UM “DURO DE MATAR” MADE IN ITÁLIA
Michael Anderson (Dolph Lundgren) é um agente da Interpol
na Itália que junto com sua equipe frustra os planos de uma quadrilha e se
prepara para um compromisso: um jantar
com a esposa Mary (Sinne
Mutsaers) e sua filha Diana (Chiara Arrigoni), que não vê há anos, em uma festa
patrocinada por um milionário, em uma mansão luxuosa. Por não ter garantido a
ida ao encontro seu nome não conta da lista de convidados, mas consegue entrar. O que ninguém esperava era que o local fosse invadido por
mercenários liderados por Goro (Hal Yamanouchi) à procura da vultuosa quantia de 150 milhões de dólares escondida no local. Michael e sua
equipe tentarão impedir o roubo enquanto enfrentarão mercenários fortemente
armados.
Se vocês se lembraram de Duro de Matar não é por acaso.
Troca-se o arranha-céu e entra uma festa. Sai Bruce Wills e entra Dolph Lundgren.
Só que é um "Duro de Matar" duro de assistir. Uma pergunta não pode ser deixada de lado:
por que Dolph faz um filme atrás do outro? Seus filmes há anos vão direto para
o mercado de DVD ou Streaming. No cinema, o ator tem aparecido como
coadjuvante como em "Mercenários", "Aquaman" e "Credd II". Bons filmes em que consegue
sustentar papéis que o marcaram como um dos “heróis dos cinemas anos 80/90”.
Junto com Steven Segal, Van Damme e outros o ator parece interessado em
manter-se na indústria. Existe um público fiel que ainda assiste os seus filmes?
Sua imagem ainda garante venda de DVD ou exibições na Tv? Para ambas as
perguntas eu diria que sim. Por isso mesmo o ator deveria selecionar melhor o
que filma e com quem trabalha. E um dos maiores problemas desse filme está no roteiro. Não
há novidades. Já vimos isso antes e já vimos melhor. Tentar fazer um genérico
de "Duro de Matar" pode trazer alguns dividendos desde que você tenha um ator de
carisma, um bom vilão, uma estória que sustente, bons atores, uma diretor que
saiba dar dinâmica à narrativa e uma montagem que permita o herói sobressair e o espectador não perceba as
falhas habituais do gênero. E, na maioria desses quesitos, o filme falha. Temos um
bom protagonista (para esse gênero) temos alguns bons atores (veremos à frente),
um vilão interessante e ... só. Aí o
filme começa a derrapar.
Ao custo de 2 milhões de dólares e filmado na Itália para
baratear ainda mais o salário dos envolvidos, "Sobreviva a Noite" (2019) é um filme, cujo
título inicial em 2014, era "4 Towers" (“4 Torres”) e foi criado para
estrelar Dolph Lundgren como o vilão, Scott Adkins como o herói principal.
James Coyne (Justiça Cega (2014)) deveria dirigir. Em 2015, Rutger Hauer, Steven
Seagal, Costas Mandylor e Vinnie Jones eram os cogitados com Giorgio Serafini (“The Tracker” de 2019 com Dolph) que deveria
dirigir. O projeto parou até 2018. Até que chegamos em 2019 pelo diretor
italiano Giorgio Bruno que tinha sete filmes na carreira e atua mais como
produtor. E no roteiro o já citado Serafini em conjunto com Alessandro Riccardi
(produtor, diretor de documentários e escritor). Mas alguma coisa realmente não
funcionou.
Dolph (aos 62 anos) tem cenas de ações mal editadas na qual surge lento
em cena. Suas lutas são mal coreografadas
e os vilões dificilmente se protegem de suas balas. Quando
corre, nosso herói parece meio que se arrastar, parece pesado. Tudo bem que a grana só deu para filmar em
uma mansão, mas a polícia italiana é retratada como incompetente e sem
conhecimento de como proceder em uma situação suspeita ou de reféns. A co-estrela Natalie Burn (Emma) rouba todas
as cenas (ela esteve com Dolph nos filmes “Em Nome do Rei 2”; “Mercenários 3” e “Acceleration”). A atriz é rápida em cena, coreografa
muito bem suas lutas e, sozinha, dizima metade do esquadrão de Goro. Aliás Hal Yamanouchi (Wolvernie Imortal) é
outro muito bem em cena. Se o filme mantém algum interesse é por seu vilão,
junto a Natalie Burn e Sinne Mutsaers (a esposa de Michael), eles sustentam o
filme.
Sobreviva a Noite é um “Duro de Matar” italiano. A ideia
de ter outros atores ao lado de Lundgren faz sentido visto que a fórmula “exército
de um homem só” ficou bem para décadas atrás, na qual Dolph foi um dos expoentes
dessa época. É praticamente um filme B
que, se tivessem uma pessoa com certo senso crítico, teria ajustado algumas
coisas no roteiro e nas cenas de ação / montagem e o resultado seria até
interessante. Mas, no final, é um passatempo para pessoas pouco exigentes em um
dia chuvoso.
Trailer:
Filmografia Parcial:
Dolph Lundgreen:
007 - Na Mira dos Assassinos (1985); Rocky IV (1985); Mestres do Universo (1987); Escorpião Vermelho (1988); O Justiceiro (1989); O Grande Anjo Negro (1990); Força Vermelha (1991); Massacre no Bairro Japonês (1991); Soldado Universal (1992); Fuga Mortal (1993); Homem de Guerra (1994); Atirador de Elite (1996); Duelo de Dragões (1999); O Último Comando (2000); Ação Direta (2004); O Defensor - Protegendo o Inimigo (2004); The Mechanik (2005); Caçadores de Diamantes (2007); Ação Imediata (2009); Comando Vermelho (2009); Soldado Universal 3: Regeneração (2009); Ação e Reação (2010); Os Mercenários (2010); Os Mercenários 2 (2012); Soldado Universal 4 - Juízo Final (2012); Acerto de Contas (2013); Os Mercenários 3 (2014); Skin Trade - Em Busca de Vingança (2014); Marcas da Guerra (2015); Os Esquecidos (2015); O Lago dos Tubarões (2015); Ave, César! (2016); Um Tira no Jardim de Infância 2 (2016); Altitude (2017); Malchishnik (2017); Black Water (2018); Sharknado 5: Voracidade Global (2017); Creed II (2018); Aquaman (2018); Black Water: Perigo no Oceano (2018); The Tracker (2019); Sobreviva a Noite (2019); Acceleration (2019); Malevolence (2019)
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