sábado, 27 de fevereiro de 2021

POLTERGEIST - O FENÔMENO / POLTERGEIST (1982) - ESTADOS UNIDOS


“ELES ESTÃO AQUI !”

Steve Freeling (Craig T. Nelson) e Diane Freeling (JoBeth Williams) vivem felizes em um  loteamento nos subúrbios de Los Angeles, California, com seus três filhos: Dana (Dominique Dunne), Robbie (Oliver Robins) e a filha mais nova, a pequena Carol Anne (Heather O'Rourke). Durante uma noite, após o último programa ser exibido, enquanto Steve tira um cochilo, a Tv fica fora do ar. É nesse momento que Carol Anne desce as escadas e se senta em frente a tela estática parecendo conversar com uma estranha entidade interior, uma entidade que ninguém consegue ver. No dia seguinte fatos estranhos começam a ocorrer na casa: os objetos domésticos passam a se mover sozinhos. A princípio parecem manifestações sobrenaturais, pregando peças e divertindo a família, principalmente Diane, mas esse comportamento amigável não dura muito ... eventos assustadores se sucedem e Carol Anne misteriosamente desparece na casa apesar de sua voz poder ser ouvida.

Uma especialista em fenômenos paranormais (Beatrice Straight) e sua equipe pensam, a princípio, que sua casa está sendo assombrada por um Poltergeist, mas depois concluem que apenas uma pessoa pode ajudar a salvar Carol Anne: uma médium chamada Tangina (Zelda Rubinstein) que, ao entrar na casa, descobre algo muito pior. Sua prioridade passa a tentar  convencer os Freelings  que se não ouvirem suas instruções perderão sua filha para sempre naquela realidade maligna. 

Passados quase 40 anos Poltergeist continua sendo um dos filmes mais populares e referência a várias outras produções posteriormente lançadas,  sendo o filme de terror de maior bilheteria de 1982 e o oitavo filme de maior bilheteria daquele ano.  Originalmente, vi este filme quando ele foi lançado e muitas de suas imagens permaneceram comigo todos esses anos, mas agora, a luz de uma análise, tive que me permitir uma visão mais crítica até pelo tempo que se passou e de alguns de seus conceitos enraizados nos anos 80. O que se sabe a respeito dessa produção cercada de mistérios e alardeada maldição, a maioria esclarecida ao longo dos anos, poderia dar páginas e páginas de informações, mas tentarei trazer uma análise mais sucinta de suas particularidades mais significantes.

Dirigido por Tobe Hooper (1943–2017) que vinha dos filmes “O Massacre da Serra Elétrica” (1974) e “Pague para Entrar, Reze para Sair” (1981) muito se especulou se Spielberg teria sido a verdadeira força motriz por trás do filme. O que se diz é que Spielberg queria dirigir o filme sozinho, mas uma cláusula em seu contrato afirmava que, enquanto trabalhasse em “E.T.: O Extraterrestre” (1982), não poderia dirigir outro filme. Tobe Hooper que o impressionara na direção de “O Massacre ....” passou a ser a escolha perfeita enquanto  este ficava como produtor supervisionando a obra. Mas quem viu os filmes daquele que chegou a ser chamado de “Midas do Cinema”, percebeu que a mão do aqui produtor tornara-se mais do que perceptível. O filme se passa no ambiente favorito de Spielberg: o subúrbio americano (também o local de partes de "Tubarão " e “Contatos Imediatos do Terceiro Grau”). Em entrevista Spielberg disse que algumas de suas fobias e medos infantis encontravam-se no filme: medo do armário embutido da família, medo de escuro, medo de palhaços, medo de uma árvore em frente da janela em sua residência em Ohio .... Spielberg disse que Poltergeist representava  sua família antes do divorcio e E.T quando já estavam separados. E quanto aos vilões? Se observarmos bem tanto em “Tubarão” quanto em “Poltergeist” os verdadeiros vilões revelam-se como as incorporações imobiliárias. Foi como se Spielberg tivesse colocado uma “marca d'água” no filme.

No quesito bastidores temos material farto e aberto a especulações, assim como comprovações do que realmente aconteceu: Em 30 de outubro de 1982, Dominiqu Dunne foi estrangulada por seu ex-namorado, depois que ela rejeitou sua tentativa de reconciliação, na garagem de sua casa em West Hollywood. Ela morreu em 4 de novembro, aos 22 anos, sem nunca ter recuperado a consciência; o ator Oliver Robins (Robbie) estava sendo estrangulado, os braços do palhaço ficaram extremamente apertados, e Robins começou a sufocar. Quando que Spielberg viu o rosto de Robbins ficando roxo, correu e removeu os braços do palhaço de seu pescoço; o ator  Lou Perryman (Pugsley) foi morto com um machado por um homem de 26 anos chamado Seth Christopher Tatum em Austin, Texas, em 1º de abril de 2009.  Esqueletos humanos reais foram usados ​​na cena da piscina, já que a equipe decidiu que seria muito complicado e caro conseguir alguns falsos. JoBeth Williams não foi informada disso até depois que a cena foi finalizada. Muito se disse que as “maldições” começaram a partir desse episódio.  Foi dito também que sempre que ela voltava das filmagens, as fotos nas paredes de sua casa ficavam tortas. Cada vez que ela as consertava, eles pendiam tortas novamente. Zelda Rubinstein, que muitos diziam ter supostamente uma habilidade psíquica genuína, alegando ter visões de coisas antes que acontecessem, também teve uma experiência quando uma visão de seu cachorro veio até ela e se despediu dela. Horas depois, sua mãe ligou para ela e lhe disse que seu cachorro havia falecido naquele mesmo dia. Julian Beck (“Kane” em “Poltergeist II: O Outro Lado” (1986)) morreu em 1985 após uma longa batalha contra o câncer de estômago; Will Sampson (“Taylor” também em “Poltergeist II” morreu de complicações de um transplante de coração e pulmão. Heather O'Rourke (“Carol Anne” em todos os três filmes) morreu em 1988 (no mesmo ano de lançamento de “Poltergeist III: O Capítulo Final”), aos 12 anos, de parada cardíaca causada por choque séptico de uma obstrução intestinal causada por estenose intestinal depois de ser diagnosticada com Doença de Crohn em 1987. Muitos são fatos explicados, ainda que outros careçam de melhores esclarecimentos.  Que cada um tire suas próprias conclusões 

Voltando ao filme, Poltergeist (pronuncia-se “poltergaist”: “polter”= que faz barulho e “geist”= espírito) se apresentava como um contraponto entre o "antigo terror" e o "novo" que surgia, sendo uma história contada com muita inteligência, talvez até então o melhor desde “O Exorcista”, colocando uma casa assombrada como o objeto da ação (o que Amytiville tentou fazer), mas com um toque visível de Spielberg nas cenas feitas pela ILM (Industrial Light and Magic)  fundada por  George Lucas e supervisionados por Richard Edlund de “Guerras nas Estrelas” com a partitura de Jerry Goldsmith recheando as cenas que surgem na tela. Talvez a grande ideia tenha sido mostrar os estranhos acontecimentos do filme através dos olhos dos membros da família. Tudo parece um conto, uma daquelas histórias que são contadas em volta das fogueiras para assustar crianças. Há o exagero? Sem dúvida, principalmente no final que nos lembra que nada no filme é para ser considerado como tendo algo de real. O toque de Spielberg é bem perceptível, mas a possível dobradinha Hooper (nas cenas de terror) e Spielberg (nas cenas de efeitos), se realmente houve, foi muito bem-vinda dando um ar de originalidade que olhando para  trás não tínhamos nada próximo do que foi criado em termos de efeitos (claro que não temos como compará-lo com “O Exorcista” se formos falar de terror e tensão) . Poltergeist ditou como os efeitos seriam usados em filmes do gênero e, se hoje parece tudo muito sem graça, trivial,  pode ser pelo fato de que de tanto copiado, o filme parece não ter a originalidade da qual se originou tantas outras produções. 


Indicado a 3 Oscars, Poltergeist é um filme importante na história do cinema e quem viveu essa época e acompanhou a evolução dos filmes e efeitos consegue perceber melhor sua relevância. Ainda hoje os efeitos são ótimos e a história prende (quantos videntes e sua equipe vocês já viram em outros filmes?.  Uns dirão que são cópias outros homenagens, mas, o original, até hoje, é copiado com variações que tentam disfarçar sua inspiração). É um filme celebrado por uns e datados para outros, mas quem o assiste dificilmente poderá ignorá-lo. Uns dos grandes filmes dos anos 80. A segunda e terceira parte, não teve envolvimento de Spielberg que não adquiriu os direitos.

Trailer:



Curiosidades (contém spoliers)

Drew Barrymore foi considerada para o papel de Carol Anne, mas o diretor Steven Spielberg queria alguém mais angelical. Foi a audição de Barrymore para esse papel, no entanto, que lhe rendeu o papel de Gertie em "E.T .: O Extraterrestre (1982)."

(por volta de 1h40min) Quando Diane está secando o cabelo, na cômoda ao fundo há uma fileira de fotos de família. Após o corte para Robbie e o palhaço, Diane é atacada. Se você olhar atentamente para as fotos de fundo, a imagem do meio, de Carol Anne, mudou para a de uma criatura demoníaca.

(cerca de 14 minutos) Em uma cena, Steve e Diane Freeling estão em seu quarto e o filme "Dois no Céu (1943)" está passando em sua televisão. Este não é apenas um filme sobre uma pessoa morta que ainda está "perdida" como os espíritos do filme, mas Steven Spielberg refez Dois no Céu ("A Guy Named Joe") sete anos depois como "Além da Eternidade (1989)".

Heather O'Rourke foi escolhida para o filme quando estava almoçando com sua mãe e irmã na "MGM". O produtor Steven Spielberg veio até eles e queria O'Rourke para o papel de Carol Anne. Ela inicialmente falhou no teste de tela porque continuou rindo durante a audição, mesmo quando ela deveria estar com medo. Spielberg achou que ela era muito jovem para levar o papel a sério, mas ele ainda reconheceu algo especial nela, então ele a pediu para voltar para outra audição, e desta vez, trazer um livro de histórias assustador com ela. Ele também pediu que ela gritasse, então ela gritou e gritou até começar a chorar. Esta audição conseguiu seu papel como Carol Anne.

A inspiração para a história do filme vem de uma ocorrência real em Denver, Colorado. No final dos anos 1800, quando Denver estava se expandindo, havia um cemitério onde o governo da cidade queria colocar um grande parque da cidade como o que a cidade de Nova York construiu e que as cidades de todo o país procuraram imitar; Parque Central. A prefeitura lançou editais de licitação para realocação do cemitério e optou pelo menor lance. Cerca de um terço do caminho para o projeto, o empreiteiro percebeu que havia feito um orçamento muito baixo para o trabalho e, para encurtar a história, começou a mover apenas as lápides. Ele concluiu a obra e a prefeitura começou a construir a estrutura de ardósia, que já estava quase terminando, quando um dos funcionários da empreiteira abriu o jogo. O empreiteiro foi preso, mas o dano foi feito. A cidade, não tendo condições de demolir o prédio e desenterrar o cemitério novamente, deixou-o como estava e acabou concluindo o projeto, deixando as sepulturas não marcadas como estavam. O parque é denominado Cheesman Park, e os túmulos ficam sob o Pavilhão Grego na extremidade leste do parque e se estendem ao sul até a 8th Avenue.

Os efeitos especiais e a trilha sonora de Poltergeist foram indicados ao Oscar, mas perderam para E.T .: O Extraterrestre (1982), em ambas as categorias.

Apesar de ser um filme de terror / suspense, não há assassinatos ou mortes retratadas no filme (só a do passarinho).

Além das duas vezes que a "Fera" apareceu no filme (o rosto que aparecia no armário e a criatura que guardava a porta do garoto), o roteiro fazia com que aparecesse durante a cena em que a família e investigadores olhavam a fita da manifestação. O fantasma gigante que eles viram visualmente lentamente se transformou na imagem de um rosto de um velho cruel conhecido nas continuações como "Reverendo Henry Kane".

Este filme surgiu da tentativa fracassada de Steven Spielberg de fazer uma sequência para "Contatos Imediatos do Terceiro Grau (1977)".

O quarto das crianças está cheio de produtos Star Wars.  

Zelda Rubinstein fez quatro testes para o papel da médium Tangina

Originalmente, enquanto Tobe Hooper, Steven Spielberg e os roteiristas criavam o roteiro, Carol Ann seria morta no primeiro ato e assombraria a casa no segundo. Eles finalmente decidiram que estava muito escuro e optaram por ela ser sequestrada pelos fantasmas. Na verdade, eventualmente, muitos dos elementos sombrios foram removidos porque Spielberg queria uma classificação menor para que o filme pudesse ser exibido como um filme duplo nos cinemas com o lançamento simultâneo de E.T .: O Extraterrestre.

Stephen King foi brevemente abordado para escrever o roteiro, mas as partes não chegaram a um acordo sobre os termos.

Membros do elenco e da equipe, incluindo o produtor executivo Frank Marshall e a atriz Zelda Rubinstein, afirmaram que Spielberg escalou o filme, dirigiu os atores (embora isso tenha sido frequentemente contestado por vários outros atores) e projetou cada um dos storyboards do filme. (embora Hooper tenha afirmado que ele colaborou e fez metade dos storyboards). Com base nessas evidências, a DGA abriu uma investigação sobre o assunto, mas não encontrou nenhuma razão para que o crédito de codiretor fosse para Spielberg.

Quando os escritores Michael Grais e Mark Victor se encontraram pela primeira vez com Steven Spielberg, eles estavam sendo contratados para escrever o filme que acabou se tornando Além da Eternidade (1989). Quando Spielberg mencionou que também tinha uma ideia para uma história de fantasmas, Grais e Victor disseram que preferiam escrever a história de fantasmas do que Além da Eternidade e foi assim que conseguiram esse trabalho.

(por volta de 1h 16min) Tangina disse "Esta casa tem muitos corações." Literalmente, há itens em forma de coração por toda parte, como a lâmpada em forma de coração, um coração colado na parede, um pôster de coração e um balão de coração verde no quarto das crianças.

A Dra. Lesh (Beatrice Straight) afirma que a atividade paranormal na casa de Freeling é provavelmente um poltergeist, não uma assombração, uma vez que poltergeists normalmente estão associados a uma pessoa, e assombrações estão associadas a um lugar. No entanto, essa avaliação se revela incorreta quando Steven percebe que a casa foi construída em um cemitério; isso significa que era algo realmente assustador, não um poltergeist.

Este filme foi selecionado pelo The New York Times como um dos 1000 melhores filmes já feitos.

Incluído entre os "1001 filmes que você deve ver antes de morrer", editado por Steven Schneider.

Incluído na lista de 2001 do American Film Institute dos 100 melhores filmes americanos.

Em uma entrevista recente, Oliver Robins disse que Steven Spielberg brindou ao aniversário de Heather O'Rourke no set com uma garrafa de vinho para todos os atores adultos. Ele disse que Spielberg falara que quando O'Rourke tivesse 21 anos, ele compraria uma garrafa de vinho para ela. Tragicamente, esse dia nunca chegou.

Em cima do aparelho de televisão do quarto principal está um console Atari Video Computer System com seus dois joysticks; mais tarde conhecido como Atari 2600.

(por volta de 23 minutos) Quando Carol Ann se senta na frente da TV no quarto dos pais, o tempo no aparelho de TV mostra 2:37. Esta poderia muito bem ser uma homenagem ao quarto de hotel 237 de O Iluminado (1980).

Shirley MacLaine teve o convite para o papel de protagonista do filme, mas desistiu para fazer Laços de Ternura (1983).

No quarto de Robbie há um pôster Alien - O 8º Passageiro (1979) na parede. Esta é uma homenagem a Jerry Goldsmith, o compositor de Poltergeist que também fez a trilha sonora do filme de Ridley Scott três anos antes.

(cerca de 9 minutos) Quando Diane tenta dar descarga no pássaro de estimação morto, ele lança uma sombra na forma de um tubarão ("Tubarão" (1975))

Esqueletos e cemitérios profanados surgem em outras produções de Steven Spielberg, incluindo Os Caçadores da Arca Perdida (1981) e O Enigma da Pirâmide (1985).

Poltergeist: The Legacy (1996) foi uma série de TV de terror de ficção científica com foco no paranormal, lançada após Poltergeist III: O Capítulo Final (1988); e embora usasse o nome Poltergeist, na verdade não tem nada a ver com nenhum dos filmes da franquia Poltergeist.

A atriz Tuesday Weld foi considerada para o papel de Diane.

Diane diz a Carol Anne que se ela continuar a alimentar os peixes dourados, eles se transformarão em tubarões, referindo-se ao blockbuster de Steven Spielberg, "Tubarão" (1975).

Em um ponto, depois que os pais Frieling e Tangena resgataram Carol Ann das garras da "Fera" e do pessoal "da TV" no Netherworld, Diane disse a Steven: "Você sabe que é engraçado? Ela não se lembra de nada! É como se fosse tudo um pesadelo e ela acordou! "Então, somos levados a acreditar que Carol Ann se esqueceu da dimensão dos espíritos paralelos e do submundo; etc. Mas depois, quando o palhaço malvado ataca Robby; e sua porta se abre de uma forma sinistra, acenando, ela diz, "não mais .... Não mais ....". Então, obviamente, ela se lembra de suas interações com os espíritos malignos no início da história.

(por volta de 1h40min) O efeito sonoro da besta / fera que ataca a casa no final do filme é a fonte do atual rugido do leão da MGM.

(por volta de 1h 2 min) As mãos que arrancam a carne do rosto do investigador no espelho do banheiro são do produtor do filme, Steven Spielberg.

(por volta de 1h 7min) Após a procissão de fantasmas que desce as escadas do quarto de Carol Anne para a sala de estar, a Dra. Lesh revisa as fitas de vídeo junto com seus assistentes e a família Freeling, exibindo-os em diferentes telas de TV. Em um deles, os fantasmas parecem estar vestidos com ternos velhos e chapéus. Em Poltergeist II: O Outro Lado (1986), é revelado que sob a casa dos Freelings existe uma vala comum de uma seita do século 19, que se enterrou na crença de que o fim do mundo havia chegado. Os membros da seita, mostrados em flashbacks, se parecem muito com os fantasmas registrados pelo Dr. Lesh.

(por volta de 1h30min) Depois que Diane resgata Carol Anne da vida após a morte e elas caem violentamente para a sala de estar, Tangina as leva para a banheira, que está cheia de água. A água é considerada o elemento da vida, o que implica que a banheira é quase como um útero e que eles deveriam "renascer".

(por volta de 1h 13min) Teague revela a Steve Freeling que o cemitério havia se mudado dos 300 acres de Cuesta Verde de terreno "há seis anos". Desde então, Steve disse ao Dr. Lesh na reunião da universidade (por volta de 43 minutos) que Carol Anne tem cinco anos, isso implica que o nascimento de Carol Anne mudou o motivo da casa mal-assombrada, depois que ela foi a primeira a nascer no subúrbio como Steve revelou a Woman Buyer e seu marido (por volta de 30 minutos) que os Freelings foram a primeira família a se mudar para lá. Isso é confirmado em Poltergeist II: O Outro Lado (1986) quando (por volta de 59 minutos) Tangina revela a Diane que o nascimento de Carol Anne na casa da família Cuesta Verde causou um choque no espírito dos falecidos que estavam presos em um limbo entre a Terra e o além.

Muitos esqueletos e cadáveres aparecem na água. Isso, junto com caixões e mais cadáveres erguendo-se do solo, revela que todo o subúrbio de Cuesta Verde se ergue sobre o cemitério original. A construção da Cuesta Verde transformou o solo sagrado original em solo profano, fazendo com que os espíritos dos falecidos acordassem da morte e causassem todos os eventos paranormais que acontecem depois. É uma crença comum que os mortos e os vivos não podem compartilhar solo ou terreno, pois se o fizessem, isso faria com que os espíritos dos falecidos acordassem e perturbassem os vivos.

(por volta de 1h32min) Tangina afirma que a casa finalmente está limpa. Isso prova ser falso (por volta de 1h 54 min) quando os fantasmas tentam capturar Carol Anne mais uma vez e toda a casa é destruída por uma força sobrenatural que a suga para a vida após a morte. Isso pode ser causado pelo momento em que Steve Freeling (por volta de 1h 31 min), que não entende as ações de Tangina para libertar todos os fantasmas presos no limbo, puxou a corda muito cedo para resgatar Diane e Carol Anne.

(por volta de 54 minutos) Durante o encontro entre o Dr. Lesh com Marty e Ryan, Ryan teoriza sobre uma área de bilocação localizada na casa, como uma ponte entre dois mundos, com a saída localizada acima da sala de estar. É finalmente confirmado (por volta de 1h 25min) quando Tangina Barrons entra no quarto de Carol Anne e vê um túnel de luz branco, a entrada para outro mundo, no armário de Carol Anne. Uma área de bilocação é uma zona teórica fora do mundo material localizada entre duas dimensões onde as leis da física não se aplicam. Isso explicaria como (por volta de 1h25min) as duas bolas de tênis lançadas por Tangina no armário de Carol Anne (no andar superior) desaparecem e reaparecem, caindo sobre a sala (no andar inferior).

(por volta de 1h31min) Quando Diane resgata Carol Anne do limbo, uma luz branca pode ser vista brevemente atrás delas. Esta é a mesma luz branca mostrada no final de Poltergeist II: O Outro Lado (1986), quando (por volta de 1h 23min) a família Freeling entra para resgatar Carol Anne mais uma vez depois que o Reverendo Kane a sequestra.

 

Cartazes:



 

Filmografia Parcial:

Craig T. Nelson







Os Gritos de Blácula (1973); Justiça para Todos (1979); A Recruta Benjamin (1980); Loucos de Dar Nó (1980); Poltergeist: O Fenômeno (1982); Um Homem, uma Mulher e uma Criança (1983); O Casal Osterman (1983); Silkwood, Retrato de uma Coragem (1983); Os Gritos do Silêncio (1984); Poltergeist II: O Outro Lado (1986); Ação Total (1988); Uma Dupla Quase Perfeita (1989); Fantasmas do Passado (1996); Advogado do Diabo (1997); The District (seriado 2000 a 2004); Os Incríveis (2004 - voz/ pai) A Proposta (2009); A Grande Virada (2010); Parenthood: Uma História de Família (seriado 2010 a 2015); Os Incríveis 2 (2018 - voz/ pai); Do Jeito que Elas Querem (2018); 

JoBeth Williams







Cães de Guerra (1980); Poltergeist: O Fenômeno (1982); O Reencontro (1983); O Dia Seguinte (1983); Poltergeist II: O Outro Lado (1986); Regresso do Vietnã (1989); Switch: Trocaram meu Sexo (1991); Pare! Senão Mamãe Atira (1992); Quem Falará por Jonathan? (1992); Wyatt Earp (1994); A Próxima Colheita (1995); Senha Para A Morte (1997); No Extremo da Loucura (2002); Amor em Jogo (2005); Eu e as Mulheres (2007); O Grande Ano (2011); Morando com o Medo (2016); SGT. Will Gardner (2019)

Heather O'Rourke (1975–1988)







Poltergeist: O Fenômeno (1982); Massarati and the Brain (1982); Happy Days (seriado 1982 a 1983); Surviving (1985); Poltergeist II: O Outro Lado (1986); Around the Bend (1986); Poltergeist III: O Capítulo Final (1988)


Beatrice Straight (1914–2001)







Telefonema de um Estranho (1952); A História de um Egoísta (1956); Uma Cruz à Beira do Abismo (1959); Rede de Intrigas (1976); Assassino a Bordo (1977); O Segredo de uma Promessa (1979); Amor sem Fim (1981); Poltergeist: O Fenômeno (1982); Embalos a Dois (1983); Um Frio Corpo sem Alma (1985); Os Donos do Poder (1986); Terrorismo em Washington (1986); Run Till You Fall (1988); Tormenta de Paixões (1990); O Engano (1991);

Oliver Robins







Poltergeist: O Fenômeno (1982); Não Adormeça (1982); Apertem os Cintos, o Piloto Sumiu 2 (1982); Poltergeist II: O Outro Lado (1986) Man Overboard (2008); Celebrity Crush (2019); The Rideshare Killer (2021)

Richard Lawson







Os Gritos de Blácula (1973); A Vingança dos Mortos (1974); Operação Dragão Negro (1975); As Duas Vidas de Audrey Rose (1977); Amargo Regresso (1978); Maratona Final (1979); Meu Lutador Favorito (1979); The Golden Moment: An Olympic Love Story (1980; Poltergeist: O Fenômeno (1982); Ruas de Fogo (1984); Um Homem Destemido (1985); Dinastia (seriado 1986 -1987);  Operação Phantom (1989); All My Children (seriado 1922-1993); Mera Coincidência (1997); A Nova Paixão de Stella (1998); Justiça - Entre o Poder e a Lei (1999); Out of the Rain (2003); A Família da Noiva (2005); The Last Stand (2006); Massacre (2010); A Royal Family Holiday (2015); Royal Family Christmas (2015); Michael Jackson e Neverland (2017);  Always a Bridesmaid (2019); North Hollywood (2020);

Zelda Rubinstein (1933–2010)







Hotel das Confusões (1981);  Poltergeist: O Fenômeno (1982); Frances (1982); Poltergeist II: O Outro Lado (1986); Os Olhos da Cidade São Meus (1987); Poltergeist III: O Capítulo Final (1988); O Poder Mágico (1989); Justiceiro a Domicílio (1991); Uma Gata da Pesada (1992); Rosas Não Falam (1993); Escola de Mergulho (1994); Picket Fences (seriado 1992 a 1994);  Viajantes do Futuro (1995); Um Cupido Entre Nós (1995); A Maldição das Bruxas (1996); Sinbad: The Battle of the Dark Knights (1998); Wishcraft: Feitiço Macabro (2002); Southland Tales: O Fim do Mundo (2006); Por Trás da Máscara: O Surgimento de Leslie Vernon (2006)

James Karen (1923–2018)







Hercules in New York (1970);  Meu Pai, um Estranho (1970); Todos os Homens do Presidente (1976); Capricórnio Um (1977); F.I.S.T. (1978); O Instituto da Vingança (1979); Síndrome da China (1979); Nasce um Cantor (1980); Poltergeist: O Fenômeno (1982); Time Walker (1982); Frances (1982); A Volta dos Mortos Vivos (1985); O Fio da Suspeita (1985); Invasores de Marte (1986); Aventuras no Paraíso (1986); Wall Street: Poder e Cobiça (1987); A Volta dos Mortos Vivos 2 (1988); Como Agarrar um Magnata (1990); The Closer (1990); O Bebê Maldito (1991); A Vingança dos Nerds 4: Os Nerds Também Amam (1994); Congo (1995); Nixon (1995); Íntimo & Pessoal (1996); Missão: Resgate Impossível (1997); Duplo Engano (1997);  Cicatrizes do Passado (1997); Segredos de um Crime (1998); O Aprendiz (1998); Um Domingo Qualquer (1999); 13 Dias que Abalaram o Mundo (2000); Cidade dos Sonhos (2001); À Procura Da Felicidade (2006); João e o Pé de Feijão (2009); O Enviado (2010); Intocável: A História de Drew Peterson (2012); Cynthia (2018)


Fontes:

NY Times

The Guardian

Variety

L A Times

Jornal O Globo

Jornal do Brasil

1001 Filmes Para ser Visto Antes de Morrer

IMDB


domingo, 21 de fevereiro de 2021

NAS PROFUNDEZAS DAS BERMUDAS / THE BERMUDAS DEPHTS (1978) - ESTADOS UNIDOS

 

O CANTO DA SEREIA

Magnus (Leigh McCloskey) é um jovem que ficou órfão quando menino e, agora, após viajar por vários lugares, retorna às Bermudas determinado a descobrir a verdade por trás da morte de seu pai. Ele reencontra seu amigo Eric (Carl Weathers) que trabalha com o Dr. Paulus (Burl Ives)enquanto conclui seu mestrado em Biologia Marinha.  Paulus é um renomado teralogista que trabalhara em determinado momento com o pai de Magnus e pode esclarecer o que aconteceu na noite em que o laboratório foi destruído e o cientista foi dado como morto. Magnus, devido ao trauma de infância, passou por alguns institutos psiquiátricos e Eric acredita que possa ajudá-lo a ter uma nova vida, apesar de que sua esposa Doshan (Julie Woodson) acredita que o comportamento do jovem recém- chegado seja bem estranho.

Magnus encontra em uma praia uma enigmática e bela jovem que diz chamar-se Jennie Hanniver (Connie Sellecca) trazendo na lembrança de Magnus que esta fora sua amiga de infância, que lhe fizera um colar, e na qual ele escreveu “J+M” no casco de uma tartaruga, vendo , posteriormente Jennie desaparecer nas águas acompanhada do animal marinho. Quando o jovem comenta ter conhecido Jennie, Paulus acha engraçado, pois o nome “Jennie Hanniver” refere-se a uma figura de plástico, de uma pequena mulher-peixe, uma lenda do mar, que é vendida aos turistas que visitam as Bermudas.  Só que a empregada de Paulus, Delia (Ruth Attaway), antiga moradora do local, conhece uma história bem interessante sobre uma linda jovem, que no século XVIII, chamada Jennie Hanniver, se recusava a casar até que um dia foi “convencida” embarcando em um navio para visitar os pais de seu pretendente. Na viagem, uma estranha e terrível tempestade assolou a embarcação e enquanto os tripulantes davam por certo seu destino final, Jennie teria feito  uma prece a quem “vivia abaixo”, solicitando que sua vida fosse poupada. A jovem escutou uma voz e se atirou ao mar, transformando-se em sereia.  A lenda diz que Jennie foi presenteada com a vida eterna, permanecendo  jovem e bela, mas  amaldiçoada a viver nas águas eternamente, privada da felicidade.  Delia acredita que Magnus tenha realmente encontrado Jennie e lhe informa que sempre que isso ocorreu os homens terminaram mortos. Magnus passa a manter um romance com Jennie e resolve ajudar Eric e Paulus que procuram uma criatura marinha gigante, provavelmente pré-histórica , chamada de "cryptodira". O que eles não sabem é que Jennie é a guardiã do animal e impedirá qualquer tentativa de fazer mal a este.


Vez por outra tento trazer filmes raros que ficaram na obscuridade das exibições televisivas ou do cinema. Muitas dessas produções tiveram poucas exibições por aqui, mas ficaram na mente dos que as assistiram. Nas Profundezas das Bermudas é um destes exemplos. Exibido pela primeira vez pela “Tv Manchete” em 30 de outubro de 83 na “Sessão das Oito” é um telefilme produzido pela rede americana ABC cujo diretor Tsugunobu Kotani  (assinando com o nome de Tom Kotani ) teve outro filme exibido por aqui (na “Sessão da Tarde”) na Tv Globo: “O Último Dinossauro” (1977).  Por trás da produção tínhamos a Rankin / Bass Productions mais conhecida por produzir os desenhos dos “Thundercats” e “Silverhawks”, além de muitas produções esquecidas de Stop-Montion.  Neste caso Nas Profundezas das Bermudas tornou-se cult no exterior por ser um filme bem realizado e entrou naquele famoso gênero “qual era o nome daquele filme .... (aqui seria o da tartaruga gigante e da sereia de olhos brilhantes).  Apesar de ser um filme do final dos anos 70 nos EUA, só chegou por aqui em meados dos anos 80, mas quem era criança nesse período, tanto lá como cá, deve ter guardado na memória o filme ou mesmo achado que o imaginara ou que jamais saberia o seu nome novamente. Eis o principal motivo deste filme estar sendo analisado no Blog.

O tema sereias (metade mulher, metade peixe e , segundo outros, metade pássaro), cuja origem deriva-se da mitologia grega,  sempre trouxe muita curiosidade.  No livro “A Odisséia” de Homero, Ulisses (Odisseu) resiste à canção encantadora da Sereia. Em  Argonautas temos outra citação quando os viajantes da Argo vão em busca do Velocíneo de Ouro. No cinema, os mais antigos lembraram rapidamente de "Splash - Uma Sereia em Minha Vida" que trazia uma deslumbrante Daryl Hannah ao lado de Tom Hanks. O Tema trouxe outros filmes e até desenhos.  E nas Profundezas das Bermudas juntou alguns ingredientes muito interessantes. Vejamos:  “O Homem do Fundo do Mar” tinha estreado com sucesso um ano antes, trazendo o tema “ser vindo do mar” como uma novidade a ser explorada em outros moldes. O seriado Viagem Fantástica remetia a lenda do Triângulo das Bermudas onde uma equipe desaparece durante a tempestade indo parar em outras épocas e mundos.  O Fundo do Mar (The Deep)  trazia uma aventura de sucesso com o tema Triângulo das Bermudas. O livro “O Triângulo das Bermudas”, de Charles Berlitz, lançado em 1974, fora um sucesso e Jacques Cousteau estava na crista da onda.  Mas há também uma inspiração direta a "Moby Dick" quando comparamos Eric (Weathers)  ao capitão Ahab em sua obsessiva captura do monstro do mar. Mas essa (possível) “salada” criativa trouxe, ao contrário do usual, bons resultados.

O filme cria um romance bem consistente entre o casal Magnus e Jennie e o espectador até torce pela dupla que parece realmente apaixonados. Apesar de apresentar efeitos visuais hoje datados (como barco em miniatura e helicóptero de brinquedo em algumas cenas), se você viveu aquela época com certeza não se incomodará até porque foi uma produção para a TV, onde os orçamentos eram baixos e vários filmes foram concebidos desta forma. Tudo é muito nostálgico. Os envolvidos conseguiram criar uma áurea mística em torno da personagem, cuja presença traz uma sensação fantasmagórica  e um sentimento de tragédia para o filme.  A história do pacto de Jennie foi mostrada modo bem interessante e em alguns momentos do filme me senti vendo um daqueles belos episódios do seriado original "Além da Imaginação". Aliás o roteiro bem escrito, aliado a um bom diretor e elenco bem escalado fez toda diferença. Podemos citar a bela fotografia (inclusive aquática) e paisagens. Não há como deixar de citar a trilha sonora com a melodia Concerto in D Major RV. 93, II-Largo de Vivaldi e a bela canção interpretada por Claude Carmichael chamada "Jennie" no início e final do filme.

Quanto ao elenco, Connie Sellecca estreava aos 22 anos e foi a escolha perfeita para o filme. A atriz estava belíssima e pode ser ao lado de Hannah umas sereias mais bonitas (do cinema e Tv). No Brasil, Sellecca ficou famosa por participar do seriado "O Super Herói Americano" que passava no SBT nos anos 80.  Sua biografia é extensa e composta de telefilmes (como "Capitão América II")  e séries, muitos desses telefilmes que passavam nas noites de sábado da Tv Globo e outras produções saíam em VHS. Carl Weathers se imortalizou na série "Rocky" como "Apollo Creed", além de ser lembrado por "O Predador" e "Ação Total".  Weathers esteve muito bem nesse filme e seu personagem ganha dimensão conforme o filme avança. Burl Ives ganhou um Oscar por “Da Terra Nascem os Homens” (1958) e dá a credibilidade que o filme precisava.  Leigh McCloskey já possuía participação em algumas séries (como "Poderosa Isis") e telefilmes. Participou do seriado "Dallas' e 'General Hospital," assim como outras produções. Julie Woodson só fez dois filmes (este foi o último) e foi a Playmate da Playboy de Abril de 1973.  Ruth Attaway esteve em "Conrack" (1974) e "Muito Além do Jardim" (1979). Faleceu aos 77 anos em 1987.

Nas Profundezas das Bermudas é um filme que, feito nos dias atuais, seria transformado em um filme de monstro e o romance colocado em segundo plano em prol de uma ação ininterrupta. O charme dessa produção está no romance inocente dos personagens; na bela história de um amor impossível;  numa bela e sensual sereia presa a uma maldição;  uma tartaruga gigante, efeitos ultrapassados, e um homem em uma caçada obsessiva. Telefilme raro, nostálgico, indicado aos que não se importam de ver produções antigas e que buscam por um filme que ficou perdido em um cantinho da memória.

Curiosidades:

Foi lançado o DVD em 2009 nos Estados Unidos

Em 2017 foi informada que uma continuação seria produzida, o que não ocorreu até o momento

O filme tornou-se um clássico Cult

O co-roteirista / produtor Arthur Rankin Jr. (1924–2014) mudou-se para as Bermudas depois de fazer o filme, onde viveu  até o fim dos seus dias

Exibições do filme, todas pela Tv Manchete: 30 de outubro de 1983; 09 de dezembro de 1984 e 17 de março de 1985. 



Cartazes:





Jennie - Claude Carmichael


Concerto in D Major RV. 93, II-Largo - Vivaldi



Sellecca em "O Super-Heroi Americano"










Filmografia Parcial:

Leigh McCloskey


Adolescentes Fugitivos (1976);  Alexander: The Other Side of Dawn (1977); Nas Profundezas das Bermudas (1978); Doctors' Private Lives (1978); A Mansão do Inferno (1980); Corações e Armas (1983); Velvet (1984); Quase Igual aos Outros (1985); Hamburguer: O Filme (1986); Roupa Suja (1987); O Armário do Diabo (1988); Dupla Vingança (1988); Dallas  (seriado 1980 - 1988); Santa Barbara (seriado 1988 - 1990);  A um Passo do Inferno (1993); General Hospital (seriado 1992 - 1996); I Might Even Love You (1998); A Rosa Negra (2005)

Connie Sellecca







Nas Profundezas das Bermudas (1978);  Capitão América II (1979);  Modelos para Matar (1979);  Aeroporto Internacional (1985); O Super-Herói Americano (seriado 1981 a 1986);  A Grande Paixão (1987); Preparação de um Crime (1987); Hotel (seriado 1983 - 1988);  Fugindo do Destino (1989); Vôo 243: Pouso de Emergência (1990); Tormenta de Paixões (1990); Pacto do Silêncio (1991); Segredos e Mentiras (1992); Morte em Paris (1933); Vida Dupla (1994); Um Romance Perigoso (1994); A Inquilina (1995); Doomsday Rock (1997); Perigo Iminente (1999); Confusões no Natal (2001); Meu Novo Amigo (2009); All About Christmas Eve (2012)

Carl Weathers (1948-2024)







Magnum 44 (1973); Friday Foster (1975); Rocky: Um Lutador (1976); Contatos Imediatos do Terceiro Grau (1977); A Disputa dos Sexos (1977); Nas Profundezas das Bermudas (1978);  Comando 10 de Navarone (1978);  Rocky II: A Revanche (1979); Perseguição Mortal (1981); Rocky III: O Desafio Supremo (1982); Rocky IV (1985); O Predador (1987); Ação Total (1988);  Hurricane Smith: Tempestade em Ação (1992); Justiça das Ruas (1991 - 1993);  In the Heat of the Night (1993 - 1995);  Um Maluco no Golfe (1996); Guerreiros das Sombras II: A Montanha do Diabo (1999); O Perigo Alienígena (2005); Um Time de Malucos (2007); A Batalha Marítima (2012); O Mandaloriano (seriado 2019 - 2020)

Ruth Attaway (1910–1987)







O Destino me Persegue (1953); Os Jovens não Choram (1957); Terror in the City (1964); Conrack (1974); O Sequestro do Metrô (1974); Nas Profundezas das Bermudas (1978); Muito Além do Jardim (1979)

Burl Ives (1909–1995)







Furacão Negro (1946);  Vidas Amargas (1955); Da Terra Nascem os Homens (1958);  Os Grandes Deste Mundo (1956); Gata em Teto de Zinco Quente (1958);  Jornada Tétrica (1958); Quadrilha Maldita (1959); Labirinto de Paixões (1962); Um Gênio Entrou Lá em Casa (1964); O Barco do Desespero (1964); Aqueles Fantásticos Loucos Voadores (1967);  O Império dos Homens Maus (1970); Psicose Diabólica (1970); Nas Profundezas das Bermudas (1978);  As Novas Aventuras de Heidi (1978); Cão Branco (1982);  Vigaristas do Barulho (1986); Um Toque de Sedução (1988)


sexta-feira, 19 de fevereiro de 2021

MEDO PROFUNDO / PERDIDOS (2017) - PORTUGAL

PRODUÇÃO IRREGULAR

Ana (Dânia Neto) e Jaime (Diogo Amaral) estão casados há três anos e passando por uma crise conjugal. Jaime não deseja fazer o passeio de veleiro com os amigos de longa data da esposa que não se veem há muito tempo, ainda mais por Ana ter decidido levar na viagem o pequenino filho do casal. Para piorar o dono do barco, Daniel (Afonso Pimentel), foi namorado de Ana na juventude e mostra-se uma pessoa completamente sem noção que mesmo acompanhado de Margarida (Catarina Gouveia) parece ainda nutrir sentimentos por Ana. O que parecia ser um tranquilo passeio de final de semana revela-se uma prova de sobrevivência quando um evento banal deixa todos os adultos fora do barco, à deriva, sem conseguirem subir novamente.  A fadiga e desespero começam a tomar conta do sexteto e as tentativas de voltarem ao barco mostram-se sempre infrutíferas. Não há ninguém por perto para salvá-los e ainda há uma criança sozinha dentro do veleiro que necessitará de cuidados em algum momento. 

Parece que as ondas de remakes chegaram a Portugal. A pergunta que, na verdade, deveria ser feita é: por que refilmar uma produção alemã (Airdrift) lançada no mercado global com o título “Open Water 2: Adrift” (por aqui "Pânico em Alto Mar") que colheu análises pouco entusiasmadas de público e crítica especializada? 


Analisando apenas esta produção em questão podemos ter visões bem diferentes: se você nunca assistiu a produção alemã, que alegou que os eventos narrados eram baseados em fatos reais, mas há informações que se basearia em um pequeno conto japonês, pode considerar uma produção interessante, mas não necessariamente boa. Os aspectos positivos são a bela fotografia, a gravação ser realmente no mar frio e em condições inesperadas, ao contrário do filme alemão feito em uma "piscina" com água quente e tudo controlado, além do fato de estarmos assistindo a um filme de Portugal, muito pouco comum por aqui, talvez porque o cinema português seja carente de investimentos, além de que o filme cresce na parte final com o pânico dos personagens trazendo tensão ao espectador que até colhe um pouco de curiosidade a respeito da conclusão do filme. E o mais curioso é que o filme, exibido na plataforma da Amazon vem legendado, uma boa ideia, visto que apesar do idioma ser o mesmo o modo de falar do brasileiro difere do modo de falar do povo português e a legenda torna-se necessária quando os diálogos tornam-se mais acelerados.  

Mas os defeitos também são bem perceptíveis: o filme começa lento e sem gerar muito interesse. O título, "Perdidos", pode levar a pensar, que os protagonistas ficarão perdidos em alto mar com o navio avariado. E o segundo título, que a distribuidora apresentou no Brasil, “Medo Profundo” (título da plataforma Amazon), pode ser uma faca de dois gumes: o espectador procurando a interessante produção de (também) 2017 pode se sentir enganado, e quem assistiu a citada produção pode acreditar que já viu o filme e não dar atenção. Ou seja: a produção sai perdendo do mesmo modo.  Outro problema são os diálogos: pouco inspirados  o que não ajuda os bons atores em cena. Até o momento da cena em que saem do barco o espectador não se pega envolvido na trama, apenas acompanha o rolar dos acontecimentos. O diretor Sérgio Graciano tem um Emmy pela novela portuguesa Laços de Sangue (2010), além de ter experiências em curtas, documentários e séries, mas pouco conseguiu modificar por sobre um roteiro um tanto insosso. 

Quanto aos atores,  Dânia Neto e Diogo Amaral funcionam, como os demais, nas cenas fora do barco.  Dalila Carmo (Laura)  e Lourenço Ortigão (Vasco) tentam colher simpatia no romance entre seus personagens, mas o roteiro não ajudou a desenvolvê-los plenamente.  Afonso Pimentel faz um vilão que poderia ser melhor explorado e Catarina Gouveia tenta entregar uma personagem mais sensível, mas as  falas criadas para ela não ajudam muito. 

Rodado em apenas três semanas, "Medo Profundo" ou "Perdidos" almeja mostrar muito clima para pouca substância e o diretor parece ter prescindido de acrescentar elementos mais densos que o distanciasse da outra produção. Ainda que não seja um bom filme, não é de todo ruim, principalmente próximo ao fim, mas fazer um filme em cima de outro que não colheu boas críticas, mesmo que novos diálogos e ingredientes tenham sido adicionados, parece estranho. Como filme para TV, talvez até funcionasse.


Trailer:




Cartazes:




Música: Manto de Água - AGIR (feat. Ana Moura)