Ex-combatente
Boina Verde do Vietnã, Billy Jack (Tom Laughlin 1931-2013), metade índio,
metade branco cuida de uma reserva índia no Arizona. A cidade é dominada pelo
poderoso Stuart Posner (Bert Freed) e seu filho mimado Bernard Posner (David
Roya). Billy tem uma amizade profunda com a dona de uma escola na reserva, Jean
Roberts (Delores Taylor), voltada para jovens de minorias com problemas de
ajustamento. Com sua filosofia de pacifismo e jovens vestidos de Hippie, com
seus cabelos longos e roupas diferentes, atraiu os olhares reprovadores da
comunidade local composta de uma elite branca avessa a pessoas que simbolizem
diferença. Billy é a lei dentro da reserva e dor de cabeça fora dela. Jean
abriga a jovem Barbara (Julie Webb), espancada pelo pai (um comissário do
xerife) ao saber que sua filha, que estava em uma “comunidade alternativa”,
voltara grávida. Billy dá suporte a Barbara e consegue mais um inimigo na
cidade. Coloca à prova suas habilidades em Hapkido ao enfrentar vários homens em
defesa de um grupo da escola de Jean atacado por Bernard e seus amigos. Só que
Bernard parece não ter limites e inicia uma série de insanidades contra o
jovens da escola, culminando num ataque contra Jean, obrigando Billy a largar
seu lado pacifista e enfrentar a seus inimigos de forma brutal.
Billy
Jack estreou nos Estados Unidos de forma simplória, ganhando poucos elogios.
Porém alguns críticos viram qualidades na obra e o público deu o respaldo
necessário para que o filme se transformasse em sucesso. No Brasil o filme foi
bem recebido, principalmente quando alcançou os espectadores da Tv aberta que
ainda não o conheciam. Muitos hoje se lembram com carinho de um filme que ficou
na memória e que merece ser revisto. Mas afinal, Billy Jack é bom ou ruim?
Billy Jack alterna cenas de ação com certo clima de calmaria. Atores
profissionais com amadores, situações fora de contexto (como a do comitê contra
os estudantes) com cenas famosas (como a da sorveteria e a do carro) e outra
bem forte para a época.
Símbolo da contracultura, Billy Jack tem suas qualidades e seus
defeitos. O ator Tom Laughlin que dividiu as funções de diretor, sob o
pseudônimo de T. C. Frank, e de roteirista com sua esposa (com o pseudônimo de
Teresa Cristina) criou um personagem forte num filme que visivelmente possuiu
poucos recursos, mas que foi feito com muita garra. Laughlin, pouco
conhecido, modelou o seu personagem, Billy Jack, no filme “Born Loosers” de
1967 e que no Brasil recebeu o título de “Nascidos para o Mal”, onde enfrentou
uma gangue de motoqueiros, mas “Billy Jack” só se tornaria conhecido em seu
filme homônimo. Laughlin vinha de participações de filmes como Ao Sul do
Pacífico (South Pacífico) e Até os Fortes Vacilam ( Toy Story) e outras
produções.
Atuando
ao lado de sua esposa, Delores Taylor, com a colaboração de classes estudantis,
grupos pacifistas e entidades indígenas, Tom Laughlin fez um filme muito
simpático de ser assistido, principalmente por quem tem mais de 40, pois se não
vivenciaram o clima do filme , pelo menos devem ter visto pessoas que
simbolizavam os personagens . Muitos talvez ainda sintam-se atraídos pela
mensagem filosófica, ainda que Billy Jack resolva os conflitos com punhos e
balas, num filme que lembra um Western moderno. O casal sempre esteve envolvido
nas questões indígenas e no pacifismo. Ativistas políticos, transportaram um
pouco de sua visão, num momento conturbado como a Guerra do Vietnã (1959-1975)
para os americanos, uma guerra que muitos já contestavam trazendo uma nova luz
ao conceito de vida alternativa e colocando nos holofotes a maneira como a
América ainda tratava os donos originais da terra e seus descendentes .
Não esperem um filme com explosões, lutas e pirotecnia. O que ocorre aqui é uma
tensão crescente com um herói fora-da-lei, carismático e solitário, que muitos
amaram e que elevou o filme a categoria de Cult Movie e um dos símbolos da
cultura pop com referências em músicas, filmes e internet. Longe da programação
televisiva, o filme sobreviveu devido a internet que impediu que caísse no
esquecimento. A Warner lançou o filme em DVD, mas se tornou difícil de
encontrar. O filme teve mais duas continuações: O Julgamento de Billy Jack (1974) e Billy
Jack Vai a Washington (1977)
Trailer:
Curiosidades: O pseudônimo T. C. Frank veio de seus três filhos: Teresa Laughlin
,Christina Harrington e Frank Laughlin.
Nos Estados Unidos, o filme foi lançado em circuito destinado a filmes eróticos o que gerou uma batalha entre os produtores e a distribuidora, cujo argumento poderia ser uma sabotagem ao filme (O Globo Fev 1972)
David Roya é um instrutor de 4º grau faixa preta em Tae Kwon Do e instrutor de ioga certificado e treinado na Índia.
Laughlin enviou o roteiro de Billy Jack aos estúdios, mas estes queriam um
filme de gangues de motoqueiros. O ator / diretor resolveu criar outro script e
nasceu "Nascidos para Perder" (Born Loosers) colocando o personagem no contexto e permitindo, diante
da boa recepção, a filmagem de seu verdadeiro filme.
Carol, a garotinha que canta “My Brother’s Dead” era a filha da dupla e se chama Teresa.
Kit (Debbie Schock), que esteve na cena da sorveteria, trabalhava como babá na
casa do casal.
Neil
Adams desenhou Billy Jack para a capa da revista em quadrinhos americana “
Deadly Hands of Kung Fu”
A canção pacifista, One Tin Soldier, do grupo Black Metal Coven, é de 1969 e
foi cantada pela líder do grupo Jinx Dawson para o início e fim do filme a
pedido de Laughlin .
A canção legendada:
- O filme custou em torno de 800.000 US$ e
faturou mais de 30 milhões.
- O Retorno de Billy Jack nunca foi completado, devido o ator ter sofrido um acidente durante as filmagens e não ter encontrado uma distribuidora para lançá-lo
- Cisse Cameron – Sra. Cílios Postiços (Miss False Eyelashes), que faz a cena do
carro, com o ator David Roya, é casada com o ator Reb Brown (O Homem Cobra,
Capitão América, Yor- O Caçador do Futuro, De Volta Para o Inferno...) e
esteve no filme Space Mutiny com o marido
- Laughlin (1931– 2013) faleceu devido a complicações
de uma pneumonia
- Delores (1932 – 2018) faleceu após uma batalha contra a demência
Cartazes:
Filmografia Parcial: Tom Laughlin (1931–2013)
Passado
Perdido (1956); Chá e Simpatia (1956); Os Delinqüentes (1957); Lutando
Só Pela Glória (1958); No Sul do Pacífico (1958); Maldosamente Ingênua
(1959) A Batalha do Mar do Coral (1959); Até os Fortes Vacilam (1960); Nascidos para Perder (1967); Billy Jack (1971); O Julgamento de Billy Jack (1974); Pistoleiro da Justiça (1975); A Viagem dos Condenados
(1976); Billy Jack Goes to Washington (1977); A Arte de Matar (1978);
The Return of Billy Jack (1986)
Delores Taylor (1932–2018)
Nascidos para Perder (1967); Billy Jack (1971); O Julgamento de Billy Jack (1974); Billy Jack Goes to Washington (1977); The Return of Billy Jack (1986)
David Roya
A Estátua do Amor (1965); Bob, Carol, Ted E Alice (1969); Billy Jack (1971); Westworld: Onde Ninguém tem Alma (1973); King Kong (1976); O Grande Búfalo Branco (1977); Adoráveis Fantasmas (1988); Lei & Ordem (seriado - 3 episódios 1999, 2001 e 2003)
Bom dia Luiz Antonio Bondezan. Parece que a plataforma do Blogger, volta e meia, "deleta" meus comentários. Então vou postar novamente. Sim, Billy Jack é um bom filme. Não fez muito sucesso quando do lançamento nos EUA, mas ganhou força quando foi para a tela pequena. O mesmo aconteceu por aqui. Foi lançado nos nossos cinemas, mas tornou-se mais conhecido quando exibido em nossas TVS. Pelo que me lembro passava na extinta Rede Manchete. A cópia dublada deve ser muito difícil de ser encontrada. Muito obrigado pelo comentário. Volte sempre. Um grande Abraço.
Bom dia Hudson Reis. Apenas me recordava da exibição pela Rede Manchete. Muito obrigado pelo comentário e contribuição ao post. Volte sempre e um grande abraço.
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Bom filme , pena que não ache copia dublada ,assisti na época e gostei muito
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ResponderExcluirBom dia Luiz Antonio Bondezan.
ExcluirParece que a plataforma do Blogger, volta e meia, "deleta" meus comentários. Então vou postar novamente.
Sim, Billy Jack é um bom filme. Não fez muito sucesso quando do lançamento nos EUA, mas ganhou força quando foi para a tela pequena. O mesmo aconteceu por aqui. Foi lançado nos nossos cinemas, mas tornou-se mais conhecido quando exibido em nossas TVS. Pelo que me lembro passava na extinta Rede Manchete. A cópia dublada deve ser muito difícil de ser encontrada. Muito obrigado pelo comentário. Volte sempre. Um grande Abraço.
Billy Jack passava na TV Bandeirantes antes mesmo da criação da TV Manchete
ExcluirBom dia Hudson Reis.
ExcluirApenas me recordava da exibição pela Rede Manchete. Muito obrigado pelo comentário e contribuição ao post. Volte sempre e um grande abraço.