quarta-feira, 29 de dezembro de 2021

GRAN TORINO / GRAN TORINO (2008) - ESTADOS UNIDOS

A REDENÇÃO DE UM PERSONAGEM  CONTROVERSO

(o texto contém spoilers e interpretações do filme)

Walt Kowalski (Clint Eastwood) acaba de perder sua esposa e seu relacionamento com a família é péssimo. A casa ao lado agora é propriedade de uma família Hmong. E Walt é um racista e reacionário quer quer distancia dos asiáticos que beiram seu sagrado gramado. Thao (Bee Vang) e sua irmã Sue (Ahney Her), órfãos de pai, fazem parte dessa família que um grupo não fala inglês. O encontro de Walt e Thao mudará as vidas de ambos quando o jovem é obrigado, por uma gangue liderada por seu primo Sipder (Doua Moua), a roubar o Ford Gran Torino 1972 na garagem do idoso (carro que ele mesmo montou quando trabalhava em uma montadora). O plano dá errado e Thao é obrigado pela própria família a prestar serviços gratuitos para Walt durante uma semana. O convívio no início mostra-se complicado, mas Walt começa a ver algo naquele jovem e em sua irmã, mesmo que ainda que sinta ódio por imigrantes que, ao longo dos anos, “se instalaram” em seu bairro agora dominado por gangues que dirigem pelo local ameaçando livremente os moradores. Ao salvar Sue em um incidente, Walt vira uma espécie de herói involuntário para uma parte da comunidade Hmong, mas as coisas começam a piorar quando Thao e Sue são atacados. Walt percebe que a situação ficará cada vez mais incontrolável e que possivelmente o jovem acabará se vigando e destruindo a própria vida, e como diz Sue “as meninas Hmong vão para a faculdade e os meninos vão para a prisão”. Walt elabora um plano que poderá tirar em definitivo de circulação a gangue que atormenta a família de seu novo amigo. 

Clint Eastwood possui uma incrível trajetória até o momento: ator por 66 anos, diretor por 50; ganhou dois Oscars de direção, mais dois de melhor filme (ambos por "Os Imperdoáveis" e "A Menina de Ouro"), em um total de oito indicações, e aos 78 anos dirigia este filme a partir do roteiro de Nick Schenk (“A Mula” e “Cry Macho: O Caminho da Redenção”, dois outros futuros filmes de Eastwood) que colheu grandes elogios da crítica sob um personagem que se apresenta sob péssima imagem aos olhos do espectador, que consegue dizer “Saia do meu gramado” e soar tão ameaçador quanto “Faça meu dia” (“Make my day”) - a célebre frase de seu personagem “Dirty Harry”), mas que vai conquistando a simpatia ao longo da projeção. Eastwood fez um filme que parece menor, parece uma história simplista, que parece ser contada de forma apressada, mas que sob sua aparente superficialidade apresenta aspectos bem interessantes, assim como nos descortina um painel de uma parte do povo americano. Walt lutou na Guerra da Coreia (1950-1953), recebeu medalha de bravura, mas carrega no peito amargura e ódio. Para ele todos os asiáticos e seus descendentes são iguais. Mais o destino lhe mostrará, no fim de sua vida, de anos de uso de cigarros, que ele ainda pode aprender, que ele ainda pode rever seus conceitos e que ele ainda tem utilidade. 

Gran Torino é um filme cuja versão legendada é mais indicada ao público brasileiro, pois muito das gírias utilizadas por Walt tem significados racistas para com os asiáticos e nos explica que muitas delas surgiram através das guerras onde os soldados americanos criavam gírias para depreciar esses cidadãos. Vejamos: Walt chama os Hmong (vietnamitas do sul que ajudaram os americanos na Guerra de Vietnã e precisaram fugir do país, após os EUA abandonar o conflito) de “Gooks” (termo depreciativo para pessoas de ascendência asiática principalmente filipina, coreana ou vietnamita. O termo pode ter se originado entre os fuzileiros navais dos EUA durante a Guerra Filipino-Americana); “Chinks” (termo depreciativo para uma pessoa de nascimento ou ascendência chinesa); Walt chama a irmã de Thao de "Dragon Lady" (termo criado na década de 1930 pelo Ocidente para descrever as mulheres asiáticas que eram fortes, sensuais e dominadoras).

A política do insulto racial torna-se ainda mais complexa quando Walt leva Thao a uma visita ao seu barbeiro local, Martin (John Carroll Lynch). Quando Thao tenta reproduzir, a pedido de Walt, como os dois idosos “conversam” (através de “insultos amigáveis”), o barbeiro fica momentaneamente furioso.  A lição é clara. Tudo só engraçado entre aqueles dois brancos americanos, um asiático insultado um americano perde a graça instantaneamente. Thao fica confuso. Esse é um momento que pode soar como irreal para o espectador, mas a realidade é que o filme tenta mostrar que o mundo de Walt é irreal (do ponto de vista de outras pessoas) e é nele que ele determinou viver. Os seus pares que o aceitam e "jogam o seu jogo" viraram (seus poucos) amigos e, provavelmente, foi ele quem os escolheu. Não por acaso seus amigos são pessoas de sua própria idade e comportamentos.

Mas Walt conservou algo por baixo da armadura: um senso de justiça, de combater o mal (que o levou à guerra) e impedir que pessoas mais fracas sejam dominadas pela violência. E isso mostra a ambiguidade do personagem. Ele começa a conhecer melhor aquela família, a conhecer seus dois jovens vizinhos. Vê que o tímido Thao é mais esforçado que muitos de seu bairro e que Sue é uma jovem muito inteligente e extrovertida. Ambos merecem a chance de desenvolverem seus potenciais, mais um bairro dominado por gangues, inclusive a do primo de Thao, não querem que os dois jovens estudem e trabalhem, querem arrastá-los para o meio em que vivem utilizando de força extrema e cruel. Walt não aceita injustiça. Ele lutou por liberdade e agora a vê sendo sufocada ao lado de seu jardim. Ele terá que fazer algo. E Walt tem algo ao seu favor: é astuto, é inteligente e se descobre doente, com provável pouco tempo de vida. Não quer definhar em uma cama, quer morrer no “campo de batalha”. Eastwood fez um filme em que tudo é muito implícito, todas as ações de Walt merecem uma reflexão mais profunda, por isso o filme ganhou tamanho respeito: um roteiro cheio de sutilezas e uma direção que nos mostra um filme aparentemente simples, mas apenas aparente. 

Walt não acredita na absolvição católica pela confissão, na verdade não acredita em sua absolvição (ele mesmo diz que acompanhava a esposa na igreja apenas para agradá-la) e não se vangloria do que fez, muito em parte do que ele se tornou foi decorrente da guerra, e a guerra sempre é suja, horrenda e nada glamorosa como nos filmes. Walt sofre calado, sua esposa sabia disso. A dor se transformou em rancor e o rancor em ódio: ódio ao sistema; ódio às pessoas; ódio à falta de reconhecimento por combater pelo país; ódio por estar sem a esposa, a única pessoa que amou; repulsa à família que ele não soube como cuidar e agora esta não sabe como cuidar dele, desejando vender sua casa e colocá-lo em um asilo. Em determinado ponto descobrimos que Walt ganhou uma medalha por ter atirado em um jovem desarmado  (o filme “Agonia e Gloria” ilustra bem esse assunto), mas  destila "pecados menores" em sua confissão para que o jovem Padre Janovich (Christopher Carley), que julga nada saber sobre vida e morte, como ele descobriu na carne, "saia de seu pé", satisfazendo o desejo de sua falecida esposa de "desejar que se confessasse", liberando assim o padre da promessa feita a sua esposa.

Eastwood amplificou deliberadamente certas situações para criar incômodo na plateia (e conseguiu, inclusive com os asiáticos - ver curiosidades). É perceptível que pegou certas características de grupos de cidadãos radicais americanos (quem assistiu "A Baía do Ódio" talvez sinta-se familiarizado com o tema) e condensou em seu personagem para evitar espalhar a narrativa por diversos personagens / atores. Por isso Gran Torino é um daqueles filmes que não é apenas para ser visto, necessita que o espectador se acomode e se prepare para uma reflexão mais densa. É uma viagem de redenção do personagem e de ponderações para a plateia sobre tudo que se passa na tela. Houve e há muitos “Walt” no mundo, destroçados por guerras, com preconceito cegante, vindo em parte de memórias dessas amargas experiências; os “Walt” que se refugiam em seu próprio mundo; os “Walt” que rejeitam estrangeiros; os “Walt” que não conseguem se encaixar nesse mundo de constantes mudanças, os “Walt” em busca de uma salvação que não virá e os "Walt" que não veem nada demais em suas piadas racistas que atingem duramente outras pessoas.

O filme  quis mostrar que não devemos discriminar pessoas pelo fato de não falarem nosso idioma ou possuírem aspectos culturais diferentes. Pessoas comuns não criam guerras, são os líderes que as criam. E que por trás de determinadas pessoas de comportamento, “intragáveis”, como Walt, há seres humanos com muita dor, culpa e ressentimentos escondidos. E que não devemos nos acovardar diante das injustiças, devemos buscar meios de combater o mal onde quer ele surja, seja com amor ou com ações. É um filme para se pensar, como muitos dirigidos pelo cineasta

Trailer:


Curiosidades:

Orçado em $33.000.000 e arrecadado mundialmente em torno de $269.000.000

A cadela de Walt, Daisy, é o adorado retriever da família de Clint Eastwood na vida real.

O filho de Clint, Scott Eastwood, apareceu neste filme como Trey. Ele é creditado em seu nome de nascimento, Scott Reeves. Scott não foi realmente reconhecido publicamente até 2006 - daí o nome.

Os escritores Nick Schenk e Dave Johannson conheciam alguns dos Hmongs perto da siderúrgica onde trabalhavam. Eles escreveram o roteiro em pedaços de papel durante os intervalos para o almoço.

A "medalha legal" que as crianças encontram no porão de Walt é a Silver Star, dos EUA Terceiro maior prêmio militar por bravura em combate. Apesar de sua cor predominantemente dourada, ele recebe o nome de uma estrela prateada menor (baseada na pequena estrela de citação prateada da Primeira Guerra Mundial) situada dentro da grande estrela dourada.

Em termos de bilheteria, este é o filme de Clint Eastwood de maior sucesso de todos os tempos, ambos nos EUA. e o Reino Unido, mas não com inflação. Levando em conta a inflação, seus filmes de maior sucesso são Doido para Brigar ... Louco para Amar (1978) e Punhos de Aço: Um Lutador de Rua (1980).

O nome do personagem de Clint Eastwood, Walt Kowalski, é o nome real do lendário lutador Walter "Killer" Kowalski.

Convocações para testes de elenco para atores Hmong foram realizadas em comunidades Hmong em Detroit, Michigan, em Saint Paul, Minnesota, e em Fresno, Califórnia.

O personagem de Clint Eastwood é um veterano da Guerra da Coréia, que atuou em outros filmes como "O Destemido Senhor da Guerra" (1986) e "Poder Absoluto" (1997). Na vida real, a tendência do ator para abordar referências ambíguas à Guerra da Coréia é considerada audaciosa por aqueles que o conhecem, porque durante toda a sua passagem pelo Exército, ele foi salva-vidas na Post Swimming Pool em Fort Ord, Califórnia. Ele nunca pôs os pés na Coreia do Sul.

Walt diz um total de cinquenta e três insultos.

"Kowalski" é o sobrenome mais popular na Polônia. Significa "Smith" na forma de adjetivo, o usual para nomes poloneses. Kowalczyk, nome de Marilyn Monroe em Quanto Mais Quente Melhor (1959), significa "Smithson".

Um membro da gangue Hmong tem caracteres chineses tatuados na parte superior do peito. Eles se traduzem em "família".

Clint Eastwood (Walt) usa a mesma voz grave e grave que usou como Sargento de Artilharia Thomas Highway em O Destemido Senhor da Guerra (1986).

A cena em que Walt aponta um rifle para a gangue Hmong e diz "sai do meu gramado" pode ser uma homenagem a Doido para Brigar ... Louco para Amar (1978), em que Ma aponta um rifle para a gangue da Viúva Negra e diz "saia da minha varanda."

Estreia no cinema de Doua Moua (Spider). O mesmo sobre Ahney Her.

Em fevereiro de 2021, o ator Bee Vang publicou um artigo na coluna "Think" da NBC News, criticando o filme por apresentar muitas calúnias anti-asiáticas. Ele escreveu: "Na época, havia muita discussão sobre se os insultos do filme eram insensíveis e gratuitas ou simplesmente insultos inofensivas. Achei enervante o riso que os insultos provocavam em cinemas com público predominantemente branco. E foi sempre brancos que diziam: 'Você não aguenta uma piada?' ”Dois anos após a estreia do filme, Vang começou a colaborar com ativistas e cineastas em projetos multimídia que promoviam a justiça social. Ele também realizou eventos de falar em público em todo o país, criticando a forma como a comunidade Hmong é retratada no filme.

Muitos fãs de Clint Eastwood veem paralelos entre esse filme e Os Imperdoáveis ​​(1992) de Eastwood. Ambos os filmes começam com a morte de sua esposa, e ele interpreta um personagem antiquado que tem problemas para se adaptar a um mundo em rápida modernização. Os Imperdoáveis (1992) é amplamente considerado como o adeus de Eastwood a seus muitos papéis no oeste, como sua persona "O Estranho Sem Nome" da trilogia Por Um Punhado de Dolares, já filme é considerado por muitos como Eastwood se despedindo da marca registrada do personagem da lei que interpretou em diversos filmes como Rota Suicida (1977) e a franquia Perseguidor Implacável (1971).


Trilha Sonora:

Gran Torino -  Jamie Cullum feat. Clint Eastwood

Gran Torino - Jamie Cullum and Don Runner

Psalm XVIII -  E. Power Biggs

Esto Es Guerra -  Convoy Obanito

We Don't F* Around -  Budd-O, L.B. & Buddah

The Bartender - Renzo Mantovani and Doug Webb

Maybe So - Renzo Mantovani and Doug Webb

Appreciation- L.P., Buddah, Cuzz, and L.B.

Hmoob Tuag Nthi -  Rare

All My Hmong Mutha F*kaz - Buddah


Gran Torino - Jamie Cullum & Clint Eastwood




Filmografia Parcial:

Clint Eastwood






Por Um Punhado de Dólares (1964); Por uns Dólares a Mais (1965); Meu Nome É Coogan (1968); O Desafio das Águias (1968); O Estranho Que Nós Amamos (1971); Perversa Paixão (1971); Perseguidor Implacável (1971); O Estranho Sem Nome (1973); Magnum 44 (1974); Escalado para Morrer (1975); Josey Wales - O Fora da Lei (1976); Sem Medo da Morte (1976); Rota Suicida (1977); Doido para Brigar... Louco para Amar (1978); Alcatraz - Fuga Impossível (1979); Bronco Billy (1980); Punhos de Aço - Um Lutador de Rua (1980); Firefox: Raposa de Fogo (1982); Impacto Fulminante (1983); Um Agente na Corda Bamba (1984); O Cavaleiro Solitário (1985); Dirty Harry na Lista Negra (1988); Os Imperdoáveis (1992); Na Linha de Fogo (1993); Um Mundo Perfeito (1993); As Pontes de Madison (1995); Menina de Ouro (2004); Gran Torino (2008); Curvas da Vida (2012), A Mula (2018); Cry Macho (2021)


Bee Vang







Gran Torino (2008);  Comisery (2020); Voice of Shadows (2022)


Ahney Her







Gran Torino (2008);  Night Club (2011);  Batman vs Superman: A Origem da Justiça (2016)


John Carroll Lynch







Dois Velhos Rabugentos (1993); A Cura (1995); Fargo: Uma Comédia De Erros (1996); Estranha Obsessão (1996); Paixão Bandida (1996); Volcano: A Fúria (1997); A Outra Face (1997); Código Para o Inferno (1998); Amor Maior que a Vida (2000); 60 Segundos (2000); Confidence - O Golpe Perfeito (2003); Na Companhia do Medo (2003); Zodíaco (2007); Coisas que Perdemos pelo Caminho (2007); Gran Torino (2008); Juventude em Fúria (2010); Ilha do Medo (2010); Amor a Toda Prova (2011); Marcados Pela Guerra (2014); Ted 2 (2015); Milagres do Paraíso (2016); Fome de Poder (2016)


Christopher Carley







Hora de Voltar (2004); Homecoming (2005); Leões e Cordeiros (2007); Gran Torino (2008); Uma Secretária de Morte (2010)


Brian Haley






Além da Eternidade (1989); Ninguém Segura este Bebê  (1994); Marte Ataca! (1996); O 13º Aniversário (1999); Pearl Harbor (2001); Os Infiltrados (2006); Gran Torino (2008); O Sequestro do Metrô 123 (2009); Os Agentes do Destino (2011); A Grande Escolha (2014); Courting Des Moines (2016)


Geraldine Hughes







Duplex (2003);  Rocky Balboa (2006); Gran Torino (2008); O Encontro (2014); O Livro de Henry (2017); Nine Days (2020) ;Your Honor  (seriado 2020-2021)


Dreama Walker







Sex and the City: O Filme (2008); Gran Torino (2008); Gossip Girl: A Garota do Blog (seriado 2008 -2009); O Primeiro Mentiroso (2009);  Obediência (2012); Apartment 23  (seriado 2012-2013); O Ceifador Adormecido (2014); Paperback (2015);  Era Uma Vez Em... Hollywood (2019); Pooling to Paradise (2021)



Fontes:

The NY Times

The Guardian

Rolling Stone

IMDB


segunda-feira, 27 de dezembro de 2021

FILADELFIA / PHILADELPHIA (1993) - ESTADOS UNIDOS

ESPETÁCULO ACIMA DA MÉDIA, MAS CONTIDO EM SUA PROPOSTA

Andrew Beckett (Tom Hanks) é um brilhante advogado corporativo, em ascensão, trabalhando em um grande e tradicional escritório de advocacia da Filadélfia chamado “Wyatt, Wheeler, Hellerman, Tetlow e Brown” recebendo a notícia que será o mais novo sócio sênior da empresa, sendo designado para um caso extremamente importante. Durante a reunião, exibe uma lesão na testa que informa ter sido resultante de uma partida de tênis, mas um dos sócios mostra-se desconfiado. Dias depois um arquivo chave do caso, para qual Beckett fora designado, misteriosamente não está arquivado onde deveria podendo acarretar na perda da ação, mas nos últimos momentos o arquivo é encontrado. Beckett, ainda sem saber como tudo ocorrera, é retirado do caso e informado que não tem mais futuro na empresa, recebendo a notícia que fora displicente com o caso. Só que Beckett tem fortes suspeitas de que o real motivo de sua demissão fora a descoberta de sua doença pelos sócios seniores.

Joe Miller (Denzel Washignton) é um advogado afrodescendente especializado em danos pessoais e que possui um pequeno escritório sendo conhecido como “o homem da Tv”, pois usa a propaganda deste meio para conseguir clientes, além entregar seus cartões a todos que encontra. Para sua surpresa, quem atravessa a porta de seu escritório é Beckett  tentando um advogado que possa aceitar a sua causa, “demissão injustificada”, e levá-la adiante. Só que Miller descobre que outros noves escritórios recusaram, em parte por terem que confrontarem um escritório poderoso e em parte por acharem que é uma causa perdida mesmo antes de protocolarem uma ação. Miller também recusa, mas Beckett conhece um precedente e deseja levar a causa adiante. Miller é um homem homofóbico, com medos e preconceitos,  que não se sente a vontade em defender essa causa, mas um encontro casual com Beckett muda sua percepção e a dupla resolve levar para os tribunais uma ação que mostre que a demissão de Beckett foi motivada por discriminação.

Primeiro filme sobre a AIDS a ser tratado por um grande estúdio (Tri Star). Pela primeira vez Hollywood faria um filme não preconceituoso tratando a Aids com seriedade que o assunto merecia. Para muitos na indústria o filme era dado como fracasso certo e o pior grande investimento (26 milhões) que Hollywood fizera desde o fiasco ”O Ultimo Grande Herói" de Schwarzenegger, mas em sete semanas pagou seu investimento (o filme arrecadou, mundialmente, dez vezes seu orçamento).  Philadelphia estreou cercado de críticas e elogios. O filme recebeu esse título, podemos considerar de forma irônica, pois a cidade é considerada o símbolo da luta dos direitos civis (ali foi escrita a constituição) e “A Cidade do Amor Fraternal”.  E o começo do filme nada mais é do que bairros sendo mostrados ao som da tristemente bela, porém seca e cortante, canção “Streets of Philadelphia” de Bruce Springsteen, cuja uma das passagens diz: “... Eu estava machucado e surrado e eu não poderia dizer o que sentia / Estava irreconhecível para mim mesmo/ Vi meu reflexo numa janela, não conhecia meu próprio rosto / Oh, irmão, você vai me deixar definhando / Nas ruas de Filadélfia ...”. A música concorreu e ao Oscar e ganhou. Outra música do filme que também concorreu ao Oscar foi a do artista Neil Young - "Philadelphia" que surge no encerramento do filme. 

Trazer o filme para as telas não foi uma tarefa fácil: somente após 13 anos da descoberta do vírus Hollywood voltou-se para o assunto. O tema era delicado e o risco financeiro era grande. E a mola mestra dos estúdios é o retorno financeiro. Conseguir que Hollywood destinasse um bom orçamento, contratasse grandes astros para falar de Aids não era algo fácil, tanto que o diretor comentou que estava atrás não de um astro, mas de um grande ator terminando por reunir um ótimo elenco encabeçado por Hanks e Washington. O filme precisava alcançar o grande publico (mas sem desagradar ninguém) em uma tentativa honesta de poder ajudar a ampliar a compreensão da doença mostrando o personagem de Hanks como um ser humano digno de afeto e respeito, sem explorar seu tema de maneira piegas. E isso teve o seu preço.

O filme foi acusado de ser ambíguo em suas atitudes e, apesar de ser inteligente, muito bem elaborado em seus detalhes políticos e melodramáticos, encontrando uma maneira astuta de lidar com o desconforto do público com o assunto da AIDS e evitando não ser um retrato da vida privada de Andrew, não deixou de ser acusado de ser uma produção preocupada com o politicamente correto (a história estava longe de ser implausível – ver curiosidades), de ter sido concebido para um público heterossexual, concentrando-se no aspecto jurídico da AIDS, dando ênfase para o lado legal da discriminação e não abordando a doença em si; muitos acharam o apoio incondicional da família soando como inverossímil, assim como namorado de Beckett (Antonio Banderas) que não se chateia com a traição... muitos acharam que o diretor Jonathan Demme (“O Silêncio dos Inocentes”) sequer aranhou os dilemas dos soropositivos. Ou seja: Hollywood entregou uma visão light da história, sem profundidade daqueles que eram abandonados e não recebiam tratamento adequado. 

Mas o que está em discussão no filme? é a AIDS ? sim e não . Muito da história se sustenta sobre conceitos de igualdade de oportunidades, justiça e democracia. O filme navega mais no tema sobre a injustiça social do que a morte, sobre a urgência de solidariedade e compaixão. E foi Filadélfia que tirou a doença do rol dos temas-tabus de Hollywood. E os anos 90 não eram tão receptivos ao tema. O roteirista Ron Nyswaner  e o diretor Demme tiveram que apresentar um produto que fosse financiando pelos estúdios e, para isso, foi necessário driblar / fazer concessões em certos aspectos para levar a obra às telas. Filadélfia nunca teve a pretensão de ser um marco definitivo no assunto, mas dar o pontapé inicial e abrir caminho para outras obras mostrando que o assunto poderia chegar ao grande público.

Quanto ao elenco, Tom Hanks havia recebido uma indicação ao Oscar por "Big, Quero ser Grande" e o ator ao descobrir que Jonathan Demme procurava um ator para o filme pediu que seu agente conseguisse o papel. O filme foi um marco para o ator que ganhou o Oscar e novamente no ano seguinte com "Forrest Gump". Hanks perdeu 15 quilos para o papel, raspou a cabeça e sua dedicação ao personagem é perceptível no filme. Seu grande momento acontece quando seu personagem descortina seu mundo para Miller ao interpretar “La Mamma Morta” na voz de Maria Callas. Denzel Washington já havia ganhado o Oscar por “Tempo de Gloria” e colhia duas outras indicações. Não foi indicado neste filme, mas é através de seus olhos que Demme aposta na identificação do público com as atitudes de Miller para, depois, segui-lo em suas revelações.  Joanne Woodward (esposa de Paul Newman), possui um papel pequeno, mas fornece dois dos momentos mais poderosos do filme. Antonio Banderas era lembrado por filmes de Almodóvar e por Os Reis do Mambo. O filme alavancou ainda mais sua carreira. Jason Robards como mentor de Andrew e chefe do poderoso escritório tem um personagem autoritário, preconceituoso e debochado. Robards já havia ganhado dois Oscars: "Todos os Homens do Presidente" (1976) e "Julia" (1977), além de uma indicação em “Melvin e Howard” (1980), de Jonathan Demme. Mary Steenburgen com a advogada que defende os interesses do escritório ganhou o Oscar por “Melvin e Howard” (1980). Temos também as participações de Chandra Wilson (Grey's Anatomy) e Tracey Walter (o bibliotecário). O ator Daniel Chapman faleceria (em 1994) em decorrência da Aids, assim como Ron Vawter (o único personagem do escritório ao ficar ao lado de Beckett) e Michael Callen (como um dos cantores da festa). Segundo noticiado na mídia, Demme contratou 50 soropositivos para trabalhar no filme, muitos através da “Action AIDS Philadelphia”, uma agência de serviços sociais. 40 vieram a falecer ao longo dos anos.

Vencedor de quatros Oscars (Melhor Ator, Canção, Roteiro Original e Maquiagem), Filadélfia revela-se ainda hoje um grande filme: tem ótimos atores, uma direção segura, sequências de grande impacto emotivo e boa trilha sonora. Um filme cujo intento foi abrir discussões e não encerrá-las.  Não levou o Oscar de Melhor filme, seus concorrentes eram fortíssimos: “A Lista de Schindler” (o vencedor); “Em Nome do Pai”; “O Fugitivo”, “O Piano” e “Vestígios do Dia”. Talvez o seu maior defeito para uns também seja sua maior qualidade para outros: direcionar o filme para o grande público em geral.  A pergunta que se faz é se o filme mudou sociedade. Não, mas na época tocou na ferida mostrando outra visão de um assunto que gerava (e ainda gera) medo, preconceito e ignorância. 

Trailer:




Curiosidades:

O diretor Jonathan Demme queria que pessoas não familiarizadas com a AIDS vissem seu filme. Ele sentiu que Bruce Springsteen traria um público que normalmente não veria um filme sobre um homem gay morrendo de AIDS. O filme e a música "The Streets of Philadelphia" contribuíram muito para aumentar a conscientização sobre a AIDS e eliminar um pouco do estigma da doença.

De acordo com um perfil da Entertainment Weekly de 1994 de Ron Vawter por Stephen Schaefer, Jonathan Demme teve que convencer a TriStar Pictures a contratar Vawter para interpretar Bob Seidman. A TriStar queria que Demme contratasse outra pessoa porque Vawter era HIV positivo e a seguradora que cobria o filme se recusou a estender a cobertura a ele. Demme conseguiu convencer a TriStar a permitir a contratação de Vawter de qualquer maneira, tanto porque Vawter era o ator que Demme queria, quanto porque se recusar a contratar um ator por causa de seu status soropositivo teria sido particularmente irônico no contexto de um filme que é com base na injustiça de um advogado ser despedido por ser seropositivo.

O momento em que a personagem de Mary Steenburgen diz que odeia o caso foi improvisado no momento, quando a atriz expressou seu ódio por seu papel depois de filmar a cena do espelho e Jonathan Demme a encorajou a incorporá-lo ao papel, para que a mulher parecesse mais humano.

Baseado em parte no processo por discriminação contra AIDS por Geoffrey Bowers, um jovem advogado que trabalhava para um proeminente escritório de advocacia multinacional. Em 4 de dezembro de 1986 foi demitido pelo voto dos diretores e deixou a empresa no dia seguinte. Os diretores decidiram originalmente demiti-lo em julho daquele ano, evitando a política da empresa ao não entrevistar seus supervisores, pedir uma lista de seus clientes ou verificar suas horas faturáveis. Seus supervisores protestaram, o que atrasou sua demissão, mas os sócios votaram novamente naquele mês de outubro, doze votos a três. A votação inicial em julho para demiti-lo ocorreu dois meses depois que Bowers recebeu boas notas em uma avaliação de desempenho de rotina. A votação de demissão ocorreu um mês após a avaliação positiva e um mês antes de demitir Bowers. Tal como acontece com o personagem Andrew Beckett de Hanks, Bowers também sofria de lesões visíveis causadas pelo sarcoma de Kaposi. O caso demorou seis anos ao todo.

Originalmente, Jonathan Demme iria escalar um ator cômico para o papel de Joe Miller, pois ele sentiu que seria um bom contrapeso para Tom Hanks, que já havia sido escalado e para dar ao público o "está tudo bem" para assistir a um filme sobre um homem gay morrendo de AIDS. Demme havia considerado escalar Bill Murray ou Robin Williams. Mas quando Denzel Washington mostrou interesse no papel, ele deu o papel a ele, porque Demme queria trabalhar com Washington nos últimos anos.

Na festa à fantasia, Andrew e Miguel estão vestidos nos EUA. uniformes militares. Isso é uma referência ao fato de que quando o filme foi filmado, havia uma proibição total de gays e lésbicas servindo nos EUA. Forças Armadas, mas Bill Clinton havia feito uma promessa de campanha de dispensar essa proibição. Em vez disso, em dezembro de 1993, Clinton aprovou uma legislação de compromisso (popularmente conhecida como "Não pergunte, não diga") que permitia que gays e lésbicas servissem, desde que não contassem a ninguém sua orientação sexual. Essa política permaneceu em vigor até setembro de 2011.

Jonathan Demme decidiu gravar a cena da ópera ao vivo para que Hanks pudesse ter um melhor desempenho com a música tocando. Isso provou ser extremamente complicado na suíte de edição (a música geralmente é adicionada na pós-produção).

Várias cenas que retratam uma relação mais íntima entre Andrew e Miguel foram cortadas pelo estúdio.

Quando Andy Beckett deixa o escritório de Joe Miller pela primeira vez, ele fica na rua em frente a uma janela com as palavras parcialmente visíveis "Macready & Shilts" escritas nela. Esta é uma referência ao jornalista Randy Shilts, que escreveu a aclamada história da AIDS "And the Band Played On" e que morreu de AIDS um ano após o lançamento do filme.

No filme, o personagem de Denzel Washington diz que ora para que o Philadelphia Phillies ganhe a flâmula. Os Phillies fizeram exatamente isso três meses antes do lançamento do filme.

O roteirista Paul Rudnick creditou a este filme, e particularmente ao discurso de aceitação do Oscar de Tom Hanks, que serviu de inspiração para sua comédia "Será Que Ele É?". (1997). No discurso de Hanks, ele atribuiu ao professor do ensino médio a inspiração de sua atuação. Um ponto importante da trama no filme de Rudnick é quando um ator vencedor do Oscar acidentalmente ultrapassa seu ex-professor em seu discurso de aceitação.

Jonathan Demme afirmou que foi movido a dirigir o filme depois que um amigo seu, o ilustrador Juan Suárez Botas, foi diagnosticado com AIDS.

Este filme conta com os dois últimos atores a ganhar o Oscar em dois anos consecutivos. Jason Robards foi eleito Melhor Ator Coadjuvante em 1976 e 1977 por Todos os Homens do Presidente (1976) e Júlia (1977), enquanto Tom Hanks ganhou o de Melhor Ator por Forrest Gump (1994), um ano após vencer por sua atuação neste filme.

Daniel Day-Lewis, Michael Keaton, William Baldwin, Tim Robbins, Mel Gibson e Andy Garcia foram considerados para o papel de Andrew Beckett. Jonathan Demme inicialmente queria que Daniel Day-Lewis interpretasse Andrew Beckett. Ele recusou em favor de "Em Nome do Pai" (1993).

Michael Keaton foi a segunda escolha para interpretar Andrew Beckett. Ele recusou o papel e fez Minha Vida (1993). Tim Robbins também recusou.

O filme quase se perdeu no esquecimento quando a Orion Studios entrou com o pedido de concordata, Capítulo 11, em dezembro de 1991. O produtor Edward Saxon teve que comparecer a um tribunal de falências para convencê-los de que os direitos do filme não deveriam ser perdidos como um ativo nas consequências da falência do estúdio.

A jornada do filme do roteiro à tela foi extraordinariamente difícil. O roteiro passou por mais de 25 revisões importantes, os direitos do filme foram envolvidos em processos de falência e o assunto gerou alguns protestos importantes.

Incluído entre os "1001 filmes que você deve ver antes de morrer", editado por Steven Schneider.

Incluído na lista de 1998 do American Film Institute dos 400 filmes indicados para os 100 maiores filmes americanos.

Uma das músicas da trilha sonora "It's In Your Eyes" é interpretada pela esposa do protagonista Denzel Washington, Pauletta Washington

o famoso diretor  Roger Corman faz uma aparição como o Sr. Laird, que apresenta seus pontos de vista em tribunal a Joe Miller (Denzel Washington), sobre como Andrew Beckett (Tom Hanks) desempenhou suas funções no escritório de advocacia. Corman também foi mentor do diretor Jonathan Demme







Estreia nos cinemas da atriz  Chandra Wilson.

Na cena da festa, a banda toca a música "Heaven" do Talking Heads. O diretor da Filadélfia, Jonathan Demme, também dirigiu o filme do show dos Talking Heads, Stop Making Sense, de 1984, onde Heaven foi a segunda música tocada.


Cartazes:












Tom Hanks em Naufrago (2000)








Denzel Washington em Um Ato de Coragem (2002)








Antonio Banderas em O 13º Guerreiro








Jason Robards em The Day After - O Dia Seguinte (1983)








Mary Steenburgen em Energia Pura (1995)









Tracey Walter em Conan - O Destruidor (1985)


Chandra Wilson no seriado  Grey's Anatomy








Ron Vawter em O Silêncio dos Inocentes (1991)








Daniel Chapman em A Ambulância (1990)








Trilha Sonora Parcial:

Streets of Philadelphia - Bruce Springsteen


Philadelphia - Neil Young 


I Don't Wanna Talk About It - Indigo Girls


Sade - Please Send Me Someone To Love



It's In Your Eyes - Pauletta Washington



La Mamma Morta - Maria Callas (Legendado)





Filmografia Parcial:

Tom Hanks







Trilha de Corpos (1980); Splash: Uma Sereia em Minha Vida (1984); A Última Festa de Solteiro (1984);  O Homem do Sapato Vermelho (1985); Voluntários da Fuzarca (1985);Um Dia a Casa Cai (1986); Dragnet - Desafiando o Perigo (1987); Quero Ser Grande (1988); Palco de Ilusões (1988); Meus Vizinhos São um Terror (1989); Joe Contra o Vulcão (1990); A Fogueira das Vaidades (1990); Uma Equipe Muito Especial (1992); Sintonia de Amor (1993); Filadélfia (1993); Forrest Gump: O Contador de Histórias (1994); Apollo 13 - Do Desastre ao Triunfo (1995); The Wonders: O Sonho Não Acabou (1996); O Resgate do Soldado Ryan (1998); Mens@gem Pra Você (1998); À Espera de um Milagre (1999); Náufrago (2000); Estrada Para Perdição (2002); Prenda-me Se For Capaz (2002); O Terminal (2004); O Código Da Vinci (2006); Anjos e Demônios (2009); Capitão Phillips (2013); Walt nos Bastidores de Mary Poppins (2013); Ponte dos Espiões (2015); Sully: O Herói do Rio Hudson (2016); Inferno (2016); O Círculo (2017); Um Lindo Dia na Vizinhança (2019); Greyhound: Na Mira do Inimigo (2020); Fita de Cinema Seguinte de Borat (2020); Relatos do Mundo (2020); Finch (2021); Pinocchio (2022); Asteroid City (2022); O Pior Vizinho do Mundo (2022)


Denzel Washington







A História de um Soldado (1984);  Um Grito de Liberdade (1987); Tempo de Glória (1989); Sem Limite para Vingar (1991); Malcolm X (1992); Filadélfia (1993); O Dossiê Pelicano (1993); Maré Vermelha (1995); Assassino Virtual (1995); O Diabo Veste Azul (1995); Coragem sob Fogo (1996);Possuídos (1998); Nova York Sitiada (1998); O Colecionador de Ossos (1999); Hurricane, o Furacão (1999); Duelo de Titãs (2000); Dia de Treinamento (2001); Um Ato de Coragem (2002); Por um Triz (2003); Chamas da Vingança (2004); Sob o Domínio do Mal (2004); O Plano Perfeito (2006); Déjà Vu (2006); O Gângster (2007);  O Grande Debate (2007); O Sequestro do Metrô 123 (2009); O Livro de Eli (2010); Protegendo o Inimigo (2012); O Voo (2012); O Protetor (2014); Sete Homens e um Destino (2016); Um Limite Entre Nós (2016); O Protetor 2 (2018)


Antonio Banderas







Labirinto de Paixões (1982); Matador (1986); A Lei do Desejo (1987); Mulheres à Beira de um Ataque de Nervos (1988); Baton Rouge (1988); A Paloma Branca  (1989); Ata-me (1989); Os Reis do Mambo (1992); A Casa dos Espíritos (1993); Filadélfia (1993); Entrevista Com o Vampiro (1994); A Balada do Pistoleiro (1995); Assassinos (1995); Nunca Fale com Estranhos (1995); Quero Dizer que Te Amo (1996); Evita (1996); A Máscara do Zorro (1998); O 13º Guerreiro (1999); Prenda-me se Puder! (1999); Pequenos Espiões (2001); Femme Fatale (2002); Pequenos Espiões 2: A Ilha dos Sonhos Perdidos (2002); Frida (2002); Pequenos Espiões 3-D: Game Over (2003); Era Uma Vez no México (2003); A Lenda do Zorro (2005); Vem Dançar (2006); Cidade do Silêncio (2006); O Amante (2008); Jogo Entre Ladrões (2009); A Pele que Habito (2011); O Príncipe do Deserto (2011); Machete Mata (2013); Os Mercenários 3 (2014); Agente do Futuro (2014);  Os 33 (2015); Altamira (2016); Stoic (2017), Borboleta Negra (2017)


Jason Robards










Crepúsculo Vermelho (1959); O Amor Tudo Vence (1961); Suave é a Noite (1962); Longa Jornada Noite Adentro (1962);  A Hora da Pistola (1967); Quando o Strip-Tease Começou (1968); Era uma Vez no Oeste (1968); A Morte Não Manda Recado (1970); Júlio César (1970); Tora! Tora! Tora! (1970); Johnny Vai à Guerra (1971); Pat Garrett e Billy the Kid (1973); O Menino e seu Cachorro (1975); Todos os Homens do Presidente 1976); Furacão (1979); Cabo Blanco (1980); O Resgate do Titanic (1980); Melvin e Howard (1980); A Lenda do Cavaleiro Solitário (1981); A Volta de Max Dugan (1983); The Day After: O Dia Seguinte (1983); O Mercador de Almas  (1985); O Preço da Paixão (1988); O Tiro que não Saiu pela Culatra (1989); Não Tenho Troco (1990); Mark Twain e Eu  (1991); As Aventuras de Huck Finn (1993); Filadélfia (1993); O Jornal (1994); Maré Vermelha (1995); Inimigo do Estado (1998); Magnólia (1999)

Mary Steenburgen







Um Século em 43 Minutos (1979); Na Época do Ragtime (1981); Sonhos Eróticos de uma Noite de Verão (1982); Morte no Inverno (1987); Baleias de Agosto (1987); Fibra de Heróis (1987); De Volta para o Futuro Parte III (1990); Filadélfia (1993); Ensina-me a Viver (1995); Energia Pura (1995); Nixon (1995); Tempo de Recomeçar (2001); Falando com os Mortos (2002); Elvis & Anabelle: O Despertar de um Amor (2007); Valente (2007); Quase Irmãos (2008); A Proposta (2009); Última Viagem a Vegas (2013); 7 Dias no Inferno (2015); O Último Cara da Terra (seriado 2015 a 2018).


Tracey Walter







Noivo Neurótico, Noiva Nervosa (1977); Vivendo na Corda Bamba (1978); Com a Corda no Pescoço (1978); Hardcore: No Submundo do Sexo (1979); Matar ouMorrer 2 ; O Retorno de Will Kane (1980); Octagon: Escola para Assassinos (1980); A Mão (1981); O Cavaleiro do Tempo (1982); O Selvagem da Motocicleta (1983); Repo Man: A Onda Punk (1984); Conan, o Destruidor (1984); Caminhos Violentos (1986); Totalmente Selvagem (1986); Malone, o Justiceiro (1987); Fuga à Meia-Noite (1988); De Caso com a Máfia (1988); Batman (1989); Jovem Demais para Morrer (1990); A Chave do Enigma (1990); O Silêncio dos Inocentes (1991); Amigos, Sempre Amigos (1991); Cyborg 2 (1993); Filadélfia (1993); Matilda (1996); Celebração dos Anjos: A História de Dorothy Day (1996); Drive: Tensão Máxima (1997); Medidas Desesperadas (1998); Poderoso Joe (1998); Erin Brockovich: Uma Mulher de Talento (2000); Confissões de um Sedutor (2001); Duplex (2003); Sob o Domínio do Mal (2004); A Vida e a Morte de Bobby Z (2007); Doce Vingança (2010); Jogo Sujo (2014); 31 (2016); Wakefield (2016)


Chandra Wilson







Filadélfia (1993); Lone Star - A Estrela Solitária (1996); Um Pobretão na Casa Branca (2003); Frankie & Alice (2010); Voltando para Casa (2018); Anatomia de Grey (2005-2022)


Ron Vawter (1948–1994)


Minus Zero (1979); Strong Medicine (1981); Sexo, Mentiras e Videotape (1989); Twister (1989); O Início do Fim (1989); Justiça Cega (1990); O Silêncio dos Inocentes (1991);  Um Mundo Novo (1991); Johnny Suede (1991); Filadélfia (1993); Roy Cohn/Jack Smith (1994) 


Daniel Chapman (1952–1994)







Carrascos (1987); Mente Diabólica (1987); Mississippi em Chamas (1988); A Ambulância (1990); Filadélfia (1993).


Charles Napier  (1936–2011)







De Volta ao Vale das Bonecas (1970); Os Sete Minutos (1971); Supervixens (1975); Os Irmãos Cara de Pau (1980); Melvin e Howard (1980); Em Busca de um Sonho (1984); Os Fora da Lei (1984); Rambo II: A Missão (1985); O Demônio da Noite (1986); Execução Sumária (1986); Totalmente Selvagem (1986); Alien - O Terror do Espaço (1988); De Caso com a Máfia (1988); O Próximo Alvo (1989); Ernest, um Trapalhão na Cadeia (1990); O Anjo Assassino (1990); Polícia do Futuro 2 (1990); Maniac Cop 2: O Vingador (1990); Os Imorais (1990); O Silêncio dos Inocentes (1991); Instinto Assassino (1991); A Vingança dos Sapos Assassinos (1992); Máquina Quase Mortífera (1993); Trilogia do Terror (1993); Filadélfia (1993); Testemunha Chave (1994); Silent Fury (1994); 3 Ninjas em Apuros (1995); Hard Justice (1995); Justiceiros de Rua (1996); O Pentelho (1996); Austin Powers: 000, um Agente Nada Discreto (1997); Steel - O Homem De Aço (1997); O Professor Aloprado 2: A Familia Klump (2000); Perseguidos Pela Máfia (2000); Sob o Domínio do Mal (2004); Os Reis de Dogtown (2005); Carros Usados, Vendedores Pirados! (2009)  


Fontes:

NY Times

Insider

Varety

BBC

La Times

The Washington Post

Indepente.CO

Chicago Reader

Manchete

Folha de Hoje (RS)

Tribuna da Imprensa

Jornal O Globo

Jornal do Brasil

Set Cinema e Video