domingo, 12 de fevereiro de 2023

CONRACK / CONRACK (1974) - ESTADOS UNIDOS

A LUTA DE UM PROFESSOR CONTRA UM SISTEMA DE ENSINO 

Pat Conroy (Jon Voight) é um jovem professor que chega para lecionar a alunos de uma turma da quinta a oitava série, em uma ilha isolada, na costa da Carolina do Sul, em 1969. Para a sua surpresa, a turma, composta exclusivamente de crianças afrodescendentes, não consegue pronunciar o seu nome chamando-o de “Conrak”, além disso, não sabem contar nos dedos, não sabem em que Estado residem e desconhecem que o seu país é chamado de Estados Unidos da América.  Crianças incapazes de qualquer raciocínio que as possibilite situar-se no mundo em que vivem. “Conrack” descobre que a diretora da escola, Mrs. Scott (Madge Sinclair), dirige o local com mão de ferro, não aceitando nenhum comportamento que considere inapropriado, pronto a castigar quem desobedecê-la.  Conrack começa a implantar um sistema que acredita irá funcionar, mas Mrs. Scott passa a ter reservas quanto a ele, ao mesmo tempo em que o contratante de Conrack, o superintendente Skeffhington (Hume Cronyn), sugere de forma indireta que prefere um modelo tradicional ou que as coisas permaneçam como estão. 


“Conrack” foi roteirizado a partir do livro “The Water is Wide", uma autobiografia escrita por Conroy, que se tornaria autor de romances famosos, entre eles  “O príncipe das Marés", “Guardiões da Honra” e "O Grande Santini" que também foram adaptados para o cinema. Conroy descreveu suas experiências em uma comunidade afrodescendente em 1969, assim como o convívio diário com crianças expostas ao imobilismo social presente nos idos de 1969. Talvez para alguns compreenderem melhor o filme seja necessário conhecer o cenário americano em ebulição da época: a luta dos negros pelos direitos civis, que se intensificava a partir da segunda metade dos anos 60; a entrada dos EUA na Guerra do Vietnã (1965) até o final em 1974 (época do lançamento deste filme); Woodstock (agosto de 1969); a contracultura (oposição aos padrões culturais da sociedade, que pregava um rompimento das diferenças sociais, econômicas e de grupos distintos), fora os protestos contra a guerra (muitos de jovens, cada vez mais intenso e que dividiu o país naqueles que viam como algo válido e outros como antipatriótico (Billy Jack é um filme dentro deste contexto)). E Conroy, com o seu cabelo cumprido, lembrava os jovens pacifistas (tudo indica que não foi à Guerra) e modos diferentes para muitos seria um símbolo daqueles que apoiavam a contracultura numa América cujo o Sul, fortemente escravocrata e agrícola, perdera a Guerra de Secessão (1861-1865) para o Norte que combatia a escravidão e se apoiava no modernismo. E, mesmo após, gerações terem passado, muitos ainda mantinham um racismo declarado (O filme "Mississipi em Chamas" ilustra bem essa situação) e uma separação social. 

Ainda que Conroy tenha dito em entrevista que não gostara de como seu livro fora levado às telas, o diretor Martin Ritt (1914-1990) de filmes como: "A Grande Esperança Branca"; "Lágrimas de Esperança"; "Testa-de-Ferro Por Acaso"; "Norma Rae", "Querem me Enlouquecer" ... fez um drama social bem interessante que questionou os métodos retrógrados de ensino e a cruel máquina que operava por trás tornando tudo isso possível. Qualquer iniciativa de motivação pedagógica fora dos limites das normas estabelecidas era visto como rebelião e rebeldia, algo temido pelos conservadores que viam certa parte da juventude contrária à guerra e o movimento Woodstock como uma implosão dos preceitos morais que a  América propagava (mas, por de trás da cortina de moralismo havia segregação, racismo, intervenção militar em outros países ...).

Conrack chega e percebe que modelos arcaicos como a palmatória e o chicote de Mrs. Scott não ensinariam as crianças, mas levá-las ao campo e jogar maçãs de árvores para ilustrar a teoria da gravidade; um jogo de Football Americano para incentivar o trabalho em grupo; ensinar as crianças a nadar (num local onde praticamente nenhum dos moradores o sabe e muitos morrem nas águas que rodeiam a ilha), mostrar a música de Beethoven e apresentar o cinema aquelas crianças praticamente ignorantes tinham resultados mais válidos do que se obtivera antes, mas tudo que o professor, um confesso ex-racista, faz chega aos ouvidos de Skeffhington que começa a se sentir incomodado. Tudo piorará quando Conrack comunica a seu chefe que levará as crianças pela primeira vez para a cidade em uma celebração dos Dias das Bruxas. Quando ele resolve ilustrar o “Mito da Caverna de Platão” é a gota d’agua para a hierarquia governante que criara um muro de distanciamento (a ilha) e o professor lhes mostrará o que havia por cima deste muro. Agora Skeffhington e seus pares não poderão mais virar o rosto para o lado sem se importarem com o que acontece com aquelas pessoas isoladas.


ATENÇÃO SPOLIER: Pule este parágrafo se não assistiu ao filme. Infelizmente não há como deixar de citar o final do filme repleto de lirismo e certo cinismo. Conrack recebe uma demissão por suas ousadias sendo visto como um subversivo pelos que comandam o ensino local. Conrack cheio de idealismo e amor a sua profissão, luta contra um sistema imperante e cuja mentalidade arcaica entra em conflito com o ele pratica: revolucionar o ensino e fornecer uma vida digna e de oportunidades aos que ali estão com o futuro programado para perderem. Só que em sua inocência percebe tarde demais que os métodos retrógrados estão ali para manter aquelas crianças praticamente ignorantes. Até porque o surgimento de novos “Conracks” poderia abalar essas estruturas enraizadas. Silenciá-lo e afastá-lo significa reduzir qualquer possibilidade de ele se tornar um exemplo para a nova geração. A indignação de Conrack não tem o eco que esperava e só lhe resta ir embora. O final, partindo em um barco ao som da Quinta Sinfonia de Beethoven é repleto de nuances: Conroy seguindo seu caminho pelas mesmas aguas que o trouxeram, parece uma comparação à morte que aqueles que ali estão sentem com a sua partida, é um sentimento genuíno de perda de algo que nunca terão novamente deixando seus destinos indefinidos para o espectador, mas que receberam algo precioso: a possibilidade encarar a vida com liberdade e sem medo. Uma percepção de que a educação é a chave para mudar as suas vidas e que o conhecimento liberta. Muitos críticos reclamaram que Conrack ensina várias coisas, mas quase nada daquela cultura formada na ilha, como se eles não tivessem sua cultura própria ou raízes, mas os envolvidos optaram por centrar na questão no modelo arcaico do ensino e naqueles que perpetuavam tal situação. Condensar um livro inteiro em quase duas horas é quase impossível, logo certos aspectos foram deixados de lado. FIM DO SPOILER.

Quanto ao Elenco, Jon Voight foi a escolha adequada, Seu personagem repleto de entusiasmo que improvisa dia após dia para captar a atenção dos alunos, que ajuda a compreender o mundo e até os orienta em seus cotidianos foi muito bem delineado e o ator deu vigor a um personagem que precisava disso.  Madge Sinclair (de "Comboio" e "Um Príncipe em Nova York") teve um papel ingrato: uma personagem áspera, intolerante e reticente, que inflige punição corporal como que os educando para um mundo da qual precisam saber o seu lugar. Mrs Scott não teve a mesma chance de seus alunos. Viúva, teve uma vida difícil, de uma época mais complicada ainda que a atual. Lutou e conseguiu se educar.  Apendeu, em suas palavras, a “jogar o jogo dos brancos” e "não irritá-los", o que possibilitou permanecer como diretora da escola, mas isso tem um preço: ela deve notificar tudo que ali acontece e seguir o que Skeffington deseja. Ela simpatiza pelo jovem professor, mesmo sem entender o motivo que o levou ali e quais são suas motivações. Para Mrs. Scott, Conrack é um problema que pode afetar a todos. Ela já está tão enraizada no sistema vigente que prefere mantê-lo, acreditando que ajuda aquelas crianças. Para aqueles que lembram do ator Hume Cronyn como um dos simpáticos velhinhos de "Cocoon", podem se surpreender. Seu Skeffington é um personagem que se mostra  simpático, que diz desejar dar alguma educação aquelas crianças, mas uma educação que o seu lado da sociedade considera o certo, nada de inovações, se não funciona a culpa é dos alunos, afinal ele lhes envia professores e se algo lhe incomoda, como Conrack, ele simplesmente o despede e mantém as coisas do jeito que sempre foram. A atriz Tina Andrews que fez Mary, tinha 22 anos na época e em determinados momentos, como no início do filme, realmente não aparentava ter os 15 anos atribuídos ao seu personagem. A atriz recebeu um personagem difícil e saiu-se muito bem. Andrews continuou na carreira com participações em vários seriados como “Days of Our Lives” (1975-1977), Assim como ela, a maioria das crianças escolhidas não tinha experiência em atuações no cinema. Paul Winfield (Cão BrancoJornada nas Estrelas II - A Ira de Khan  A Cidade dos Anjos) fez o homem que vive recluso e que pede que Conrack o ensine em troca de whisky clandestino. Seu personagem, desaparece em determinado momento do filme sem muita explicação.


 

Conrack hoje é um filme com poucas exibições. É um filme humanitário e idealista com um Jon Voight que interpreta um Conrack provido ora de desalento e ora de entusiasmo, que encontra crianças maltrapilhas, ignorantes e apáticas e lhes dá vida. Um professor que encoraja seus alunos a terem curiosidade em aprender, que lhes tira do isolamento e de sua própria indiferença, que os trata com dignidade, carinho e amor. Um filme que mostra que um professor pode fazer a diferença na vida de seus alunos, que o ensino transforma vidas e que o conhecimento liberta. Conrack abre propostas, leva a reflexões, mas, acertadamente, não as encerra.

 

Trailer:


 

Curiosidades: 

As águas que separam a ilha do continente podem ser vistas como  uma interessante metáfora à ausência cultural dos pequenos alunos em relação ao mundo que os cerca.

Segundo o "New York Times", Conroy viveu uma infância "brutal", sob o controle do pai, um homem "sádico" que agredia a esposa e educava seus sete filhos com uma rotina militar,  "abusando deles de maneira desumana", especialmente Pat, o mais velho.(fonte g1)

The “Water is Wide” (título do livro), “A Agua é Larga”, refere-se a uma pequena travessia ao continente cercada por águas do Oceano Atlântico.

Em uma entrevista de 2007 no “Dennis Miller Radio Show”, Jon Voight relembrou uma reunião que aconteceu vinte anos após o lançamento do filme, com todos os atores e atrizes disponíveis. Dos vinte e um atores e atrizes que retratavam alunos, na época do reencontro, três se tornaram professores.

Tina Andrews, que interpreta a relutante estudante Mary, tinha 22 anos quando as filmagens começaram em 1973.

O filme de pirata que Conrack está mostrando para seus alunos em sala de aula é "O Cisne Negro" (1942), com Tyrone Power e Maureen O'Hara.


O Livro:





 






Cartazes:

 



Filmografias Parciais

John Voight 


 

 




Perdidos na Noite (1969); O Dossiê de Odessa (1974); Amargo Regresso (1978); O Campeão (1979); Expresso Para o Inferno (1985); Fogo Contra Fogo (1995); Missão: Impossível (1996); O Massacre de Rosewood (1997); Anaconda (1997); Procurado (1997); Inimigo do Estado (1998); Pearl Harbor (2001); Ali (2001); Sob o Domínio do Mal (2004); A Lenda do Tesouro Perdido (2004); Transformers (2007); A Lenda do Tesouro Perdido: Livro dos Segredos (2007); Drácula - O Príncipe Das Trevas (2013); Animais Fantásticos e Onde Habitam (2016); Somos Todos Iguais (2017)


Madge Sinclair (1938–1995)







Conrack (1974);  Loucuras do Matrimônio (1976); Raízes (seriado 1977);  Comboio (1978); Jim Jones: A Tragédia da Guyana (1980); Jornada nas Estrelas IV - A Volta para Casa (1986); Um Príncipe em Nova York (1988); Quem Falará por Jonathan? (1992).


Hume Cronyn (1911-2003)







A Sombra de uma Dúvida (1943); O Fantasma da Ópera (1943);  A Cruz de Lorena (1943); Um Barco e Nove Destinos (1944); A Sétima Cruz (1944); E o Marinheiro Casou (1945); Uma Carta para Eva (1946); Anos de Ternura (1946); O Destino Bate à Porta (1946); Emoção Secreta (1946); O Fim ou o Princípio (1947); Anjo Sem Asas (1948);  O Bom Velhinho (1949); Spartacus (1960); Cleópatra (1963); Hamlet (1964); Movidos pelo Ódio (1969); Conrack (1974); A Trama (1974); O Mundo Segundo Garp (1982);  Chuva de Milhões (1985); Cocoon (1985);  O Milagre Veio do Espaço (1987); Cocoon: O Regresso (1988); Os Senhores do Holocausto (1989);  O Dossiê Pelicano (1993); As Filhas de Marvin (1996);  12 Homens e uma Sentença (1997);  Minha Vida na Outra Vida (2000);  A Separate Peace (2004)


Paul Winfield (1939–2004)


 





Com os Minutos Contados (1969); R.P.M.: Revoluções por Minuto (1970); O Estranho John Kane (1971); Lágrimas de Esperança (1972);  O Terrível Mister T (1972); Horror nas alturas (1973); A Guerra de um Homem (1973); Conrack (1974); Huckleberry Finn (1974); O Último Brilho do Crepúsculo (1977); Herança Nuclear (1977); A Cidade dos Anjos (1980);  Jornada nas Estrelas II - A Ira de Khan (1982); Cão Branco (1982); O Exterminador do Futuro (1984); Cidade Corrompida (1986); O Injustiçado (1987); Terror no Oriente Médio (1987); A Maldição dos Mortos-Vivos (1988); O Homem da Máfia (seriado 1989); Acima de Qualquer Suspeita (1990); Dennis, o Pimentinha (1993); Risco Total (1993); Tyson (1995); Marte Ataca! (1996); Comando Estratégico (1997).


Fontes

The New York Times

O Globo

Jornal do Brasil

G1

6 comentários:

  1. Luís, td bem?
    Assisti Conrack hoje, no YouTube, após ler sua crítica.
    Belo filme, me fez ver e sentir tantas coisas.
    A primeira foi o paralelo entre o acordar do dia entre o homem urbano e o homem no campo, ou mais preciso, o branco que tem e o negro que pouco tem. A estória começa a ser contada ali.
    Depois a trilha de John Willians, pois o tema musical das águas, quando Conroy chega e quando estão aprendendo a nadar é muito, muito parecido com o tema que toca em Tubarão ( 1975 ), quando o trio persegue a fera. Vc notou?
    É quase um choque a postura da diretora, the principal, como ela enchia-se de importância ao falar. Fico imaginando o quanto existiram pessoas como ela, que recalcaram seu próprio amor próprio para se encaixar num lugar no mundo. Sim, difícil, mas de uma pequenez e egoísmo extremo.
    Em seguida, a construção que John Voight fez de seu personagem. Crível, um misto de sábio e inocente. Franco e direto nas palavras, puro e pleno em seu coração, apaixonado por incutir naquelas crianças que o aprendizado nos muda como pessoas, que a percepção do mundo e da vida começa com o seu reconhecimento, com seus maravilhamentos, suas tragédias e todas suas facetas. E que isso não nos dá todas as respostas, mas nos faz pessoas melhores e liberta nossa consciência.
    Seu modelo de ensino, fora do contrato tradicional, sem ordenamento, tudo junto e misturado, me fez lembrar do sistema de ensino antroposófico, em que muitos pais ( onde me incluo ) ficam reticentes em matricular os filhos, pois admito a influência cartesiana ainda é forte. Vamos ver o que nossas crianças farão na vez delas, não é?
    Sua atitude estóica, quando foi aos tribunais e depois ao megafone tentou sensibilizar a população ficou coerente com o idealismo do personagem, que corria atrás de um sonho, não de um emprego. Hoje as pessoas continuam igualmente indiferentes a ideais e sonhos, uma triste, amarga verdade.
    Outra coisa que chamou a atenção é o falar daquelas populações do sul dos EUA, única no mundo. Vi muito isso em filmes do universo de pregação negra — True Blood tá cheio disso — e, por analogia obrigatória, muito pouco ( olha que coisa ) em Mississippi em Chamas ( o que em nada diminui essa obra ). Contextualizou muito bem o ambiente, o que mostra o quanto foi acertada a escolha do elenco infantil, pois as crianças só poderiam ser elas mesmas ali atuando.
    Linda e tocante a informação que vc trouxe de que numa declaração de John Voight, dentre o grupo das crianças, 3 se tornaram professores. Veja a arte moldando a vida…
    Desde que me entendi como uma pessoa madura passei a ver que só a educação mudaria nosso mundo. Caminhamos para isso, claro com as facilidades da tecnologia, mas também com os entraves de gestores públicos ignorantes e mal-intencionados.
    E é aqui que chegamos em Hume Cronyn. Também muito bem construído como o supervisor orgulhoso, convicto de que sua imagem, com os cabelos brancos que os anos lhe deram e seu discurso moralista seriam o suficiente na defesa do status vigente. Ora… e foi. Dura lição para todos os sonhadores deste mundo, em que em essência quase nada ou muito pouco mudou desde 1974.
    Ainda em relação a H. Cronyn, acho a versão de 12 Homens e Uma Senteça, com Jack Lemmon e George C. Scott, a melhor. Por favor, vc a viu? Pensa diferente?
    Por último, não há como não se lembrar da Sociedade dos Poetas Mortos. Mas essa é uma outra estória. Carpe dien!
    Luís, muito obrigado por esta grande recomendação, obra dignificante que tive o prazer de conhecer através de seu trabalho e sensibilidade.
    Um grande abraço!

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  2. Olá Mario. Tudo bem ?
    Você fez uma ótima síntese que completa a minha postagem em muitos sentidos. Quanto a John Williams, foi bom citá-lo . Estava em meus rascunhos, mas na hora de montar o texto acabei omitindo. Isso acontece porque procuro não estender além de 5 parágrafos, no máximo seis, e no rascunho original tinha chegado a quase nove. Quando fui sintetizar, tive que retirar algumas coisas, caso contrário seria um texto muito grande. E, nesse meio tempo, simplesmente esqueci.
    Esse é um tema que me agrada muito, analisar filmes que acrescentem, mas a falta de tempo acaba com que, neste ínterim, coloque alguns filmes mais comerciais e, cuja análise, se torne mais simples e rápida (além de ter também aqueles que curtem filmes mais desconhecidos e mais voltados ao entretenimento). Outra análise que estou fazendo, mas ainda não consegui montar o texto, a tempo de publicar neste final de semana, é "Freud: Além da Alma" . Quem sabe entre segunda e quarta desta semana eu consiga publicar. True Blood eu não acompanhei, mas recebi bons comentários. Quem sabe um dia? Falando em séries, uma que me agradou neste gênero educacional foi "Merlí", uma produção da Catalunha que colocou um professor de filosofia mudando a percepção de alunos do ensino médio, prontos a ingressar na vida adulta. Enquanto Merlí cita filósofos para os alunos e quebra constantemente o paradigmas formados pela sociedade, o expectador recebe várias pitadas de reflexão. Pena que na última temporada, nos episódios finais, os roteiristas tenham perdido o fio da meada, mas até aquele momento mostrou-se uma grande série. Quanto a "12 Homens e um Segredo", não só vi como há alguns anos comprei o DVD. Um filme incrível, copiado "ad finitum" em séries e filmes. Vi a versão anos 90 e gostei, mas não há compará-la com a de Lemmon. Uma oba prima da sétima arte (pelo menos para mim). Alias, eu tenho um pensamento quanto a remakes: dificilmente gosto. Para mim a obra original (quem criou a estória, quem dirigiu, quem atuou) leva vantagens, pois quem refaz já tem um norte a seguir e pouco a acrescentar. Não teve o trabalho de botar a mão no lápis (ou caneta) e passar horas rascunhando até obter um resultado final e depois transformá-lo em um produto de sucesso. Claro que há obras que melhoram o original como "Três Solteirões e um Bebê" ou empatam como "Cabo do Medo". Quantos remakes de "Matar ou Morrer" já tiveram ? Acho que, pelo menos, uns dois (um disfarçado e outro "cópia carbono"). Mas ninguém supera o clássico. As exceções? Vou citar uma, recomendada inclusive por você: "Os Safados", muito melhor que o seu original. "O Vingador do Futuro" e "Robocop" não precisavam ter sido refilmados. Poderia citar duas dezenas de remakes, mas vou parar por aqui.
    "Sociedade dos Poetas Mortos" é um grande filme (muitos de Robin Williams o são) e aparecerá por aqui em algum momento (outro filme que merece uma boa pesquisa para trazer algo de qualidade - às vezes consigo, às vezes não - o amadurecimento permite que aceitemos nossas limitações - o que não significa que não tentarei sempre melhorar). Não percebi a semelhança da melodia com Tubarão, vou rever. Muito interessante essa sua percepção.
    Fico contente da análise suscitar-lhe o interesse de buscar o filme e ter agradado. Muito obrigado por acrescentar à postagem, como sempre o faz. Um grande abraço e até a próxima.

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  3. Luís
    Na filmografia de John Voight estão 2 filmes particulares, Perdidos na Noite ( já pensou que foi daqui que o Faustão tirou inspiração para o nome de seu programa, incrível, não? ) e O Campeão ( assisti no cinema, difícil não chorar, talvez o achasse melodramático demais hoje ).
    Gostaria de ler um dia um panorama de sua carreira, Midnight Cowboy em especial me cativa, devido o enfoque do submundo novaiorquino e o grande papel desempenhado por Dustin Hoffman neste filme ( aliás, fiquei muito contente com a perspectiva de sua futura análise de O Pequeno Grande Homem ).
    Bom saber que Freud: Além da Alma está vindo. Acredita que nunca assiste um único filme de Montgomery Cliff? Li muito sobre ele nos livros da saudosa Dulce Damasceno de Brito. Bom trabalho nesta crítica!
    Desculpe se não comentei suas publicações anteriores, leio todas.
    Grande abraço!

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  4. Sim, quanto a True Blood: é muito bom ( carnal em todos os sentidos, literal e figurado ), mas se perde nas 2 temporadas finais. Ainda assim realmente vale a pena ver, apenas se lembrando de fazer vista grossa no final.
    Abraço!

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  5. Olá Mario.
    Perdidos na Noite foi outro grande momento de Voight. Eu quase o revi semana passada, já pensando em uma análise futura o que deve pintar por aqui em um momento não muito distante. O Campeão foi um grande filme e vi também no cinema e é análise certa. Voight tem outro filme que gosto muito: Amargo Regresso, que devo apresentar por aqui (espero que não se cansem sobre Guerra do Vietnã) . Vi recentemente "Nada de Novo no Front" . Um filme muito bem realizado que mostra o absurdo da guerra, pode levar o Oscar de Melhor Filme. Outro que aparecerá por aqui. O Pequeno Grande Homem é uma obra muito interessante (penso também em Tootsie, Vitor ou Vitória, Serpico, Falcões da Noite, Conexão França, O Exorcista ...) . Vontade de fazer uma análise por dia, tempo para fazer uma por semana. Montgomery merecia uma filmografia que mostrasse sua trágica vida, o que me lembra que ainda não analisei "A História de Karen Carpenter". Vou parar por aqui. A cada linha que escrevo me lembro de algum filme que estou me devendo uma análise rsss.Vamos ver como sairá. Freud, se mostrou muito complexo para analisar, pois conheço pouco sobre a obra do médico, mas vou estudando e lendo, sem a pretensão de dissertar sobre psicanálise e sim sobre cinema que conheço um pouquinho e vou aprendendo a cada análise e interações como as de vocês que reservam um tempinho para comentar. Um grande abraço.

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  6. Amargo Regresso merece sim a análise, nunca é demais questionar a guerra.
    Tootsie é uma das grandes comédias de todos os tempos e uma das grandes interpretações de Dustin Hoffman.
    Conexão França ( as 2 partes se complementam ) é indispensável, até porque Gene Hackman parou com sua carreira
    ( que mistério isso ) e é um ator maior, como De Niro, Jack Nicholson e Al Pacino.
    Lamento não ter visto Serpico, Vitor ou Vitória e Falcões da Noite. O Exorcista, bem, sou um covarde, sorry.
    Sabe, eu também penso em um filme e lembro de outros. Puxa uma pena e vem uma galinha, não tem jeito.
    Tudo de bom, Luís.

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