NÃO HÁ ESPELHO MELHOR QUE REFLITA O SER HUMANO DO QUE SUAS PRÓPRIAS ATITUDES.
Quatro astronautas partem da Terra em uma
missão usando a tecnologia de criogenia para sobreviver à viagem na velocidade
da luz. Depois de uma viagem de 18 meses no espaço a nave apresenta uma pane,
caindo em um rio de um corpo celeste desconhecido na qual acreditam possa estar
na constelação de Órion. A astronauta feminina está morta e os três
sobreviventes George Taylor (Charlton Heston); Landon (Robert Gunner) e Dodge
(Jeff Burton) descobrem ter avançado cerca de 2.000 anos no futuro. Após atravessarem uma
longa área árida e desértica se deparam com um local de plena natureza e seres
humanos em estado semi-primitivo. Mas algo os deixa atônitos: estes estão
sendo caçados por um bando de gorilas uniformizados a cavalo. Na confusão,
Dodge acaba morto, Taylor é alvejado na garganta e o paradeiro de Landon é, até
então, desconhecido. Taylor é levado aos cuidados da cientista e psiquiatra
Zira (Kim Hunter) e do arqueólogo Cornelius (Roddy McDowall). Ele percebe que,
nessa sociedade, ao contrário dos símios, os humanos são destituídos do dom da
fala e possuem uma mente bem limitada. Uma mulher é presa com o
astronauta e tenta lhe advertir a não falar. Quando o Dr. Zaius (Maurice Evans)
descobre que o humano pode falar e apresenta raciocínio elevado, percebe estar
diante de uma grande ameaça. Taylor e sua companheira Nova (Linda
Harrison) são ajudados por Zira e Cornelius que veem em Taylor o elo perdido
que prova sua teoria da evolução, enquanto este deseja descobrir como
houve uma inversão na evolução das espécies neste planeta.
Baseado livremente no livro de Pierre Boulle (o mesmo autor de “A Ponte do Rio Kwai”), Planeta dos Macacos alcançou um nível de extraordinariedade raras vezes alcançado no cinema e ainda mantém o seu fascínio causado por quem o assiste pela primeira vez, mesmo que as frequentes exibições na Tv tenham diluído o seu impacto. O filme fez um sucesso tremendo e permitiu que a 20th Century Fox se recuperar de uma quase falência com o filme Cleopatra (1963). A aposta era alta, mas o roteiro tinha um grande coautor criativo por trás: o aclamado roteirista Rod Serling, então em alta, com o sucesso de seu programa de Tv “Além da Imaginação”.
Foi Serling, em parceria com Michael Wilson ("Lawrence da Arábia", "A Ponte do Rio Kwai"), que pegou alguns pontos do livro de Boulle e os remodelou em uma nova história que trazia para o espectador não apenas uma aventura fantástica de ficção científica distópica (um gênero com quase nenhuma tração nas bilheterias na década de 1960), mas elementos secundários, analogias que circundavam a história como o abafamento de ideias contraditórias que desafiam o status quo; a tola insensatez da sociedade humana; os direitos civis; o sentimento “anti-establishment”; debates sobre testes em animais... Devemos lembrar que os EUA haviam entrado na Guerra do Vietnã (1965) e que em 1968 Martin Luther King seria assassinado em meio à luta pelos direitos civis. A estrutura familiar tinha se desintegrado. A Crise dos Mísseis (1962) mostrava ao mundo o medo da Guerra Fria. Era o auge do medo nuclear (que seria explorado no segundo filme). Nenhum filme abordaria melhor a mentalidade dos anos sessenta do que Planeta dos Macacos.
Atualmente poucos se lembram do impacto que o filme causou na sociedade da época, inclusive no Brasil. Muitos apelidaram de “macacomania” que gerou quatro (desiguais) continuações, uma curta série para a Tv (os humanos falavam), um desenho (bem legal e hoje cultuado) animado; lançamento em revistas de quadrinhos pela Marvel (lançada por aqui pela Bloch Editores em 14 edições – nos EUA foram 29 edições). Até hoje ainda lançam quadrinhos retratando o universo criado dos personagens. No Brasil, tivemos o filme nacional “Os Trapalhões no Planalto dos Macacos” (um sucesso); o Programa satírico “Planeta dos Homens” que tinha o inteligente macaco Sócrates (“O macaco tá certo!”). Entre 31 de março a 17 de abril de 1977 houve uma apresentação do “Hollywood Circus” no Maracanãzinho, no Rio de Janeiro. A atriz e dublê americana Paula Christ (de “A Batalha do Planeta dos Macacos”) fazia o papel de “Zira” e o ator Bill Blake, “Cornelius”. O espetáculo ainda seria apresentado nas cidades de Juiz de fora, Belo Horizonte, Brasília, São Paulo, Curitiba e Porto Alegre. Fora os álbuns para ler, recortar e montar do “Planeta dos Macacos” (RGE) e “Planeta dos Macacos 2” para “ler, recortar e brincar” que trazia máscaras de Zira e Jô Soares. A versão brasileira da revista Mad (nº 19) trazia na capa “O Planeta dos Macacos”. Podemos citar as versões cinematográficas de 2001 (dirigida por Tim Burton que ficou no primeiro filme) e a nova trilogia Planeta dos Macacos: “A Origem”, “O Confronto” e “A Guerra” (o quarto exemplar pode chegar ano que vem). Lembrando que as produções lançadas nos anos 60/70; 2001 e 2011 em diante são distintas entre si, não apresentando relação, assim como o desenho e a série de TV.
Nosso último personagem da história do século XX percebe a lógica invertida dividida em três castas (No livro, todos os macacos são considerados iguais na sociedade): os orangotangos (governadores e políticos); os gorilas (soldados e trabalhadores) e os chimpanzés (cientistas e intelectuais). Pode-se, inclusive, perceber uma adaptação do livro de George Orwell “A Revolução dos Bichos” no diálogo: ("por que todos os macacos são criados iguais?", ao que Taylor responde: "alguns macacos, ao que parece, são mais iguais que outros"). Há um código de comportamento, há leis e há manuscritos, uma religião símia, que revelam que Deus criou o Macaco parar reinar na Terra sob animais primitivos como o ser humano. Há até a "Zona Proibida" um local proibido aos macacos, mas que Cornelius foi em uma expedição e começou a conjecturar a hipótese de que já houve um sistema social altamente avançado que misteriosamente desapareceu. E, neste contexto, a presença de Taylor, um humano falante abre brechas em uma história perpetuada por séculos. Zaius percebe que em sua sociedade, homens falantes seriam uma ameaça para o estabelecimento dos macacos já que pelos escritos feitos há milênios, o homem destrói tudo a sua volta, mata seu semelhante e é desejoso de se apossar de coisas que não são suas (isso já deixa uma pulga na orelha do espectador). O ser humano é uma peste que destrói as plantações dos símios em busca de comida e Taylor e seu amigos estavam em uma dessas plantações, lugar errado e hora errada. E Taylor precisa descobrir o que levou o ser humano a permanecer em uma ardósia primitiva, dando lugar para que os macacos evoluíssem em seu lugar. Zaius prefere incapacita-lo e afastá-lo da sociedade e Taylor, ironicamente descrito por um dos astronautas como um homem que não ligava para o seu semelhante, procura desesperadamente um meio de fugir e quem sabe descobrir as origens da loucura que presencia e quem sabe alguém com quem possa conversar ou o entenda.
Temos que destacar a incrível maquiagem de John Chambers (levou o Oscar) que permitiu ao atores ter expressões faciais incríveis. Chambers revelou que a maquiagem era aplicada em todos que estavam em cena: atores, dublês e extras. Sua equipe chegou a ter 150 pessoas e algumas das maquiagens levavam horas para serem aprontadas o que levava muitos atores a comerem com canudinhos ou pequenas porções. Roddy McDowall afirmou ter desenvolvido claustrofobia durante as sessões e o ator Edward G. Robinson ("No Mundo de 2020") recusou o papel de Zaius dizendo que enlouqueceria dentro da maquiagem, pois já apresentava alguns problemas de saúde. Ainda hoje a maquiagem de Chambers impressiona. Jerry Goldsmith entregou uma partitura atonal bem dinâmica para o filme ditando as cenas e as intensificando nos momentos que se fazia necessário.
O elenco é ótimo. Charlton Heston teve um personagem para desenvolver diversos aspectos e o fez em grande atuação. Um ator que fizera dois grandes épicos: “Ben Hur” e “Os Dez Mandamentos” e que faria outros dois filmes de futuros distópicos: “A Última Esperança da Terra” e “No Mundo de 2020 ”. Heston e o diretor Franklin J. Schaffner (de “Papillon”, “Patton, Rebelde ou Herói?” e “Meninos do Brasil”) haviam feito o interessante “O Senhor da Guerra” (1965) o que ajudou no trabalho da dupla. Num clímax arrepiante, Taylor descobre o destino da humanidade, a grande verdade que procurava. O desespero e raiva que Heston passou nessa cena a imortalizou como um dos momentos mais marcantes do cinema. Roddy McDowall fez Cornellius e participou de quase todos os filmes da série, menos o segundo, em personagens diferentes, além da breve série de Tv. Kim Hunter fez uma excelente Zira e participou dos três primeiros filmes da série. Maurice Evans foi outro que entregou um ótimo papel de Governador dotado de desonestidade intelectual e que sonega deliberadamente informações científicas e descobertas arqueológicas para que sua sociedade acredite em certos arquétipos. Sua advertência a Taylor para que não procure respostas nos mostra duas coisas: ele sabe muito mais do velho mundo do que aparenta e conhece muito bem o homem e sua capacidade de se relacionar em sociedade, além de executar sua crença com uma convicção hipócrita e “defesa benigna” do que é melhor para a população. Maurice Evans ficou conhecido por fazer o pai de Samantha no famoso seriado “A Feiticeira”. Linda Harrison ficou com um visual que lembrou muito Raquel Welch em “Um Milhão de Anos Antes de Cristo” (1966). Linda sempre será lembrada por seu papel e, assim como Heston (sob maquiagem), apareceria no filme O Planeta dos Macacos (2011) em uma cena na jaula (sem maquiagem). James Whitmore aparece como presidente da assembleia e Dianne Stanley (que aparece somente em fotos promocionais) fez a astronauta Steweart, morta no início do filme. Robert Gunner é o astronauta submetido a uma lobotomia e Jeff Burton é o astronauta mortalmente ferido que acaba como um espécime embalsamado no museu de história natural dos símios.
O Planeta dos Macacos se tornou um marco no cinema. È considerado o primeiro filme a ter várias continuações, mostrando um caminho para vários filmes no futuro. Sua história foi construída de uma forma louvável e a direção inspirada de Franklin J. Schaffner completou o complexo projeto elaborado. O grande mérito do filme foi buscar elementos de um livro e criar uma versão bem distinta desse, em alguns pontos, bem mais inspirada. O filme continua atemporal, repleto de significações, que não convinham na época serem tão diretas ao público, por isso a elaboração de um modelo de uma aventura fantástica. Pena que suas continuações não receberam o investimento necessário, nem filosófico para se equipararem ao mesmo nível do seu primeiro exemplar.
Trailer:
Curiosidades (contém spoliers)
Durante os intervalos das filmagens, atores disfarçados de diferentes espécies de macacos tendiam a sair juntos, gorilas com gorilas, orangotangos com orangotangos, chimpanzés com chimpanzés. Apenas aconteceu naturalmente.
Roddy McDowall, um ator experiente, recomendou aos seus companheiros de maquiagem que eles adicionassem tiques, piscadelas e gestos faciais variados para adicionar uma sensação de realismo e evitar que a maquiagem parecesse "máscara". McDowall teria se tornado um brincalhão alegre com a maquiagem, dirigindo para casa com sua maquiagem e chocando alguns dos outros motoristas na estrada. Enquanto fazia a série de televisão Planeta dos Macacos (1974), Roddy surpreendeu Carol Burnett quando ele apareceu no The Carol Burnett Show: The Family/Bus Stop/Brief Encounter (1974) com maquiagem completa de Galen enquanto ela estava gravando sua introdução conversando com a audiência.
A piada "nada vejo, nada ouço, nada falo" foi totalmente improvisada no set no dia das filmagens. Foi mantido porque as pessoas acharam divertido quando o filme estava ameaçando ficar muito sério.
Houve três outros finais sugeridos para o clímax do filme, mas o preferido por Charlton Heston acabou vencendo.
Em uma das primeiras exibições de teste, uma mulher foi até Charlton Heston e perguntou como ele estava. Heston não tinha ideia de quem ela era até revelar que era Kim Hunter (Zira). Ele não a reconheceu porque não a tinha visto anteriormente sem maquiagem de macaco.
Todos os atores símios e figurantes eram obrigados a usar suas máscaras mesmo durante os intervalos e entre as filmagens, porque levava muito tempo para fazê-las. Por causa disso, as refeições eram liquidificadas e bebidas com canudos.
Alegadamente, Jerry Goldsmith usava uma máscara de gorila enquanto escrevia e conduzia a trilha para "melhor entrar em contato com o filme". Ele também usou chifre de carneiro no processo. O resultado foi a primeira partitura completamente atonal (Significa que a nota ou acorde em questão não pertence à tonalidade) em um filme de Hollywood.
Charlton Heston estava com gripe durante grande parte do filme. Em vez de esperar que ele melhorasse, os produtores sentiram que sua voz rouca acrescentava algo ao personagem de Taylor. De acordo com o diário de Heston, depois de filmar a cena em que Taylor e Nova são separados à força, ele escreveu que estava se sentindo um inferno enquanto filmava por causa de sua doença, e se sentia ainda pior "toda vez que aquela maldita mangueira de incêndio me atingia".
Recusar o papel de Zira foi um dos maiores arrependimentos de Ingrid Bergman. Muito surpresa com o quão bem o filme terminou, ela mais tarde confidenciou a sua filha Isabella Rossellini que, em retrospectiva, o filme teria sido uma oportunidade ideal para ela "desconsiderar seu porte real". Ela também lamentou ter perdido a oportunidade de trabalhar com Charlton Heston.
Os excelentes efeitos de maquiagem de John Chambers, pioneiros no filme, foram baseados em uma técnica que ele usou durante a Segunda Guerra Mundial para dar aos veteranos desfigurados uma aparência normal. Chambers passou muitas horas observando os macacos no zoológico de Los Angeles, estudando suas expressões faciais. Várias outras produções foram adiadas porque muitos dos principais maquiadores de Hollywood estavam trabalhando neste filme. A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas deu a Chambers um prêmio honorário de maquiagem (que não era uma categoria do Oscar até 1981) por essa conquista, a segunda vez que um maquiador recebeu um Oscar - William Tuttle foi o primeiro , para As Sete Caras do Dr. Lao (1964). O prêmio de Chambers foi entregue por Walter Matthau e um chimpanzé de smoking.
Kim Hunter supostamente achou as próteses faciais de macaco tão claustrofóbicas que ela tomou um Valium todas as manhãs enquanto se maquiava como Zira. Depois de um tempo ela achou que não precisava mais dos comprimidos e passou um dia sem tomar. Após a sessão de maquiagem da manhã, ela achou que estava bem, mas seu maquiador ameaçou encontrar alguém para substituí-lo se ela não começasse a tomá-los novamente, pois aparentemente ele ficou exausto de "lutar" com ela o tempo todo.
Coincidência ou não o episódio "I Shot an Arrow into the Air" ("Atirei uma Flecha no Ar") - 15º episódio da série Além da imaginação (1960), tem um final que lembra muito o utilizado por este filme.
Um dos primeiros filmes a ter uma grande ligação de merchandising em grande escala. As mercadorias relacionadas ao filme incluíam brinquedos e colecionáveis, figuras de ação, livros de imagens e histórias, conjuntos de cartões comerciais, livros, discos, quadrinhos e uma série de histórias em quadrinhos da Marvel Comics.
Charlton Heston (Taylor) e Linda Harrison (Nova) são os únicos atores a aparecer tanto neste filme quanto em O Planeta dos Macacos (2001).
As primeiras cenas do filme em que a nave espacial cai no lago foram filmadas no Lago Powell, que é formado por uma represa no rio Colorado, na fronteira Utah-Arizona.
A cena de abertura ambientada no foguete espacial foi na verdade a última cena a ser filmada, pois Heston havia raspado a barba no clímax do filme.
Quando Franklin J. Schaffner assumiu o cargo de diretor, um de seus primeiros atos foi reimaginar a sociedade dos macacos. No roteiro que recebeu, os macacos viviam em um mundo de alta tecnologia. Schaffner queria que fosse mais primitivo. (Isso também ajudou a reduzir significativamente os custos.)
Os atores fantasiados de macaco tinham que almoçar em frente a um espelho para monitorar qualquer mudança na maquiagem. Eles também tiveram que usar canudos para suas bebidas. Naturalmente, naquela época, muitos dos atores também eram fumantes, então todos recebiam piteiras. Kim Hunter achou toda a experiência tão trabalhosa que acabou desistindo de comer quando estava completamente maquiada.
Não há gorilas fêmeas ou orangotangos no filme.
A nave espacial em que os astronautas caíram foi reutilizada em Uma Sombra Passou por Aqui (1969), Fuga do Planeta dos Macacos (1971) e na curta série de TV Planeta dos Macacos (1974).
Embora o personagem de Charlton Heston esteja listado nos créditos como "George Taylor", o nome "George" nunca é visto ou ouvido no filme. Ele é referido apenas como "Taylor".
O produtor Arthur P. Jacobs comprou os direitos do romance de Pierre Boulle antes mesmo de ser publicado.
Todos os cinco filmes originais "Planeta dos Macacos" foram o número um nas bilheterias dos EUA quando lançados. "Planeta dos Macacos" passou três semanas como o filme de maior bilheteria.
Os produtores consideraram Ursula Andress, Raquel Welch e Angelique Pettyjohn para o papel de Nova. Andress e Welch não estavam interessados. Pettyjohn fez o teste e até experimentou figurinos, mas o papel acabou indo para Linda Harrison,
Charlton Heston sempre foi a primeira escolha do produtor Arthur P. Jacobs para o papel de Taylor. Marlon Brando foi considerado como uma possibilidade alternativa.
O filme se passa em março de 2673 (na nave, antes de Taylor voltar para a animação suspensa) e de 25 de novembro de 3978 a 3979.
"Planeta dos Macacos" foi um dos vários projetos em que Charlton Heston assumiu um papel originalmente oferecido a Burt Lancaster. Lancaster havia sido considerado para Moisés em Os Dez Mandamentos (1956) e foi o primeiro ator a receber o papel de Ben-Hur (1959), que ele rejeitou por causa de suas crenças ateístas. Já em 1961, ele foi anunciado como Michelangelo em Agonia e Êxtase (1965),
Foram necessários três anos e meio de rejeições dos estúdios para obter o sinal verde do filme. Até Charlton Heston tinha dúvidas de que seria feito - "O romance era singularmente não cinematográfico. Tudo o que Arthur P. Jacobs tinha eram os direitos do romance e um portfólio de pinturas representando cenas possíveis. Não havia sequer um tratamento roteiro". No entanto, Heston manteve o projeto durante todo o desenvolvimento "arrastando-se de estúdio em estúdio com suas pinturas e sendo ridicularizado: 'Sem brincadeira, macacos falantes e foguetes? Saia daqui!'"
A Julie Harris foi oferecido o papel de Zira. Embora ela tenha gostado do conceito, ela não achou que poderia trabalhar com a maquiagem e recusou.
A piscina de água onde os astronautas nadam foi construída no Rancho Fox pelo produtor Arthur P. Jacobs para sua adaptação de O Fantástico Dr. Dolittle (1967).
Três anos antes Charlton Heston estrelou com Maurice Evans o filme medieval O Senhor da Guerra (1965), onde descreve suas provações em batalhas anteriores como: "...suando naquela maldita armadura suja" com a mesma entrega fervente que ele faz neste filme.
Rock Hudson foi considerado para o papel de Cornelius. Eventualmente, foi decidido que ele era uma estrela muito grande e que Charlton Heston poderia ser ofuscado. Também foi decidido que os chimpanzés e orangotangos deveriam ser interpretados por atores mais baixos
No roteiro original de Rod Serling, o personagem principal se chamava John Thomas. Esta pode ser uma alusão a John Thomas Scopes, réu no famoso "Julgamento do Macaco" dramatizado em O Vento Será Tua Herança (1960), que foi, por sua vez, parodiado na cena do tribunal deste filme. O nome John Thomas foi mantido na revista em quadrinhos Planeta dos Macacos: Visionários em 2018.
J. Lee Thompson iria dirigir o filme e co-proprietário dos direitos com o produtor Arthur P. Jacobs. Ele teve que desistir, porém, porque estava dirigindo O Ouro (1969), de Mackenna. Em algum momento, Blake Edwards foi considerado para o trabalho. Jacobs escolheu a dedo Franklin J. Schaffner para dirigir, principalmente após a recomendação de Charlton Heston, que havia trabalhado com Schaffner em O Senhor da Guerra (1965). Thompson finalmente entrou na série "Macacos" em A Conquista do Planeta dos Macacos (1972) e voltou para A Batalha do Planeta dos Macacos (1973).
Yul Brynner, José Ferrer, Alec Guinness, Edmond O'Brien, Laurence Olivier, Peter Ustinov e Orson Welles foram considerados para o Dr. Zaius.
Jonathan Harris (do seriado Perdido no Espaço) recusou o papel do Dr. Maximus.
Edward G. Robinson deveria interpretar o personagem Zaius, mas os procedimentos de maquiagem para interpretar o macaco foram muito difíceis para ele, então ele finalmente renunciou e Maurice Evans conseguiu o papel. Há cenas com o ator se maquiando e maquiado.
No set, os atores que interpretavam chimpanzés tinham inveja dos outros macacos porque os gorilas e orangotangos não tinham orelhas expostas, o que significava menos tempo nas cadeiras de maquiagem. Os extras receberam máscaras de proteção em vez de aparelhos colados em seus rostos, a menos que tivessem um close programado.
Kim Hunter solicitou que ela se maquiasse por não mais que quatro dias seguidos porque, ao final de vários dias, a cola de espírito usada nos aparelhos queimava sua pele. Ela acabou dormindo com vaselina no rosto para evitar ter uma erupção vermelha brilhante todas as manhãs.
Enquanto dentro da gaiola coletiva ao ar livre, Taylor escreve a mensagem "EU POSSO ESCREVER" na terra para Cornelius e Zira verem. Nova tenta apagá-lo, como se soubesse que mostrar sua inteligência o colocaria em apuros.
Os conjuntos foram inspirados na cidade natal dos Flintstones, Bedrock.
Rod Taylor (A Máquina do Tempo) foi considerado na 20th Century Fox para o papel principal e foi a escolha favorita do escritor Rod Serling, mas acabou sendo passado para o Heston, o mais lucrativo.
Taylor e companhia desembarcam em 25/11/3978
Houve uma tentativa dos censores de ter a cena final editada por profanação, mas Charlton Heston foi capaz de argumentar que seu personagem estava realmente pedindo a Deus para condenar os responsáveis pela destruição do mundo ao inferno, em vez de simplesmente usar o nome do Senhor em vão .
No romance, a sociedade dos macacos é tecnologicamente comparável aos anos 1950 ou 1960, com cidades, automóveis, televisores, etc., tecnologia remanescente da população humana do planeta. No entanto, o orçamento não poderia acomodar o cenário, então uma representação mais primitiva da sociedade dos macacos foi usada.
Ao comemorar o 50º aniversário do filme, Boom! Studios e 20th Century Fox Consumer Products ressuscitaram o roteiro não utilizado de Rod Serling "Planet of the Apes" em uma Graphic Novel especial intitulada "Planet of the Apes: Visionaries", usando arte conceitual e testes de maquiagem como base. Escrito pela roteirista de Os Simpsons (1989) Dana Gould e pelo artista Chad Lewis (Vingadores: Origem), apresenta o personagem principal John Thomas (um análogo de George Taylor) descobrindo uma metrópole terrestre modernizada habitada por macacos inteligentes, não a vila primitiva retratada em o filme de 1968.
Aproximadamente uma média de 3 anos na Terra se passava a cada 1 dia que o Coronel Taylor e sua tripulação viajavam a velocidades próximas à da luz. O relógio da Terra marcava 2673 antes de Taylor entrar em sono profundo no início do filme. Se 3 anos terrestres tivessem se passado, então o ano teria sido 2670 no dia anterior para Taylor. 2670 foi o ano das cenas do Legislador, interpretadas por John Huston, em A Batalha do Planeta dos Macacos (1973).
Os cineastas debateram fortemente o fato de que os macacos falam inglês moderno, que Taylor entende, uma pista de que eles estão realmente na Terra. No roteiro original, os macacos deveriam ter seu próprio dialeto, que Taylor aprende enquanto muda, para que o público entenda o idioma
Sean Connery, Steve McQueen, Paul Newman, George Peppard, Rod Taylor, Burt Lancaster, James Garner, Rock Hudson, Cliff Robertson, Stuart Whitman e John Wayne foram considerados para Taylor.
Aparentemente, Landon falou depois de ser capturado, resultando em sua lobotomia (e provavelmente emasculação), e Dr. dias") em sua busca por humanos com características semelhantes, levando a sua suspeita instantânea de Taylor.
Aparentemente, Landon falou depois de ser capturado, resultando em sua lobotomia (e provavelmente emasculação). Dr Zaius teria passado a bisbilhotar o laboratório dos veterinários (Zira: "Algo o está incomodando. Ele está bisbilhotando o laboratório nos últimos dois dias") em sua procura por humanos com traços semelhantes, levantando a uma suspeita instantânea em Taylor.
Arthur P. Jacobs originalmente planejou terminar o filme como o livro, com Taylor retornando à Terra apenas para descobrir que ela havia se tornado um planeta de macacos.
Uma ordem em que os filmes possam ser assistidos, apesar de não serem do mesmo "universo": Planeta dos Macacos: A Origem (2011); Planeta dos Macacos: O confronto (2014); Planeta dos Macacos: A Guerra (2017); Planeta dos Macacos (1968); De Volta ao do Planeta dos Macacos (1970); Fuga do Planeta dos Macacos (1971); Conquista do Planeta dos Macacos (1972); Batalha do Planeta dos Macacos (1974)
A ordem cronológica em que saíram: O Planeta dos Macacos (1968); De Volta ao Planeta dos Macacos (1970); Fuga do Planeta dos Macacos (1971), A Conquista do Planeta dos Macacos (1972), A Batalha do Planeta dos Macacos (1973), Planeta dos Macacos (Série TV 1974); Retorno ao Planeta dos Macacos (Desenho Animado - 1975); Planeta dos Macacos (2001), Planeta dos Macacos: A Origem (2011); Planeta dos Macacos: O Confronto (2014); Planeta dos Macacos: A Guerra (2017);
Bastidores:
A Série de Tevê
O Desenho
Cartazes:
Quadrinhos:
O Livro:
Journey Into Mystery (1952) nº 55
Filmografia Parcial:
Charlton Heston (1923–2008)
Julius Caesar (1950); O Maior Espetáculo da Terra (1952); As Aventuras de Búfalo Bill (1953); O Segredo dos Incas (1954); A Selva Nua (1954); Os Dez Mandamentos (1956); A Marca da Maldade (1958); Da Terra Nascem os Homens (1958); Ben-Hur (1959); A Maior História de Todos os Tempos (1965); Agonia e Êxtase (1965); O Senhor da Guerra (1965); ...E o Bravo Ficou Só (1967); O Planeta dos Macacos (1968): De Volta ao Planeta dos Macacos (1970); A Última Esperança da Terra (1971); À Sombra das Pirâmides (1972); No Mundo de 2020 (1973); Os Três Mosqueteiros (1973); Aeroporto 1975 (1974); Os Quatro Mosqueteiros: A Vingança de Milady (1974); Terremoto (1974); Pânico na Multidão (1976); S.O.S. - Submarino Nuclear (1978); A Montanha do Ouro (1982); Quanto Mais Idiota Melhor 2 (1993); Tombstone - A Justiça Está Chegando (1993); True Lies (1994); O Planeta dos Macacos (2001); Genghis Khan: The Story of a Lifetime (2010).
Roddy McDowall (1928 -1998):
A Força do Amor (1939); Como Era Verde o Meu Vale (1941); A Força do Coração (1943); As Chaves do Reino (1944); Macbeth - Reinado de Sangue (1948); Punhos da Liberdade (1952); A Teia de Renda Negra (1960); Cleópatra (1963); A Maior História de Todos os Tempos (1965); O Carrasco de Pedra (1967); O Planeta dos Macacos (1968); Fuga do Planeta dos Macacos (1971); A Conquista do Planeta dos Macacos (1972); O Destino do Poseidon (1972); A Batalha do Planeta dos Macacos (1973); A Casa da Noite Eterna (1973); Planeta dos Macacos (seriado 1974); Viagem Fantástica (seriado 1977); Círculo de Ferro (1978); O Fabuloso Ladrão de Bagdá (1978); Assassinato num Dia de Sol (1982); Lendas do Macaco Dourado (seriado 1982 a 1983) Os Donos do Amanhã (1984); A Hora do Espanto (1985); Morte no Inverno (1987); Um Salto para a Felicidade (1987); A Hora do Espanto 2 (1988); Shakma: A Fúria Assassina (1990); Convite Para a Morte (1991); Confusão em Dobro (1992); As Areias do Tempo (1992; Reflexo do Demônio 2 (1994); Mistério no Fundo do Mar (1995); Ensina-me a Viver (1995); A Última Festa (1996); As Novas Aventuras de Mowgli (1997); Something to Believe In (1998); Loss of Faith (1998)
Kim Hunter (1922–2002)
A Sétima Vítima (1943); Um Conto de Canterbury (1944); Uma Rua Chamada Pecado (1951); A Hora da Vingança (1952); No Despertar da Tormenta (1956); No Labirinto do Vício (1957); Lilith (1964); O Planeta dos Macacos (1968); Enigma de uma Vida (1968); De Volta ao Planeta dos Macacos (1970); Fuga do Planeta dos Macacos (1971); Dark August (1976); Roosevelt (1980); Private Sessions (1985); Dois Olhos Satânicos (1990) Meia-Noite no Jardim do Bem e do Mal (1997); Meia-Noite no Jardim do Bem e do Mal (1999); Here's to Life! (2000)
Linda Harrison
Um Biruta em Órbita (1966); Maridos em Férias (1967); O Planeta dos Macacos (1968); De Volta ao Planeta dos Macacos (1970); Aeroporto 75 (1974); Cocoon (1985); Cocoon: O Regresso (1988); Wild Bill, uma Lenda no Oeste (1995); O Planeta dos Macacos (2001)
Maurice Evans (1901–1989)
White Cargo (1929); Androcles e o Leão (1952); Sublime Inspiração (1953); Hamlet (1953); King Richard II (1954); Macbeth (1954); Alice in Wonderland (1955); Macbeth (1960); O Senhor da Guerra (1965); Valete de Ouros (1967); O Planeta dos Macacos (1968); O Bebê de Rosemary (1968); De Volta ao Planeta dos Macacos (1970); A Irmandade do Sino (1970); A Feiticeira (1964 - 1971); O Homem de Seis Milhões de Dólares: O Resgate de um Bilhão (1973); The Canterville Ghost (1974); O Panaca (1979); The Girl, the Gold Watch & Everything (1980); Mistério no Caribe (1983)
James Whitmore (1921–2009)
O Preço da Glória (1949); Sangue Bravo (1950); Crê em Mim (1950); No Palco da Vida (1951); Tu És Minha Paixão (1952); Dá-me um Beijo (1953);Todos os Irmãos Eram Valentes (1953); Sob o Comando da Morte (1954); Qual Será Nosso Amanhã? (1955); O Tirano da Fronteira (1955); Melodia Imortal (1956); Rua do Crime (1956); Os Jovens não Choram (1957); Batalha Contra o Medo (1958); Corações em Suplício (1958); Quem Era Aquela Pequena? (1960); Ouro é o que Ouro Vale (1967); O Planeta dos Macacos (1968); Os Impiedosos (1968); A Revolta dos Sete Homens (1969); Tora! Tora! Tora! (1970); Renegado Vingador (1972); A Polícia Incrimina... A Lei Absolve (1973); O Ovo da Serpente (1977); O Primeiro Pecado Mortal (1980); Querem me Enlouquecer (1987); Um Sonho de Liberdade (1994); A Relíquia (1997); Cine Majestic (2001); As Loucuras de Dick e Jane (2005).
Dianne Stanley
Bad Girls for the Boys (1966); O Planeta dos Macacos (1968); O Bacana do Volante (1968)
Robert Gunner (1931–2001)
Flint Contra o Gênio do Mal(1966); Capricho (1967); O Planeta dos Macacos (1968)
Jeff Burton (1924–1988)
Madame X (1966); Flint: Perigo Supremo (1967); O Planeta dos Macacos (1968); Coffy: Em Busca da Vingança (1973); Street Sisters (1974).
Fantástico trabalho, parceiro! Muito bem detalhado. Valeu!
ResponderExcluirBoa Tarde Eduardo.
ResponderExcluirDeu um pouco de trabalho fazer essa trilogia, mas acredito que tenha ficado boa. Ainda falta falar sobre o quarto e quinto filmes, a série e o desenho para completar esse período. Muito obrigado por comentar, seja bem-vindo e um grande abraço.