Continuação
Superior
As
Invasões Bárbaras é a continuação direta do filme “O Declínio do Império Americano”, mas que não necessariamente obriga o espectador a assistir o
primeiro. O diretor pinçou seus personagens da década de 80 e os colocou 17
anos depois (quinze na trama) em uma maravilhosa continuação.
O
incorrigível sedutor Rémy é hospitalizado e diagnosticado com um câncer
terminal raro. Seu filho Sébastien (Stéphane Rousseau), um importante
profissional do meio bancário, radicado nos EUA, chega ao Canadá e entra
inicialmente em conflito com o pai, da qual manteve certa distância após os
fatos ocorridos no primeiro filme. A filha viaja pelo mundo em um veleiro e só
consegue se comunicar através da disponibilidade do sinal de um satélite no
laptop do irmão. Rémy não vive mais com a esposa. Seus amigos estão distantes e
ele tem que repensar a vida. Seu filho inicia uma aproximação e tenta dar algum
conforto ao pai que não estará com ele em breve. Seus amigos são informados de
sua condição e reaparecem. Inicia-se uma nova reflexão sobre a vida de cada um,
nesse hiato de anos e como veem o mundo atual.
As
Invasões Bárbaras sem dúvida é muito superior ao primeiro filme “O Declínio do
Império Americano”. O título do filme faz uma alusão as invasões dos bárbaros,
pelo personagem Alain Lussier (Daniel Brière). O jovem rapaz do primeiro filme
explica, pela tv, o atentado de 11 de setembro americano que classificou como
um ataque bárbaro ao coração da América ou o ataque dos velhos costumes à
modernidade em que vivemos. O espectador poderá fazer uma rápida alusão ao
ataque do câncer ao corpo de Rémy com o título do filme. Uma nova personagem
entra de forma fundamental em cena, Nathalie (Marie-Josée Croze ), filha
de Diane
(Louise Portal), que não tem um bom relacionamento com a mãe e é usuária
de heroína.
O
filme trata de vários elementos simultaneamente, na maioria no formato de
crítica e o faz de uma forma impecável. Temos uma crítica ao sistema médico
canadense que se tornou público em sua totalidade e na qual os pacientes lotam
as enfermarias e corredores em macas em meio a
aparência de caos reinante. Um duelo entre Rémy e uma freira. Ela tenta
lhe trazer conforto espiritual e este lhe retribui com histórias da atuação,
não tão digna, da Igreja ao longo de sua existência. Trata também,
indiretamente, do uso de drogas para amenizar o sofrimento de pacientes
terminais. Mostra que a corrupção existe no país, apesar da frase de um dos
subornados que diz que “o país não é de terceiro mundo onde se aceitam dinheiro
em troca de favores”. Temos uma dura crítica ao sindicato que parece controlar
o hospital, mas que é altamente subornável.
O
diretor Denys Arcand (novamente na direção) chega a retratar os membros dos
sindicatos como uma gangue, tanto nas vestimentas como no modo de agir. Critica
também, através dos diálogos dos seus personagens, os pensadores, iconoclastas,
líderes políticos, sistemas de governo, ideologias e os sistemas econômicos.
Todos estes ingredientes que poderiam dar errado pelo excesso de informação,
fluem adequadamente e, para um espectador mais atualizado, fica muito fácil de
entender. Mostra o homem frente ao seu destino, as
amizades verdadeiras, o amor dos que ficam e que a vida que continua apesar de
tudo.
Filme
para adultos que já viveram o suficiente e que conseguem acompanhar a constante
evolução de nossa sociedade. Para os mais jovens é um daqueles filmes que,
quando revistos décadas depois, revelam -se mais interessantes de acordo com
que as experiências de vida que cada um
acumula. Merecidamente, ganhou o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro e dois prêmios em Cannes. O diretor faz uma
ponta na cena em que devolve o laptop a Sébastien.
Trailer:
Curiosidades:
Incluído no livro "1001 filmes para ver antes de morrer".
Principais Prêmios:
Cannes Film Festival
Broadcast Film Critics Association Awards
Cinema Brazil Grand Prize
Cinéfest Sudbury
César Awards, France
Directors Guild of Canada
European Film Awards
Jutra Awards
Lumiere Awards, France
New York Film Critics, Online
San Diego Film Critics Society Awards
SESC Film Festival, Brazil
Toronto International Film Festival
Cannes Film Festival
Broadcast Film Critics Association Awards
Cinema Brazil Grand Prize
Cinéfest Sudbury
César Awards, France
Directors Guild of Canada
European Film Awards
Jutra Awards
Lumiere Awards, France
New York Film Critics, Online
San Diego Film Critics Society Awards
SESC Film Festival, Brazil
Toronto International Film Festival
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