A ODISSEIA DE RIPLEY
Ellen Ripley (Sigourney
Weaver), o fuzileiro naval Hicks (Michael Biehn), o androide Bishop (Lance
Henriksen) e a menina Newt (Carrie Henn) encontram-se em estado de animação com
a espaçonave se encaminhando para a Terra quando uma pane obriga o sistema a soltar
os módulos de sobrevivência sobre um planeta. Ripley é a única a sobreviver na
queda, sendo resgatada. O local em questão é o planeta “Fiorina 161”, cuja
temperatura externa oscila em torno de 40 graus abaixo de zero e que possui uma
instalação correcional de segurança máxima desativada, lar agora de 25 dos
piores ex-condenados pela sociedade (com um guarda restante):
estupradores, homicidas, psicopatas... que optaram por permanecer no planeta
para viver uma vida de expiação através de uma seita cristã fundamentalista apocalíptica
criada, cujo um dos principais princípios para sua existência é um forçado
celibato e, cujo líder, Dillon (Charles S. Dutton), lidera essa irmandade com extrema
rigidez.
Ripley prefere manter o silêncio sobre suas missões passadas tendo como único amigo um detento médico (Charles Dance), que suspeita que a oficial sabe muito mais do que revela. Enquanto isso, Ripley começa a suspeitar sobre o real motivo de sua queda que pode ter trazido para o planeta uma criatura que considerara ter destruído. E não há armas disponíveis neste planeta.
Vindo na esteira de dois
clássicos instantâneos: “Alien”, um clássico do terror da ficção científica e “Aliens
– O Resgate”, um clássico do terror e ação, Alien³, começando onde seu
antecessor termina, nasceu condenado a ser uma decepção para muitos
telespectadores. O filme foi uma
produção problemática antes mesmo de o diretor David Fincher entrar no projeto.
Fincher, inclusive, disse, em entrevista (The Guardian - 2009), possuir desprezo pelo
produto final montado à revelia. E houve vários roteiros estranhos (e altíssimas
somas gastas nestas concepções) criados e sucessivamente descartados: um dos
roteiros, do escritor cyberpunk William Gibson, mostrava um conflito ocorrendo
em uma estação estilo soviética, mas a greve de roteiristas e a mudança na direção da 20th
Century Fox o fizeram abandonar o roteiro. Foi sua a ideia dos prisioneiros
terem um código de barras tatuado em suas cabeças raspadas. Já o roteiro de Larry
Fergunson (“Um Tira da Pesada II”), faria Ripley cair em um planeta sendo protegida
por sete monges anões, a protagonista morreria e seria guardada em uma cápsula
de vidro. Os executivos não gostaram e Ferguson mudou para outra visão da qual Sigourney teria até ameaçado abandonar o projeto. O escritor / diretor Vincent
Ward (“Amor Além da Vida”) teria proposto um filme sobre uma sociedade
semelhante à de um monastério com a nave caindo em um planeta de madeira (!!!) que
estaria flutuando no espaço. E até alguns cenários chegaram a ser construídos.
Ward saiu do projeto e contrataram Fincher quase com as filmagens já se
iniciando. Renny Harlin (na época famoso por “Duro de Matar 2”) foi
inicialmente trazido, mas sua concepção foi considerada custosa (o orçamento já
havia estourado várias vezes) e este acabou deixando o projeto. Os conflitos
entre Fincher e o estúdio foram exacerbados por uma agenda apressada; saiu o
planeta de madeira e entrou o “planeta prisão”; Sigourney não queria o uso de
armamentos como no segundo filme a fim não relegar os personagens a segundo
plano. E o design alienígena atualizado para o filme não havia sido finalizado.
Fincher teve que ajudar a projetar o alienígena, projetar os cenários e reescrever
o roteiro. E o diretor de fotografia Jordan Cronenweth (Blade Runner) teve de
pedir demissão, após um curto período de tempo, por problemas de saúde, sendo substituído por Alex
Thomson, cujo trabalho é um dos pontos altos do filme.
A versão inicial de Fincher chegou com quase três horas de duração, mas a Fox o teria pressionado implacavelmente por uma versão mais curta. Nesse cabo de guerra, Fincher, um diretor novato, conhecido por videoclipes de artistas de sucesso (ver curiosidades) foi obrigado a ceder vendo sua concepção ser “retalhada” em sua exibição e recebendo todas as críticas sob o trabalho realizado. Fincher se tornaria um diretor conceituado por filmes como “Clube da Luta” e “Seven”.
A versão “The Assembly Cut”,
como é conhecida atualmente (considerado o corte definitivo do filme, mas não é
a versão do diretor que quer distância do filme – ou seja: um corte do diretor
sem o diretor, com base em sua anotações da época), lançada para “home vídeo”, restaura muito do que foi perdido na versão
abreviada levada aos cinemas e resolve alguns dos problemas específicos citados
pelos críticos. Ela expande o mundo do planeta prisão ao reinserir uma série de
exteriores que deveriam aparecer no início do filme e amplia os papéis de
vários dos personagens, particularmente do assassino gago Golic (Paul McGann),
cujo papel foi praticamente eliminado da versão de estúdio do filme. Ainda
assim houve aspectos que causaram irritação nos espectadores: os personagens do
filme anterior foram abandonados e quem torceu por revê-los teve uma grande
decepção, principalmente Newt, a base emocional do filme anterior (devo
considerar que a diferença de seis anos entre as produções traria um problema,
pois a atriz seria uma adolescente não coincidindo com o tempo narrativo do
filme) e um final anticlímax (quem gosta de ver o herói (a heroína) morrer no
fim?), que na versão de Fincher, teria uma pausa de 40 segundos entre a decisão
de Ripley e o fato consumado (ficou, por fim, um final meio “Exterminador do
Futuro 2”). Aliás, na versão “Assembly Cut” há uma modificação crucial nessa
cena final fechado à possibilidades de continuações (não conheciam os limites
de Hollywood para ganhar dinheiro !). Outro aspecto que incomodou os espectadores
é não haver uma explicação bem desenvolvida de como o ser alienígena estava na
nave com Ripley, apenas sendo elucidado em uma frase pelo debilitado Bishop (me
lembrou a cena de “Obrigado por Fumar” em que um produtor de cinema mostra ao
protagonista como criar aceitação do público sob algo sem lógica). E, claro,
muitos sentiram falta da adrenalina que James Cameron injetara no segundo
exemplar.
Mas há aspectos interessantes a serem destacados? Sim. Podemos dizer que esses (até então) três filmes foram produtos das ideias e estéticas de seus diretores e que a série conseguiu a proeza de não ser uma sequência de refilmagens disfarçadas do original. E minha análise dessa produção segue por essa visão. Alien³ (Alien “ao Cubo” – acreditei que teriam uma quantidade ainda maior de Aliens – na verdade era, de acordo com o cartaz americano, “três vezes mais suspense; três vezes mais perigo e três vezes mais terror”) trouxe uma estética de videoclipe (origem do diretor), uma interessante fotografia em tons quase sépia, um clima sombrio, misantrópico, claustrofóbico, desesperançoso (mais próximo do primeiro filme) e com cunho niilista (sem o belicismo do segundo). O subtexto religioso ficou interessante; o uso da câmera Steadicam por Alex Thomson (1929–2007) levando o Alien a correr de cabeça para baixo e permitindo ao espectador poder acompanhar a correria dos detentos foi criativo; o Xenomorfo que não carrega DNA humano e, em vez disso, vem de um cachorro (na versão do cinema), que o transforma em um veloz quadrúpede; o conceito interessante de que incapaz de matar Ripley por fora, o alienígena agora vai matá-la por dentro; o filme trazendo o espectador novamente para o clima de um pesadelo e a empatia com Ripley que está mais frágil física e psicologicamente, além da chegada da “Companhia” (Weyland-Yutani) com a nefasta intenção de capturar e estudar a terrível criatura (e, se possível, quem estiver infectado) para usá-la de algum modo como arma de guerra.
Quanto ao elenco, temos
atores bem interessantes: Sigourney Weaver de cabeça raspada dispõe agora apenas da habitual astúcia e inteligência para conter o alienígena e a atriz dá conta do recado.
Sigourney pode ser considerada, com toda justiça, a primeira heroína do cinema e
referência para os atuais papéis de mulheres em filmes de ação. Lance Henriksen, aqui em dois momentos, já se mostrava ótimo ator. Charles Dance será sempre lembrado
por seu papel icônico em “Game of Thrones”. Charles S. Dutton como o
prisioneiro e líder religioso, carregado de frases de efeito e analogias poderá
também ser lembrado como o engraxate surdo de “Tempo Esgotado”, ao lado de
Johnny Depp. Quem viu o breve e ótimo seriado “Midhunter” talvez não reconheça o ator Holt McCallany, um
dos personagens principais da série. O ótimo ator Pete Postlethwaite
(1946–2011) também surge em cena, mas com um personagem pouco desenvolvido. O
restante do elenco funciona para a proposta do filme.
Em suma: a versão estendida do filme valida a força da visão criativa de Fincher e torna o filme, na minha visão, bem melhor, ainda que inferior aos dois anteriores. Quanto a compará-lo ao quarto filme (versão do diretor), é assunto para a próxima análise. O filme teve uma gestação conturbada que atrapalhou sua concepção. O resultado agradou a alguns e desagradou a tantos outros por motivos válidos para os dois lados. Em espírito, se aproxima mais do primeiro filme e esteticamente dos quadrinhos europeus de fantasia. Teve a instabilidade ocasional da narrativa, personagens não tão bem delineados, mas é tematicamente rico quando o analisamos detalhadamente. Tem um quê de um conto de absolvição (um exército improvisado de pecadores arrependidos) e tinha tudo para ser o “canto de cisne”, a conclusão perfeita para seu arco, nos mostrando que o verdadeiro vilão, não é o alienígena, mas as corporações que veem os personagens humanos como descartáveis. Passado anos pode ser considerado bem acima da média se comparado a dezenas de produções do gênero produzidas até o momento.
Trailer:
Curiosidades:
David Fincher estreou aos 27 anos como diretor cinematográfico. Alguns de seus clips musicais:
"L.A Woman" e "Craddle Love" (Billy Idol)
"Straigh Up"; "It's Just The Way You Love Me"; "Cold Hearted"; "Forever Your Girl" (Paula Abdul)
"Roll With It" (Steve Winwood)
"Janie's Git a Gun" (Aerosmith)
"The End of The Innocence" (Don Healey)
"Freedom 90" (George Michael)
A certa altura, David Fincher teve a permissão dos produtores do filme negada para filmar uma cena crucial na estrutura da prisão entre Ripley e o alienígena. Contra as ordens, Fincher agarrou Sigourney Weaver, uma câmera e filmou a cena de qualquer maneira. Esta cena aparece na "versão Assembly".
Ridley Scott recusou a chance de dirigir. Scott e mais tarde Renny Harlin pensaram que o terceiro filme deveria explorar a origem das espécies Xenomorfos. Este conceito foi considerado muito caro pelos produtores David Giler e Walter Hill, uma vez que a maioria dos trabalhos de efeitos especiais na época ainda tinha que ser feito praticamente mecanicamente em vez de por imagens geradas por computador, então Scott se recusou a retornar e Harlin mais tarde saiu do filme porque encontrou conceitos muito repetitivos. Scott acabou concretizando seu desejo com os filmes Prometheus (2012) e Alien: Covenant (2017).
O figurinista Bob Ringwood saiu do filme no início da produção, depois de achar o diretor David Fincher difícil e desagradável de trabalhar.
Mesmo antes do lançamento de Aliens: O Resgate (1986), James Cameron foi abordado pela 20th Century Fox para outra sequência. Cameron trouxe algumas ideias para a sequência durante a produção de Aliens, como focar em Ripley, Newt e Hicks tentando funcionar como uma família, e Bishop suspeitando que alguém temperou seu cérebro para torná-lo mais perigoso. Cameron disse ao estúdio que se eles pudessem trazer de volta Ridley Scott para Alien 3, ele faria Alien 4. No entanto, Scott nunca se comprometeu com Alien 3, e quando o filme entrou em produção, o interesse de Cameron na série havia desaparecido como eu queria seguir outros projetos
O processo de produção do filme foi tão caótico, e sua recepção por fãs e críticos tão desfavorável, que quase encerrou a carreira de David Fincher antes que ele tivesse a chance de ganhar impulso como diretor. Mas duas coisas acabaram salvando Fincher da prisão permanente do filme. A primeira coisa foi que Sigourney Weaver publicamente (e muitas vezes com raiva) ficou do lado de Fincher contra a 20th Century Fox, dizendo aos jornalistas que o estúdio havia tomado decisões que resultaram em uma situação impossível para o jovem diretor, e que ele teria uma excelente carreira se lhe fossem dado mais chances. A outra coisa era que o produtor Arnold Kopelson conhecia e não respeitava o gerenciamento da Fox, e isso foi parte do processo em que ele finalmente ofereceu a Fincher um novo projeto alguns anos depois; esse projeto foi "Seven: Os Sete Crimes Capitais" (1995), e seu enorme sucesso reacendeu a carreira de Fincher, tornando-o um dos diretores mais respeitados de sua época.
$ 7 milhões foram gastos em sets que nunca foram usados graças ao roteiro em constante mudança, antes mesmo de as filmagens terem começado. Durante as filmagens, o roteiro ainda era constantemente reescrito, com novas versões enviadas por fax para o estúdio quase diariamente. O elenco e a equipe frequentemente filmavam uma cena e descobriam no dia seguinte que ela já havia sido descartada.
Michael Biehn afirmou em uma entrevista que ficou profundamente magoado por não ter sido convidado a retornar como Cabo Dwayne Hicks, seu personagem de Aliens: O Resgate (1986), mas ainda mais porque o filme começou com Hicks sendo morto imediatamente após escapando com os outros sobreviventes no final do filme anterior. Ele afirmou que não se importava com a morte de Hicks em si, mas se opôs à maneira descuidada como eles fizeram isso neste filme. Ele, portanto, recusou a permissão do estúdio para usar um manequim de um cadáver à sua semelhança, mas permitiu-lhes o uso de sua fotografia. Carrie Henn, por outro lado, aceitou melhor a morte de seu personagem Newt, simplesmente dizendo "A vida continua".
O diretor estreante David Fincher desmentiu o filme, afirmando em entrevista ao Guardian: "Tive de trabalhar nele por dois anos, fui despedido três vezes e tive que lutar por cada coisa. Ninguém o odiou mais do que eu; até hoje ninguém o odeia mais do que eu”. Ele citou a constante interferência do estúdio durante a produção e realmente desistiu quando o estúdio rejeitou seu corte inicial e ordenou extensas refilmagens. Ele não estava envolvido na edição final, mas seu corte inicial mais tarde tornou-se a base para o "Corte de Montagem", uma versão mais longa do filme lançada em DVD em 2003, e em Blu-ray em 2010. Embora Fincher tenha considerado trabalhar em este corte de montagem, acabou desistindo, mas deu a sua bênção ao produtor supervisor Charles de Lauzirika, desde que não fosse chamado de "corte do diretor - director's cut". Em relação à nova versão em si, afirmou que não tem comentários sobre ela, pois nunca a assistiu.
Lance Henriksen apenas concordou em repetir seu papel como bispo como um favor pessoal a Walter Hill.
William Gibson escreveu um tratamento de roteiro muito precoce para o filme baseado em uma ideia dos produtores David Giler e Walter Hill, que foi inicialmente planejado como o primeiro de um filme duplo, a ser filmado consecutivamente. Como o envolvimento de Sigourney Weaver estava em questão, Ripley passaria a maior parte do tempo em coma. O foco principal da história estava em Hicks e Bishop, dois personagens de Aliens: O Resgate (1986), conforme eles são levados para uma estação espacial profunda onde os cientistas começaram a fazer experiências em amostras de células alienígenas, com consequências devastadoras. Quando um perigoso híbrido alienígena-humano se solta dentro da estação, Hicks lança o inconsciente Ripley em um bote salva-vidas para o espaço (preparando o quarto filme) antes que ele e Bishop liderem a evacuação da estação. Muitos consideram este um script muito superior. No entanto, Giler e Hill esperavam por ideias mais inventivas e queriam outro rascunho. Gibson recusou, afirmando que não queria perder mais tempo e tinha outros compromissos. Giler e Hill cancelaram a segunda parte, concentrando-se em um filme. A única herança desse script original são os códigos de barras na nuca dos condenados, a relativa falta de armas na estação e a aparência dos cientistas da Companhia.
Tornar os condenados carecas devido a um problema de piolhos foi ideia de David Fincher. Quando ele disse isso a Sigourney Weaver durante seu primeiro encontro, ela imediatamente achou que era uma ótima e ousada ideia. Quando Fincher perguntou como ela se sentia em raspar a cabeça para o papel, ela respondeu brincando: "Tudo bem comigo, contanto que eu ganhe mais dinheiro!"
Uma possível ideia para o filme incluía um alien saindo do personagem de Michael Biehn, Hicks. Posteriormente, isso foi abandonado para que seu personagem morresse após ser empalado por uma viga de metal, então uma réplica do ator com o peito rasgado (devido à empalação) foi criada para esse propósito. Biehn descobriu isso por acaso quando Raffaella De Laurentiis, uma das produtoras de seu filme "Programado Para Esquecer" (1991), disse a ele que tinha visto essa réplica em uma visita aos Pinewood Studios. Pensando erroneamente que o ferimento era de um tesoura, ele ameaçou processar os produtores por usarem sua imagem sem seu consentimento. Mesmo quando o diretor David Fincher o contatou para pedir permissão, Biehn (ainda sem saber do mal-entendido) se recusou furiosamente a deixar seu personagem sair daquele jeito, então uma réplica não identificável foi usada. Posteriormente, os produtores o contataram para usar sua foto do início do filme para a sequência de computador. Aparentemente, Biehn recebeu mais dinheiro pelo uso desta imagem do que por todo o seu papel em Aliens: O Resgate (1986). Biehn mais tarde afirmou que, se ele tivesse alguma ideia do tipo de carreira que Fincher teria, ele poderia ter sido mais flexível, na esperança de ter a chance de trabalhar com ele em um projeto subsequente.
A linha do Dr. Clemens sobre o Fury-161 ser um dos 'planetas-prisão atrasados de Weyland-Yutani'. foi a primeira vez que o nome "Weyland-Yutani" foi falado em voz alta. Tinha aparecido em telas de computador e adereços nos dois filmes anteriores, Alien - O 8º Passageiro (1979) e Aliens: O Resgate (1986), mas os personagens sempre se referiam a ele como 'A Companhia' em diálogos.
A criatura que o Alien engravida era originalmente um boi, mas acabou sendo alterado para um cão Rottweiler durante uma nova filmagem exigida pelo estúdio, porque um boi era pesado e era visto como algo incongruente quando colocado no ambiente do filme. Esta sequência foi posteriormente restaurada para a estendida "Montagem de Corte" ("Assembly Cut"), onde todas as cenas com o cachorro foram removidas. No entanto, na edição BluRay desta versão, o prisioneiro Murphy (Christopher Fairbank) ainda pode ser ouvido chamando pelo cachorro em uma cena.
Charles S. Dutton foi um ex-presidiário da vida real que se regenerou antes de começar a atuar.
Um dos primeiros rascunhos do roteiro de William Gibson focou quase inteiramente em Hicks, Bishop e Newt, interpretado em Aliens: O Resgate (1986) por Michael Biehn, Lance Henriksen e Carrie Henn respectivamente. Esta história de 'Guerra Fria no espaço' apresentou a União dos Povos Progressistas (UPP), uma facção de planetas de estilo soviético que rivaliza com a Administração Colonial capitalista e a empresa Weyland-Yutani (WY). Soldados da UPP embarcam no flutuante Sulaco e encontram um ovo alienígena crescendo no corpo de Bishop (a Rainha injetou seu DNA nele no filme anterior). Eles pegam o ovo e deixam o Sulaco à deriva, até que ele termina na Estação Espacial Anchorpoint de WY. Ripley está em coma devido a um mau funcionamento de seu criópode, e Newt é enviada à Terra para viver com seus avós. Quando os cientistas WY e UPP conseguem isolar o DNA Alien do corpo de Bishop, WY os empurra para uma corrida armamentista biológica para transformar rapidamente o DNA em uma forma viral que pode infectar e transformar rapidamente outras formas de vida. Eventualmente, o vírus escapa e um híbrido humano-alienígena é criado acidentalmente, o que inicia um tumulto na estação. Hicks e um bispo reparado se unem aos sobreviventes (Fuzileiros navais coloniais em uma versão anterior) para destruir a estação e escapar. Gibson deixou o projeto depois que Renny Harlin (temporariamente) assumiu como diretor, mas alguns de seus elementos de história mais tarde acabaram no game "Aliens: Colonial Marines" (2013) e Prometheus (2012). O roteiro de Gibson mais tarde seria a base para um gibi Dark Horse e foi adaptado em 2019 como "Alien III" (2019), um drama em áudio com Biehn e Henriksen reprisando seus papéis.
O diretor de fotografia Alex Thomson substituiu Jordan Cronenweth depois de apenas 4 dias de filmagem, porque sua Doença de Parkinson começou a afetar o ritmo de trabalho (ela tiraria sua vida cinco anos depois). Embora Cronenweth insistisse que estava bem o suficiente para sobreviver até o final da produção e David Fincher o apoiasse, o produtor Ezra Swerdlow forçou Cronenweth a sair do filme, em grande parte porque ele havia perdido seu próprio pai com a mesma doença vários anos antes, e sabia que, se muito, o cronograma exigente provavelmente teria um impacto fatal na saúde de Cronenweth. Cronenweth recebeu um "Obrigado" especial nos créditos finais. Fincher mais tarde trabalharia extensivamente com seu filho Jeff Cronenweth.
O escritor / produtor David Giler declarou que se arrependeu de ter escrito este filme, pois ele corroeu sua autoridade como produtor. Giler só se comprometeu a escrever o filme a pedido de Sigourney Weaver após a saída do diretor Vincent Ward. Weaver não ficou impressionada com o roteiro de Ward (descrevendo seu personagem Ripley nele como uma "treinadora de ginástica irritada"), e só faria o filme se Giler e o produtor Walter Hill o reescrevessem.
Uma série de histórias em quadrinhos de Aliens foi publicada após os eventos em Aliens: O Resgate (1986), apresentando um Newt adulto retornando ao espaço com um Hicks em estado de choque para impedir a recuperação de um espécime alienígena pela corporação Weyland-Yutani. Os livros foram republicados para acomodar este filme, com Newt rebatizado Billy.
Em uma entrevista à revista Premiere em maio de 1992, Fincher falou sobre o rascunho de Ferguson, dizendo que compartilhava semelhanças com o conto de fadas Branca de Neve e os Sete Anões e a história de Peter Pan. Ripley seria uma mulher que caiu das estrelas e pousa em um planeta cheio de monges. Ela contava aos monges histórias como Wendy de Peter Pan. No final, ela morre, e restam sete monges, simbolizando os sete anões. Eles a colocaram em um tubo e esperaram que o Príncipe Encantado viesse acordá-la. O roteiro de Ferguson foi considerado tão ruim que, quando o CEO da Fox, Joe Roth, ouviu sobre esses 'sete anões', ele declarou furiosamente "O quê?! O que eles estão fazendo aí?! E o despediu. Os produtores Walter Hill e David Giler então se encarregaram de escrever o roteiro final. Eles removeram o mosteiro gigante, mas a pedido de Fincher e Sigourney Weaver, eles mantiveram os elementos religiosos e os combinaram com a ideia de uma prisão espacial de um roteiro anterior de David Twohy.
O famoso slogan do Alien original - O 8º Passageiro (1979) era "No espaço ninguém ouve gritar". Quando este filme, em fase de planejamento, seria ambientado na Terra, o slogan proposto era "Na Terra, todos podem ouvir você gritar". O chamado teaser trailer promocional de "On Earth" para o filme foi lançado antes que o roteiro final fosse aprovado e a ideia original de que o filme seria ambientado na Terra ainda estava sobre a mesa.
A prisão é povoada por presidiários com 'cromossomo Y duplo'. Existe uma condição genuína chamada 'Síndrome XYY', que é uma doença genética em que os homens afetados nascem com dois cromossomos Y em vez de um. Os pacientes costumam ter estatura alta e quase metade deles tem dificuldades de aprendizagem. Alguns podem apresentar problemas de comportamento e, na época em que o filme foi feito, pensava-se por muito tempo que os pacientes XYY eram mais propensos a agressão e comportamento criminoso. No entanto, isso já foi descartado.
Charles Dance, Clive Mantle e Deobia Oparei apareceram em Game of Thrones (2011) da HBO, embora nenhum deles compartilhe qualquer cena juntos.
Sigourney Weaver e Charles Dance apareceriam mais tarde em Ghostbusters (2016)
O prisioneiro chamado Vincent é um enigma. Ele não está presente em nenhuma cena antes de sua morte e parece simplesmente aparecer do nada.
Não há explicação lógica para como o ovo do Alien aparece no Sulaco no início do filme. Embora tenha sido especulado que a Rainha Alien botou o ovo quando ela estava se escondendo no trem de pouso do navio, o Ovo Alien claramente não está dentro do trem de pouso depois de chocar. Parece estar em algum lugar dentro do navio de entrega ou em outro lugar no Sulaco. Como a Rainha Alien nunca esteve no compartimento interno do navio e certamente nunca passou pelo compartimento de carga do Sulaco, não há explicação de como o ovo foi parar onde está.
Charles Dance em O Rapto do Menino Dourado
Lance Henriksen em O Fio da Suspeita
Pete Postlethwaite em Em Nome do Pai
Charles S. Dutton em Tempo Esgotado
Holt McCallany no seriado Mindhunter
Cartazes:
Filmografia Parcial:
Sigourney Weaver
Lance Henriksen
Um Dia de Cão (1975); Contatos Imediatos do Terceiro Grau (1977); Damien: A Profecia II (1978); Piranhas 2 - Assassinas Voadoras (1981); Pesadelos Diabólicos (1983); Os Eleitos - Onde o Futuro Começa (1983); O Exterminador do Futuro (1984); O Fio da Suspeita (1985); Aliens, O Resgate (1986); Quando Chega a Escuridão (1987); Um Rosto Sem Passado (1989); A Fúria do Justiceiro (1991); Jennifer 8 - A Próxima Vítima (1992); O Alvo (1993); O Alvo (1993); Rápida e Mortal (1995); Energia Pura (1995); Ameaça Terrorista - Acesso Negado (1997); Pânico 3 (2000); Alien vs. Predador (2004); Hellraiser 8: O Mundo do Inferno (2005); Appaloosa - Uma Cidade Sem Lei (2008); Alone in the Dark 2 - O Retorno do Mal (2008); A Tribo II (2009); Phantom - A Última Missão (2013).
Charles Dance
007 - Somente Para Seus Olhos (1981); Plenty - O Mundo de uma Mulher (1985); O Rapto do Menino Dourado (1986); Incontrolável Paixão (1987); Espião - Profissão de Morte (1988); Alien³ (1992); O Último Grande Herói (1993); A Lua dos Amantes (1994); Michael Collins: O Preço da Liberdade (1996); A Magia do Amor (1999); Num Céu Azul Escuro (2001); Henrique VIII (2003); Garoto Nota 10 (2006); Scoop: O Grande Furo (2006); Fora de Controle (2007); Sangue e Honra (2011); Sua Alteza? (2011); Anjos da Noite: O Despertar (2012); Os Filhos da Meia-Noite (2012); Patrick: O Despertar do Mal (2013);O Jogo da Imitação (2014); Drácula: A História Nunca Contada (2014); A Dama Dourada (2015); Victor Frankenstein (2015); Orgulho e Preconceito e Zumbis (2016); Como Eu Era Antes de Você (2016); Caça-Fantasmas (2016); Anjos da Noite: Guerras de Sangue (2016); That Good Night (2017); Euphoria (2017); Fanny Lye Deliver'd (2017)
Pete Postlethwaite
Os Duelistas (1977); Cyrano de Bergerac (1985); A Ilha do Tesouro (1990); Alien³ (1992); O Destruidor (1992); O Último dos Moicanos (1992); Em Nome do Pai (1993); Os Suspeitos (1995); Coração de Dragão (1996); Romeu + Julieta (1996); O Mundo Perdido: Jurassic Park (1997); Amistad (1997); Entre Gigantes (1998); Alice no País das Maravilhas (1990); A Revolução dos Bichos (1999); Desejo de Liberdade (2002); Água Negra (2005); O Jardineiro Fiel (2005); A Profecia (2006); Mensagem do Além (2007); Solomon Kane - O Caçador de Demônios (2009); Fúria de Titãs (2010); A Origem (2010); Atração Perigosa (2010).
Charles S. Dutton
Olhos de Gato (1985); Sem Perdão (1986); Crocodilo Dundee II (1988); Jacknife (1989); Mississippi Masala (1991); Alien 3 (1992); Um Distinto Cavalheiro (1992); Rudy (1993); Sobrevivendo ao Jogo (1994); Jack Reed: A Search for Justice (1994); Um Tira Sem Vergonha (1994); Seven: Os Sete Crimes Capitais (1995); Tempo Esgotado (1995); Jack Reed: One of Our Own (1995); Jack Reed: A Killer Among Us (1996); Tempo de Matar (1996); Night Visitors (1996); Jack Reed: Death and Vengeance (1996); Mutação (1997); Réu Primário (1997); Black Dog - Estrada Alucinante (1998); Destinos Cruzados (1999); O Dia Da Justiça (2000); D-Tox (2002); Na Companhia do Medo (2003); Contra Tudo e Contra Todos (2004); A Janela Secreta (2004); Quase Deuses (2004); Honeydripper - Do Blues ao Rock (2007); No Limite - A História de Ernie Davis (2008); Fama (2009); Legião (2010); Bad Ass: Acima da Lei (2012); A pata do Macaco (2013); Longmire: O Xerifeacaco (seroado - 2012 a 2014); O Cara Perfeito (2015).
Holt McCallany
Creepshow 2: Show de Horrores (1987); Um Tira Implacável (1988); Alien 3 (1992); Tyson, o Mito (1995); A Saga de um Guerreiro (1995); Jade (1995); O Pacificador (1997); Clube da Luta (1999); Três Reis (1999); Homens de Honra (2000); Contra Tudo e Contra Todos (2004); Alpha Dog (2006); Rise: A Ressurreição (2007); Ponto de Vista (2008); Amaldiçoada (2008); Os Perdedores (2010); Resgate nas Alturas (2012); Alvo Duplo (2012); Caça aos Gângsteres (2013); Paixão Mortal (2013); Noite Sem Fim (2015); Um Homem Entre Gigantes (2015); Sully: O Herói do Rio Hudson (2016); Jack Reacher: Sem Retorno (2016); Sem Perdão (2017); Liga da Justiça (2017); Mindhunter (seriado 2017 -2019); Destruição Final: O Último Refúgio (2020); Infiltrado (2021); Missão Resgate (2021); 61st Street (seriado 2022)
Fontes:
NY Times
La Times
Jornal do Brasil
Tribuna da Imprensa
Revista Set
IMDB
Variety
Vox. Com
Collider
Jornal O Globo
Screnrant
Av Club
Caro Luís Henrique
ResponderExcluirQuero lhe desejar um Natal de paz e alegria, no coração da sua família e entre os amigos queridos.
Saiba que seu esforço e dedicação aqui no blog faz a diferença pra muitas e muitas pessoas durante 365 dias do ano. E sem seus posts esses dias ficariam menos coloridos, esteja certo disso.
Tudo de bom!
Mario
Bom dia Mario Cattuci.
ResponderExcluirMuito obrigado pela lembrança. Algumas postagens realmente requerem um tempo de pesquisa bem extenso. Muitas são inseridas durante a madrugada, pois é o horário que às vezes disponho para finalizá-las. Apesar dos grande número de visitantes, são poucas as pessoas que comentam e menos ainda as que comentam mais de uma vez como é o seu caso e de mais algumas pessoas queridas que se dispõem a ler e colocar suas considerações e contribuições. Saiba que seus comentários são sempre bem vindos, sejam elogios ou críticas. Lhe desejo um ótimo natal extensivo à família. Tentarei trazer sempre postagens que tragam nostalgia, diversão e cultura, pois acredito que todos que aqui visitam merecem uma leitura de qualidade. Muito obrigado por sempre visitar o blog e por seus ótimos comentários e incentivos. Um grande abraço e muita paz e saúde.