FICÇÃO-CIENTÍFICA RUSSA
Viktor (Rinal Mukhametov) é um jovem arquiteto que acorda
pela manhã e vê que a realidade está mudada: prédios estão desaparecendo e muitos
estão de ponta-cabeça ou suspensos no ar. Pessoas estão se desintegrando e uma
misteriosa criatura parece brotar das imensas “ligas” negras que cobrem os
céus. Ao ser atacado por uma dessas criaturas é salvo por Phantom (Anton
Pampushnyy) e pela soldado Fly (Lyubov Aksyonova) que o levam para um local que
abriga outras pessoas. Viktor descobre que
está em outro mundo: um mundo das pessoas que ficam em coma e que tudo ali é
produzido pelas memórias dos que estão inconscientes, inclusive as mortais
criaturas chamadas "Ceifadores". Se alguém é morto por essas criaturas nessa realidade,
não mais acordará no mundo real. Yan
(Konstantin Lavronenko) é o mais antigo naquela realidade e por isso líder. Ele
explica que todos possuem habilidades naquele mundo, mas pouco as desenvolvem,
Phantom, por exemplo, tem super-força e super-velocidade, mas é instável,
imaturo e arrogante e Fly o poder de cura. Yan crê que Victor possui habilidades
que o ajudarão em seu plano e Phantom começa a se incomodar com a aproximação
de Victor e Fly. Mas o grande mistério para Victor é entender o que lhe aconteceu para ter entrado em coma.
Em sua estreia na direção, Nikita Argunov, que foi uma
das produtoras de “Os Guardiões”, mas sua até então experiência era no campo
dos efeitos especiais (como “O Guerreiro Genghis Khan” de 2007), nos entrega um
filme visualmente hipnotizante com efeitos especiais de primeira linha, mas a
estória que até flui bem, tem alguns altos e baixos como uma primeira parte mais
lenta, algumas perguntas sem resposta apostando num ritmo mais dinâmico perto do
final. Quem viu “A Origem” e “Doutor Estranho” perceberá que a cineasta bebeu
nessas fontes quanto a questão dos efeitos, mas o filme tem vida própria e se
afasta dessas produções ao elaborar sua própria estória que evita a violência
habitual dos filmes atuais preenchendo de aventura, ação e fantasia. Há um certo mistério quanto a toda situação, que será esclarecida ao longo da estória. Satisfará alguns, mas outros
sentirão que mais alguns minutos dariam um final bem mais estruturado.
No elenco não temos rostos conhecidos e algumas atuações
ficam no automático, algo que o cinema russo ainda precisa resolver. Lyubov
Aksyonova esteve em Salyut-7 e em um episódio da série Jack Ryan (2019). Anton
Pampushnyy foi "Arsus" em "Os Guardiões" e o restante do elenco vem de produções
russas.
Koma custou em torno e 4 milhões de dólares, mas sua
arrecadação mundial ficou em torno da metade do valor. Sabendo que americanos
não gostam de filmes estrangeiros para não lerem legendas e que outros países
preferem divulgar filmes de países mais conhecidos, justifica-se porque essa
produção pouco arrecadou e porque muitos ainda não a conhecem. Não é um filme
fantástico, não é um filme inesquecível, mas pode ser assistido como um bom
passatempo e até como curiosidade em como a indústria cinematográfica russa vem
se desenvolvendo no século XXI.
Trailer:
Cartazes:
Parabéns Luis pela a analise. Muito bom esses filmes vindos da Rússia, cada vez ficando melhor.
ResponderExcluirBoa Noite Marcos.
ResponderExcluirUm filme visualmente muito bem realizado. Se o cinema russo continuar nessa caminhada e acertar algumas coisas, poderá produzir filmes bem interessantes. Obrigado pela indicação do filme. Um grande abraço.