domingo, 25 de outubro de 2015

O CAMPEÃO DE HITLER / MAX SCHMELING (2010) - ALEMANHA / CROÁCIA




O HOMEM QUE DERROTOU JOE LOUIS

Max Schmeling (Henry Maske) um campeão de boxe alemão, famoso em sua terra, recebe um convite de Joe Louis (Yoan Pablo Hernández), o até então invencível campeão mundial de boxe. Em plena ascensão nazista, Schmeling passa a ser uma máquina de propaganda nazista, apesar do lutador ser completamente contra essas diretrizes. Max luta por um lugar ao sol, uma chance de vencer um campeão imbatível, uma lenda com 17 vitórias, sem derrotas. 


Em 1936 todos os prognósticos apontavam para Louis, mas Schmeling conseguiu nocauteá-lo, contrariando todas as probabilidades, tornando-se herói nacional e mundialmente conhecido. Uma revanche em 38, não autorizada pelo Reich, que tinha medo de Max perder e colocar em cheque o conceito da raça ariana, ocorreria e, desta vez, Schmeling perderia a luta. Sendo um lutador não simpatizante da causa alemã, sua derrota fez com que seus opositores se vingassem mandando-o para a guerra, contando assim com sua eminente morte. 


Boa adaptação da biografia de Schmeling que consta foi um grande esportista e ser humano, responsável por salvar vidas de perseguidos durante a guerra passando dificuldades no pós-guerra em uma Alemanha despedaçada.


Ambientado na década de 30, o título brasileiro funciona mais como um chamariz e passa a impressão que ele lutava pelo Reich. Se em parte o Reich o usou, do outro lado Schmeling só queria ganhar, não aceitando seu papel de agente da propaganda nazista.


Com uma direção segura, simples e direta, o filme não se apega a pormenores e mostra a vida de Max, suas vitórias e derrotas e sua grande paixão: a esposa Anny Ondra (Susanne Wuest), sempre ao seu lado em todos os momentos. O semitismo, o medo e a intolerância funcionam como pano de fundo e situam o espectador dentro da cronologia do filme. O ator Henry Maske faz muito bem o papel de Max. As lutas são mais "mornas", mostrando como eram diferentes nos anos 30. O ritmo ágil impede o filme de cair no marasmo e, dentre as várias produções já feitas para o pugilista, esta talvez seja uma das mais simpáticas. Uma obra interessante que mostra que, como Schmeling, muito alemães não viam com bons olhos o império de Hitler e nem todos agiam numa irracionalidade coletiva. Neste sentido o filme ganha muitos pontos e mostra outra faceta da guerra, vista pelo lado alemão.


Trailer:







 


Curiosidades:
Houve outras versões como "Arenas de Paixões" ("Ring of Passion" 1978) passado em março de 1980 na Tv Globo.

O próprio Max Schmeling disse uma vez que gostaria que Henry Maske o interpretasse se algum dia fosse feito um filme sobre ele.

O boxeador Henry Maske passou por treinamento de atuação por 8 meses para se preparar para sua estreia como ator.

O diretor Uwe Boll fez uma ponta como árbitro de boxe durante a partida de Max Schmeling em 2 de agosto de 1930 contra Heller.



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