PRODUÇÃO IRREGULAR
Ana (Dânia Neto) e Jaime (Diogo Amaral) estão casados há três anos e passando por uma crise conjugal. Jaime não deseja fazer o passeio de veleiro com os amigos de longa data da esposa que não se veem há muito tempo, ainda mais por Ana ter decidido levar na viagem o pequenino filho do casal. Para piorar o dono do barco, Daniel (Afonso Pimentel), foi namorado de Ana na juventude e mostra-se uma pessoa completamente sem noção que mesmo acompanhado de Margarida (Catarina Gouveia) parece ainda nutrir sentimentos por Ana. O que parecia ser um tranquilo passeio de final de semana revela-se uma prova de sobrevivência quando um evento banal deixa todos os adultos fora do barco, à deriva, sem conseguirem subir novamente. A fadiga e desespero começam a tomar conta do sexteto e as tentativas de voltarem ao barco mostram-se sempre infrutíferas. Não há ninguém por perto para salvá-los e ainda há uma criança sozinha dentro do veleiro que necessitará de cuidados em algum momento.
Parece que as ondas de remakes chegaram a Portugal. A
pergunta que, na verdade, deveria ser feita é: por que refilmar uma produção alemã
(Airdrift) lançada no mercado global com o título “Open Water 2: Adrift” (por
aqui "Pânico em Alto Mar") que colheu análises pouco entusiasmadas de público e
crítica especializada?
Analisando apenas esta produção em questão podemos ter visões bem diferentes: se você nunca assistiu a produção alemã, que alegou que os eventos narrados eram baseados em fatos reais, mas há informações que se basearia em um pequeno conto japonês, pode considerar uma produção interessante, mas não necessariamente boa. Os aspectos positivos são a bela fotografia, a gravação ser realmente no mar frio e em condições inesperadas, ao contrário do filme alemão feito em uma "piscina" com água quente e tudo controlado, além do fato de estarmos assistindo a um filme de Portugal, muito pouco comum por aqui, talvez porque o cinema português seja carente de investimentos, além de que o filme cresce na parte final com o pânico dos personagens trazendo tensão ao espectador que até colhe um pouco de curiosidade a respeito da conclusão do filme. E o mais curioso é que o filme, exibido na plataforma da Amazon vem legendado, uma boa ideia, visto que apesar do idioma ser o mesmo o modo de falar do brasileiro difere do modo de falar do povo português e a legenda torna-se necessária quando os diálogos tornam-se mais acelerados.
Mas os defeitos também são bem perceptíveis: o filme começa lento e sem gerar muito interesse. O título, "Perdidos", pode levar a pensar, que os protagonistas ficarão perdidos em alto mar com o navio avariado. E o segundo título, que a distribuidora apresentou no Brasil, “Medo Profundo” (título da plataforma Amazon), pode ser uma faca de dois gumes: o espectador procurando a interessante produção de (também) 2017 pode se sentir enganado, e quem assistiu a citada produção pode acreditar que já viu o filme e não dar atenção. Ou seja: a produção sai perdendo do mesmo modo. Outro problema são os diálogos: pouco inspirados o que não ajuda os bons atores em cena. Até o momento da cena em que saem do barco o espectador não se pega envolvido na trama, apenas acompanha o rolar dos acontecimentos. O diretor Sérgio Graciano tem um Emmy pela novela portuguesa Laços de Sangue (2010), além de ter experiências em curtas, documentários e séries, mas pouco conseguiu modificar por sobre um roteiro um tanto insosso.
Quanto aos atores, Dânia Neto e Diogo Amaral funcionam, como os demais, nas cenas fora do barco. Dalila Carmo (Laura) e Lourenço Ortigão (Vasco) tentam colher simpatia no romance entre seus personagens, mas o roteiro não ajudou a desenvolvê-los plenamente. Afonso Pimentel faz um vilão que poderia ser melhor explorado e Catarina Gouveia tenta entregar uma personagem mais sensível, mas as falas criadas para ela não ajudam muito.
Rodado em apenas três semanas, "Medo Profundo" ou "Perdidos" almeja mostrar muito clima para pouca substância e o diretor parece ter prescindido de acrescentar elementos mais densos que o distanciasse da outra produção. Ainda que não seja um bom filme, não é de todo ruim, principalmente próximo ao fim, mas fazer um filme em cima de outro que não colheu boas críticas, mesmo que novos diálogos e ingredientes tenham sido adicionados, parece estranho. Como filme para TV, talvez até funcionasse.
Trailer:
Cartazes:
Música: Manto de Água - AGIR (feat. Ana Moura)
Filme muito ruim, não há lógica . Corpos boiam na água e não desaparecem. O bebe caiu do "berço" e estava sem chorar assim com não houve tanto desespero por parte da mãe. entre outras coisas. Mal feito e mal finalizado
ResponderExcluirBoa Noite Giza Shadz.
ResponderExcluirRealmente o filme não agradou a muitas pessoas por aspectos como o que você bem colocou. E, realmente, em alguns momentos, parece mal finalizado. Houve momentos que até imaginei que o filme conseguiria um equilíbrio em sua narrativa, mas deixou muito a desejar. Não entendi porque fazer uma refilmagem de um produto que já não era considerado bom. Muito obrigado pelo comentário e volte sempre. Um grande abraço.
Uma cópia descarada de Pânico em Alto mar. Chega a ser Hilário
ResponderExcluirBoa Tarde Tatiana Santos.
ResponderExcluirSim, o filme é baseado em Pânico em Alto Mar, com pequenas variações. Muito obrigado por comentar. Volte sempre. Um grande abraço.
*ALERTA SPOILER*
ResponderExcluirGente, não entendi como no final ela pula de volta pra água e aparece dentro do barco depois sendo resgatada 🤷🏻♀️.
CONTÉM REVELAÇÕES SOBRE O FINAL
ExcluirBoa noite Thaís Canuto.
Realmente. Fica difícil defender essa cena, pois acontece em um plano sequência contínuo, sem cortes, se não fosse assim poderíamos dizer que durante a montagem da cena uma sequência foi esquecida.
Ela sobe ao barco com um grande esforço e amparada (ajudada). Depois simplesmente volta para o convés e pula. Como vc bem notou ela reaparece na cena seguinte no barco.
A única explicação que tenho é que um filme não é gravado na sequência lógica que vemos na tela. As vezes filma-se partes separadas do roteiro. Ou há a figura do diretor de segunda unidade que filma outras cenas em paralelo. Quando terminam o filme vão para a sala de corte e percebem que faltou algo. E como um filme pode levar meses para ser finalizado, a atriz pode não estar mais disponível para complementar a cena. É uma especulação apenas do que pode ter acontecido. Obrigado por comentar. Volte sempre e um grande abraço.
Egoísta ela...o cara ajuda a subir e ela não joga a escada/corda pra ajudar o cara subir, vai até o bebê, que aparenta estar bem, só depois deixa o bebê sai, não pega a escada e pula na água....e como ela subiu tão fácil depois,se estava sozinha. Não entendi algumas mortes....
ExcluirBom dia. Vc esqueceu de citar o seu nome.
ExcluirO filme tem várias inconsistências realmente. Obrigado por comentar e volte sempre
O que aconteceu foi o seguinte: quando conseguiu subir ela apertou o botão que acionou a escada automática para o colega subir, só que o filme é tão mal feito que não mostrou. Eu só entendi depois que vi o filme original.
ExcluirBom dia Ricardo da Mata.
ExcluirBem interessante o seu comentário que esclarece esse ponto a partir do filme original. Obrigado por comentar. Um grande abraço.
Eu adoro filmes de tubarão, e por isso adorei pânico de em alto mar, em termos técnicos talvez esteja longe do ideal, mas a tensão para mim é o grande ponto do filme....
ResponderExcluirBoa Noite Pablo.
ResponderExcluirEssa produção tem tido um número bem grande de visualizações, o que não deixa de ser algo curioso se virmos que o filme vem de Portugal e poucas produções desse país chegam por aqui. Filmes de Tubarões são bem legais. Já postei alguns e, em algum momento, a trilogia "Do Fundo do Mar" deve pintar por aqui. Muito obrigado por comentar. Um grande abraço e volte sempre.
Não foi possível entender como eles foram fazer uma cópia cena por cena do original e pior. As mortes não ficam claras, os diálogos são piores, culminando no final que ninguém consegue entender se não tiver visto original. Inclusive ocultando a questão do suicídio do homem que a ajudou subir. Um completo fracasso.
ResponderExcluirBom dia Ricardo da Mata.
ExcluirA questão do porquê fazerem um filme tão próximo do original é uma incógnita. Obrigado por mais este comentário. Um grande abraço.
O diretor se perdeu e não soube aproveitar os ótimos atores...o cara conseguiu pegar o celular no bolso da camisa,mas antes não conseguiu se segurar num apoio bem abaixo da camisa...só à noite tiveram a BRILHANTE idéia da mulher subir...mas voltou ao mar e em seguida aparece "inexplicavelmente" apenas com o filho no navio...affff
ResponderExcluirBoa Noite José Pereira.
ResponderExcluirO filme pecou em vários aspectos e alguns deles ficaram bem visíveis ao público. A curiosidade fica por conta da produção ser de Portugal.
Muito obrigado por comentar, seja bem-vindo, volte sempre e um grande abraço.
Filme mal feito, não mostra as coisas....tem que deduzir o que aconteceu...Ex: Aparece um celular na mão do cara do nada, o outro começa a sangrar do nada, não fala se morreram ou não.... Bem ridículo o filme...Afff
ResponderExcluirBoa Noite (você esqueceu de citar o seu nome). O filme deixou a desejar e muitas pessoas identificaram aspectos conflitantes no filme. Obrigado por comentar. Um grande abraço
ResponderExcluirComo ela chama o marido de dentro do barco sabendo que ele estava lá junto com os outros?E eles morreram ou.nâo? Débora sp
ResponderExcluir**Alerta de spoiler sobre o final ***
ResponderExcluirOlá Débora , tudo bem ?
Sim, ela é ajudada a voltar ao barco e depois chama pelo marido Daniel. É uma cena muito confusa, pois depois que vê que o bebê está bem ela começa a chamar pelo marido que não resistiu pela cansaço e , talvez, frio. E ela pula novamente no mar e o procura. Na cena seguinte, vemos que sobrou apenas ela e o bebê.
Muito obrigado pelo comentário, volte sempre e um grande abraço.
Daniel não era o marido e sim Jaime. Ela grita por Daniel o dono do barco, o marido já havia morrido teoricamente antes. Diego Miranda
ExcluirEste comentário foi removido por um administrador do blog.
ExcluirOlá Diego Miranda,
ExcluirDesculpe só responder tardiamente, mas só agora consegui acessar o blog.
Tem razão, o marido se chama Jaime. Muito obrigado pela correção, por visitar e tecer comentários. Um grande abraço e volte sempre.