jovem marajá só fez mais um filme em 1990 e há informações  de que trabalha como controlador de tráfego aéreo em Chicago.

Ainda que o filme tenha sofrido várias críticas na época, o filme envelheceu muito bem e os espectadores de hoje não se assustam mais com certos aspectos do filme. Hoje o clima sombrio é até enaltecido em alguns filmes, tornando O Templo da Perdição moderno e inserido dentro da proposta cinematográfica do século XXI. Uma das raras continuações bem sucedidas e que ainda agrada a quem procura uma diversão de qualidade.


Trailer:



Curiosidades:

O filme foi lançado em 08 de maio de 1984. Em 05 de julho de 1984, em tempo recorde para a época, o filme foi lançado na América do Sul. Na tevê brasileira,  estreou na Rede Globo em 05 de janeiro de 1989

O roteirista George Lucas explicou em uma entrevista posterior que uma das razões pelas quais este filme é mais sombrio e violento do que Os Caçadores da Arca Perdida (1981) tinha a ver com sua vida pessoal: "Eu estava passando por um divórcio e estava em uma Muito mau humor. Então eu realmente queria fazer dark. E Steve (diretor Steven Spielberg) então terminou com sua namorada, e então ele estava meio que nisso também. É onde estávamos naquele momento."

Lawrence Kasdan não estava disponível, pois estava trabalhando em O Reencontro (1983), então George Lucas convocou Willard Huyck e Gloria Katz, que já haviam escrito Loucuras de Verão (1973) para ele. Lucas quis deliberadamente ir com algo com um tom mais escuro, pois isso lhe serviu bem com O Império Contra-Ataca (1980).

Incluído na lista de 2001 do American Film Institute de 400 filmes indicados para os 100 filmes americanos mais emocionantes.

O capacete de Mola Ram parece ser feito de algumas partes modificadas de um crânio de vaca. Na Índia, o hinduísmo é uma religião muito comum, e as vacas são sagradas no hinduísmo, então seu capacete não é apenas intimidador, é também um sacrilégio.

Enquanto filmava a cena em que Indiana é chicoteado, a equipe fez uma brincadeira com Harrison Ford. Enquanto ele estava acorrentado a uma grande pedra, a atriz / cantora Barbra Streisand apareceu, vestida com uma roupa de dominatrix de couro. Ela passou a chicoteá-lo, dizendo "Isso é por Amor em Chamas (Hanover Street) - 1979, o pior filme que já vi" (Ford protagonizou o filme). Ela continuou chicoteando-o ”por causa Guerra nas Estrelas (1977), e ganhando todo esse dinheiro”. Carrie Fisher (a Princesa Leia de Star Wars) então se jogou na frente de Ford para protegê-lo, e Irvin Kershner (diretor de “O Império Contra-Ataca”) repreendeu o diretor Steven Spielberg. "É assim que você administra seus filmes?" Toda esta sequência foi filmada...

A cena de perseguição do carrinho de mina foi parcialmente filmada pela equipe de efeitos visuais especiais usando um conjunto em miniatura e algumas fotos em stop motion, juntamente com técnicas de iluminação inteligentes para disfarçar isso. O resultado final foi tão bem feito que é muito difícil distinguir as cenas de ação ao vivo das cenas de stop motion. 

Um roteiro não produzido que se tornou Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal (2008) fez Indiana revelar o que aconteceu com Willie, dizendo: "Da última vez que ouvi, ela se casou com um diretor figurão". Esta é uma piada interna, já que Kate Capshaw se casou com Steven Spielberg (embora a piada não tenha entrado no rascunho final).

Houve uma cena envolvendo Kate Capshaw e uma cobra bastante grande que teve que ser cortada, pois Capshaw estava tendo ataques de pânico. Steven Spielberg, brincando, diz que a única razão pela qual Kate se casou com ele mais tarde foi porque ele permitiu que a cena fosse cortada.

George Lucas fez do filme um prequel, pois não queria que os nazistas fossem os vilões mais uma vez.

Uma grande parte do trabalho de Ford nas lutas e perseguições no "Temple of Doom" é realmente realizado pelo dublê Vic Armstrong. Normalmente, um cuidado especial precisa ser tomado para esconder o rosto de um dublê da câmera, mas isso provou ser bastante desnecessário, já que Armstrong tinha uma estranha semelhança com Ford na época, tanto nas dimensões do rosto quanto do corpo.

No rascunho original, deveria haver uma cena de perseguição de motocicleta na Grande Muralha da China. No entanto, o governo chinês se recusou a conceder a permissão para filmar.

Os sons do carro da mina correndo pelos trilhos durante a cena de perseguição foram gravados nas montanhas-russas da Disneylândia, com a música e os efeitos sonoros desligados.

Steven Spielberg disse que não gostou deste filme tanto quanto o restante dos filmes de Indiana Jones, mas disse que foi uma ótima experiência para ele, pois conheceu sua futura esposa, Kate Capshaw, durante a produção deste filme.

Kate Capshaw ficou com um olho roxo em uma sequência do carrinho da mina em fuga. No dia seguinte, quando ela se apresentou ao trabalho, todo mundo no set estava usando uma mancha preta sob os olhos.

O vestido de Kate Capshaw no clube de Xangai foi totalmente feito de miçangas originais dos anos 1920 e 1930. Isso significava que havia apenas o suficiente para fazer um vestido. O número de dança de abertura foi na verdade a última cena a ser filmada, mas o vestido apareceu em algumas cenas anteriores no Sri Lanka, em particular, uma noturna com Harrison Ford e Kate Capshaw sentados ao lado de uma fogueira, com o vestido secando em uma árvore próxima. Infelizmente, um elefante começou a comer toda a parte de trás do vestido, que foi salvo a tempo. Consequentemente, algum trabalho de reparo de emergência teve que ser feito com o que restava das sobras originais, e foi o figurinista Anthony Powell quem teve que preencher os formulários do seguro. Quanto ao motivo do dano, ele não teve outra opção a não ser colocar "vestido comido por elefante".

Durante a produção, o filme estava começando a ultrapassar o orçamento, e Spielberg foi aos escritores Willard Huyck e Gloria Katz e pediu que fizessem alterações no roteiro para economizar dinheiro. Eles removeram uma página do roteiro e economizaram US$ 1 milhão. Foi uma cena de perseguição aérea planejada usando biplanos antigos. A cena foi retirada do filme e posteriormente incorporada a Indiana Jones e a Última Cruzada (1989).

Em 1984, Kate Capshaw apareceu no “The Tonight Show” com Johnny Carson para promover o filme Logo depois que fez sua entrevista com Johnny, Siskel e Ebert apareceram e fizeram sua rodada de filmes recentes. Ambos criticaram a performance de Kate Capshaw, chamando-a de "covarde e chorona". Capshaw respondeu: "Por favor, não fale de mim como se eu não estivesse aqui. Estou aqui."

Os três personagens principais tem nome caninos. Short Round recebeu o nome do cachorro do roteirista Willard Huyck. Willie recebeu o nome do cachorro de Steven Spielberg e Indiana recebeu o nome do cachorro de George Lucas.

Cenas envolvendo a longa ponte de corda foram filmadas em três continentes diferentes. A ponte inteira foi construída no Sri Lanka, e as cenas em que Indy corta a ponte também foram filmadas lá. As cenas em que a ponte está pendurada ao lado do penhasco, com todos pendurados, foram filmadas no Elstree Studios, em Londres. Finalmente, os jacarés no final foram baleados por Frank Marshall na Flórida.

Os "cérebros de macaco refrigerados" eram feitos de creme e molho de framboesa.

Os cineastas não conseguiram permissão para filmar cenas na Índia. O governo indiano solicitou uma cópia do roteiro e exigiu que a palavra "Maharajah" (Marajá) fosse removida, temendo que o conteúdo não refletisse sua cultura. Como resultado, a produção foi transferida para o Sri Lanka, onde também foram utilizados alguns locais para A Ponte do Rio Kwai (1957).

No "making of" deste filme, George Lucas disse que, embora originalmente pretendesse que o filme tivesse um tom mais sombrio em comparação com Os Caçadores da Arca Perdida (1981) (assim como O Império Contra-Ataca (1980) foi mais sombrio do que Guerra nas Estrelas (1977)), ele admitiu que o tornou muito mais sombrio do que pretendia, em parte porque tanto ele quanto Steven Spielberg estavam passando por um rompimento na época, e ele "não estava em um bom humor". Spielberg também admitiu que, embora concordasse com a ideia de Lucas para um filme de tons mais escuros, ele se sentiu desconfortável com certas cenas enquanto as filmava e tentava injetar alguns elementos humorísticos nessas cenas tentando iluminá-las.

O título original do filme era "Indiana Jones e o Templo da Morte", que foi alterado porque parecia muito agourento. Foi mantido como título alemão do filme ("Indiana Jones und der Tempel des Todes").

A produção teve sorte em sua localização principal na cidade de Kandy, Sri Lanka, pois nas proximidades, uma empresa de engenharia britânica estava construindo uma barragem. Quando chegou a hora da equipe de filmagem filmar em uma ponte suspensa sobre um desfiladeiro, os engenheiros britânicos conseguiram projetar e construir uma para eles muito rapidamente.

Kate Capshaw ficou emocionada com a oportunidade de cantar e dançar no número musical de abertura, mas seu vestido era tão apertado que havia muito pouco movimento que ela poderia tentar sem rasgá-lo.

Jogo da Vida (1984) foi o primeiro filme a receber uma classificação PG-13, mas ficou nas prateleiras por cinco meses antes de ser lançado. Amanhecer Violento (1984) foi o primeiro filme lançado com classificação PG-13.

Willie Scott (Kate Capshaw) grita um total de 71 vezes ao longo do filme.

Quando os dois espadachins atacam Indiana no penhasco, e ele tenta reprisar sua resposta da "cena do cesto" de Os Caçadores da Arca Perdida (1981) pegando sua arma, um pouco de música da cena do cesto é ouvida.

A única parcela da franquia Indiana Jones em que Indy não faz contato físico com uma cobra. Há, no entanto, um aceno para seu medo deles e para uma cena de Os Caçadores da Arca Perdida (1981). Depois que ele recupera as pedras Sankara do santuário de Kali, ele olha para uma estátua de uma cobra pronta para atacar (como aquela que ele enfrentou na cena do Poço das Almas em "Os Caçadores") e endireita o chapéu.

Um rascunho inicial do roteiro de Os Caçadores da Arca Perdida (1981) tinha Indiana Jones viajando para Xangai para recuperar um pedaço do Cajado de Rá. Durante sua fuga do museu onde estava alojado, ele se protegeu dos tiros de metralhadora atrás de um gongo gigante rolante. O mesmo roteiro também apresentava Indiana e Marion fugindo da destruição em uma perseguição de carrinho de mina. Ambas as cenas foram cortadas do roteiro, mas ressurgem neste filme.

Os "morcegos vampiros gigantes" que são mostrados no filme eram na verdade morcegos frugívoros. Os morcegos vampiros são muito menores.

A maior parte da mina subterrânea onde ocorre a perseguição de carrinhos é em miniatura, com as paredes feitas de papel alumínio pintado.

Este filme é proibido na Índia e nunca exibido em canais de TV na Índia.

Para economizar dinheiro, alguns dos interiores do palácio Pankot foram apenas remodelados dos cenários usados ​​para o palácio de Kamal Khan no filme de James Bond 'Octopussy' (1983), que foi filmado no ano anterior nos estúdios Pinewood nas proximidades.

Lawrence Kasdan (roteirista de Os Caçadores da Arca Perdida (1981)) foi convidado a escrever o roteiro. "Eu não queria ser associado ao Temple of Doom", refletiu. "Achei horrível. É tão malvado. Não há nada de agradável nisso. Acho que Temple of Doom representa um período caótico na vida de ambos (Lucas e Spielberg), e o filme é muito feio e mesquinho."

Várias cenas, incluindo aquela em que Indy vê pela primeira vez o xamã da jangada e aquela em que Willie tenta perfumar seu elefante foram filmadas em um local apelidado de "Lago de Bo Derek" no Sri Lanka, onde várias sequências memoráveis ​​de Tarzan, o Filho da Selva (1981) já havia sido filmado anteriormente.

O xamã da aldeia refere-se à pedra Sankara como "Shiva linga". No hinduísmo tradicional, o linga é uma pedra alta e cilíndrica que representa um falo, muitas vezes colocada dentro de um círculo representando o yoni, ou órgão feminino. Juntos, os dois símbolos representam a energia sexual dualista do deus Shiva.

Durante o episódio da 3ª temporada de "Caçadores de Mitos" em 2005 ("Escape Slide Parachute"), a equipe testou a plausibilidade de sobreviver a uma queda de um avião em um bote salva-vidas, como retratado no filme. Após 3 quedas com seu manequim de teste em uma jangada, eles determinaram que não era possível sobreviver como mostrado no filme.

Embora nunca seja mencionado no filme, de acordo com a novelização, o primeiro nome completo de Willie é Wilhelmina, e o nome verdadeiro de Short Round é Wan Li.

Steven Spielberg queria que Willie fosse um contraste completo com Marion Ravenwood de Os Caçadores da Arca Perdida (1981), então Kate Capshaw tingiu seu cabelo castanho de loiro para o papel. O figurinista Anthony Powell queria que o personagem tivesse cabelos ruivos.

No Reino Unido, o filme quase recebeu o certificado 18 devido à sequência de sacrifício no filme. Para evitar que o filme recebesse o certificado 15, o BBFC cortou fortemente a sequência para dar o certificado PG final: Entre os cortes feitos estavam o coração de uma vítima sacrificial sendo arrancado de seu corpo e sendo abaixado no poço. Uma sequência de chicotadas e a remoção de um homem batendo a cabeça na lateral de um penhasco. Em 2012, os cortes foram restabelecidos para o lançamento do Blu-ray de 2012, no qual o filme recebeu o certificado 12.

Nos primeiros minutos do filme Indiana Jones menciona que ele só fala mandarim em "ocasiões especiais". Este é realmente um prenúncio inteligente, pois no final do filme Indy tem que avisar Short Round para segurar a ponte de corda enquanto ele está prestes a cortá-la. Se ele tivesse avisado Short Round em inglês, teria avisado aos Thuggees o que estava fazendo. Isso aparentemente constitui uma "ocasião especial"

Sharon Stone foi uma das principais escolhas para o papel de Willie Scott antes de Kate Capshaw fazer o teste. Stone mais tarde estrelou As Minas do Rei Salomão (1985) e sua continuação, Allan Quatermain e a Cidade do Ouro Perdido (1986), dois filmes que tentaram duplicar o sucesso da franquia "Indiana Jones".

Short Round é também o nome do personagem do menino coreano em Capacete de Aço (1951).

Mola Ram, que foi interpretado por Amrish Puri, tinha uma semelhança impressionante com Dhalsim da franquia de videogame Street Fighter. Curiosamente, Roshan Seth que interpretou Chatar Lal interpretou Dhalsim em Street Fighter: A Última Batalha (1994).

Os cineastas não tiveram permissão para filmar no norte da Índia e em Amer Fort, porque o governo considerou o roteiro racista e ofensivo. O governo exigiu muitas mudanças de roteiro, reescritas e privilégios de corte final. Como resultado, o trabalho de localização foi para Kandy, Sri Lanka, com pinturas foscas e modelos em escala aplicados para a vila, templo e Palácio Pankot.

De acordo com algumas fontes, Harrison Ford não estava totalmente confortável com a história do filme e não totalmente feliz com a forma como o filme acabou. Isso está em contradição direta com sua entrevista nos sets de mídia doméstica, onde ele afirma: "Fiquei bastante satisfeito com o filme".

Dan Aykroyd faz uma ponta como  Weber, o homem com sotaque britânico que acompanha Indy, Short Round e Willie no avião de carga. Aykroyd já havia trabalhado com Steven Spielberg no filme 1941: Uma Guerra Muito Louca (1979).

George Lucas e Steven Spielberg fazem uma ponta como uma dupla de missionários de chapéu em segundo plano na cena do aeroporto no início.

Frank Marshal faz uma ponta como um turista em segundo plano na cena do aeroporto no início.


Capa da revista Cinemin 10












Indiana Jones e 007







No Templo da Perdição e Caçadores da Arca Perdida







O Castelo Pintado








O ator Dan Aykroyd em rápida aparição








George Lucas e Steven Spielberg em rápida aparição








Indiana Jones nos quadrinhos













Filmografia  Parcial:

Harrison Ford 







A Grande Cilada (1967); Seis Não Regressaram (1968); À Procura da Verdade (1970); A Conversação (1974); Guerra nas Estrelas (1977); Heróis Sem Causa (1977); Comando 10 de Navarone (1978); Amor em Chamas (1979) Apocalypse Now (1979); Star Wars: Episódio V - Império Contra-Ataca (1980); Os Caçadores da Arca Perdida (1981); Blade Runner: O Caçador de Androides (1982); Star  Wars, Episódio VI - O Retorno do Jedi (1983); Indiana Jones e o Templo da Perdição (1984); A Testemunha (1985); A Costa do Mosquito (1986); Busca Frenética (1988); Uma Secretária de Futuro (1988); Indiana Jones e a Última Cruzada (1989); Acima de Qualquer Suspeita (1990); Uma Segunda Chance (1991); Jogos Patrióticos (1992); O Fugitivo (1993); Perigo Real e Imediato (1994); Sabrina (1995); Inimigo Íntimo (1997) Força Aérea Um (1997); Seis Dias, Sete Noites (1998); Destinos Cruzados (1999);  Revelação (2000); K-19: The Widowmaker (2002); Divisão de Homicídio (2003);  Firewall: Segurança em Risco (2006); Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal (2008); Território Restrito (2009);  Decisões Extremas (2010); Uma Manhã Gloriosa (2010) Cowboys & Aliens (2011); 42: A História de uma Lenda (2013); Conexão Perigosa (2013); Ender's Game: O Jogo do Exterminador (2013); Os Mercenários 3 (2014); A Incrível História de Adaline (2015); Star Wars: O Despertar da Força (2015); Blade Runner 2049 (2017);  Star Wars: A Ascensão Skywalker (2019); O Chamado da Floresta (2020), Falando a Real (seriado - 2023 - 10 episódios), Indiana Jones e a Relíquia do Destino (2023), Capitão América: Admirável Mundo Novo (2025)


Kate Capshaw







Crianças Adotadas (1982); O Sonho Não Acabou (1984); Indiana Jones e o Templo da Perdição (1984); A Melhor Defesa é o Ataque (1984); A Morte nos Sonhos (1984); Os Donos do Poder (1986); SpaceCamp: Aventura no Espaço (1986); No Rastro da Violência  (1987); Nome de Código: Dancer (1987) A Outra Face do Crime (1988); Casais por Acaso (1988); Chuva Negra (1989); Armadilhas do Amor (1990); Segredos Imperdoáveis (1997); O Alarmista (1997);  A Carta Anônima (1999);  A Girl Thing (2001); Due East (2002)


Ke Huy Quan







Indiana Jones e o Templo da Perdição (1984);  Os Goonies (1985); Kickboxer: Dragão de Fogo (1991);  Uma Turma Genial (seriado 1990-1991); O Homem da Califórnia (1992); Em busca de 'Ohana (2021); Everything Everywhere All at Once (2022)


Pat Roach








Laranja Mecânica (1971); Barry Lyndon (1975); O Estranho Aliado do Rei Arthur (1979); Os Caçadores da Arca Perdida  (1981);  Fúria de Titãs (1981); 007 - Nunca Mais Outra Vez  (1983); Indiana Jones e o Templo da Perdição (1984); Conan, o Destruidor (1984); Guerreiros de Fogo (1985); Willow: Na Terra da Magia (1988); A Volta dos Mosqueteiros (1989); Indiana Jones e a Última Cruzada (1989); Luta Decisiva (1990); Robin Hood, o Príncipe dos Ladrões (1991); Retratos de uma Mulher (1996); Kull, o Conquistador (1997)


Fontes:

Revista Cinemin

Jornal do Brasil

Jornal O Globo

IMDB

Starlog

The Guardian

New York Times

Hollywood Reporter

Variety

Colider

Starlog

Fantastic Filmes

Empire on Line


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