quarta-feira, 23 de agosto de 2023

SEM LEI E SEM ALMA / GUNFIGHT AT THE O.K. CORRAL (1957) - ESTADOS UNIDOS


DUELO EM O.K CORRAL

Ed Bailey (Lee Van Cleef) entra em um salloon junto com dois pistoleiros à procura de Doc Holliday (Kirk Douglas) cujo irmão bêbado sacara uma arma acabando morto pelo pistoleiro. Kate Fisher (Jo Van Fleet), companheira de “Doc”, acredita que este não tem chance contra os oponentes, mas Doc faz pouco caso da situação. Wyatt Earp (Burt Lancaster) chega a cidade esperando que o xerife Cotton Wilson (Frank Faylen) tenha detido Ike Clanton (Lyle Bettger), os filhos deste, e Johnny Ringo (John Ireland) por antigos crimes, mas Cotton não é mais o antigo homem da lei capaz de prender bandos. Earp descobre que Holliday jogara cartas com Ringo três dias antes e busca descobrir o destino da dupla procurada, mas Doc fora expulso por Morgan, irmão de Earp, em outra cidade e ainda confiscaram seu dinheiro, por isso mostra-se pouco simpático a causa do famoso xerife, ainda que este tenha lhe dado uma dica de que Bailey carrega uma arma escondida em uma das botas.

Holliday vai até o saloon para confrontar Bailey e termina por matá-lo após este sacar sua arma escondida. Mesmo que em legitima defesa acaba preso e uma multidão surge para fazer justiça pelas próprias mãos. Earp, após as suplicas de Kate, providencia a fuga de Holliday por considerar injusta sua “condenação” sem um julgamento justo. Doc foge para Dodge City e ambos terminam por se reencontrar na cidade. Earp, agora delegado, permite que Doc fique na cidade com uma condição: sem facas, sem armas e sem mortes. Enquanto isso, uma jogadora chega na cidade: Laura Denbow (Rhonda Fleming) ganhando o coração do xerife. Só que tudo muda quando o irmão de Earp, Virgil (John Hudson), xerife, auxiliado pelos irmãos Morgan (DeForest Kelley) e Jimmy (Martin Milner), solicita que este o ajude em Tombstone em um problema com o Clã dos Clanton. Earp parte deixando Laura e sendo acompanhado por Doc. Só que Earp não imaginava que fosse lidar, junto com seus irmãos, com uma situação tão fatídica.

John Sturges (1910-1992) foi um diretor afeito ao gênero de faroestes e bons filmes hoje celebrados (“Duelo de Titãs”, "Sete Homens e Um Destino”, “Fugindo do Inferno”, “Conspiração doSilencio”, “A Águia Pousou” ...) e, neste caso, revestiu de emoção e dinamismo os momentos mais dramáticos da história, num misto de ficção e realidade ao reconstituir o célebre tiroteio ocorrido em 26 de outubro de 1881 no O.K Corral (Arizona) contra os Clanton comandados por Ike "Old man" Clanton numa das histórias mais exploradas do Velho Oeste Americano, um gênero que se mistura às próprias origens do cinema. O filme teve a qualidade de se focalizar nos principais eventos da famosa história.


Filmes sobre a união de Wyatt Earp e Doc Holliday são diversos: “Paixão dos Fortes” (1946) de John Ford (o filme que praticamente popularizou o incidente e tido como um dos marcos no gênero) com com Henry Fonda e Victor Mature; “Tombstone - A Justiça está Chegando” (1993) com Kurt Russel e Val Kilmer; “O Proscrito” (The Outlaw) de 1941 com uma visão nada heroica; “O Último Malfeitor” (Badmen of Tombstone) de 1948; Winchester 73 (1950), “Choque de Ódios” (Wichita) de 1955; “A Hora da Pistola" (Hour of the Gun) de 1967, do próprio Sturges, apresentando um Earp vingativo e intolerante depois do incidente em O.K Corral, após posteriores biógrafos revisionarem a verdadeira história (uma continuação “não oficial” agora com James Garner e Jason Robards); “O Massacre dos Pistoleiros” (Doc) de 1971, mais realista e com objetivos desmistificadores e "Wyatt Earp" (1994) com Kevin Coster e Dennis Quaid. Rendeu até um episódio da série clássica de “Jornada nas Estrelas” (“O Último Duelo”) que, por sinal, De Forest Kelley (O “Dr McCoy” da série) também participa, só que como um do clã dos Clanton.

Muitas biografias desse gênero foram escritas de acordo com a narrativa do "herói" (o famoso conceito de “a história é escrita pelos vencedores”) e assim lendas do Velho Oeste eram elevadas a categoria de história (o filme “Os Imperdoáveis” (1992) retrata muito bem essa questão no diálogo entre os personagens de Gene Hackman e Richard Harris confrontando a lenda com a realidade). Em “Paixões dos Fortes” (1946), o famoso diretor John Ford (“O Homem que Matou o Facínora”, “Rastros de Ódio”, “Depois do Vendaval”, “No Tempo das Diligências” ...) teria tirado a história a partir do relato do próprio Wyatt Earp (1848-1928) e realizado um filme que hoje é considerado um clássico, mas optando por uma narrativa mais romântica e poética.  Em 1960, um artigo de Peter Lyon, publicado na "Life", e um livro de Frank Waters, colocavam abaixo o mito, mas conforme dito no final do filme “O Homem que Matou o Facínora "quando o lenda for maior que o fato, imprima a lenda". Hollywood entendeu bem esse conceito ao longo dos anos.

Conforme Kirk Douglas, em sua biografia “The Ragman's Son: An Autobiography” (traduzido no Brasil como “O Filho do Trapeiro” da antiga editora Civilização Brasileira), este relata que o produtor Hal Wallis comprou um esboço da história do ex-jornalista Stuart Lake, amigo e biógrafo de Wyatt Earp. Ele leu e não gostou muito, mas aceitou o papel (o produtor tentava também Bogart) de Doc Holliday (1849-1885) com a condição que Burt Lancaster interpretasse Wyatt Earp (e porque o salário era muito bom). Lancaster estava sob contrato com Wallis, com mais um filme a ser realizado e essa seria a chance deste terminar o contrato com o produtor. Douglas relata que houve até a intenção de se filmar no famoso local e que o evento real terminara em trinta segundos com trinta e quatro tiros e três homens mortos. Na versão cinematográfica, o tiroteio levou quatro dias para ser filmado e durou cinco minutos (a cena do duelo no O.k Corral foi melhor elaborada por Sturges do que por John Ford). O grande incômodo para o ator era ter que tossir, pois o seu personagem tinha tuberculose, o que não foi possível fazer em todas as cenas. E foi a partir de “Duelo de Titãs” que Hal B. Wallis buscou o mesmo sucesso trazendo Sturges, Douglas, o músico Dimitri Tiomkin (de “Matar ou Morrer”) e o diretor de fotografia Charles Lang Jr. (O Fantasma Apaixonado, A Montanha dos 7 Abutres, Sabrina, Sete Homens e Um Destino, A Face Oculta ...)


Quanto ao elenco, há que se falar que foi um conjunto de ótimas interpretações e um dos grandes acertos da produção, muito devido ao diretor que mostrou em seus filmes como tirar ótimas interpretações de seus atores/ atrizes, fossem estrelas ou coadjuvantes. Burt Lancaster trouxe certa imponência e credibilidade ao seu personagem (bem diferente do “homem comum” de Henry Fonda ainda que este também em grande atuação). Um homem resoluto e incorruptível, que protagoniza uma das mais curiosas amizades entre um dos mais famosos xerifes e um dos maiores pistoleiros daquela época. Kirk Douglas em poderosa atuação interpretou um jogador amargo e moribundo em seus últimos dias. Um dentista (por isso o “Doc” abreviação de “Doctor’ / Doutor) cuja a progressiva doença o fez migrar para outro negócio (os jogos de cartas), ainda assim muito hábil e temido no manejo da pistola. Seu destino fica em aberto pelo roteiro (em “Tombstone” o destino de “Doc” foi melhor explicado). John Ireland, que fez Billy Clanton, em “Paixão dos Fortes”, surge aqui como Ringo, num papel mais proeminente: rival de Holliday, tanto em confronto de armas como pelo coração de Kate. Rhonda Fleming interpreta Laura Denbow, a mulher que chega para sacudir o coração de Earp e trazer ares de (breve) romance ao filme. No auge da beleza, a atriz teve seu papel reduzido, mas no período em que esteve em cena conseguiu sobressair-se. Joan van Feet (de “Vidas Amargas” - 1955) fez a companheira de Doc, Kate Fisher, quase sempre colocada em segundo plano por ele. Este ora diz desprezá-la, ora diz odiá-la, mas parece não conseguir ficar sem sua companhia (principalmente nas horas que a doença mais o afeta). Kate busca nos braços de Ringo uma forma de produzir ciúme em Doc e acaba complicando muito as coisas. Em determinado ponto vemos Laura cantando “My Darling Clementine”, uma homenagem a “Paixão dos Fortes” que apresenta essa música e título no filme? Lyle Bettger fez Ike Clanton, o patriarca dos Clanton. Dennis Hopper esteve muito bem como Billy Clanton que, mesmo hesitante, resolve seguir com seu pai e irmãos para o confronto.  DeForest Kelley (Jornada nas Estrelas) fez Morgan Earp, Martin Milner (do seriado “As Aventuras da Família Robinson”) fez James Earp e John Hudson interpretou Virgil Earp, estopim do conflito. Lee Van Cleef ainda em papeis de coadjuvante fez Ed Bailey em rápida aparição e Whit Bissell (o general do icônico seriado “O Túnel do Tempo”) surgiu também brevemente como John Clum.

Indicado ao Oscar de Melhor Montagem e Som (perdendo para “A Ponte do Rio Kwai” e “Sayonara” respectivamente), ainda que não seja uma versão fidedigna dos fatos, pode ser apreciado como um clássico, possuindo uma narrativa coesa e apresentando dois ícones do cinema lado a lado em excelentes atuações. Uma boa indicação de filme de Western para quem deseja conhecer um gênero que pouco se evidencia nos dias atuais na tela e a ser revisto por aqueles que apreciam produções de qualidade.

 

Curiosidades:

O filme se passa de 1879 a 1881.

O.K significa (Old Kindersley) e  Corral ​ significa local onde cavalos ou vacas são mantidos dentro de cercas = curral

Burt Lancaster foi indicado quatro vezes ao Oscar ganhado por Entre Deus e o Pecado (1960)

Kirk Douglas foi indicado três vezes ao Oscar: “Sede de Viver” (1956), “Assim Estava Escrito” (1952), “O Invencível’ (1949) recebendo em 1996 um Oscar Honorário pelo conjunto da obra

Jo Van Fleet ganhou o Oscar por “Vidas Amargas” (1955)

John Ireland foi indicado ao oscar por “A Grande Ilusão” (1950)

Dennis Hopper foi indicado ao Oscar por “Sem Destino” (1969) e “Momentos Decisivos’ (1986)

John Sturges considerou Robert Mitchum e Richard Widmark para o papel de Doc Holliday.

Segundo de sete filmes que Kirk Douglas e Burt Lancaster fizeram juntos.

Burt Lancaster concordou em fazer este filme se pudesse estrelar “Lágrimas do Céu” (1956), também produzido por Hal B. Wallis.

O ator Kenneth Tobey surge como Bat Masterson em uma cena, outro grande personagem do Velho Oeste

Kirk Douglas e Burt Lancaster trabalharam juntos em Estranha Fascinação (1947), e frequentemente se viam em vários eventos de Hollywood. Mas, como Douglas contou em sua autobiografia, "The Ragman's Son", eles não se tornaram amigos até este filme, o que levou a alguns momentos bastante descontraídos no set.

Jo Van Fleet, que havia treinado no Actor's Studio, precisava de ajuda para entrar no personagem da mulher abusada. Ela pediu a Kirk Douglas para bater em seu rosto. Então, resoluto, ele o fez.

Este filme serviu de inspiração para a paródia de Mel Brooks, Banzé no Oeste (1974). A letra da música-tema e a paixão com que foram cantadas foi a razão pela qual Mel Brooks escolheu o mesmo cantor - Frankie Laine.

O tiroteio foi filmado em Old Tucson, no mesmo local do tiroteio final de “Onde Começa o Inferno” (1959),

Dennis Hopper (Billy Clanton) nasceu e foi criado em Dodge City, Kansas, onde Wyatt Earp já foi xerife.

Burt Lancaster como "Wyatt Earp", fez todas as suas próprias acrobacias no filme, incluindo a famosa "cena de mergulho em execução" no início do tiroteio em OK Corral, momentos antes de confrontar o renomado ator Jack Elam, interpretando o atirador. , "Tom McLowery". Lancaster baseou-se em sua agilidade como acrobata, o que ele era, antes de se tornar ator.

O ator Bing Russell que fez Harry, o Bartender, no início do filme, foi pai do ator Kurt Russel que estrelou “Tombstone - A Justiça Está Chegando” como Wyatt Earp e que compartilhou a cena com Lee Van Cleef que atuou com Kurt Russel em “Fuga de Nova York”.

Durante a sequência de arremesso de facas, Jo Van Fleet insistiu em uma faca de verdade em vez de uma de mentira, para que ela pudesse ficar realmente chocada em cena.

É dito na biografia de Burt Lancaster que ele e o diretor John Sturges tiveram discussões abertas no set sobre o detalhes sobre o personagem de Earp

Dennis Hopper e Earl Holliman apareceram em Assim Caminha a Humanidade (1956), que também teve trilha sonora de Dimitri Tiomkin. Hopper e Holliman se reuniram em Os Filhos de Katie Elder (1965).

Membros do Western Writers of America escolheram a canção "Gunfight at the O.K. Corral" como uma das 100 melhores canções de faroeste de todos os tempos.

Inimigos neste filme, Kirk Douglas e John Ireland se reuniram no filme Spartacus (1960) como amigos e colegas gladiadores: Spartacus e Crixus.

John Sturges foi amplamente criticado por historiadores por tornar o tiroteio muito mais elaborado e prolongado do que o breve e brutal tiroteio que realmente foi. Ele foi ainda criticado por omitir o fato de que os irmãos Earp foram presos por assassinato imediatamente depois e levados a julgamento (sendo absolvidos). Em 1967, Sturges fez um filme seguinte, "A Hora da Pistola", com uma versão muito mais precisa do tiroteio e descrevendo suas consequências em detalhes. Este filme contou com James Garner como Wyatt Earp e Jason Robards como Doc Holliday. Sua precisão foi elogiada - mas foi um fracasso de bilheteria e foi mal avaliado pela crítica.

Cenas adicionais foram filmadas em 24 de julho de 1956. 

Dennis Hopper (Billy Clanton) mais tarde interpretou Doc Holliday na minisserie Wild Times (1980).

Whit Bissell (“O Túnel do Tempo”) apareceu no famoso episódio de Jornada nas Estrelas, “Problemas com os Tribbles” estrelada por Deforest Kelley.


Cartazes:

 




 

Trilha Sonora:

Gunfight at the O.K. Corral  Frankie Laine

 


 

 

Filmografias Parciais:

Burt Lancaster (1913-1994)



O Gavião e a Flecha (1950); O Pirata Sangrento (1952), A Um Passo da Eternidade (1953); O Ultimo Bravo (1954); Vera Cruz (1954); A Rosa Tatuada (1955); Trapézio (1956); Sem Lei e Sem Alma (1957); O Leopardo (1963); Aeroporto (1970); Quando os Bravos se Encontram (1971); Oeste Selvagem (1976); O Último Brilho do Crepúsculo (1977); A Ilha do Dr. Moreau (1977); Atlantic City (1980); A Pele (1981); O Casal Osterman (1983); Os Últimos Durões (1986); O Rochedo de Gibraltar (1988);  Campo dos Sonhos (1989). 


Kirk Douglas (1916-2020)







O Tempo Não Apaga (1946); Fuga do Passado (1947); As Muralhas de Jericó (1948); O Invencível (1949); Êxito Fugaz (1950); A Montanha dos 7 Abutres (1951); Assim Estava Escrito (1952); Ulysses (1954); 20.000 Léguas Submarinas (1954);  Sede de Viver (1956); Vikings, Os Conquistadores (1958); Duelo de Titãs (1959); Spartacus (1960); Sua Última Façanha (1962); Sede de Vingança (1963); Sete Dias de Maio (1964); Os Heróis de Telemark (1965); À Sombra de um Gigante (1966); Sangue de Irmãos (1968); Movidos Pelo Ódio (1969); A Fúria (1978); Cactus Jack, o Vilão (1979); Saturno 3 (1980); Nimitz - De Volta ao Inferno (1980); Caçada Impiedosa (1983); Os Últimos Durões (1986); Oscar - Minha Filha Quer Casar (1991); Os Puxa-Sacos (1994); Acontece Nas Melhores Famílias (2003);  Illusion (2004); Meurtres à l'Empire State Building (2008)


Rhonda Fleming (1923-2020)







Quando a Mulher se Atreve (1943), Uma Estranha Aventura (1944), Quando Fala o Coração (1945), Rua dos Conflitos (1946), Silêncio nas Trevas (1946), A Ilha da Maldição (1947), Fuga do Passado (1947), Na Corte do Rei Artur (1949), O Gostosão (1949), A Águia e o Gavião (1950), Golpe do Destino (1951), Mensagem dos Renegados (1951), A Revolta dos Apaches (1951), Mercado de Paixões (1951), O Falcão Dourado (1952), O Carrasco dos Trópicos (1953), A Serpente do Nilo (1953), As Aventuras de Buffalo Bill (1953), Rastros do Inferno (1953), O Tesouro Perdido do Amazonas (1954), Escravas do Harem (1954), A Audácia é a Minha Lei (1955), O Poder do Ódio (1956), No Silêncio de uma Cidade (1956), Sem Lei e Sem Alma (1957), A Arma de um Bravo (1957), O Direito de Ser Feliz (1958), O Grande Circo (1959), A Revolta dos Escravos (1960), O Otário (1964), Amor à Americana (1965), A Bomba Que Desnuda (1980)


Jo Van Fleet (1915-1996)



Vidas Amargas (1955), Eu Chorarei Amanhã (1955), A Rosa Tatuada (1955), Esse Homem é Meu (1956), Sem Lei e Sem Alma (1957), Terra Cruel (1957), Rio Violento (1960), Cinderella (1965), Rebeldia Indomável (1967), O Abilolado Endoidou (1968), 80 Passos para a Felicidade (1969), Quase, Quase uma Máfia (1971), O Inquilino (1976), Power (1980)


John Ireland (1914-1992)







Um Passeio ao Sol (1945); Audácia de Criminoso (1946); Paixão dos Fortes (1946); A Face do Perigo (1947); O Gangster (1947); Cinzas do Passado (1948); Pisando em Brasas (1948); Rio Vermelho (1948); Joana D'Arc (1948); Eu Matei Jesse James (1949); 7 Homens Maus (1949); Viagem Sangrenta (1949); A Vida é um Jogo (1949); A Grande Ilusão (1949); O Vale da Vingança (1951); O Último Caudilho (1951); A Rebelião dos Piratas (1952); Os Bons Morrem Cedo (1954); Areias do Inferno (1954); A Gaiola De Vidro (1955); Os Amores Secretos de Eva (1955); A Lei dos Brutos (1956); Sem Lei e Sem Alma (1957); Spartacus (1960); Coração Rebelde (1961); Os Guerrilheiros (1962); 55 Dias em Pequim (1963); A Queda do Império Romano (1964); Rawhide (seriado 1959-1965); Ódio por Ódio (1967); A Quadrilha dos Renegados (1967); A Outra Face da Coragem (1968); Uma Pistola para 100 Sepulturas (1968); Meu Revólver é Minha Lei (1968); Um Homem, Um Revólver, Uma Vingança (1968); Crepúsculo dos Insaciáveis (1969); Minha Pistola Nunca Falha (1970); Armadilha do Tempo (1973); A Casa dos Sete Mortos (1974); O Último dos Valentões (1975); Resgate (1977); O Assassino Perfeito (1977); O Amanhã Não Virá (1978); Jornada à Delta 3 (1979); O Massacre da Guiana (1979); Kavik - O Cão Lobo (1980); Amores de Marilyn (1980); Na Rota Do Perigo (1985); Mensageiro da Morte (1988); Vampiros em Fuga (1989); A Noite dos Horrores (1989); O Enigma do Cemitério (1991)


Lyle Bettger (1915-2003)







Casei-me com um Morto (1950); Rastro Sangrento (1950); O Poder da Fé (1951); O Maior Espetáculo da Terra (1952); A Garganta do Diabo (1952); A Rebelião dos Piratas (1952); Epílogo de Sangue (1953); Hordas Selvagens (1953); Desejo Atroz (1953); Lábios que Mentem (1953); O Grande Espetáculo (1954); Tambores da Morte (1954); Mares Violentos (1955); Zorro e o Ouro do Cacique (1956); Sem Lei e Sem Alma (1957); O Domador de Cidades (1965); Duelo no Oeste (1966); Nevada Smith (1966); A Volta do Pistoleiro (1966); O Violão Heróico (1967); O Senhor das Ilhas (1970); Os Sete Minutos (1971); Havaí cinco zero (seriado 1969–1980)


Dennis Hopper (1936-2010)







Sem Lei e Sem Alma (1957); Os Filhos de Katie Elder (1965); Rebeldia Indomável (1967); A Marca da Forca (1968); Sem Destino (1969); Bravura Indômita (1969); O Amigo Americano (1977); Apocalypse Now (1979); O Casal Osterman (1983); O Selvagem da Motocicleta (1983); Veludo Azul (1986); Momentos Decisivos (1986); O Mistério da Viúva Negra (1987); Quase sem Destino (1990); Paris Trout (1991); Velocidade Máxima (1994); Waterworld - O Segredo das Águas (1995); Piratas do Espaço (1996); O Guarda-Costas (2002); O Corvo - Vingança Maldita (2005).


Whit Bissell (1909-1996)







O Gavião do Mar (1940); Demônio da Noite (1948); A Vingança de Jesse James (1951); O Corsário Maldito (1951); Continente Perdido (1951); O Monstro da Lagoa Negra (1954); Três Horas para Matar (1954); O Salário do Pecado (1955); Horas de Desespero (1955); A Fúria dos Justos (1955); Sem Lei e Sem Alma (1957); Audácia de Um Rebelde (1957); I Was a Teenage Frankenstein (1957); Acorrentados (1958); A Orquídea Negra (1958); O Monstro Sanguinário (1958); Minha Vontade é Lei (1959); A Máquina do Tempo (1960); Sete Homens E um Destino (1960); O Homem de Alcatraz (1962); O Indomado (1963); Sete Dias de Maio (1964); Escândalo na Sociedade (1964); O Túnel do Tempo (seriado 1966-1967); Aeroporto (1970); Missão Confidencial (1972); No Mundo de 2020 (1973); A Máquina do Tempo (1978); O Cavaleiro da Noite (1979) e participação em vários seriados.


John Hudson (1919-1996)







Grito de Indignação (1947); Só Resta a Lembrança (1951); O Último Duelo (1952); O Levante dos Apaches (1952); Arrancada da Morte (1952); A Volta ao Paraíso (1953); Homens Indomáveis (1954); Sangue Aventureiro (1955); Caminhos Sem Volta (1955); Semeando o Ódio (1955); A Tortura do Medo (1956); Sem Lei e Sem Alma (1957); O Vale da Traição (1960); A Dama da Madrugada (1961)


DeForest Kelley (1920-1999)







Um Rosto no Espelho (1947); O Valente de Chicago (1949); Trágica Fatalidade (1955); O Homem do Terno Cinzento (1956); Marcados pela Violência (1956); A Árvore da Vida (1957); Duelo na Cidade Fantasma (1958); Minha Vontade é Lei (1959); Fúria de Brutos (1963); Escândalo na Sociedade (1964); A Rebelião dos Apaches (1965); Jornada nas Estrelas (seriado 1966 a 1969); A Noite dos Coelhos (1972); Jornada nas Estrelas: O Filme (1979);  Jornada nas Estrelas II - A Ira de Khan (1982); Jornada nas Estrelas III - À Procura de Spock (1984);  Jornada nas Estrelas IV - A Volta para Casa (1986); Jornada nas Estrelas V - A Última Fronteira (1989); Jornada nas Estrelas VI - A Terra Desconhecida (1991).


Martin Milner (1931-2015)







Nossa Vida com Papai (1947); O Naufrágio do Hesperus (1948); A Grande Promessa (1949); Iwo Jima - O Portal da Glória (1949); Os Noivos de Mamãe (1950); Vida de Minha Vida (1950); Até o Último Homem (1951); Águas Traiçoeiras (1951); Hora da Decisão (1951); Cidade Cativa (1952); A Família do Gênio (1952); Eram Todos Pecadores (1952); Linha de Fogo (1952); Renegado Heróico (1952); O Sabre e a Flecha (1953); Prisioneiros na Mongólia (1953); A Paixão de uma Vida (1955); Taverna Maldita (1955); No Limiar do Espaço (1956); Ninho de Águias (1956); Alucinado pela Vingança (1957); Sem Lei e Sem Alma (1957); Até o Último Alento (1958); Estranha Obsessão (1959); 13 Fantasmas (1960); Rota 66 (seriado 1960–1964); Brincadeiras de Amor (1966); Um Império na Selva (1967); O Vale das Bonecas (1967);  O Trem Desgovernado (1973); Adam-12 (seriado 1968); A Família Robinson (seriado 1975–1976); Inundação (1976); Ameaça no Supersônico (1977)


Lee Van Cleef (1925-1989)







Matar ou Morrer (1952); Homens em Revolta (1952); A Volta dos Irmãos Corsos (1953); O Monstro do Mar (1953); Sua Lei é Matar (1953); Flechas em Chamas (1954); A Princesa do Nilo (1954); Dinastia do Terror (1954); Império do Crime (1955); O Salário do Pecado (1955); Sangue de Bárbaros (1956); O Rei do Laço (1956); Marcado para a Morte (1956); Sem Lei e Sem Alma (1957); O Homem dos Olhos Frios (1957); Os Deuses Vencidos (1958); Estigma da Crueldade (1958); O Homem que Luta Só (1959); Quadrilha do Inferno (1961); O Homem que Matou o Facínora (1962); A Conquista do Oeste (1962); Por uns Dólares a Mais (1965); O Dia da Desforra (1966); Três Homens em Conflito (1966); A Morte Anda a Cavalo (1967); Dias de Ira (1967); Sabata, o Homem que Veio para Matar (1969); Duelo dos Homens Maus (1971); A Fúria dos 7 Homens (1972); Cavalgada Infernal (1975); O Grande Golpe (1978); Octagon, Escola de Assassinos (1980); Fuga de Nova York (1981); O Mestre (seriado 1984); Resposta Armada (1986); A Corrida Maluca (1989) 


Jack Elam (1920-2003)







Areia Movediça (1950); Ódio Implacável (1950); O Diabo Feito Mulher (1952); Matar ou Morrer (1952); O Forasteiro (1952); Os Quatro Desconhecidos (1952); Almas Selvagens (1953); Os Bravos Não se Rendem (1954); Vera Cruz (1954); Tarzan e os Selvagens (1955); A Morte num Beijo (1955); O Tesouro de Barba Rubra (1955); O Rei do Laço (1956); Sem Lei e Sem Alma (1957); Assassino Público Número Um (1957); O Covil da Morte (1959); O Último Por-do-Sol (1961); Os Comancheros (1961);  Heróis do Texas (1963); Raça Brava (1966); Satã, O Urso Cinzento (1966); O Pistoleiro do Rio Vermelho (1967); Sartana não Perdoa (1968) Era uma Vez no Oeste (1968); Uma Cidade Contra o Xerife (1969); Rio Lobo (1970); Latigo, o Pistoleiro (1971); Pat Garrett e Billy the Kid (1973); Pony Express: A Saga de Jimmy (1976); O Viking (1978); Cactus Jack, o Vilão (1979); Quem Não Corre, Voa (1981); Um Rally Muito Louco (1984); De Volta ao Oeste (1988); Ouro Para Um Pistoleiro (1988); Comando Suburbano (1991); Os Indesejáveis (1993)


4 comentários:

  1. Luís, td bem?
    Assisti a Sem Lei e Sem Alma ( título melodramático, não? ) por conta de meu pai — que adorava o gênero — e por sempre ficar impressionado com a presença de Kirk Douglas, um ator magnético para mim. Por isso, todos os seus filmes me chamaram a atenção.
    Fui conhecer os westerns — e todo mundo, acho — como faroeste ou bang-bang. A Bandeirantes tinha até sessão com esse nome, meu pai batia cartão lá nessas noites. Não tinha como um marmanjo e um garoto não gostar: a figura do mocinho, do bandido, da mocinha, o bom e o mau, enfim, a estereotipação na essência. Isso não era ruim, não, era até muito bom e tem até hoje no dna do cinema de entretenimento.
    Confesso que não assisti muitas obras entre os westerns que passaram bem pela prova dos anos, mas há bons exemplos certamente. Desses, o primeiro que vi foi Rastros do Ódio ( esse sim um belo título, gostaria de parabenizar quem o batizou no Brasil ).
    Então, existem poucas obras deste gênero que foram marcantes pra mim. Mas Duelo de Titãs é o meu preferido, paro para assistir em qualquer hora e lugar que estiver sendo exibido.
    Sem Lei e Sem Alma tem seu mérito pelo grande elenco, particularmente a dupla central. John Ireland, me lembro bem dele em Spartacus. Quanto ás damas, nada de especial, a não ser talvez pela relação de morde-assopra de Jo Van Fleet e Kirk Douglas, um típico sadomasoquismo que a psiquiatra adora citar. O filme vale-se também pela plasticidade dos vestuários e dos ambientes internos, embora um pouco mais assépticos como de fato deveria ser no período. Mas, bem, é para entreter, certo?
    Li sua crítica para o filme de Henry Fonda e Victure Mature e prometo assisti-lo pois me parece um cinema maior. Aí te darei um retorno.
    Aquele abraço, Luís. Boa semana para todos nós.

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    1. Olá Mário. (agora a plataforma não me permitiu escrever os comentários de uma vez. Vou dividi-los em duas partes)
      Parte 1
      Veja que coisa interessante. Eu comecei a olhar para os filmes de faroestes ou bang-bang (sim, assim eram chamados) ainda pequeno, mas poucos me chamavam a atenção (a não ser "Zorro" - tanto do Clayton Moore (que era "Lone Ranger") como o de Guy Williams (acho que inclusive chegou a passar nos cinemas brasileiros um episódio estendido da série - pelos menos existe um fragmento disto na minha memória) cheguei a ver o de Alan Delon nos cinemas, em reprise, talvez em 1977/78) . E aí está a coincidência: "Rastros de Ódio" foi o primeiro que realmente me chamou a atenção: o colorido, as paisagens, a perseguição, os personagens, o encontro (claro que com a mente de um pré-adolescente)... Anos depois revi e revi esse filme (até fazer a análise e descobrir o diretor John Ford - um ótimo diretor, tipo como mestre nesse gênero, mas com alguns aspectos que me incomodam como, por exemplo, o modo com que retratava os nativos americanos) e fui gostando do gênero. E, sim, tinha a sessão bang-bang na Bandeirantes e, nos anos 70, na Globo - o nome está em meus apontamentos, em algum lugar rsss. Foi, já fase adulta, com o VHS (e a possibilidade de gravar os filmes das madrugadas para onde esse gênero foi parar nos anos 80 e 90), que travei contato com faroestes mais mitológicos, grandes produções que diziam algo.
      Duelo de Titãs é um grande filme, sem dúvida. Quanto a "Sem Lei e Sem Alma" devo dizer que achei melhor do que "Paixão dos Fortes". São filmes bem distintos (tento evitar, nem sempre é possível, fazer comparações entre filmes do mesmo gênero - faço mais entre continuações), mas Kirk Douglas e Burt Lancaster fizeram um baita trabalho aqui. "A Hora da Pistola" me impressionou pela mudança radical dos personagens (não sabia que era uma "continuação" até fazer na época a análise). James Garner fez um Wyatt Earp bem diferente, mas ainda assim não superou "Sem lei e Sem Alma", talvez pelos ingredientes que você bem citou: a nítida diferença de heróis e bandidos e uma história bem estruturada.
      E esqueçamos que é baseado em fatos, que mais tarde mostraram-se equivocados, até porque depois de 1000 análises aqui acho que não postei uma análise ainda de um filme de Hollywood que seguisse fielmente os fatos (talvez o religiosos se aproximem mais - "Ben Hur", "Jesus de Nazaré" (esse foi exibido nos cinemas brasileiros em duas partes - semanas diferentes) e "Os Dez Mandamentos" (-ainda vou analisá-los - pesquisa pesada e as análises serão voltadas para as produções - se for entrar numa análise sobre o conteúdo religioso vira um livro rsss). Para não esticar muito, posso citar o horroroso "Os Sobreviventes dos Andes" que deturpou completamente a história de um modo absurdo e "O Expresso da Meia-Noite" na qual vi o documentário e me surpreendi de que o "baseado em fatos reais" era basicamente que o protagonista tinha sido preso. O resto foi, de acordo com o documentário - acho que do History - tudo inventado (quando analisar vou explicar bem essa questão e falar do documentário). Ou seja, em Hollywood, se tiver 1% de acordo com a história "é baseado em fatos reais" (algumas produções de baixo orçamento anos 70 que se diziam baseadas em fatos, eu diria que apresentaram 0% de fatos). Sem Lei e Sem Alma não se diz baseado em fatos, mas, para os americanos, é uma história conhecida. E a direção de Sturges foi muito boa. E, na síntese, é exatamente como você colocou: é para entreter. A personagem de Jo Van Fleet está muito bem e, sim, que relação complicada com Hollyday (bem na linha do "a vida como ela é" de Nelson Rodrigues)

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    2. Parte 2 do comentário:
      Bom, vou me despedindo por aqui . Para complementar essa "Trilogia" de Western devo postar durante a semana "Consciências Mortas" , um filme que me fez pensar muito quando o assisti a primeira vez. Revendo com mais amadurecimento, percebi o quanto foi bem escrito (apesar de ser curto em sua duração) e o quanto esse tema é atual se fizermos paralelos. Depois, me voltarei para outros filmes de forma sortida, depois para algum gênero (talvez 3 filmes interessantes). É um processo cíclico e com certeza chegarei a Duelo de Titãs e outras produções para os amantes desse gênero. Como o tempo ficou ainda mais curto, estou um pouco distante de produções que gostaria de analisar e o tempo de pesquisa (adoro pesquisar, catar informações) ficou mais espaçado. Mas os filmes surgirão aqui com certeza, sempre tentando trazer algo de diferente para quem lê as críticas (às vezes funciona, às vezes a inspiração corre de mim rsss). Um grande abraço e obrigado por sempre comentar . Uma ótima semana para você e seus familiares.

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  2. Luís, gostaria de dizer que enxergo uma data, ao menos daqui certos anos, que terei mais tempo livre e menos trabalho. Então, entendo o seu ( o nosso ) problema. Aqui nesse caso não é Nelson Rodrigues, mas também cabe “a vida como ela é”.
    Fiquei surpreso vc dizer que Sem Lei e Sem Alma te agrada mais que Paixão dos Fortes, pela sua crítica achei o contrário. Terei que achar um tempo para assistir PF e dar uma impressão, vou tentar.
    Sim, “fatos reais” realmente é um apelo questionável, apesar da internet poder desmascarar quase tudo quando acessamos fontes confiáveis. A Hora da Pistola e Conciências Mortas não vi. Expresso da Meia-Noite vi, gostei e preciso rever. Todos os filmes bíblicos que vc citou eu vi ( quem não viu, da nossa geração? ) e nesses o aspecto da superação e do auto-sacrifício são o ponto em comum, além do divino, que tanto toca o homem comum. Quo Vadis e O Manto Sagrado, esses não vi ou vi partes ( não me impressionaram, eu acho ).
    Rapaz, tá cada vez mais difícil encontrar filmes antigos. Creio que é uma guerra meio perdida, viu?
    Olha, vi e revi alguns filmes interessantes, um deles O Pagamento Final ( Brian de Palma, Al Pacino, Sean Penn, Penelope Ann Miller ). Vc deve ter visto: que grande, grande filme, maravilhoso.
    E vamos em frente!
    Bom trabalho, Luís. Abraço!

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