domingo, 13 de outubro de 2024

O CAMPEÃO / THE CHAMP (1979) - ESTADOS UNIDOS

1001 FILMES PARA VOCÊ CHORAR ANTES DE MORRER

Billy Flynn (Jon Voight) é um ex-boxeador que conseguiu conquistar o título mundial. Ele agora está com 37 anos e há sete abandonou o esporte. Sua queda foi vertiginosa, vivendo do álcool, de apostas e de um emprego como cavalariço num haras em Miami. Vive com o filho T.J, de sete anos, que o ama e o idolatra incondicionalmente. No dia do aniversário de  T.J , Billy, que ganhara um bom dinheiro em apostas, o presenteia com uma égua (que chamam de “She's a Lady” / “Ela é uma Dama”) e logo o animal participa de uma corrida. T.J, por acaso, encontra Annie (Faye Dunaway), sem saber que esta é sua mãe da qual o pai diz estar “vivendo no céu” e que, na verdade, os abandonara. Annie se tornou uma destacada desenhista de moda e se casou com um médico gerontologista (Arthur Hill). Ao ver a ex-esposa, Billy se sente incomodado, principalmente quando esta lhe diz que tem direito de ver o filho.

Billy Leva T. J até o barco de Annie, que evita revelar ser sua mãe. Uma relação é estabelecida e a aproximação torna-se mais frequente.  Quando Billy perde dinheiro em apostas, o credor o obriga a dar a égua como pagamento, mesmo com o dinheiro conseguido com Annie. Billy nega-se a entregar o animal e no meio da confusão acaba por agredir violentamente um policial que chegara ao local para findar o conflito. Billy termina preso e T.J passa um tempo com Annie. Quando sai da prisão, resolve voltar ao esporte, para a alegria do filho que sonhava vê-lo nos ringues, mas sua condição física não é a mesma e suas constantes dores de cabeças são ignoradas. 

Franco Zeffirelli (1923-2019), em seu primeiro filme feito nos Estados Unidos, resolveu refilmar um dos primeiros filmes sonoros do diretor King Vidor, “The Champ", de 1931. Zeffirelli que já tinha se tornado conhecido por filmes como “Romeu e Julieta”, “Irmão Sol, Irmão Lua”, “Jesus de Nazaré” e “A Megera Domada”, apostou que aquele sucesso dos anos 30 poderia sofrer uma refilmagem e fazer sucesso. E não houve dúvidas, “O Campeão” incutiu a emoção como matéria prima da estória e fez muita bilheteria carregando multidões a verem o melodrama de um lutador decadente que volta aos ringues para tentar sucesso na única coisa em que era bom: o boxe. O filme chegou a ser indicado ao Oscar de Melhor Trilha Sonora (Dave Grusin). 

O Campeão de 1931, fora um imenso sucesso de bilheteira consagrando o astro infantil Jackie Cooper (talvez vocês se lembrem dele como o diretor do “Planeta Diário” do filme “Superman” de 1978). Refilmagens (é só pensarmos nos dias atuais), nem sempre superam o original ou são atacadas por aqueles que guardam com carinho a primeira versão. O diretor disse que o relacionamento com seu pai e sua madrasta, além das memórias do filme dos anos 30, o impulsionaram a trazer novamente a estória aos holofotes 47 anos depois (o filme entrou em produção em 1978), trazendo-a para um novo público, que não vira ou nunca ouvira falar da versão dos anos 30, logo um público incapaz de comparar (numa época em que a chance de ver tais filmes era em uma repise nos cinemas ou se a tevê exibisse). Ainda que parte da crítica teimasse em afirmar que o filme de King Vidor era superior, o grande público só podia contar com que via naquele período. E o respaldo foi muito grande, com aquele público, até hoje, reverenciando a obra. 

Não por acaso, o tema criança com pais separados estava na moda (e de certa maneira ainda funciona como abordagem para vários autores). Nos anos 70, a lei do divórcio tinha sido estabelecida nos EUA. No Brasil, em 1977. E 1979 foi estabelecido como o "Ano Internacional da Criança". Kramer vs Kramer era lançado no mesmo ano e fez muito sucesso ao abordar os efeitos da quebra do princípio da indissolubilidade do casamento. Zeffirelli (que até então vinha centrando a maioria de suas estórias de textos de Shakespeare ou da Bíblia) deixou claro que centrou a abordagem na relação entre os pais separados e uma criança que se apega a um deles enquanto acredita que a outra faleceu. Isso se evidencia no fato de que cenas de boxe só se apresentam no arco final (em torno de 12 minutos de tempo de tela).

Há algumas inconsistências e pontas soltas. O espectador pode se perguntar como ocorreu a vertiginosa queda de Billy. Foi a separação que o levou ao alcoolismo e aos jogos ou foi esse fato que minou o relacionamento? Ele perdeu o título logo em seguida ou desistiu (ou foi levado a desistir) das lutas? Na verdade, isso pouco é explorado. Outro ponto curioso, é sua volta aos ringues. Ele estava decidindo o título ou era o início de uma nova escalada rumo, novamente, ao primeiro posto? Quem era o seu adversário? Sua categoria era meio-pesado ou pesado? E a entrada da égua na corrida? Ela era tão boa ao ponto de imediatamente estar num páreo? Acredito que para o espectador talvez não seja muito difícil conjecturar e elucidar estes pontos, mas para uma metragem de 121 minutos, algumas linhas de diálogo solucionariam facilmente essas questões. Zeffirelli soube esconder muito bem estes pontos e nem todos se importaram com essas questões ou perceberam que nem tudo fora esclarecido. Na verdade, o comovente final estabeleceu-se na mente de quem assistiu e muitos apenas se lembram deste momento.

Quanto ao elenco, sem dúvida, foi muito bem escalado. Jon Voight vinha do Oscar de Melhor Ator por “Amargo Regresso” e fizera sucesso com “Perdidos na Noite” e “Conrack”. Seu boxeador imperfeito, mas de bom coração caiu muito bem na estória. Sua volta ao ringue é uma tentativa de recuperar sua essência (mas a idade não ajuda) e por acreditar que a posição social e poder monetário da esposa, a longo prazo, poderá seduzir o seu filho. Ele ganha, mas perde. A publicidade, na época, veiculou que o ator fez suas cenas sem dublê. Faye Dunaway fez a esposa que saiu de um casamento e, por uma obra do destino, reencontra o filho e o ex-marido. Os modos refinados e aristocráticos de sua personagem são tão destoantes dos modos rudes de Billy que se levanta questão de como tal relacionamento chegou a um casamento, mas se torna igualmente mais fácil perceber porque não deu certo. O cartaz americano e brasileiro, este último veiculado nos jornais (alguns eram feitos de montagens de fotos a partir do cartaz original e frases próprias) atribuíram à personagem a culpa: “O mais pungente conflito sentimental: um pai, seu filho e a mulher que se colocou entre eles”. Ricky Schroder, que atuara em alguns comerciais para a tevê, foi escolhido entre mais de duas mil crianças e foi o grande destaque da produção. O ator mirim, cujo personagem convivia com a mãe, mas não sabia a princípio que estava com a mãe, chorou nos momentos certos e emocionou igualmente em cenas difíceis. Se sua escalação fosse errada, o filme simplesmente não funcionaria. Sua atuação (em sua estreia nas telas) lhe rendeu o Globo de Ouro de "Melhor Novo Ator Masculino do Ano em um Filme", curiosamente não foi indicado ao Oscar, ao contrário de Justin Henry (de oito anos) que não foi tão exigido em Kramer vs Kramer e consegui uma indicação. Há um bom elenco de suporte, muitos atores icônicos, reconhecidos, de períodos passados, que pouco foram desenvolvidos: Elisha Cook Jr. (o homem que segura o balde durante a luta, e que aparece rapidamente na academia), Jack Warden (como o treinador), Strother Martin (membro da equipe na pista de corrida), Arthur Hill (o marido compreensível de Annie),  Joan Blondell (como a rica dona de cavalos e amiga de Annie) e Randall 'Tex' Cobb (boxeador na vida real) como o oponente de Billy.

Terceira versão para as telas da estória de Frances Marion (a segunda versão – bem diferente - foi em 1953, com o título “O Palhaço” / “The Clown”).  Menos filme de boxe e mais triângulo afetivo, “O Campeão” pode ser considerado por alguns como um clássico intemporal, angustiante sem ser sombrio e melodramático sem ser piegas focando na clássica situação que surge das cinzas de um divórcio. Se o desafio do diretor italiano era fazer um filme americano, com seus erros e acertos, Zeffirelli provou sê-lo capaz. Nos fala de um herói caído e a tentativa, ainda que tardia, de colocar sua vida novamente nos trilhos. Possuiu uma luta de boxe muito bem encenada na avaliação da crítica da época. A música "If You Remember Me", do cantor Chris Thompson, entrou na categoria das músicas românticas que eventualmente são tocadas em programas noturnos de rádios no Brasil.


Trailer:


Curiosidades:

Joan Blondell faleceu em dezembro de 1979 de leucemia aos 70 anos.

Jon Voight foi treinado em boxe por Jimmy Gambina, que havia feito as sequências de luta para Rocky, um Lutador (1976) . Gambina certa vez descreveu a grande luta neste filme como "a melhor sequência de boxe para um filme que eu já vi, melhor até do que Rocky, um Lutador (1976) ".

Jon Voight e Ricky Schroeder interpretaram pai e filho novamente em Return to Lonesome Dove (1993).

O clímax dramático tem sido usado extensivamente por cientistas em muitos experimentos psicológicos. Enquanto muitos filmes se mostraram inadequados para provocar um único tipo de emoção, muitos pesquisadores acharam essa cena particularmente eficaz para induzir tristeza avassaladora em pessoas.

A luta foi realizada no Auditório Olímpico em Los Angeles com cerca de dois mil figurantes.

Thomas Parr, citado no filme, como o homem mais velho do mundo, realmente existiu, mas sua idade até hoje gera controvérsias


Cartazes:





If You Remember Me - Chris Thompson





Filmografias Parciais:

Jon Voight 






Perdidos na Noite (1969); Conrack (1974); Para o Inferno (1985); Fogo Contra Fogo (1995); Missão: Impossível (1996); O Massacre de Rosewood (1997); Anaconda (1997); Procurado (1997); Inimigo do Estado (1998); Pearl Harbor (2001); Ali (2001); Sob o Domínio do Mal (2004); A Lenda do Tesouro Perdido (2004); Transformers (2007); A Lenda do Tesouro Perdido: Livro dos Segredos (2007); Drácula - O Príncipe Das Trevas (2013); Animais Fantásticos e Onde Habitam (2016); Somos Todos Iguais (2017)


Faye Dunaway 






Bonnie e Clyde: Uma Rajada de Balas (1967); Crown, o Magnífico (1968); Movidos pelo Ódio (1969); O Pequeno Grande Homem (1970); Os Três Mosqueteiros (1973); Chinatown (1974); Os Quatro Mosqueteiros - A Vingança de Milady (1974); After the Fall (1974); Inferno na Torre (1974); Três Dias do Condor (1975); Rede de Intrigas (1976); O Desaparecimento de Aimee (1976); A Viagem dos Condenados (1976); Os Olhos de Laura Mars (1978); O Campeão (1979); O Primeiro Pecado Mortal (1980); Mamãezinha Querida (1981); A Perversa (1983); Supergirl (1984); As Damas de Beverly Hills (1986); Casanova, O Maior Amante de Todos os Tempos (1987); Barfly: Condenados pelo Vício (1987); O Segredo de um Homem (1988); Vivendo na América (1989); Testemunha Solitária (1990); Arizona Dream: Um Sonho Americano (1993); Ambição Fatal (1993); Don Juan DeMarco (1994); Uma Dose de Esperança (1995); Questão de Sensibilidade (1996); Thomas Crown, a Arte do Crime (1999); Joana D'Arc (1999);  Caminho sem Volta (2000); Regras da Atração (2002); O Assassino do Presidente (2003); O Padrinho (2004); Hackers - Ladrões de Vida (2007); A Family Thanksgiving (2010); Em Defesa de Cristo (2017); Desejo Inconcebível (2017); The American Connection (2021).


Ricky Schroder






O Campeão (1979), A Última Viagem da Arca de Noé (1980), A História de uma Vida (1980), O Pequeno Lord (1980), Algo Muito Justo (1982), Dois Tipos de Amor (1983), Broadway Danny Rose (1984), Uma Razão para Viver (1985), Jovem Herói (1988), Estrada da Morte (1989), Os Pistoleiros do Oeste (Minisserie 1989), Minha Verdade (1989), Laços De Familia (1990), Correndo do Destino (1990), Retorno Insólito (1990), Meu Filho Johnny (1991), Vencendo os limites (1992), Call of the Wild (1992), Para a Minha Filha com Amor (1994), Os últimos dias do paraíso (1994), Texas: Poder e Corrupção (1994), Maré Vermelha (1995), Alvo do Ódio (1997), Traídos pela esperança (1997), Acordei Cedo no Dia da Minha Morte (1998), Nova Iorque Contra o Crime (1998–2001 - 55 episódios), O Último Batalhão (2001), Face of Terror (2004), 14 Hours (2005), 24 Horas (2007 -12 episódios), Jornada ao Centro da Terra (2008), O Enigma de Andrômeda (2008 - 4 episódios), O Pior Trabalho do Mundo (2010), Uma Segunda Chance (2013)


Jack Warden (1920–2006):




 


A Um Passo da Eternidade (1953); 12 Homens e uma Sentença (1957); O Aventureiro do Pacífico (1963); Árvore da Solidão (1971); Amor Feito de Ódio (1973); Shampoo (1975); Todos os Homens do Presidente (1976); O Grande Búfalo Branco (1977); O Céu Pode Esperar (1978); Morte Sobre o Nilo (1978); O Campeão (1979); Justiça Para Todos (1979); Muito Além do Jardim (1979); Dramático Reencontro no Poseidon (1979); Amor na Medida Certa (1981); O Veredicto (1982); Alice no País das Maravilhas (1985); Mais Forte Que o Ódio (1988); O Crime Que o Mundo Esqueceu (1990); O Pestinha (1990);  O Pestinha 2 (1991); Sombras do Mal (1992); A Revolta dos Brinquedos (1992); Tiros na Broadway (1994); O Pestinha 3 (1995); Poderosa Afrodite (1995); Em Busca de um Sonho (1999); Virando o Jogo (2000).


Arthur Hill (1922–2006)


 




Princesa Sem Coroa (1952); O Profundo Mar Azul (1955); Preceito de Honra (1961); Quando Irmãos se Defrontam (1963); Cicatrizes D'Alma (1963); O Caçador de Aventuras (1966); A Grande Ameaça (1969); O Caminho da Felicidade (1971); O Enigma de Andrômeda (1971); Elite de Assassinos (1975); Mundo Futuro: Ano 2003, Operação Terra (1976); Uma Ponte Longe Demais (1977); O Campeão (1979); A Juventude de Butch Cassidy (1979); O Terror Do Dr. Mudd (1980); A Vingança das Esposas de Stepford (1980); Operação Vingança (1981); O Amor Mostra o Caminho (1984); O Guardião (1984); O Natal Mágico (1985); O Caso da Irmã Margaret (1986); O Último Natal (1986)


Randall 'Tex' Cobb






O Campeão (1979); De Volta para o Inferno (1983); O Rapto do Menino Dourado (1986); Condição Crítica (1987); Os Doze Condenados: Missão Mortal (1987); Arizona Nunca Mais (1987); Loucademia de Polícia 4: O Cidadão se Defende (1987); Fúria Cega (1989); Ernest, um Trapalhão na Cadeia (1990); Nervos de Aço (1991); OGolpe Perfeito (1992); Ace Ventura: Um Detetive Diferente (1994) ; Corra que a Polícia vem Aí! 33 1/3: O Insulto Final (1994); O Mentiroso (1997); Vice (2000), Tex Cobb (2021)


Strother Martin (1919–1980)






Nasce uma Estrela (1954); O Cálice Sagrado (1954); A Morte num Beijo (1955); Morte sem Glória (1956); Felpudo, o Cão Feiticeiro (1959); Marcha de Heróis (1959); O Homem Que eu Devia Odiar (1961); O Homem que Matou o Facínora (1962); Quando um Homem é Homem (1963); Convite a um Pistoleiro (1964); Os Filhos de Katie Elder (1965); O Caçador de Aventuras (1966); Rebeldia Indomável (1967); Meu Ódio Será Sua Herança (1969); Bravura Indômita (1969); Butch Cassidy (1969); A Morte Não Manda Recado (1970); Céu Vermelho ao Amanhecer (1971); Meu Nome é Jim Kane (1972); O Homem-Cobra (1973); Lutador de Rua (1975); Justiceiro Implacável (1975); No Oeste Muito Louco (1976); O Campeão (1979); Cactus Jack, o Vilão (1979); Ligação Direta (1980)


Joan Blondell (1906-1979)






A Outra Esposa (1930), Mulher do Outro (1930), Mulher Sem Algemas (1931), Mulher Entre Amigos (1931), Inimigo Público (1931), Mulheres de Negócios (1931), Triunfos de Mulher (1931), Gente Esperta (1931), Cavalheiro por um Dia (1932), Cortesãs Modernas (1932), Um Passo em Falso (1932), Quero Ser Estrela (1932), O Direito de Errar (1932), Viúvas de Havana (1933), Amor por Telefone (1934), O Homem que Eu Perdi (1934), Princesa da Fuzarca (1934), A Mulher Triunfa (1935), Rainha da Armada (1935), Balas ou Votos (1936), Três Homens e um Cavalo (1936), O Rei e a Corista (1937), Assim é Hollywood (1937), Sempre a Mulher (1938), Amor a Prestações (1939), Mania do Divórcio (1940), A Volta do Fantasma (1941), Dama por uma Noite (1942)m Aurora Sangrenta (1943), Laços Humanos (1945), Aventura (1945), A Mortalha de Seda (1947), Almas Perdidas (1947), Apuros de um Anjo (1950), Ainda Há Sol em Minha Vida (1951), Desejos Ocultos (1957), Esta Noite ou Nunca (1957), Amor Eletrônico (1957), O Grande Sucesso de Rock Hunter (1957), O Diabo na Carne (1961), Retaguarda (1964), A Mesa do Diabo (1965), A Marca do Vingador (1966), Winchester 73 (1967), Ouro é o que Ouro Vale (1967), Litoral Sangrento (1968), E as Noivas Chegaram (seriado 1968–1970), Latigo, o Pistoleiro (1971), Won Ton Ton, o Cachorro que Salvou Hollywood (1976), O Santuário de Lorna Love (1976), Noite de Estréia (1977), Grease: Nos Tempos da Brilhantina (1978), Até Que a Morte os Separe (1978), O Campeão (1979), Caçada Feroz (1979)


Elisha Cook Jr (1903-1995)





Segredo de Justiça (1939); O Homem dos Olhos Esbugalhados (1940); A Vida é uma Canção (1940); Sargento York (1941); Relíquia Macabra (1941); Dillinger (1945); Cinderella Jones (1946); O Álibi do Falcão (1946); Nascido para Matar (1947); A Máscara da Traição (1949); Almas Desesperadas (1952); Os Brutos Também Amam (1953); Torrentes de Vingança (1953); Rajadas de Ódio (1954); A Fúria dos Justos (1955); O Grande Golpe (1956); O Bandoleiro Solitário (1957); Assassino Público Número Um (1957); A Casa dos Maus Espíritos (1959); A Face Oculta (1961); O Estado Interessante de Papai (1963); O Castelo Assombrado (1963); O Mensageiro da Vingança (1963); O Bebê de Rosemary (1968); O Grande Roubo do Banco (1969); Sem Lei e Sem Esperança (1972); Pat Garrett e Billy the Kid (1973); A Volta dos Bravos (1975); Cinco Dias de Conspiração (1976); 1941 - Uma Guerra Muito Louca (1979); O Circo da Morte (1980); Terror at Alcatraz (1982) e participação em vários seriados

9 comentários:

  1. Luís, td bem?
    Bom, assisti “O Campeão “ no cinema.
    Me debulhei em lágrimas e tive dificuldade de esconder isso da minha irmã, que estava comigo e afinal não teve a mesma emoção que eu, achando minha tristeza mais impressionante que o filme. É… a percepção dos sentimentos é um dos mistérios da nossa natureza.
    Foi bom vc ter postado o clipe da música, não fazia associação com o filme. Restrita ás madrugadas, com certeza, mas melódica como a época pedia.
    Me lembro da postura hesitante de Faye Dunaway e realmente fiquei intrigado em como a situação familiar chegou áquele ponto. Abandono maternal? Sua filmografia é imensa, portanto imune a críticas, mas excluindo sua beleza de esfinge, creio que era uma atriz de poucas interpretações.
    John Voigt fazia um sujeito tosco — só o magnetismo animal explicaria aquele casal — mas um pai amoroso. O elo entre pai e filho foi o pilar do filme, tocante, um trator sobre o coração das platéias. Foi uma atuação de ambos acima da média, creio hoje.
    E sem aquele menino de sorriso maravilhoso e cabelos loiros nada teria acontecido. Como se consegue uma atuação assim de uma criança? Como tão novinhos eles poderiam entender o que se espera deles? Não sei, acho que mesmo em tenra idade as pessoas podem produzir grandes belezas, talvez por não terem ainda qualquer das amarras do mundo. Vi desenhos infantis que tenho certeza apenas os grandes artistas conseguiriam recriar na vida adulta. Ao ir a uma escola primária basta reparar nas paredes decoradas pelos aluninhos, há boa arte ali. É uma alegria, na verdade.
    Boa citação sobre o contexto da crise do matrimônio no mundo e o enfoque sobre o trauma infantil consequente a isto. Quanto ao Ano Internacional da Criança, isto foi muito falado também no Brasil. Lançaram-se lindos selos, sei porque colecionava na época.
    Quanto a “Kramer versus Kramer”, será que ainda hoje sensibilizaria?

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    1. Olá Mario. Tudo Bem ? Desculpe não responder antes.
      Assisti no cinema, quando minha tia me levou. Eu era bem novo e percebi que ela se arrependera de me levar. Achou a temática muito forte, mas os anos provaram a qualidade do filme. Esse é mais um daqueles que muitos críticos insistiam em dizer que era um dramalhão barato sem consistência, mas uma nova geração de críticos foi surgindo e redimindo o filme. A grande verdade é que muitos compararam com a versão de 30 e não gostaram de ver o filme de suas infâncias sofrer uma nova abordagem (alguma semelhança com os dias atuais ?), mas para aqueles que eram criança e nunca tinha visto o filme original, a produção agradou e ficou na memória. Garanto que se fizerem uma nova abordagem ocorrerá uma chuva de críticas ( e talvez eu mesmo me inclua), mas é aquilo que sempre falo: Hollywood não faz filmes para público dos 40, 50, 60 ... muito raro (já não fazia na nossa época), faz para a geração do momento ou as que estão comparecendo aos cinemas. Filmes com temáticas mais maduras ainda podem ser vistos em circuitos independentes ou filmes europeus. Que bom que O Campeão sobreviveu ao tempo e ainda emociona a muitas pessoas. Sim, Faye Danuway tem uma filmografia extensa, e olha que só coloco filmografias "parciais", seria bem maior, se incluísse o filmes que não passaram por aqui. Alguns atores / atrizes tem participações em séries ( e olha que só coloco quando participou de alguns episódios - se colocasse os que participaram de apenas 1 ou 2, seria um trabalho imenso). Gosto de colocar filmografias, não sei se é interessante ou não, mas acredito que deva haver uma curiosidade quanto ao o que foi feito na carreira (ou ajuda a lembrar de algum filme que a pessoa tenha esquecido). Quase ia esquecendo de postar a música e, antes de pesquisar, nunca tinha visto o rosto do cantor.
      Kramer vs Kramer abriu um leque de discussões, era um tema "novo" nos EUA e por aqui tinha saído do forno. Me lembro dos programas de auditório que batiam muito nessa tecla. Pena que esses programas não existem num "You Tube", muita gente ia ficar sem graça pelas bobagens que inventavam / falavam e outros talvez dissessem "viu, eu estava certo!". Acho que hoje Kramer ... pouco sensibiliza, mas quem viu "Lost" e a estória de Michael e seu filho sabe que ainda se pode se ater ao tema (uma tema universal e, talvez, atemporal). Olha, eu coleciona selos, ainda tenho um antigo álbum! Quem nos anos 70 e 80 imaginaria que cartas iriam desaparecer e que a comunicação estaria a um clique? Quem imaginaria blogs ?

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  2. Sobre a trilha sonora, não posso dizer que me lembro dela, mas sabendo ser de Dave Grusin tenho certeza que é boa.
    O conheço de muitos filmes ( Havana é um deles e seria ótimo ler um olhar seu sobre). Talvez ele tenha o devido reconhecimento nos EUA, assim espero, pois o acho — de uma maneira relativa aos estilos diferentes — tão bom quanto John Willians. Recomendo uma coletânea dele, absolutamente linda: Now Playing.
    Gostaria de rever O Campeão. Nem que fosse só para ver se ainda choraria tanto.
    Luís, como sempre, um belo trabalho seu, uma crítica muito rica. Parabéns!
    Aquele abraço!

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  3. A trilha Sonora (incidental, para que estiver lendo essa linhas) foi bem colocada: nos momentos certos e com a intensidade que as cenas necessitavam. Havana é uma boa pedida. Quem sabe ? Já vou adiantar a próxima análise: Maratona da Morte. Agora é rever o filme com um olhar crítico e buscar as suas particularidades. Espero acertar, pois é um grande filme.
    Quanto ao O Campeão, pode ser encontrado no Ok Ru. Uma plataforma gratuita que possui milhares de filmes, séries e desenhos americanos, dublados e até em língua hispânica. Apesar de ter a mensagem de que precisa cadastrar ele permite visualizar sem problemas.
    Mário, muito obrigado por mais este comentário dentre tantos que você posta e volte sempre. Um grande abraço

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  4. Luís
    Continue sempre colocando a filmografia, ajuda muito a nos situarmos. Idem a música.
    Penso que Hollywood — rapaz, que termo abrangente — é mesmo uma indústria e como tal busca o lucro, é o que a move. Mas tenho dúvidas se faz majoritariamente filmes sem olhar dos quarentões pra cima. Talvez porque eu só olhe pra essa amostragem e delete automaticamente o resto, mas vejo filmes ainda bons serem feito. Aqui e ali, fora do circuitão sim, mas bons.
    Imagem é tudo e esse verniz ( o do selo de qualidade, algo imprescindível ), uma vez perdido, babau. Depois da pandemia houve um temor assim, lembra?
    Então, acho que eles vão sempre estar abertos aos Megalópolis, aos Dunas, aos Bastardos Inglórios da vida, aos filmes que dão o apelo de que ali também se faz arte. E se faz mesmo. Cada vez menos, mas faz.
    Considerando as platéias jovens, me preocupo muito com essa moçada. Antes me pareciam incultos, hoje nem falam, ficam mudos o tempo todo. Não vão ao cinema, nem em peças, música zero, não se encantam com cultura. Tenho medo do que sairá disso.
    Boa lembrança do Michael e seu filho em Lost.
    Um abraço!

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  5. Boa noite!
    Olá, Luís! Por favor, estou numa dúvida cruel em relação a achar o nome de um filme que esqueci rsrs. Um homem vivia feliz com sua família, porém sua esposa faleceu num acidente de carro, daí ele e seu filho adolescente se mudam para outra cidade mas o desinteresse pela vida o leva a uma depressão profunda a ponto dele tomar até eletrochoque. Tem uma cena muito forte do filho dando um choque de realidade no pai, o fazendo tornar a realidade e até ter um novo relacionamento.
    Como estou aqui te pedindo uma ajuda, depois volto para avaliar suas super resenhas.
    Desde já, agradeço pela atenção!
    Fabiana

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    1. Olá Fabiana. Tudo bem ?
      Pela descrição, num primeiro momento não reconheci o filme. Mas vamos tentar. Preciso saber algumas coisas ou qualquer uma dessas coisas
      Quando você viu ? Qual ano ou década ...
      Aonde você viu ? Televisão , cinema, VHS, Streaming, "You Tube" ...
      Lembra de algum ator / atriz ?
      Sabe o que esse personagem fazia ? Qual a profissão no filme?
      Se viu na tv, sabe se foi num dia de semana ou sábado ?
      Sabe se foi numa " Sessão da tarde" ou madrugada?
      Sabe a emissora que você viu ?
      Um grande abraço

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  6. Olá,
    Foi de à partir de 2016 (Sei porque assisti na casa que moro há 8 anos), assisti no youtube, não me lembro a profissão do pai mas o filho estudava num colégio tradicional da cidade e vive um romance com uma colega. Uma coisa que fiquei surpresa, foi com a prática do eletrochoque no personagem do pai. O personagem do pai parece muito com o ator que fez doutor House mas não é ele.
    Tem uma cena no filme, de flashback, da família na praia, muito felizes.

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  7. Olá Fabiana. Fiz uma busca rápida e não encontrei, mas vou aos poucos tentando ver se descubro o nome. Caso alguém que esteja lendo este comentário, conheça o filme, espero que nos ajude. Encontrando, o nome postarei aqui nos comentários. Um grande abraço e obrigado por visitar novamente o blog.

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Olá Cinéfilos.
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Cinéfilos Para Sempre