JORNADA NAS ESTRELAS II - A IRA DE KHAN / STAR TREK II - THE WRAITH OF KHAN (1982) - ESTADOS UNIDOS
"NO FIM DO UNIVERSO ESTÁ O INÍCIO DA VINGANÇA"
Depois do cerebral e frio "Jornada nas Estrelas - O Filme",
eis que surge uma grata surpresa: resgatado de um ótimo episódio chamado
"A Semente do Espaço", 22º episódio da primeira temporada, esta
continuação nos mostra o vilão Khan (Ricardo Montalban) retornando décadas
depois para o seu confronto derradeiro com Kirk (Shatner) e sua tripulação que
o haviam exilado em planeta inóspito.
Apesar do filme não necessitar de um prévio conhecimento da série, vou colocar
em algumas linhas como se deu o primeiro encontro entre Kirk e Khan no episódio
"Semente do Espaço":
No final do século 20 eclodiram as famosas Guerras Eugênicas (do termo
eugenia), uma espécie de Terceira Guerra Mundial (lembrando que o seriado é da
década de 60, logo, no auge da Guerra Fria). A Enterprise localiza uma
espaçonave do século 20 chamada "USS Botani Bay", onde ao lado de McCoy, Scott e
a tenente Marla McGivers (Madlyn Rhue 1935 -2003), uma historiadora
especializada no século 20, encontram uma nave com várias pessoas em animação
suspensa. Ao ressuscitarem seu líder, Khan, eles não descobrem a princípio quem
seria o seu ” ilustre" passageiro. Em pouco tempo conseguem descobrir que
estão diante de Khan Noonien Singh um dos últimos ditadores a serem depostos que, entre 1992 a 1996, teria dominado da Ásia ao Oriente Médio. Khan foi
produto de engenharia genética, o que lhe concedeu força e habilidades superiores
a de homem comum, porém junto veio uma ambição igualmente superior. Junto com
outros de mesmas características, tomaram cerca de 40 nações. Após a guerra, 80
a 90 desses seres superiores desapareceram e nunca mais foram encontrados.
Khan com a ajuda da apaixonada Dra McGivers toma a Enterprise, mas não obtém
sucesso, após um embate com Kirk. O capitão resolve retirar todas as acusações
e lhe oferece a opção de exílio, junto com a sua tripulação de 72 pessoas, num
planeta selvagem e inóspito, porém com vida sustentável, dando a Khan a
oportunidade de ter seu próprio mundo para governar, sendo que a tenente
McGivers tem a opção de segui-lo e opta por fazê-lo.
Vamos a estória: começa com Kirk como almirante fazendo uma análise da
Tenente Vulcana Saavik (a linda Kirst Alley). A pupila de Spock é
reprovada no teste de Kobayashi Maru (uma espaçonave fictícia onde se fazem
simulações para futuros capitães da frota), onde apenas Kirk conseguiu vencer
em todos esses anos. Enquanto isso Chekov, a bordo da nave Reliant, investiga
um planeta chamado "Ceti Alpha 6" que seria desprovido completamente de vida e,
assim, ideal para o projeto Genesis, liderado pela cientista Carol
Marcus, ex-namorada de Kirk. O projeto visa dar vida completa a um planeta
inerte, porém Chekov acaba encontrando Khan, agora bem mais velho, que lhe
revela estar, na verdade, em "Ceti Alpha 5" e que após a destruição de "Ceti Alpha
6", seis meses após os eventos do episódio da série, retirou o planeta da órbita
transformando-o em um deserto quase sem vida, onde sobreviveu todos esses anos,
perdendo sua esposa e uma grande parte de seus "soldados". De posse
da Reliant, Khan vai até a estação do projeto Gênesis, enquanto Kirk recebe uma
mensagem da cientista de que a Reliant levaria o projeto Genesis. Sendo a única
nave no quadrante, a Enterprise vai de encontro a Reliant sem saber o que lhes
aguarda.
Numa aventura de tirar o fôlego, ambientada no século XXIII, Jornada nas
Estrelas II – a Ira de Khan agradou em cheio ao fãs e deu o impulso necessário
à novas continuações, sendo considerado junto com Jornada 4 e 6 os
melhores. A ideia de trazer o Vilão Khan novamente à ativa foi acertada,
pois Ricardo Montalban marcou com seu papel no seriado e reprisou-o com uma
força essencial à trama, trazendo todo o ódio que sentia por Kirk. Se formos
analisar o motivo todo deste ódio, teremos que considerar que Khan, no século
20, se considerava um ser superior, um homem do século 21. Superior em força e
inteligência. Mas ao ser resgatado no século 23, ele é um homem do passado e de
certa forma obsoleto, pois seu legado ficou apenas com ele e seu grupo de
"Super-homens". Ao ser derrotado por um homem do futuro (no episódio
da Tevê), fisicamente e mentalmente, por ele, considerado mais fraco (no caso
Kirk), Khan nutre um ódio mortal e não medirá esforços na tentativa de ter a
sua vitória final.
O filme (na
verdade mais o episódio da tevê) mostra as implicações de se criar um ser
geneticamente superior. Hollywood sempre gostou do tema e filmes não faltam.
Aqui foi colocado esse ingrediente junto com a fórmula clássica da série e o
resultado ficou muito bom. O diretor Nicholas Meyer soube entrar no clima da
série e fazer um filme que até hoje é visto como um dos melhores por muitos
fãs. Destaca-se também o clima mais leve, menos sombrio, do primeiro filme e
também o acerto de se fazer uma continuação independente, em nada relacionado
ao primeiro filme. A escolha dos efeitos, ficaram a cargo da Industrial Light
& Magic (Lucas Film). As cenas de ação no espaço ganharam ótimas imagens,
ainda que atualmente possam não parecer tão boas para os mais radicais. Foi a
primeira vez que se viu um combate feroz com tanta destruição, pois na série,
devido aos escassos recursos, a maioria dos estragos eram "citados".
O final do filme
se tornou um clássico e na época gerou muita controvérsia, pois apesar de ser
bem feito, mexia diretamente na mitologia da série. Mesmo hoje, após 30 anos, ainda consegue se manter como um ótimo filme de aventura. Para fãs e não
fãs.
Trailers:
Capa da revista Cinefantastique
O Primeiro Encontro de Kirk com Khan (Dublagem Original)
Curiosidades:
O diretor
Nicholas Meyer dirigiu além deste, Jornada nas estrelas VI, a Terra
Desconhecida, além de ser um dos roteiristas do filme Jornada nas estrelas IV -
A volta para casa. Fora de Jornada, Meyer ficou famoso pelo famoso filme
catástrofe da Guerra Nuclear, "O Dia Seguinte" de 1983. Também tem
sua carreira com ator, produtor e escritor para filmes.
Ike
Eisenmann, o recruta morto, ficou conhecido no Brasil pelo seriado "Viagem
Fantástica" de 1977, além do filme "A Montanha Enfeitiçada",
frequente clássico da Sessão da Tarde, nas antigas tardes da Tv Globo.
Viagem Fantástica
A Montanha Enfeitiçada
Leonard
Nimoy (1931-2015) relutou em reprisar seu papel, por isso foi acordado que
seria sua última participação, o que acabou não acontecendo. Nimoy dirigiu
Jornada III e IV e participou de todos os filmes da série clássica. Escreveu o
livro "Eu não sou Spock", numa tentativa de se desvencilhar do
personagem. Posteriormente, lançou outro livro intitulado “Eu Sou Spock”. Foi o
diretor do sucesso “Três Solteirões e um Bebê” cujo astro principal era Tom
Selleck (da série "Magnum" e dos telefilmes mais recentes "Jess
Stone")
Judson
Earney Scott, braço direito do personagem Khan, de acordo com a Tv Guide, teria
recusado colocar seu nome nos créditos, uma manobra errada de seu agente para
ganhar mais dinheiro e que, no final, resultou realmente na ausência quando o
filme estreou no cinema.
O Mexicano Ricardo Montalban (1920-2009) faleceu de câncer linfático e,
no Brasil, é mais conhecido pelo seu personagem Sr Roarke do seriado "A
Ilha da Fantasia" que durou de 1978 a 1984 com 124 episódios. Montalban
não usou efeitos para parecer mais forte em Jornada II, e conforme Shatner em
seu livro "Memorias", ele realmente apresentava ótimo condicionamento
físico. Fez vários filmes e participou de inúmeros seriados como "o Agente
da Uncle"; "Missão Impossível"; "Dinastia", "A
Marca do Zorro" e "Chicago Rope"
DeForest
Kelley (1920-1999) participou de vários filmes, muitos de faroeste, entre eles
" Sem Lei e Sem Alma" e veio a faleceu de câncer no estômago.
Paul
Winfield (1939 -2004), o capitão Clark Terrell da nave Relliant já foi indicado
para o Oscar pelo filme de 1972, "Lágrimas de Esperança".Winfield faleceu aos 64 anos de ataque
cardíaco.
A
atriz Bibi Besch (1940 -1996) faleceria de câncer de
mama. Sua personagem foi reprisada no longa "Além da
Escuridão - Star Trek" de 2013.
O
ator Merritt R. Butrick (1959 - 1989), que faz o filho da Dra Carol Marcus,
faleceu de uma doença agravada por uma Toxoplasmose. Participou de
"Jornada nas Estrelas III", "A Hora do Espanto II", e
"Jornada nas Estrelas VI - A Terra desconhecida", quando Kirk coloca
uma foto sua em uma mesa (se você ainda não assistiu Jornada II, não vou citar
o motivo), uma homenagem do diretor Nicholas Meyer ao ator.
A bela atriz Kirstie Alley (1951), que interpretou Saavik, participou de
vários filmes como: Runaway - Fora de Controle (1984); "Curso de Férias (ou Verão)" por desavenças contratuais acabou não participando de Jornada nas estrelas III, sendo substituída pela atriz Robin Curtis. A atriz luta contra a balança, tendo participado de um seriado
abordando o tema: "Fat Actress" (2005), atualmente apresentando uma
silhueta mais magra.
Curso de Verão
Atirando Para Matar
Olha Quem Está Falando
"Jornada
nas Estrelas III", foi uma continuação direta dos eventos deste filme, o
que não aconteceu com relação ao primeiro filme.
Chekov
e Khan se reconhecem quase que instantaneamente, porém Chekov não participou do
episódio "Semente do Espaço". Sua estreia aconteceu no episódio 30
intitulado “Tempo de Loucura” - Amok Time (primeiro da segunda temporada), ou
seja, oito episódios após os acontecimentos, por isso Khan não poderia
reconhecer Chekov. Devido a popularidade do ator na série e ser considerado um
personagem fixo, nada mais justo de criar essa "liberdade" e
considerar que ele fazia parte da nave quando Khan, com sua memória
fotográfica, leu todas as informações da nave. George Takei, o Sr Sulu, também
não participou do episódio Semente do Espaço.
Semente do
Espaço seria a frase que Spock diz a Kirk, que ele plantara "uma
semente" com sua decisão de exilar Khan e que alguém deveria retornar ao
planeta 100 anos depois para ver o fruto que gerou.
Numa cena deletada, Kirk tenta iniciar um romance entre o jovem David Marcus e
Saavik, que seria metade romulana. Isso explicaria algumas interpretações
"emocionais" da personagem.
No filme especial em Blu-ray "The Captain's Log", Ricardo Montalban diz que, assim que se comprometeu com o filme, percebeu que teria problemas para voltar ao personagem Khan. Depois de anos interpretando o Sr. Roarke em Ilha da Fantasia (1977), ele descobriu que estava "preso" naquele personagem. Solicitou à Paramount uma fita de Jornada nas Estrelas: Space Seed (1967) e passou a assisti-la várias vezes. Na terceira ou quarta sessão, ele recapturou a essência do caráter de Khan.
O produtor Harve Bennett viu todos os episódios de Jornada nas Estrelas (1966) e escolheu Jornada nas Estrelas: Space Seed (1967) como melhor candidato para continuação. Spock até mesmo comenta no roteiro que seria interessante retornar em cem anos ou mais para ver que tipo de civilização havia crescido ali. Esta é a primeira vez que um longa-metragem é feito como sequência de um episódio específico de uma série de televisão.
O famoso monólogo "Espaço, a fronteira final" é ouvido pela primeira vez desde Jornada nas Estrelas (1966), agora narrado por Leonard Nimoy, mas foi ligeiramente alterado. Em vez de dizer "... sua missão de cinco anos ..." e "buscar uma nova vida", agora diz "sua missão permanente ..." e "buscar novas formas de vida".
Os produtores seguiram em frente com o roteiro de um filme estrelado por Khan, presumindo que Ricardo Montalban estaria interessado ou disponível para o filme. Especificamente, foi esquecido que Montalban, na época, estava ocupado estrelando Ilha da Fantasia (1977). O ator foi receptivo quando abordado sobre reprisar o papel, e arranjos foram feitos para filmar o filme, de forma a não entrar em conflito com a programação de Montalban para "Ilha da Fantasia".
George Takei inicialmente se recusou a aparecer neste filme. William Shatner ligou para Takei e o convenceu a reconsiderar.
Tem sido amplamente debatido que o peito de Ricardo Montalban era na verdade uma peça protética que ele usou durante o filme. No comentário do diretor sobre o Blu-ray, Nicholas Meyer é citado como tendo dito que este era, na verdade, o peito real de Montalban e que ele era um homem muito musculoso. Durante a divulgação do filme, durante uma aparição no The Tonight Show com Johnny Carson (1982), Montalban explicou que conseguiu atingir o visual no filme fazendo flexões. "Muitas flexões."
Muitos dos atores que interpretavam os capangas de Khan eram dançarinos Chippendale na época das filmagens.
Logo depois que o almirante Kirk pisa a bordo, Scotty (James Doohan) diz que "teve uma luta, mas o Dr. McCoy me ajudou". Na verdade, esta foi uma referência ao ataque cardíaco de Doohan, que ocorreu pouco antes do início das filmagens.
Quando o Syfy Channel exibiu este filme na televisão, Leonard Nimoy apareceu na tela durante os intervalos comerciais, explicando várias memórias e curiosidades sobre o filme. Um dos itens era a história de fundo do personagem do Tenente Saavik (Kirstie Alley), que deveria ter herança Romulana / Vulcana, o que a deixaria mais emocional do que uma Vulcan de sangue puro. Três pistas sobre isso permanecem no filme final: durante a simulação de Kobayashi Maru, ela diz para si mesma "Droga!" Ela engasga em estado de choque quando Scotty aparece na ponte com o corpo ferido do Aspirante Preston, e ela fica emocionada com o elogio de Kirk.
Ricardo Montalban disse em entrevistas promocionais para o filme sobre como ele percebeu no início de sua carreira que um bom vilão não se vê como um vilão. Ele pode fazer coisas más, mas o personagem sente que ele as está fazendo por motivos justos. Da mesma forma com os heróis, Montalban disse que sempre tentou encontrar uma falha no personagem porque ninguém é completamente bom ou completamente mau.
Madlyn Rhue iria repetir seu papel como Marla McGivers de Jornada nas Estrelas: Space Seed (1967). Mas Rhue tinha sofrido de esclerose múltipla e estava confinada a uma cadeira de rodas, então o papel foi retirado do roteiro, explicando que ela havia morrido durante os anos de exílio. Rhue se apresentou na televisão até 1996, apesar de sua deficiência.
Kirstie Alley era uma grande fã de Jornada nas Estrelas (1966) quando criança. O Sr. Spock era seu personagem favorito e ela fantasiava ser sua filha. Quando ela fez o teste para Saavik, ela impressionou a interpretação de Spock por Leonard Nimoy, já que conhecia o personagem tão bem.
A batalha de inteligência entre Kirk e Khan na sequência da Nebulosa Mutara foi inspirada na batalha entre o capitão do destróier Robert Mitchum e o comandante de U-boat Curd Jürgens em A Raposa do Mar (1957), que também serviu de inspiração para Jornada nas Estrelas: Balance of Terror (1966).
Embora Gene Roddenberry tenha criado a Frota Estelar em Jornada nas Estrelas (1966) com uma estrutura militar, ele evitou deliberadamente dar muitos detalhes sobre a natureza dessa estrutura (o que chamou de "militarismo excessivo"). No entanto, o diretor Nicholas Meyer decidiu expandir ainda mais esta parte do mito de Star Trek, tornando os uniformes e insígnias mais estilo militar, adicionando um sino de navio e um apito de contramestre e escrevendo o diálogo para ser mais preciso ao protocolo naval real.
A frase "até o fim eu luto com você; do coração do Inferno eu esfaqueio você; pelo amor do ódio, eu cuspo meu último suspiro em você." é retirado do discurso do capitão Ahab no romance "Moby Dick" (1851) de Herman Melville (1819-1891).
Quando entrevistado sobre o filme em meados da década de 1980, James Doohan afirmou que achava que Ricardo Montalban deveria ter sido indicado ao Oscar por sua atuação. Posteriormente, Doohan lamentou que a Academia nunca conceda esse tipo de prêmio ou indicação para tais filmes.
Este filme estabelece oficialmente a linha do tempo do século 23 como o período de Jornada nas Estrelas (1966) e de seus filmes. Antes deste filme, nunca foi estabelecido oficialmente em que século a série original ocorreu. De acordo com Gene Roddenberry, a série original poderia facilmente ter acontecido entre os séculos 21 e 31, e as datas estelares foram usadas para permitir essa ambiguidade na linha do tempo.
Quando Khan mostra a Chekov e o Capitão Terrell as enguias Ceti (os únicos habitantes nativos deste planeta destruído) pela primeira vez, ele conta que essas enguias foram responsáveis pela morte de doze de seu povo, incluindo sua "amada esposa". Embora ele nunca mencione o nome dela, ou dê mais detalhes sobre ela, isso foi confirmado pelos produtores que sua esposa era na verdade a ex-historiadora da Enterprise, Tenente Marla McGivers, que foi seduzida por Khan, e o ajuda a comandar o navio em Jornada nas Estrelas: Space Seed (1967). Isso foi feito devido ao fato de que a atriz que a havia retratado originalmente estava doente demais para aceitar o papel neste filme.
Nicholas Meyer admite que a familiaridade de Khan com Chekov é um erro, mas defende isso citando Sir Arthur Conan Doyle, que frequentemente tinha erros triviais em suas histórias de Sherlock Holmes, mas não se desculpou por eles.
Este filme marca a primeira aparição da nave da classe Miranda, ou seja, a dos EUA Reliant. O modelo foi reaproveitado em Jornada nas Estrelas: A Nova Geração (1987), Jornada nas Estrelas: Generations (1994) e em Jornada nas Estrelas: Deep Space Nine (1993), como outras embarcações da mesma classe, ou classe Soyuz.
Kim Cattrall foi a primeira escolha de Nicholas Meyer para o papel de Saavik, mas acabou se mostrando indisponível. Em Jornada nas Estrelas VI: A Terra Desconhecida (1991), sexto filme da série, Saavik deveria voltar como personagem principal e Cattrall foi contratado. No entanto, Cattrall não queria ser a terceira atriz a desempenhar o papel de Saavik, e o personagem foi mudado para o oficial vulcano Tenente Valeris.
As camisas de gola alta coloridas usadas pelos oficiais da Frota Estelar indicam a que divisão pertencem. Branco - Comando; Gold - Engenharia; Gray - Ciência; Verde Claro - Médico; Vermelho - Cadetes e Estagiários; e preto - alistado.
O subtítulo original era "Star Trek: The Genesis Project". Isso foi alterado para "Star Trek II", depois "Star Trek: The Undiscovered Country" e, posteriormente, "The Vengeance of Khan". Este foi descartado em homenagem a Guerra nas Estrelas, Episódio VI: O Retorno do Jedi (1983), que foi então intitulado "A Vingança dos Jedi" e estava previsto para ser lançado quase na mesma época. O terceiro subtítulo acabou sendo usado para Jornada nas Estrelas VI: A Terra Desconhecida (1991).
Jornada nas Estrelas: Space Seed (1967) (do qual este filme é uma sequência) foi ao ar em 16 de fevereiro de 1967, mas Pavel Chekov só apareceu em Jornada nas Estrelas: Tempo Amok (1967), que foi ao ar em setembro 15, 1967, devido a Walter Koenig não ter sido escalado. No entanto, Khan e Chekov ainda se reconhecem. Essa inconsistência é frequentemente explicada pela suposição de que Chekov estava realmente trabalhando na nave durante os eventos de Space Seed, mas não na ponte, e que ele e Khan se encontram fora da tela (Koenig uma vez brincou que Chekov fez Khan esperar na fila por um uma vez, explicando a memória vívida de Khan dele). De acordo com a novelização, Chekov estava realmente trabalhando na segurança durante o Space Seed e conseguiu atrasar Khan enquanto assumia a Engenharia. Isso impressionou o capitão Kirk o suficiente para oferecer a Chekov uma posição na ponte mais tarde.
De acordo com o Livro Guinness de Fatos e Talentos de Filmes, The Wrath of Khan pode se orgulhar de ter a maior velocidade de câmera em qualquer longa-metragem. A Industrial Light & Magic filmou a cena da explosão gigante a 2.500 quadros por segundo no Cow Palace em San Francisco. Embora tenha levado apenas um segundo para ser filmado, demorou 104 segundos na tela a 24 quadros por segundo.
William Shatner estava supostamente hesitante em retratar uma versão de meia-idade de si mesmo e acreditava que, com uma maquiagem adequada, ele poderia continuar interpretando um Kirk mais jovem. Bennett convenceu Shatner de que ele poderia envelhecer graciosamente como Spencer Tracy.
A tomada dos três navios de guerra Klingon na Sala do Simulador é da seqüência de abertura de Jornada nas Estrelas: O Filme (1979). Apesar disso, nenhum membro da espécie Klingon faz uma aparição física em todo o filme, tornando esta a única parcela na série original de 10 filmes que não apresenta nenhum Klingon.
O diagrama da nave do computador quando os escudos estão sendo levantados é, na verdade, da abandonada série de televisão "Star Trek: Phase II" (1978).
Existem vários livros no contêiner que abrigam os seguidores de Khan em Ceti Alpha V. Dois dos títulos são "Moby Dick" e "King Lear", e muitas das falas de Khan foram tiradas diretamente desses livros. Em particular, o monólogo final de Khan é idêntico às últimas palavras do capitão Ahab no livro de Melville. Outros títulos visíveis são "The Inferno" de Dante Alighieri, uma antologia de "Paradise Lost" e Paradise Regained "de John A. Milton, uma única cópia de" Paradise Lost ", a Bíblia Sagrada, e uma em que o título está parcialmente obscurecido denominado "Estatuto Regulador ... do Comércio". "Paraíso Perdido" fora citado de forma memorável em Jornada nas Estrelas: Space Seed (1967).
Nicholas Meyer sempre insistiu que os livros da biblioteca de Khan eram apenas títulos que ele selecionou aleatoriamente de uma estante. No entanto, dados os títulos, tramas e analogias em relação a Khan, isso parece extremamente improvável. Dois dos títulos são "Moby Dick" e "Paradise Lost", ambos centrados na vingança por alguém prejudicado por um poder superior. "King Lear" é a história de um homem que vive com más decisões.
O filme apresenta um Khan notavelmente mudado. Em sua primeira aparição, Khan foi descrito como um líder poderoso, mas bem disciplinado para seu povo. Neste filme, Khan é movido principalmente pela paixão, tendo se tornado um homem obsessivamente vingativo.
DeForest Kelley estava insatisfeito com uma versão anterior do roteiro do filme, a ponto de considerar não participar.
De acordo com os regulamentos navais (e presumivelmente também da Frota Estelar), citar regulamentos para um oficial superior é considerado um ato de insubordinação, então, até que ela fosse mais tarde ordenada a fazê-lo pelo Almirante Kirk, o Capitão Spock estava em seu direito de advertir o Tenente Saavik por tentando citar uma Ordem Geral para Kirk.
Embora nenhum plano concreto sobre Saavik existisse na época do lançamento do filme, os fãs de Jornada nas Estrelas especularam que a mulher Vulcan era uma substituta de Spock. Spock inicialmente não iria aparecer em mais filmes, e Saavik é retratado tripulando os EUA. Estação científica de Grissom no terceiro filme da franquia.
Harve Bennett achava que um grande problema para Jornada nas Estrelas: O Filme (1979) era que faltava um verdadeiro vilão. Ele decidiu ter um dos vilões da série de volta, e escolheu Khan Noonien Singh como o mais interessante.
Mantendo o tema da morte e renascimento simbolizado pelo sacrifício de Spock e o Dispositivo do Gênesis, Nicholas Meyer queria chamar o filme de "The Undiscovered Country", em referência à descrição da morte do Príncipe Hamlet em "Hamlet" (c. 1599-1602) por William Shakespeare (1564-1616). No entanto, o título foi alterado durante a edição, sem sua aprovação. Ele acabou dirigindo um filme de Jornada nas Estrelas com esse título nove anos depois: Jornada nas Estrelas VI: A Terra Desconhecida (1991). Filmografia Parcial:
William Shatner
Julgamento
em Nuremberg (1961); Alexandre, O Grande (1963); Incubus (1966); O Ódio é Minha Lei (1968); Jornada nas Estrelas (seriado 1966-1969);O Único Sobrevivente (1970); A
Maldição das Aranhas (1977); Jornada nas Estrelas: O Filme (1979); Horário de Visitas (1982); Jornada nas
Estrelas II - A Ira de Khan (1982); Jornada nas Estrelas III - À Procura de
Spock (1984); Confissões de um Homem Casado (1984); Jornada nas Estrelas IV - A Volta para
Casa (1986); Jornada nas Estrelas V - A Última Fronteira (1989); Jornada
nas Estrelas VI - A Terra Desconhecida (1991); Máquina Quase Mortífera (1993); Jornada nas Estrelas: Generations
(1994); Miss Simpatia (2000); American Psycho II: All American Girl (2002);
Miss Simpatia 2: Armada e Poderosa (2005); Justiça Sem Limites (seriado 204-2008); Fanboys (2009); $#*! My Dad Says (seriado 2010 -2011); A Christmas Horror Story (2015); Baby, Baby, Baby (2015); Bem a Tempo Para o Natal (2015); Área 15 (2016); Inseparáveis (2016); Creators: The Past (2019); Devil's Revenge (2019); Acelerando Para o Amor (2021)
Leonard
Nimoy (1931–2015)
Jornada nas Estrelas (seriado 1966-1969); Os Invasores de Corpos (1978); Jornada
nas Estrelas: O Filme (1979); Jornada nas Estrelas II - A Ira de Khan
(1982); Jornada nas Estrelas III - À Procura de Spock (1984); Transformers - O
Filme (1986); Jornada nas Estrelas IV - A Volta para
Casa (1986); Jornada nas Estrelas V - A Última Fronteira (1989); Jornada nas
Estrelas VI - A Terra Desconhecida (1991); Star Trek (2009); Além da Escuridão - Star Trek (2013)
DeForest
Kelley (1920–1999)
Um
Rosto no Espelho (1947); O Valente de Chicago (1949); Trágica
Fatalidade (1955); O Homem do Terno Cinzento (1956); Marcados pela
Violência (1956); A Árvore da Vida
(1957); Duelo na Cidade Fantasma (1958); Minha Vontade é Lei (1959);
Fúria de Brutos (1963); Escândalo na Sociedade (1964); A Rebelião dos
Apaches (1965); Jornada nas Estrelas (seriado 1966 a 1969); A Noite dos
Coelhos (1972);; Jornada nas Estrelas: O Filme (1979); Jornada nas Estrelas II -
A Ira de Khan (1982); Jornada nas Estrelas III - À Procura de Spock (1984); Jornada nas Estrelas IV - A Volta para
Casa (1986);Jornada nas Estrelas V - A Última Fronteira (1989); Jornada nas
Estrelas VI - A Terra Desconhecida (1991);
George Takei
Devagar, Não Corra (1966); O Fofoqueiro (1967); Os Boinas Verdes (1968); Jornada nas Estrelas (seriado 1966-1969); Jornada
nas Estrelas: O Filme (1979); Jornada nas Estrelas II - A Ira de Khan (1982);
Jornada nas Estrelas III - À Procura de Spock (1984); Jornada nas Estrelas IV - A Volta para
Casa (1986); Jornada nas Estrelas V - A Última Fronteira (1989); Regresso
do Rio Kwai (1989); Juramento de Sangue (1990); Jornada nas Estrelas VI - A
Terra Desconhecida (1991); Oblivion (1994); Planeta Sem Lei (1996); Paciente 14
(2004); Zohan: O Agente Bom de Corte (2008).
Nichelle Nichols
Tarzan e o Silêncio Mortal (1966); A
Mulher Sem Rosto (1966); Jornada nas Estrelas (seriado 1966-1969); Jornada nas Estrelas: O Filme (1979); Jornada nas
Estrelas II - A Ira de Khan (1982); Jornada nas Estrelas III - À Procura de
Spock (1984); Jornada nas Estrelas IV - A Volta para
Casa (1986); Os Sobrenaturais (1986); Jornada nas Estrelas V - A Última
Fronteira (1989); Jornada nas Estrelas VI - A Terra Desconhecida (1991); Neve
Pra Cachorro (2002); Querem Acabar Comigo (2005).
Walter Koenig
Strange Lovers (1963); Jornada nas Estrelas (seriado 1967-1969); Goodbye, Raggedy Ann (1971); The Projeto Questor (1974); Lua de Mel Pesadelo (1974); Jornada nas Estrelas: O Filme (1979); Jornada nas Estrelas II: A Ira de Khan (1982); Jornada nas Estrelas III: À Procura de Spock (1984); Antony and Cleopatra (1984); Jornada nas Estrelas IV - A Volta para Casa (1986); Moontrap (1989); Jornada nas Estrelas V: A Última Fronteira (1989); Jornada nas Estrelas VI: A Terra Desconhecida (1991); Jornada nas Estrelas: Generations (1994); Sede de Vingança (1996); Drawing Down the Moon (1997); Babylon 5 (seriado 1994-1998); The Privateers (2000); Mad Cowgirl (2006); O Devorador de Ossos (2007); Scream of the Bikini (2009); Blue Dream (2013); Pike (2016); Diminuendo (2018); Unbelievable!!!!! (2020)
James Doohan (1920–2005)
On Camera (seriado 1954-1958); The Hill (1960); General Motors Presents (seriado 1953-1961); The Labyrinth (1963); Simpático, Rico e Feliz (1963); Marcado para o Crime (1964); Na Voragem do Amor (1965); A Grande Partida (1966); A Caldeira do Diabo (seriado 1965-1967); Jornada nas Estrelas (seriado 1966-1969); Garotas Lindas aos Montes (1971); Fúria Selvagem (1971); Jornada nas Estrelas: A Série Animada (voz -desenho 1973-1974); Jason of Star Command (seriado 1978); Jornada nas Estrelas: O Filme (1979); Jornada nas Estrelas II: A Ira de Khan (1982); Jornada nas Estrelas III: À Procura de Spock (1984); Jornada nas Estrelas IV - A Volta para Casa (1986); Jornada nas Estrelas V: A Última Fronteira (1989); A Super Máquina 2000 (1991); Confusão em Dobro (1992); Máquina Quase Mortífera (1993); O Livro Mágico (1994); Jornada nas Estrelas: Generations (1994); River of Stone (1994); New York Skyride (1994); Baratas Assassinas (1998); Visões da Morte (1999); As Aventuras de Hubert, o Cão Herdeiro (1999); Skinwalker: Curse of the Shaman (2005).
Ricardo Montalban (1920–2009)
Os Três Mosqueteiros (1942); Santa - O Destino de uma Pecadora (1943); Festa Brava (1947); Beijou-me um Bandido (1948); Mercado Humano (1949); O Preço da Glória (1949); Marca do Renegado (1951); Assim são os Fortes (1951); A Espada Sarracena (1954); Rainha da Babilonia (1954); Sayonara (1957); Algemas Partidas (1960); Rashomon (1960); O Pirata Negro (1961); O Santo Relutante (1962); Mercado de Corações (1963); Crepúsculo de Uma Raça (1964); Jornada nas Estrelas (seriado - 1 episódio 1967); Os Corruptores (1968); Madame X (1966); Charity, Meu Amor (1969); Fuga do Planeta dos Macacos (1971); A Conquista do Planeta dos Macacos (1972); A Marca do Zorro (1974); Jornada nas Estrelas II - A Ira de Khan (1982); Ilha da Fantasia (seriado 1977-1984); Um Rally Muito Louco (1984); Corra Que a Polícia Vem Aí! (1988); Pequenos Espiões 2: A Ilha dos Sonhos Perdidos (2002); Pequenos Espiões 3-D: Game Over (2003)
Kirstie Alley
One More Chance (1981); Jornada nas Estrelas II - A Ira de Khan (1982); Visão Fatal (1984); Marcas do Passado (1984); Runaway - Fora de Controle (1984); Enquanto Existir Esperança (1984); Missão Secreta (seriado 1983-1984); O Príncipe de Bel Air (1986); Stark: Mirror Image (1986); Curso de Férias (1987); Atirando Para Matar (1988); Loverboy - Garoto de Programa (1989); Olha Quem Está Falando (1989); A Casa Maluca (1990); Tem um Morto ao Meu Lado (1990); Olha Quem Está Falando Também (1990); Olha quem está falando agora! (1993); Cheers (seriado 1983 -1993); Prisioneiro do Silêncio (1994); A Cidade dos Amaldiçoados (1995); As Namoradas do Papai (1995); Legítima Defesa (1996); Desconstruindo Harry (1997); Lindas de Morrer (1999); Veronica's Closet (seriado 1997-2000); Profoundly Normal (2003); Fat Actress (seriado 2005); Write & Wrong (2007); The Minister of Divine (2007); Tráfico de Bebês (2013); Kirstie (seriado 2013-2014); Amor por Acidente (2015); Scream Queens (2016); Você não pode levar a minha filha (2020).
Paul Winfield (1939–2004)
Conrack (1974); Huckleberry Finn (1974); O Último Brilho do Crepúsculo (1977); Herança Nuclear (1977); Cidade dos Anjos, A (1980); Jornada nas Estrelas II - A Ira de Khan(1982); Cão Branco (1982); O Exterminador do Futuro (1984); A Maldição dos Mortos-Vivos (1988); Acima de Qualquer Suspeita (1990); Dennis, o Pimentinha (1993); Risco Total (1993); Tyson (1995); Marte Ataca! (1996); Comando Estratégico (1997).
Bibi Besch (1942–1996)
Vitória em Entebbe (1976); A Longa Noite de Terror (1977); Traição (1978); Hardcore: No Submundo do Sexo (1979); O Segredo de uma Promessa (1979); Meteoro (1979); Sangue Amaldiçoado (1982); Jornada nas Estrelas II: A Ira de Khan (1982); A Mulher Só (1983); Segredos de Mãe e Filha (1983); O Dia Seguinte (1983); A Dama de Ouro (seriado-piloto 1985); O Casamento da Sra. Delafield (1986); Quem é esta Garota! (1987); Ele é Minha Garota (1987); Encontro com um Anjo (1987); Mate-me Outra Vez (1989); Flores de Aço (1989); Mistério em New Orleans (1990); O Ataque dos Vermes Malditos (1990); O Casamento de Betsy (1990); Conflito de Emoções (1991); Casos de Família (1992); Rastro de Pavor (1996); California Myth (1999).
Merritt Butrick (1959–1989)
Splendor in the Grass (1981); Jornada nas Estrelas II: A Ira de Khan (1982); Uma Mistura Especial (1982); Square Pegs (seriado 1982 -1983); Jornada nas Estrelas III: À Procura de Spock (1984); Promises to Keep (1985); Executivos em Apuros (1985); A Última Diligência (1986); Gente Diferente (1987); A Hora do Espanto 2 (1988); Why on Earth? (1988); Nos Braços da Morte (1989); Spa Diabólico (1989)
Judson Scott
Doido para Brigar... Louco para Amar (1978); Eu Sou a Lei (1982); Jornada nas Estrelas II: A Ira de Khan (1982); Jornada nas Estrelas II: A Ira de Khan (1982) (mini-série 1985); K-9000, um Policial Mil Vezes Melhor (1990); Fuga de Walburg (1990); Blade: O Caçador de Vampiros (1998); Arquivo X (seriado 3 episódios 2001)
Ike Eisenmann
A Montanha Enfeitiçada (1975); Viagem Fantástica (seriado 1977); A Volta da Montanha Enfeitiçada (1978); Cão do Diabo (1978); A Fórmula (1980); Jornada nas Estrelas II - A Ira de Khan (1982); Retratos de Uma Realidade (1983); Alguém Muito Especial (1987); A Montanha Enfeitiçada (2009)
Luís, td bem? Outro dia fiquei passeando no seu blog motivado por um comentário que ouvi num programa da CBN, Fim de Expediente, passa todas as sextas-feiras ás 18:30 hs. Lá o entrevistado citou Star Trek como uma das poucas utopias da ficção científica, enquanto a grande maioria das outras scifi apontam futuros no mínimo cinza para a humanidade. A discussão iniciada ali foi muito breve — uma pena — mas em determinado momento, ao contrapor ST a Star Wars, os entrevistadores ficaram contrariados pois enxergavam SW maior que ST. Ué, mas pode isso? Como fã e conhecedor de longa data ( naquela época falávamos Jornada nas Estrelas ), sei muito bem o quanto ST é filosófica e questionadora. Se discute ali a física e a metafísica de inúmeros episódios e também os questionamentos morais e dilemas de consciência que todos os capitães e tripulantes viveram, de modo que esse sim se tornou o maior legado da franquia: confrontar quem nós somos, quem nós queremos um dia ser e como faremos isso. E nesse sentido, acho ST visionária. Nada contra SW, apenas a vejo fora desse enfoque. SW entrega um show empolgante, melhor cristalizado no ideário pop universal e principalmente muito bem produzido, em especial os últimos spin offs lançados ( tenho visto todos, recomendo muito The Mandalorian, Andor e lá atrás Clone Wars ). Para resumir, ambas nos entretêm e nos emocionam. Mas Star Trek nos faz pensar. E onde entra Jornada nas Estrelas 2 - A Ira de Khan nessa estória? Ora, sem o grande sucesso que o o filme alcançou talvez não tivéssemos tido um futuro para o que viria depois. Não haveria Picard, não haveria Archer, nem alguns bons filmes para o cinema e o futuro positivo contado por essa turma não embalaria o sono de tanta gente boa nesse mundo. Sim, pois só um desatento desconhece as muitas lembranças da série que inspiraram escritores ( Yuval Harari, Michiu Kaku ), cientistas ( Stephen Hawkins ), projetistas ( o StarTAC da Motorola, a arma de choque Taser ), sem falar dos outros tantos pensadores que as séries de ST reverberaram ao longo das últimas décadas ( as leis da robótica de Asimov encontraram o seu melhor eco aqui, principalmente na Nova Geração ). Então, pra mim, A Ira de Khan salvou Star Trek. Simples assim.
Olá Mario. Talvez eu seja suspeito para falar de Jornada nas Estrelas. Eu sempre irei me recordar daquela série que eu via numa TV Telefunken (aquela que girava o carrossel para trocar de canal e apertava o mesmo carrossel para acertar a sintonia fina). A TV não podia ficar muito tempo ligada que queimava as válvulas, mas era normal. Não eram as séries que causavam isso: eram as novelas que minha mãe e tias se juntavam para assistir (preferia pensar assim rssss). Mas lá estavam os seriados: Terra de Gigantes, Túnel do Tempo, Daniel Boone, Daktari, Perdidos no Espaço, Tarzan, Viagem ao Fundo do Mar, James West, Police Woman, Arquivo Confidencial, Starsky e Hutch .... ufa. Havia séries, e ainda estamos lá pelos anos 70 (nem vou falar dos 80). Uma por semana, esperando o próximo episódio de cada série. E tinha Jornada nas Estrelas, dublagem AIC São Paulo. A série tinha algo de diferente: um alienígena com uma lógica intrigante; uma mulher como tenente e de etnia africana!; um asiático; um médico ("ele está morto, Jim !") com um aparelho esquisito chamado "tricorder" que identificava quase tudo de doenças ... Um futuro onde a humanidade já não guerreava entre si, já não havia fome e ninguém conhecia Tv! E os caras ainda se comunicavam por um pequeno aparelho mentiroso ...ora quem acreditaria que poderia haver comunicação com um telefone sem fios? E como diziam na minha escola: como era possível ver outra pessoa numa televisão no espaço ou descer no planeta sem cordas, escadas ou elevadores? Definitivamente a série não era para todos, era para os sonhadores, para aqueles que podiam sim imaginar que uma nave podia se deslocar no espaço, que havia algo mais lá fora do que planetas vazios. Como você bem disse: filosófica e contestadora. A série sumiu da tv aberta, os combos de DVD trouxeram, posteriormente, nova vida. A Manchete resolveu reprisar a série sob nova dublagem (a antiga se perdera no incêndio da Tv Tupi), mas a essência estava ali: agora eu estava mais velho, mas a série não havia envelhecido. Continuava atualíssima. Tivemos A Nova Geração e outros derivados. Alguns filmes de Jornada já tinham sido exibidos, se iniciando com o cerebral e frio Jornada nas Estrelas - O Filme. Vi no cinema (todos), um show de efeitos, mas Spock estava esquisito. E veio o segundo filme (continuarei na resposta do outro comentário). Guerra nas Estrelas estreara um ano antes do primeiro Jornada. Minha tia me levara: um filme incrível com robôs carismáticos, bravos heróis , um vilão com uma presença cênica assustadora e batalhas com umas estranhas e fascinantes espadas de luz (nada de chamar de sabre ainda). O segundo filme, eu não vi na estreia e nem sabia que havia saído (perto dos anos 80 a informação não era tão disponível como hoje), mas estreou o terceiro ( O Retorno de Jedi) e colocaram os três filmes em cartaz para nos inteirarmos dos filmes (nada de Tv, VHS, streaming, internet... era só no cinema mesmo). Grande trilogia (e vi todos os seis), mas realmente são abordagens diferentes com suas devidas importâncias (em vez de comparar os filmes, prefiro agradecer por terem sidos feitos)
Quanto ao filme novamente, como vc disse, ele se sustenta sem o expectador conhecer ou não a mitologia da série clássica. Há alguns furos ( como foram para CetiAlpha e confundiram 6 com 5, rapaz… ), mas não tiram o brilho dessa aventura bem cadenciada por Nicholas Meyer. Creio que fora o enfoque melodramático dado ao cadete de Ike Eisenmann tudo está muito bem em seu lugar. O embate final na nebulosa Mutara me lembrou mesmo A Raposa do Mar ( bem, o mesmo jogo de gato e rato foi inúmeras vezes explorado no cinema e na TV, é um clichê que sempre agrada ). O papel de Khan foi uma grande contribuição dada por Ricardo Montalban. Excelente. Um vilão sedento de vingança, convincente mesmo. Sua fala final ao detonar a bomba Genesis está ótima, seu último suspiro é para amaldiçoar, sem arrependimentos. Um psicopata, para resumir. Muito do sucesso do filme se deve a ele, vamos reconhecer. Os efeitos especiais foram muito bons ( para o ano de 1982 ) e todo o elenco estava bem entrosado. É o melhor filme da franquia para mim. Uma curiosidade: com a remasterização dos efeitos especiais e os muitos extras que vieram com a edição especial em Bluray, me animei e importei a mídia dos States. Estava legendada em português e resolvi encarar essa. Rapaz, me dei mal, foi uma novela pois a Receita Federal me taxou horrores e só por amor a tudo que Jornada significa pra mim é que não deixei a encomenda voltar. Mas que saiu caro, saiu. Luís, sobre Jornada nas Estrelas eu poderia passar horas falando e ainda teria assunto e muitas boas emoções para lembrar. Mas por agora ficamos por aqui. Um grande abraço e tudo de bom.
Nicholas Meyer foi uma grande aquisição para a franquia: ele trouxe a aura da série para a telona. Star Trek precisava dar certo. Apesar do primeiro filme ter dado a resposta nas bilheteria que os produtores esperavam, uma sequência com uma estória fraca seria o beijo da morte. Mas o filme veio com muita força: efeitos (como você bem disse) muito bons para a época, um ator fazendo um vilão carismático (condição "si ne qua non" para um filme funcionar) e um destino dado a um personagem que pegou a todos de surpresa. Recomendo ler "Jornada Nas Estrelas - Memórias", escrito por Shatner, é um ótimo passeio aos episódios e filmes. A comparação com "A Raposa do Mar" é bem interessante (um grande filme, anos 50, com Robert Mitchum) e pertinente. E você tem razão: lá estava o futuro positivista, nada de Mad Max e afins - visões nilistas que parece que estamos fadados a seguir. Não havia a visão dos entropistas no seriado de Jornada. Gene Roddenberry nos fez ponderar como seria se a humanidade finalmente vencesse suas mazelas (os derivados posteriores, ao meu ver, foram se distanciando dessa visão e centraram em conflitos, combates e uma paz tênue). Sim, temos escritores / cientistas reverberando (e até ratificando) o que Jornada citava (não que a série tenha inventado possibilidades / temáticas futurísticas, elas já existiam, mas nenhuma outra soube aproveitar até então essa visão e conceitos restritos aos livros de ficção-científica) e todos esses autores e cientistas que você citou estão / estiveram para corroborar essas ideias e acrescentar outras tantas. Eu cheguei a ver essa remasterização e a atualização dos efeitos (não de forma completa). Grande ideia e muito trabalho. Parabéns aos realizadores, na frente, como a série bem pretendia ser. Que coisa esse caso da importação. Infelizmente filmes, séries, jogos ... sofrem essa taxação que muito não se justifica e provoca essa sensação de acabar desistindo. Acredito que este também seja o filme que mais gostei da franquia e depois o quarto e o sexto (do Meyer também) filmes (a maldição dos filmes ímpares?). Gostei dos filmes da Nova geração (mas "Gerações" não me agradou muito, Shatner com um destino sem muito glamour ... - como ninguém gritou: "não dá para apresentar este final!" - não quiseram desagradar os patrões ... Bem, vou ficando por aqui. Travei na análise do seriado Planeta dos Macacos. Inacreditável que escrevi toda a análise dos episódios no bloco de notas e esqueci de salvar, depois refiz tudo (do zero) e o HD deu problema (!!!!). Refiz novamente uma parte e não achei mais aonde salvei. Isso se chama cansaço mental extremo. Vou terminar análise da série, agora mesmo que não desisto (não se preocupe, agora estou fazendo certo e com atenção). Depois farei o desenho (apenas 20 minutos cada) e vou falar um pouquinho sobre os quadrinhos dessa "macacomaia" que até hoje ainda persiste e cujo tema muito me agrada. Daí vou passear por filmes mais tranquilos e que não exijam tamanha leitura e tempo. Mário, um grande abraço e obrigado por mais estes ricos comentários.
Luís Também me acho suspeito para comentar ST. Só de pensar em alguns episódios me emociono. Lembro de quando eu era garoto, sentado sozinho no quintal de casa, olhando para o céu e matutando sobre algum desses episódios. Sou muito grato a esses momentos. Sempre achei a dublagem da AIC muito marcante e acho porque os dubladores tiveram uma interpretação mais próxima da influência teatral. A voz de Kirk era excelente. Pecado o fogo tê-la comido. Falando de Kirk, li 2 livros de memórias do Shatner, gostei muito e hoje acho que preciso relê-los. Já comentei contigo sobre o livro O Retorno do Capitão Kirk, escrito por ele e um outro autor: boa aventura, viu? Recomendo, em especial por sanar muito bem aquele final de Generations que vc e ninguém gosta. Recentemente, quando Shatner fez aquela viagem na Space X, senti nele um genuíno sentimento de humildade e maravilhamento, diferente do clima de espetáculo que vimos na equipe de terra e dos outros tripulantes.Talvez pela sua idade ele tenha vivido essa experiência com a devida subjetividade e creio que isso o tocou no coração. Normalmente não entro no debate ST x SW, são coisas diferentes ( embora as produções recentes de ambas as franquias tendam a nivelá-las: só que SW está puxando o nível pra cima e ST, infelizmente para baixo ). Por isso me chamou atenção aquele programa de rádio que citei antes. Entre pessoas bem informadas renderia um papo bom. A obra de Gene Rondeberry foi citado informalmente até por Chico Xavier ( sabia dessa? ), como exemplo de irmanamento entre seres muito diferentes e de um futuro sem as mazelas sociais como a fome e a pobreza que o Homem um dia poderá alcançar. Veja só! Veja só a obra de um sonhador! Luís, vc gosta do VI? Tirando aquela cena em que Kirk pergunta para “Deus” porque ele precisaria de uma espaçonave — já que ele é quem ele é, certo? —, não gosto tanto desse. O IV é excelente, adoro. Lamento seus problemas com a macacada, vc não está sozinho no mundo com esse maldito bug que nos faz perder textos importantes, se serve de consolo. Tô na espera para ver o resultado desse seu ENORME esforço, particularmente sobre as HQs. Faz um tempo que estou me planejando para tentar ver alguns filmes, alguns clássicos outros não, mas não tenho tido oportunidade. Sabe, sem querer ser pessimista, creio que vivemos uma época única na nossa sociedade, justamente pelo tempo sequestrado do viver e pela interação tão dificultada entre as pessoas. Mas assim que tiver novidades dividirei com vc. Um grande abraço, Luís.
Olá Mario. Preciso ler "O Retorno do Capitão Kirk", não conhecia ninguém que tivesse lido. Me senti animado a lê-lo. Chico Xavier citando Rondeberry? Muito legal essa informação. Os meus preferidos na ordem são 2, 4 e 6. Quanto ao primeiro, apesar de já ter citado, foi algo estranho: havia um hiato do tempo que assistira a série para o filme. Nunca tinha ouvido a voz original dos atores (agora estava vendo legendado!). O filme tinha efeitos que nunca tinha visto e o surgimento da Enterprise, imponente, numa tela gigante e colorida, arrancando, foi algo que marcou aquele garoto. O segundo, já comentamos. O terceiro foi meio sem graça (destruíram a Enterprise. Precisava ?), posteriormente, entenderíamos que era uma ponte entre o 2 e o 4. O quarto filme é divertido até hoje: viagem no tempo, diferenças culturais e a interessante Ave de Rapina. Até hoje imagino que, no futuro, um doente será curado daquela maneira e seremos vistos como "bárbaros" rsss. O quinto filme, dirigido por Shatner, teve muitos problemas e o roteiro foi um deles. Realmente a celebre frase é o que mais se lembra. Houve uma "forçação de barra" com um irmão de Spock isento de lógica. O sexto me agradou muito. A analogia à queda da URSS foi bem interessante e o elenco, mesmo já bem envelhecido, manteve o carisma (o criativo sangue flutuando gerou "homenagens" em vários filmes). Aquele final, com eles assinando, me trouxe imediatas recordações da minha infância até aquele momento. Era o "final da série clássica" e uma justa homenagem ao elenco base que ainda estava vivo . Os dois primeiros da Nova Geração eu gostei (mas o fato da série não ter tido visibilidade na TV aberta atrapalhou muito em termos de bilheteria por aqui), assim como os dois primeiros desse novo reboot. A viagem de Shatner foi um grande golpe publicitário, mas tornou-se algo mais quando ele chegou ao espaço. Ele finalmente chegou com uma espaçonave (na verdade um foguete rsss) aonde poucos homens estiveram. Quem sabe se Nimoy estivesse vivo e apto como seria os dois ali (Indeed!). Continuo na saga Planeta dos Macacos - não será muito longo , espero, apenas informações que tragam compreensão à série . Vou rever o desenho (gostava, me lembra o tempo de escola) . Bom, é isso. Quem sabe termino até domingo essa etapa. As nuvens estão clareando, em vários sentidos, e o ânimo retornando para novas análises. Um grande abraço e obrigado por sempre comentar.
Luís, desculpe, confundi o V com o VI. É verdade, o VI — com o Klingon de Christopher Plummer sempre citando Shakespeare — realmente foi bacana, um afago no coração dos fãs e uma bela homenagem a todo elenco clássico. Assiste no cinema e tive plena ciência que era um adeus ao elenco. Apertou um pouco o peito. O IV é muito, muito bom. A sequência toda do resgate do Chekov é pura diversão. Volta e meia lembro daquela senhora gritando “ eu tenho um rim, eu tenho um rim” e rio um bocado. Os filmes da Nova Geração não foram bons, o melhor foi o X, mas faltou algo neste conjunto de obras. Não sei, ficará para uma outra análise, mais pela vasta e rica obra que foi The Next Generation. Shatner deve ser uma pessoa bem interessante. Um ego grande, mas gostaria de poder ouvi-lo pessoalmente um dia, o que acho difícil. Talvez… quando rumarmos todos para a Terra Desconhecida, quem sabe. Uma última dica, se é que vc já não assistiu: é fundamental, imprescindível, incontornável que todo fã de Jornada nas Estrelas assiste aos fan films Star Trek Continues. Eu falei T-O-D-O! Vc encontrará no YouTube facilmente e legendado. Conta as últimas aventuras na missão de 5 anos da Enterprise. Muito bem feito, uma prova de amor verdadeira dos fãs e um belo tributo ao legado da série. Vc vai querer resenhar, viu? Um abração!
Olá Cinéfilos. Obrigado por visitarem minha página. Estejam à vontade para comentarem, tirarem dúvidas ou sugerirem análises. Os comentários sofrem análises prévias para evitar spans. Tão logo sejam identificados, publicarei. Quaisquer dúvidas, verifiquem a Política de Conduta do blog. Sua opinião e comentários são o termômetro do meu trabalho. Não esqueça de informar o seu nome para que possa responder. Visitem a minha página homônima no Facebook onde coloco muitas curiosidades sobre cinema , séries e quadrinhos (se puderem curtir ajudaria). Comentários que tragam e-mails e telefones não serão postados Bem-vindos. Cinéfilos Para Sempre
Luís, td bem?
ResponderExcluirOutro dia fiquei passeando no seu blog motivado por um comentário que ouvi num programa da CBN, Fim de Expediente, passa todas as sextas-feiras ás 18:30 hs.
Lá o entrevistado citou Star Trek como uma das poucas utopias da ficção científica, enquanto a grande maioria das outras scifi apontam futuros no mínimo cinza para a humanidade. A discussão iniciada ali foi muito breve — uma pena — mas em determinado momento, ao contrapor ST a Star Wars, os entrevistadores ficaram contrariados pois enxergavam SW maior que ST. Ué, mas pode isso?
Como fã e conhecedor de longa data ( naquela época falávamos Jornada nas Estrelas ), sei muito bem o quanto ST é filosófica e questionadora. Se discute ali a física e a metafísica de inúmeros episódios e também os questionamentos morais e dilemas de consciência que todos os capitães e tripulantes viveram, de modo que esse sim se tornou o maior legado da franquia: confrontar quem nós somos, quem nós queremos um dia ser e como faremos isso. E nesse sentido, acho ST visionária.
Nada contra SW, apenas a vejo fora desse enfoque. SW entrega um show empolgante, melhor cristalizado no ideário pop universal e principalmente muito bem produzido, em especial os últimos spin offs lançados ( tenho visto todos, recomendo muito The Mandalorian, Andor e lá atrás Clone Wars ).
Para resumir, ambas nos entretêm e nos emocionam. Mas Star Trek nos faz pensar.
E onde entra Jornada nas Estrelas 2 - A Ira de Khan nessa estória? Ora, sem o grande sucesso que o o filme alcançou talvez não tivéssemos tido um futuro para o que viria depois. Não haveria Picard, não haveria Archer, nem alguns bons filmes para o cinema e o futuro positivo contado por essa turma não embalaria o sono de tanta gente boa nesse mundo.
Sim, pois só um desatento desconhece as muitas lembranças da série que inspiraram escritores ( Yuval Harari, Michiu Kaku ), cientistas ( Stephen Hawkins ), projetistas ( o StarTAC da Motorola, a arma de choque Taser ), sem falar dos outros tantos pensadores que as séries de ST reverberaram ao longo das últimas décadas ( as leis da robótica de Asimov encontraram o seu melhor eco aqui, principalmente na Nova Geração ).
Então, pra mim, A Ira de Khan salvou Star Trek. Simples assim.
Olá Mario.
ExcluirTalvez eu seja suspeito para falar de Jornada nas Estrelas. Eu sempre irei me recordar daquela série que eu via numa TV Telefunken (aquela que girava o carrossel para trocar de canal e apertava o mesmo carrossel para acertar a sintonia fina). A TV não podia ficar muito tempo ligada que queimava as válvulas, mas era normal. Não eram as séries que causavam isso: eram as novelas que minha mãe e tias se juntavam para assistir (preferia pensar assim rssss). Mas lá estavam os seriados: Terra de Gigantes, Túnel do Tempo, Daniel Boone, Daktari, Perdidos no Espaço, Tarzan, Viagem ao Fundo do Mar, James West, Police Woman, Arquivo Confidencial, Starsky e Hutch .... ufa. Havia séries, e ainda estamos lá pelos anos 70 (nem vou falar dos 80). Uma por semana, esperando o próximo episódio de cada série. E tinha Jornada nas Estrelas, dublagem AIC São Paulo. A série tinha algo de diferente: um alienígena com uma lógica intrigante; uma mulher como tenente e de etnia africana!; um asiático; um médico ("ele está morto, Jim !") com um aparelho esquisito chamado "tricorder" que identificava quase tudo de doenças ... Um futuro onde a humanidade já não guerreava entre si, já não havia fome e ninguém conhecia Tv! E os caras ainda se comunicavam por um pequeno aparelho mentiroso ...ora quem acreditaria que poderia haver comunicação com um telefone sem fios? E como diziam na minha escola: como era possível ver outra pessoa numa televisão no espaço ou descer no planeta sem cordas, escadas ou elevadores? Definitivamente a série não era para todos, era para os sonhadores, para aqueles que podiam sim imaginar que uma nave podia se deslocar no espaço, que havia algo mais lá fora do que planetas vazios. Como você bem disse: filosófica e contestadora. A série sumiu da tv aberta, os combos de DVD trouxeram, posteriormente, nova vida. A Manchete resolveu reprisar a série sob nova dublagem (a antiga se perdera no incêndio da Tv Tupi), mas a essência estava ali: agora eu estava mais velho, mas a série não havia envelhecido. Continuava atualíssima. Tivemos A Nova Geração e outros derivados. Alguns filmes de Jornada já tinham sido exibidos, se iniciando com o cerebral e frio Jornada nas Estrelas - O Filme. Vi no cinema (todos), um show de efeitos, mas Spock estava esquisito. E veio o segundo filme (continuarei na resposta do outro comentário). Guerra nas Estrelas estreara um ano antes do primeiro Jornada. Minha tia me levara: um filme incrível com robôs carismáticos, bravos heróis , um vilão com uma presença cênica assustadora e batalhas com umas estranhas e fascinantes espadas de luz (nada de chamar de sabre ainda). O segundo filme, eu não vi na estreia e nem sabia que havia saído (perto dos anos 80 a informação não era tão disponível como hoje), mas estreou o terceiro ( O Retorno de Jedi) e colocaram os três filmes em cartaz para nos inteirarmos dos filmes (nada de Tv, VHS, streaming, internet... era só no cinema mesmo). Grande trilogia (e vi todos os seis), mas realmente são abordagens diferentes com suas devidas importâncias (em vez de comparar os filmes, prefiro agradecer por terem sidos feitos)
Quanto ao filme novamente, como vc disse, ele se sustenta sem o expectador conhecer ou não a mitologia da série clássica.
ResponderExcluirHá alguns furos ( como foram para CetiAlpha e confundiram 6 com 5, rapaz… ), mas não tiram o brilho dessa aventura bem cadenciada por Nicholas Meyer. Creio que fora o enfoque melodramático dado ao cadete de Ike Eisenmann tudo está muito bem em seu lugar.
O embate final na nebulosa Mutara me lembrou mesmo A Raposa do Mar ( bem, o mesmo jogo de gato e rato foi inúmeras vezes explorado no cinema e na TV, é um clichê que sempre agrada ).
O papel de Khan foi uma grande contribuição dada por Ricardo Montalban. Excelente. Um vilão sedento de vingança, convincente mesmo. Sua fala final ao detonar a bomba Genesis está ótima, seu último suspiro é para amaldiçoar, sem arrependimentos. Um psicopata, para resumir. Muito do sucesso do filme se deve a ele, vamos reconhecer.
Os efeitos especiais foram muito bons ( para o ano de 1982 ) e todo o elenco estava bem entrosado. É o melhor filme da franquia para mim.
Uma curiosidade: com a remasterização dos efeitos especiais e os muitos extras que vieram com a edição especial em Bluray, me animei e importei a mídia dos States. Estava legendada em português e resolvi encarar essa. Rapaz, me dei mal, foi uma novela pois a Receita Federal me taxou horrores e só por amor a tudo que Jornada significa pra mim é que não deixei a encomenda voltar. Mas que saiu caro, saiu.
Luís, sobre Jornada nas Estrelas eu poderia passar horas falando e ainda teria assunto e muitas boas emoções para lembrar. Mas por agora ficamos por aqui.
Um grande abraço e tudo de bom.
Nicholas Meyer foi uma grande aquisição para a franquia: ele trouxe a aura da série para a telona. Star Trek precisava dar certo. Apesar do primeiro filme ter dado a resposta nas bilheteria que os produtores esperavam, uma sequência com uma estória fraca seria o beijo da morte. Mas o filme veio com muita força: efeitos (como você bem disse) muito bons para a época, um ator fazendo um vilão carismático (condição "si ne qua non" para um filme funcionar) e um destino dado a um personagem que pegou a todos de surpresa. Recomendo ler "Jornada Nas Estrelas - Memórias", escrito por Shatner, é um ótimo passeio aos episódios e filmes. A comparação com "A Raposa do Mar" é bem interessante (um grande filme, anos 50, com Robert Mitchum) e pertinente. E você tem razão: lá estava o futuro positivista, nada de Mad Max e afins - visões nilistas que parece que estamos fadados a seguir. Não havia a visão dos entropistas no seriado de Jornada. Gene Roddenberry nos fez ponderar como seria se a humanidade finalmente vencesse suas mazelas (os derivados posteriores, ao meu ver, foram se distanciando dessa visão e centraram em conflitos, combates e uma paz tênue).
ResponderExcluirSim, temos escritores / cientistas reverberando (e até ratificando) o que Jornada citava (não que a série tenha inventado possibilidades / temáticas futurísticas, elas já existiam, mas nenhuma outra soube aproveitar até então essa visão e conceitos restritos aos livros de ficção-científica) e todos esses autores e cientistas que você citou estão / estiveram para corroborar essas ideias e acrescentar outras tantas. Eu cheguei a ver essa remasterização e a atualização dos efeitos (não de forma completa). Grande ideia e muito trabalho. Parabéns aos realizadores, na frente, como a série bem pretendia ser. Que coisa esse caso da importação. Infelizmente filmes, séries, jogos ... sofrem essa taxação que muito não se justifica e provoca essa sensação de acabar desistindo. Acredito que este também seja o filme que mais gostei da franquia e depois o quarto e o sexto (do Meyer também) filmes (a maldição dos filmes ímpares?). Gostei dos filmes da Nova geração (mas "Gerações" não me agradou muito, Shatner com um destino sem muito glamour ... - como ninguém gritou: "não dá para apresentar este final!" - não quiseram desagradar os patrões ... Bem, vou ficando por aqui. Travei na análise do seriado Planeta dos Macacos. Inacreditável que escrevi toda a análise dos episódios no bloco de notas e esqueci de salvar, depois refiz tudo (do zero) e o HD deu problema (!!!!). Refiz novamente uma parte e não achei mais aonde salvei. Isso se chama cansaço mental extremo. Vou terminar análise da série, agora mesmo que não desisto (não se preocupe, agora estou fazendo certo e com atenção). Depois farei o desenho (apenas 20 minutos cada) e vou falar um pouquinho sobre os quadrinhos dessa "macacomaia" que até hoje ainda persiste e cujo tema muito me agrada. Daí vou passear por filmes mais tranquilos e que não exijam tamanha leitura e tempo. Mário, um grande abraço e obrigado por mais estes ricos comentários.
Luís
ResponderExcluirTambém me acho suspeito para comentar ST. Só de pensar em alguns episódios me emociono. Lembro de quando eu era garoto, sentado sozinho no quintal de casa, olhando para o céu e matutando sobre algum desses episódios. Sou muito grato a esses momentos.
Sempre achei a dublagem da AIC muito marcante e acho porque os dubladores tiveram uma interpretação mais próxima da influência teatral. A voz de Kirk era excelente. Pecado o fogo tê-la comido.
Falando de Kirk, li 2 livros de memórias do Shatner, gostei muito e hoje acho que preciso relê-los. Já comentei contigo sobre o livro O Retorno do Capitão Kirk, escrito por ele e um outro autor: boa aventura, viu? Recomendo, em especial por sanar muito bem aquele final de Generations que vc e ninguém gosta.
Recentemente, quando Shatner fez aquela viagem na Space X, senti nele um genuíno sentimento de humildade e maravilhamento, diferente do clima de espetáculo que vimos na equipe de terra e dos outros tripulantes.Talvez pela sua idade ele tenha vivido essa experiência com a devida subjetividade e creio que isso o tocou no coração.
Normalmente não entro no debate ST x SW, são coisas diferentes ( embora as produções recentes de ambas as franquias tendam a nivelá-las: só que SW está puxando o nível pra cima e ST, infelizmente para baixo ). Por isso me chamou atenção aquele programa de rádio que citei antes. Entre pessoas bem informadas renderia um papo bom.
A obra de Gene Rondeberry foi citado informalmente até por Chico Xavier ( sabia dessa? ), como exemplo de irmanamento entre seres muito diferentes e de um futuro sem as mazelas sociais como a fome e a pobreza que o Homem um dia poderá alcançar. Veja só! Veja só a obra de um sonhador!
Luís, vc gosta do VI? Tirando aquela cena em que Kirk pergunta para “Deus” porque ele precisaria de uma espaçonave — já que ele é quem ele é, certo? —, não gosto tanto desse. O IV é excelente, adoro.
Lamento seus problemas com a macacada, vc não está sozinho no mundo com esse maldito bug que nos faz perder textos importantes, se serve de consolo. Tô na espera para ver o resultado desse seu ENORME esforço, particularmente sobre as HQs.
Faz um tempo que estou me planejando para tentar ver alguns filmes, alguns clássicos outros não, mas não tenho tido oportunidade. Sabe, sem querer ser pessimista, creio que vivemos uma época única na nossa sociedade, justamente pelo tempo sequestrado do viver e pela interação tão dificultada entre as pessoas. Mas assim que tiver novidades dividirei com vc.
Um grande abraço, Luís.
Olá Mario.
ResponderExcluirPreciso ler "O Retorno do Capitão Kirk", não conhecia ninguém que tivesse lido. Me senti animado a lê-lo. Chico Xavier citando Rondeberry? Muito legal essa informação. Os meus preferidos na ordem são 2, 4 e 6. Quanto ao primeiro, apesar de já ter citado, foi algo estranho: havia um hiato do tempo que assistira a série para o filme. Nunca tinha ouvido a voz original dos atores (agora estava vendo legendado!). O filme tinha efeitos que nunca tinha visto e o surgimento da Enterprise, imponente, numa tela gigante e colorida, arrancando, foi algo que marcou aquele garoto. O segundo, já comentamos. O terceiro foi meio sem graça (destruíram a Enterprise. Precisava ?), posteriormente, entenderíamos que era uma ponte entre o 2 e o 4. O quarto filme é divertido até hoje: viagem no tempo, diferenças culturais e a interessante Ave de Rapina. Até hoje imagino que, no futuro, um doente será curado daquela maneira e seremos vistos como "bárbaros" rsss. O quinto filme, dirigido por Shatner, teve muitos problemas e o roteiro foi um deles. Realmente a celebre frase é o que mais se lembra. Houve uma "forçação de barra" com um irmão de Spock isento de lógica. O sexto me agradou muito. A analogia à queda da URSS foi bem interessante e o elenco, mesmo já bem envelhecido, manteve o carisma (o criativo sangue flutuando gerou "homenagens" em vários filmes). Aquele final, com eles assinando, me trouxe imediatas recordações da minha infância até aquele momento. Era o "final da série clássica" e uma justa homenagem ao elenco base que ainda estava vivo . Os dois primeiros da Nova Geração eu gostei (mas o fato da série não ter tido visibilidade na TV aberta atrapalhou muito em termos de bilheteria por aqui), assim como os dois primeiros desse novo reboot. A viagem de Shatner foi um grande golpe publicitário, mas tornou-se algo mais quando ele chegou ao espaço. Ele finalmente chegou com uma espaçonave (na verdade um foguete rsss) aonde poucos homens estiveram. Quem sabe se Nimoy estivesse vivo e apto como seria os dois ali (Indeed!). Continuo na saga Planeta dos Macacos - não será muito longo , espero, apenas informações que tragam compreensão à série . Vou rever o desenho (gostava, me lembra o tempo de escola) . Bom, é isso. Quem sabe termino até domingo essa etapa. As nuvens estão clareando, em vários sentidos, e o ânimo retornando para novas análises. Um grande abraço e obrigado por sempre comentar.
Luís, desculpe, confundi o V com o VI. É verdade, o VI — com o Klingon de Christopher Plummer sempre citando Shakespeare — realmente foi bacana, um afago no coração dos fãs e uma bela homenagem a todo elenco clássico. Assiste no cinema e tive plena ciência que era um adeus ao elenco. Apertou um pouco o peito.
ResponderExcluirO IV é muito, muito bom. A sequência toda do resgate do Chekov é pura diversão. Volta e meia lembro daquela senhora gritando “ eu tenho um rim, eu tenho um rim” e rio um bocado.
Os filmes da Nova Geração não foram bons, o melhor foi o X, mas faltou algo neste conjunto de obras. Não sei, ficará para uma outra análise, mais pela vasta e rica obra que foi The Next Generation.
Shatner deve ser uma pessoa bem interessante. Um ego grande, mas gostaria de poder ouvi-lo pessoalmente um dia, o que acho difícil. Talvez… quando rumarmos todos para a Terra Desconhecida, quem sabe.
Uma última dica, se é que vc já não assistiu: é fundamental, imprescindível, incontornável que todo fã de Jornada nas Estrelas assiste aos fan films Star Trek Continues. Eu falei T-O-D-O!
Vc encontrará no YouTube facilmente e legendado. Conta as últimas aventuras na missão de 5 anos da Enterprise. Muito bem feito, uma prova de amor verdadeira dos fãs e um belo tributo ao legado da série. Vc vai querer resenhar, viu?
Um abração!