PRODUÇÃO FEITA PARA TV SEM MUITO CAPRICHO
Um
satélite russo sofre uma pane na reentrada e seu rumo é desviado para o centro
de Los Angeles. Ralph Branly (Whit Bissell) é orientado a usar um foguete para
interceptação, mas ocorre um imprevisto. Com a chegada do Dr. Neil Perry (John
Beck) a missão é concluída com sucesso. Neil
aproveita a oportunidade para justificar o uso de uma verba de 20 milhões de
dólares em seu projeto. Ele mostra um protótipo, em forma de miniatura, do que
diz ser uma máquina do tempo. Ao testá-la, ela desaparece dos olhares de
Branly e do General Harris (R.G. Armstrong), mas não convence Harris, que
deseja que Neil seja relocado para o projeto de uma construção de uma arma de
anti-matéria.
Neil
ganha um final de semana de folga, mas não dá notícias. Quando reaparece
informa não ter saído do local, apenas ter se deslocado no tempo e que possui
informações vitais para a sobrevivência da humanidade .
Neil
chega em 1692, em Massachusetts, precisamente na cidade de Salem. Ele
presencia a fuga de uma mulher acusada de bruxaria e acaba detido por suas
roupas estranhas e sua máquina “diabólica”. É julgado e sentenciado a morrer na
fogueira junto com sua criação. Consegue acionar a máquina e desaparece
na frente dos incrédulos habitantes locais.
Sua
segunda inserção acontece em 1871, no meio oeste americano, em plena época de
corrida ao ouro. Ele descobre que, naquele local, existia uma mina de
exploração e que foi parar dentro dela. Ao sair é descoberto, capturado e
confundido com um membro de um bando de criminosos que aterroriza a
cidadezinha. Neil consegue escapar da cadeia, mas não do Xerife e seus
assistentes. Com a chegada do bando de criminosos, vê a oportunidade de voltar
à mina e à sua máquina.
Neil informa
suas experiências, mas não o levam a sério, imaginando que criara a estória
para continuar com o financiamento de sua criação. Ele descobre que não poderá
mais trabalhar no projeto e que a organização para que trabalha (“Mega
Corporation”) deseja que reverta seus conhecimentos e esforços para o projeto
da criação de uma bomba. Ao ser avisado por outro cientista que a conclusão
desse novo projeto poderá por fim a humanidade, Neil resolve ver como a
história será escrita e aciona a máquina novamente.
Dentro do aparelho ele presencia uma explosão de magnitude nunca antes vista. Avança, encontrando um completo deserto (lembrando que se desloca apenas no tempo, não no espaço). Devido aos altos índices de radiação segue, agora vagarosamente, presenciando uma nova vegetação florescer por centenas de anos, parando em um futuro não especificado às portas de uma enorme construção. Investigando o local, percebe pequenas construções que mostram ter havido algum tipo de inteligência. Ao ouvir um ruído, retorna imediatamente para perceber que sua máquina fora arrastada para dentro da construção.
Nosso
viajante acaba encontrando uma bela mulher, Weena (Priscilla Barnes), que o
apresenta ao seu jovem povo. O doutor percebe que não há pessoas acima dos 30
anos. O mais velho parece ser Ariel (John Hansen), irmão de Weena. O grupo fica
surpreso, pelas vestes de Neil e por ele não conhecer os Morlocks que temem
mortalmente. Ao ser levado ao que seria um museu da guerra, uma lembrança do
que a humanidade construiu de letal, descobre uma tela de vidro que contém
informações sobre uma guerra em escala global em 2004 e o uso, pelos Estados
Unidos da bomba de antimatéria que encerrou definitivamente a guerra e levou a
humanidade para os subterrâneos por milênios. Houve uma divisão e parte ficou
vivendo abaixo da terra, outra resolveu viver num novo mundo.
Neil
informa que terá que buscar sua máquina e Ariel lhe avisa que, nas noites mais
escuras, os Morlocks capturam os habitantes, principalmente os mais velhos, sem
saberem exatamente quais os seus destinos. Os Morlocks chegam e, no ataque,
levam o irmão de Weena. Neil descobre que seus fósforos são a única arma eficaz
contra um povo que só enxerga no escuro. Ele desce até o local, salva Ariel e o
grupo capturado, mas não obtém sucesso em recuperar sua máquina. O museu da
guerra parecer ser a solução.
Feito
pela rede de Tv NBC americana, esta produção de 1978 tentou adaptar o livro de
H. G Wells de uma forma diferente da versão cinematográfica da década de 60.
Sob forte influência do filme e de séries televisivas esta "Máquina do
Tempo" foi feita num ritmo mais de aventura do que ficção científica. As
influências são interessantes: podemos perceber que o desaparecimento e
reaparecimento da máquina parece um efeito idêntico ao teletransporte do
seriado Jornada nas Estrelas. O deslocamento no tempo lembra a série inglesa Dr
Who. Como homenagem a uma das maiores séries de viagem do tempo, “O Túnel do
Tempo 1966 - 1967”, temos dois importantes personagens: o ator Whit Bissell (que
esteve na versão de 1960), que fazia o general Kirk e John Zaremba que era
operador do túnel, como o Dr Raymond, fazendo uma aparição logo no início de
cabelos brancos e bigode. A maior influência ficou realmente com o clássico de
1960 “ A Máquina do Tempo”. Não há como não perceber a miniatura da máquina, o
deslocamento com paredes e vedações, aparecendo e sumindo. No filme sessentista
tínhamos Filby como o melhor amigo do inventor, mas aqui foi deixado em segundo
plano, assim como a secretária de Neil que, no original era feito pela governanta.
Os
efeitos especiais deste telefilme são o grande senão da produção. Tudo foi
muito mal realizado, considerando que foi feito uma década à frente. Os
Morlocks são bizarros e parecem ter saído de alguma produção trash. As locações
também não são boas. A parte em que chega à Salem é rápida demais e parece uma
locação do seriado "A Ilha da Fantasia". Só faltou o Sr Roarke
aparecer e salvar Neil no último instante. As cenas de explosão foram
nitidamente retiradas de algum documentário e a máquina, propriamente dita,
pouco atrativo causa.
Mas
qual seriam os pontos positivos? O elenco está bem com destaque para Whit
Bissell (1909–1996), John Beck (pouco conhecido entre nós, mas para quem
é mais velho poderá ser lembrado nos filmes “As Duas Vidas de Audrey Rose” e
“Rollerball – Os Gladiadores do Futuro”) e Priscilla Barnes ("007 -
Permissão para Matar"; "Garras de Águia" e participação em
vários seriados). A ideia de uma nova versão, mandando o protagonista ao
passado foi interessante. Para completar, acontece o final que muitos esperaram
na primeira versão.
"A
Máquina do Tempo" de 1978 não pode ser termo comparativo entre as
produções de 1960 e a de 2002, visto que é infinitamente inferior às duas
versões, mas serve como passatempo para aqueles que querem completar sua
filmografia com as três versões do livro de H G Wells. O filme não foi exibido
no Brasil, logo não há cópias legendadas ou legendas disponíveis, sendo
acessível àqueles que dominem o idioma americano.
Trailer (em inglês) :
Curiosidades:
Whit Bissell e John Zaremba no seriado "O Túnel do Tempo"
Cartaz:
Filmografia Parcial:
John Beck
O Dorminhoco (1973); Rollerball - Os Gladiadores do Futuro (1975); As Incríveis Peripécias do Ônibus Atômico (1976); As Duas Vidas de Audrey Rose (1977); A Máquina do Tempo (1978); Grandes Heróis da Bíblia - Sansão (1978); Ilusão Fatal (1987); Um Crime Quase Perfeito (1991); Timecop 2 - O Guardião do Tempo (2003); Aterrissagem (2005).
Whit Bissell (1909–1996)
O Gavião do Mar (1940); Demônio da Noite (1948); A Vingança de Jesse James (1951); O Corsário Maldito (1951); Continente Perdido (1951); O Monstro da Lagoa Negra (1954); Três Horas para Matar (1954); O Salário do Pecado (1955); Horas de Desespero (1955); A Fúria dos Justos (1955); Sem Lei e Sem Alma (1957); Audácia de um Rebelde (1957); I Was a Teenage Frankenstein (1957); Acorrentados (1958); A Orquídea Negra (1958); O Monstro Sanguinário (1958); Minha Vontade é Lei (1959); A Máquina do Tempo (1960); Sete Homens e um Destino (1960); O Homem de Alcatraz (1962); O Indomado (1963); Sete Dias de Maio (1964); Escândalo na Sociedade (1964); Túnel do Tempo (seriado 1966-1967); Aeroporto (1970); Missão Confidencial (1972); No Mundo de 2020 (1973); A Máquina do Tempo (1978); O Cavaleiro da Noite (1979) e participação em vários seriados.
Priscilla Barnes
Assassino dos Mares (1977); Perseguição Assassina (1978); O Último Casal Casado (1980); Um é Pouco, Dois é Bom e Três é Demais (seriado 1981 -1984); Traxx - Um Mercenário do Barulho (1988); 007 - Permissão para Matar (1989); O Padrasto: Ele Voltou Para Ficar (1992); Garras de Águia (1992); Acerto Final (1995); Barrados no Shopping (1995); Dr. Mumford: Inocência ou Culpa? (1999); Alone with a Stranger (2000); Revanche Sangrenta (2001); Rejeitados pelo Diabo (2005); Meu Querido Vira-Lata (2010); Jane the Virgin (seriado 2014 -2019); Hot for My Name (2020)
R.G. Armstrong (1917–2012)
Caçada Humana (1958); Vidas em Fuga (1960); Pistoleiro do Entardecer (1962); Juramento de Vingança (1965); El Dorado (1967); A Morte Não Manda Recado (1970); Motoqueiros Selvagens (1970); O Império dos Homens Maus (1970); A Grande Esperança Branca (1970); Sem Lei e Sem Esperança (1972); Pat Garrett e Billy the Kid (1973); Meu Nome é Ninguém (1973); Inferno no Asfalto (1975); O Carro, a Máquina do Diabo (1977); A Longa Noite de Terror (1977); O Céu Pode Esperar (1978); Cão do Diabo (1978); A Lenda do Revolver Dourado (1979); McQuade, o Lobo Solitário (1983); Colheita Maldita (1984); O Predador (1987); Prova de Fogo (1987); Dick Tracy (1990); Warlock 2: O Armageddon (1993); O Preço do Desejo (1995); O Homem da Máscara de Ferro (1998); O Purgatório (1999).
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