quinta-feira, 25 de janeiro de 2024

BEN-HUR (1959) - ESTADOS UNIDOS

PICTORICAMENTE ESPETACULAR

Judah Ben-Hur, um Príncipe da Judéia, e Messala (Stephen Boyd) foram grandes amigos durante a infância. Após anos servindo no exército romano, Messala retorna a Jerusalém como tribuno romano esperando que Hur demonstre sua amizade ajudando-o a prender aqueles que resistem à ocupação romana, mas mostra-se surpreso ao perceber este não apoia a subjugação tirânica dos judeus por seu exército e que nada fará para ajudá-lo. Messala interpreta a situação como uma traição à sua amizade e às suas aspirações. 

Durante a chegada de um governador romano à cidade, Ben-Hur e sua família observam a tudo do telhado de sua casa. E o imprevisto acontece: uma das telhas solta e cai próximo a autoridade. Imediatamente, a casa de Hur é invadida por uma tropa romana que o acusa de atentar contra a vida de seu líder. Messala, subindo ao telhado, percebe telhas soltas e que tudo fora um acidente, mas seu recente episódio com seu melhor amigo o deixara ressentido e furioso. Sedento por poder e prestígio, não se importa em encarcerar a família de seu outrora melhor amigo, tomar as posses deste e transformá-lo em exemplo ao condená-lo a servir como remador nas galeras romanas até morte.

Sobrevivendo durante três anos à vida de um escravo de galé, a embarcação na qual Hur se encontra recebe a visita de Quintus Arrius (Jack Hawkins), um cônsul romano, que fica curioso com a presença daquele homem que parece ser diferenciado dos demais. Neste momento, a sorte de ambos mudará: a galé sofre um ataque. Diante de uma morte eminente, o cônsul é salvo por Hur que o mantém vivo contra sua vontade até a chegada de uma frota romana. Quintus, que perdera um filho, trava uma forte amizade com seu salvador, adotando-o e tornando-o seu herdeiro direto. Mas Hur só tem um objetivo em mente: voltar a Judéia vingar-se do brutal e injusto tratamento dado a ele, sua mãe e irmã por seu melhor amigo de infância.  Quando descobre o que aconteceu a sua família, Hur passa a ter apenas um desejo: vingança contra Messala.

Terceira adaptação de Hollywood do romance (1880) do General Lew Wallace (Ben-Hur: A Tale of the Christ) após duas versões mudas (um dos maiores êxitos do cinema mudo em 1925 e que levou o ator Ramon Navarro aos holofotes), Ben-Hur chegou como um verdadeiro “Blockbuster” (nem existia esse termo) do final dos anos 50. William Wyler, um diretor veterano (Wyle fora um dos assistentes que supervisionava os trabalhos dos figurantes na versão de 20), embora novo no cinema-espetáculo, foi o encarregado de levar às telas um ambicioso espetáculo num momento em que a Metro (MGM) estava no seu ponto mais baixo e recuperando-a de grave crise financeira. Foi o filme mais caro da história de Hollywood (15 Milhões de Dólares, custo de produção sem precedentes) na época, com um orçamento de marketing quase tão alto quanto o de produção. O resultado: 11 Oscar conquistados, recorde até então mantido com “Gigi”(nove) de 1958,  muito graças ao produtor Sam Zimbaslist (o mesmo de “Quo Vadis”) que morreu de infarto antes de terminadas as filmagens. E o filme obteve uma arrecadação de US$ 75 milhões.

Com a chegada da televisão nos lares americanos, a indústria cinematográfica acreditava no afastamento de seus espectadores das salas cinema, logo Hollywood decidiu que tinha de fazer coisas que a televisão não conseguia: épicos. Logo após “Os 10 Mandamentos”, a MGM decidiu fazer um filme mais espetacular, mais caro e mais longo e a versão de Wyler soube explorar os elementos centrais do livro, adaptando-o de forma louvável à linguagem cinematográfica, com o uso de câmeras 65mm (o comum era 35mm): o amigo de infância que se torna seu inimigo mortal; o forte vínculo familiar entre Ben-Hur e sua mãe Miriam e sua irmã Tirzah; a mudança de destino ao conhecer Quintus Arrius, a quem ele resgata após uma batalha naval; sua associação com o proprietário de cavalos árabe, Sheik Ilderim; a famosa, emocionante e inesquecível corrida de bigas (um dos melhores exemplos do uso da câmera cinematográfica para gravar uma sequência de ação); seu comovente romance com Ester, a ex-escrava.  Tudo isso em uma ação que decorre entre o momento do nascimento de Cristo e a sua crucificação, traçando o nascimento do cristianismo a partir dos conflitos entre os romanos e judeus, porém o tema bíblico é reverentemente deixado em segundo plano, ainda que não menos impactante.

Quanto ao elenco, Charlton Heston (depois de Os Dez Mandamentos e antes de O Planeta dos Macacos) teve atuação elogiável como Ben-Hur – personalidade forte, orgulhoso, agressivo, bondoso. Wyler decidiu escalar Heston quando ambos fizeram “Da Terra Nascem os Homens” (1958), um ano antes. O filme foi originalmente planejado para ser feito em 1956 com Marlon Brando no papel principal. O personagem fora oferecido a Paul Newman, mas ele recusou porque já havia feito “O Cálice Sagrado” (1954), e odiara a experiência. Burt Lancaster recusou o papel-título porque considerou o roteiro chato e não gostava da moral violenta da história. Ateu declarado, também rejeitou o projeto por considerar o filme uma promoção flagrante do cristianismo. Stephen Boyd interpretou Messala (usando lentes escuras), um homem com algumas das mesmas qualidades de Hur, só que ideologicamente invertidas. Muitos consideraram sua atuação, em comparação a de Heston, como abaixo do que o filme exigia, mas, no cômputo geral, saiu-se bem, pois seu personagem não é propriamente um vilão padrão estereotipado. O papel também foi oferecido a Kirk Douglas, que recusou porque não queria interpretar um "vilão de segunda categoria". Stewart Granger também recebeu um convite para o papel de Messala, mas recusou a conselho de seu agente, que não queria que ele desempenhasse um papel coadjuvante a Heston. A atriz suíça Liselotte Pulver (El Cid -1961) foi a primeira escolha para interpretar Esther, a ex-escrava, e já estava escalada, mas por estar atrelada contratualmente ao filme alemão “Gustav Adolfs Page” (1960) teve que recusar, mais tarde admitiria que a perda desse papel de destaque foi seu maior arrependimento profissional.  Quanto a Haya Harareet, o diretor Wyler a havia conhecido no Festival de Cannes de 1957, mas não se recordava mais do nome da atriz, sabia apenas que havia trabalhado em um filme italiano chamado "la Donna del Giorno" e que possuía certa semelhança com a atriz Ava Gardner (que chegou a ser cogitada). Dizem que sua escalação teria gerado uma proibição do filme na República Árabe, devido ao elenco ter uma atriz israelense (atual Palestina). O romance entre Hur e Esther, mais maduro, mostrou-se bem apropriado e a personagem é quem começa a seguir Jesus e escutar suas mensagens sobre perdão e sobre suas curas. Sam Jaffe interpretou Simônides, administrador da Casa de Hur e pai de Esther. O ator escocês Finlay Currie (Quo Vadis?), curiosamente, interpretou um personagem que, conforme a tradição cristã, era negro ou de pele escura (Balthasar), enquanto o ator Reginald Lal Singh (não creditado) interpretou Melchior, que seria tradicionalmente branco. Frank Thring interpretou Pôncio Pilatos neste filme e interpretaria Herodes Antipas em “Rei dos Reis” (1961), seu próximo filme.  Jack Hawkins (Quintus Arrius) tem pouco tempo de tela, mas funciona para unir o segundo ato da história ao terceiro (normalmente um filme é dividido em três atos: início, meio e fim) e permitir a reviravolta na história de Hur. Hugh Griffith interpretou o economicamente poderoso Sheik Ilderim, possuidor de grandes cavalos de corrida, mas que nunca tivera um grande condutor para vencer Messala. A chegada de Hur beneficiará a ambos. Martha Scott e Cathy O'Donnell interpretaram, respectivamente, a mãe e a irmã de Ben-Hur e que sofrem um destino cruel nas mãos de Messala, mas recebem um milagre através da morte redentora de Cristo. O ator Claude Heater (cantor de opera americano em seu único papel no cinema – não creditado) interpretou Jesus Cristo como um personagem incidental na história, onde jamais nos é revelada a face e a voz do ator que o interpreta. A ideia dessa ausência foi possivelmente um modo de causar impacto mais poderoso pelo mistério que encerra. 

Ben-Hur pode ser considerado um épico (fictício) de vingança, com uma mensagem piedosa de perdão em um drama humano significativamente inteligente. É um filme de uma época distante, onde os cenários e as roupas eram meticulosamente detalhados e feitos à mão e figurantes eram recrutados às dezenas de milhares. Quatro diretores de segunda unidade foram contratados para rodar várias cenas simultaneamente (como a da carruagem de bigas - 36 cavalos puxando nove bigas - feitas por Andrew Marton e Yakima Canutt, que teve 15.000 figurantes). O grande mérito do filme é ainda hoje despertar sentimentos emocionais genuínos na audiência. Espetáculo com grandes momentos, belas imagens e a forte trilha sonora de Mikos Rozsa, mostrando a eterna luta entre a tirania e a liberdade.

 

Trailer:

 



Curiosidades:

A estreia na tevê brasileira ocorreu em 04/09/84 e 05/09/84 sendo apresentado em duas partes

A MGM encomendou mais de 40 roteiros para o filme durante um período de seis anos.

Houve uma versão teatral (1989) após a publicação do livro e uma versão de 15 minutos em 1907 dirigida por Sidney Oecott

Quando a Legião Romana faz uma marcha triunfante por Roma, a banda toca exatamente a mesma melodia que a Legião marchou em Quo Vadis (1951).

Foi construída uma pista de 50 metros de largura e um lago artificial. Foran comprados 66 cavalos da Iugoslávia e depois só não forma vendidos 8 (mas da cena das bigas todos foram vendidos)

Charlton Heston teve cerca de um mês para aprender a dirigir uma carruagem corretamente. Stephen Boyd – que foi escalado muito mais tarde na produção – teve apenas duas semanas para fazê-lo. Boyd teve dificuldade para dirigir as carruagens, suas mãos e pulsos ficaram com bolhas e o tempo de descanso teve que ser agendado.

Charlton Heston recebeu inicialmente o papel de Messala

A certa altura, a MGM planejou o filme como um veículo para três de suas estrelas contratadas mais populares - Robert Taylor, Ava Gardner e Stewart Granger.

Ao ler o roteiro original de Karl Tunberg, William Wyler escreveu nas margens "horrível... horrível". Examinado, ele trouxe Gore Vidal - que estava sob contrato com a MGM na época e odiava essa situação - para reescrever o roteiro. Vidal também achou o roteiro de Tunberg horrível e inicialmente nem queria assumir o projeto. Ele mudou de ideia quando Wyler prometeu tirá-lo dos dois anos restantes de seu contrato. Wyler então trouxe o dramaturgo Maxwell Anderson para fazer um rascunho. O dramaturgo Christopher Fry foi então contratado por Wyler para polir um roteiro que, naquela época, era em grande parte trabalho de Anderson, construído sobre o esqueleto dos rascunhos anteriores de Tunberg. Nem Fry nem Vidal (cuja contribuição foi quase insignificante) receberam crédito na tela por seu trabalho no filme, o que enfureceu tanto Wyler que ele vazou a história para a imprensa.

De acordo com a entrevista do romancista e dramaturgo Gore Vidal em “O Outro Lado de Hollywood” (1995), Ben-Hur e Messala seriam ex-amantes e Messala traíra Ben-Hur porque o relacionamento deles terminou. Segundo Vidal, ele discutiu isso com Stephen Boyd (Messala) antes das filmagens, mas esta informação foi escondida de Charlton Heston porque se sentiu que ele não poderia lidar com isso. Após a entrevista de Vidal, Heston negou veementemente que Ben-Hur tivesse qualquer subtexto homossexual ou que Vidal tivesse qualquer envolvimento real com a escrita do roteiro. Vidal respondeu por citando trechos da autobiografia de Heston, "An Actor's Life", de 1978, na qual admitiu que Vidal havia escrito grande parte do roteiro final. Onde Vidal adicionou um subtexto entre Ben-Hur e Messala, todos os outros roteiristas de "Ben-Hur" - Karl Tunberg, Maxwell Anderson, S.N. Behrman e Christopher Fry - acrescentaram dois conflitos entre os dois personagens, que giravam em torno de (1) a devoção de alguém ao seu país e a devoção a Deus; e (2) como uma pessoa pode ser redimida após substituir sua humanidade com ódio e vingança. Ao receber o Oscar de Melhor Ator de 1959, Heston teve apenas um roteirista de "Ben-Hur" para agradecer em seu discurso de aceitação: Christopher Fry. Fry, um respeitado poeta-dramaturgo britânico, esteve presente no set durante toda a produção em Roma.

Um dos únicos quatro filmes da MGM em que a marca registrada do estúdio, Leo the Lion, não rugiu no início dos créditos de abertura, aparentemente por causa da temática religiosa do filme.

William Wyler ficou tão impressionado com o ator Remington Olmsted, que interpreta o soldado decuriano que nega água a Ben-Hur na viagem de escravos, que quando descobriu que o ator havia sido casualmente substituído durante as filmagens, exigiu que Olmstead fosse encontrado imediatamente a qualquer custo. Não foi muito difícil. Claude Heater, que interpretou Cristo, era frequentador assíduo do restaurante Olmstead's em Roma enquanto estava nas locações. Os instintos de Wyler provaram ser dignos do esforço.

William Wyler selecionou todos os ângulos de câmera para a corrida de bigas, mas deixou todos os detalhes de suas filmagens reais nas mãos de seus diretores de segunda unidade, Andrew Marton e Yakima Canutt. Quando viu o trabalho da dupla, Wyler observou que era "uma das maiores conquistas cinematográficas" que ele já havia visto. Wyler então supervisionou a edição da sequência.

A arena das carruagens foi construída por mais de 1.000 trabalhadores a partir de janeiro de 1958, de acordo com alguns relatos. Tinha 600 metros de comprimento por 20 metros de largura e cobria 18 acres, o maior cenário da história do cinema até então. Supostamente, 40.000 toneladas de areia branca foram importados do México para a pista.

A corrida de bigas exigiu 15.000 figurantes em um cenário construído em 18 acres de terreno nos estúdios Cinecitta, nos arredores de Roma

As sequências no deserto estavam todas programadas para serem filmadas na Líbia até que as autoridades do país - uma nação muçulmana - perceberam que o filme promovia o cristianismo. O governo ordenou que a MGM saísse do país, forçando o estúdio a transferir as filmagens para a Espanha, que tem o único deserto da Europa.

Martha Scott tinha 45 anos na época das filmagens, apenas dez anos mais velha que seu “filho” nas telas, Charlton Heston. Ela também interpretou a mãe de Heston em “Os Dez Mandamentos” (1956), três anos antes.

Enquanto Quintus dirige sua carruagem em sua procissão da vitória, ele é acompanhado pelo escravo Ben-Hur. Na tradição romana, um escravo ficava na carruagem atrás do vencedor, muitas vezes segurando um louro acima de seu cabeça, enquanto sussurra ao vencedor que toda a glória é passageira.

Enquanto esse filme ocupava a maior parte dos palcos e fundos do Cinecitta, Federico Fellini filmava A Doce Vida (1960) em uma pequena esquina ali.

O conjunto de dez quarteirões que representou Jerusalém é historicamente preciso.

O único filme de Hollywood a fazer parte da lista de filmes aprovados pelo Vaticano na categoria de religião.

Os 300 cenários, construídos sob a supervisão dos diretores de arte William Horning e Edward Carfango, foram um dos destaques do filme, principalmente a enorme arena para a sequência da carruagem.

Cerca de 8.000 figurantes estão em filme ao mesmo tempo, sem mencionar centenas de cavalos e camelos da África, 50 navios construídos especialmente para a batalha naval, 18 carros e 300 conjuntos diferentes recriando a glória que foi Roma

O filme durou três horas e 32 minutos com um  intervalo de 15 minutos.

O segmento da corrida de bigas foi codirigido pelo lendário dublê Yakima Canutt (com o veterano diretor de segunda unidade Andrew Marton). Joe Canutt (filho de Yak) foi dublê de Charlton Heston. Durante um dos acidentes, em que Os cavalos de Judah Ben-Hur saltam sobre uma carruagem destruída, o jovem Canutt foi jogado de sua carruagem porque não seguiu as instruções de Yak sobre como se agarrar ao corrimão quando a carruagem atingiu o topo da rampa escondida que levava aos escombros. Ele conseguiu subir de volta em sua carruagem e trazê-la de volta ao controle. A sequência parecia tão boa que foi incluída no filme, com um close de Heston subindo de volta na carruagem. Canutt teve um leve corte no braço. queixo, mas foi o único ferimento na sequência incrivelmente perigosa. O dublê Nosher Powell, que trabalhou no filme, afirma em sua biografia que Yak ficou pálido como um fantasma quando a carruagem caiu. O acidente não foi planejado, e todos, inclusive Yak, acreditava que Joe havia morrido.

O soldado romano parado na spina, ou ilha central do círculo, era um manequim. Tanto este "soldado" quanto o "condutor" de uma carruagem tombada atropelados por outra eram todos manequins articulados e pesados ​​(feitos com articulações móveis de braços e pernas ), então, quando foram atingidos, eles "reagiram" da mesma forma que um corpo humano normal faria naquela situação. Uma combinação de posicionamento hábil e edição especializada entre o dublê e um manequim ajoelhado deu a impressão perfeita de que o homem havia realmente sido atropelado

A cena em que o corpo de Messala é arrastado atrás de sua própria carruagem foi tentada primeiro com um manequim, mas não foi convincente. Foi decidido que a carruagem puxasse Stephen Boyd pelo chão em alta velocidade, de modo que um aço Uma panela moldada ao seu corpo foi fabricada para protegê-lo.Apesar dessa precaução, Boyd sofreu queimaduras na pele e algumas cicatrizes permanentes.

A frase do decurião romano (o oficial de cavalaria do exército romano que comandava um esquadrão de aproximadamente 30 homens) "Sem água para ele!" tornou-se o bordão no set para o restante das filmagens. Sempre que alguém cometia um erro, um ou vários atores ou membros da equipe gritavam: "Sem água para ele!"

Uma das poucas e caras câmeras de 65 mm existentes foi destruída durante as filmagens da corrida de bigas.

A hesitação de Messala em aceitar a aposta do Sheik Ilderim na corrida não seria estranha. Embora seja impossível igualar o valor moderno do ouro com o da Roma antiga, sabe-se que um talento de ouro ou prata era igual a aproximadamente 100 libras de peso. 1.000 talentos, com probabilidades de 4 para 1, teria sido uma soma impressionante.

Quando Judah e Quintus são resgatados de sua jangada, Quintus oferece o primeiro gole de água a Judá, depois bebe ele mesmo do mesmo copo sem lavá-lo primeiro. Para um cônsul de Roma fazer isso por um escravo de galera condenado seria considerado uma honra inédita.

Várias vezes durante o filme, Judá toca uma caixa no batente da porta de sua casa. Trata-se de uma Mezuzá, uma caixa contendo uma passagem da Torá (Deuteronômio 6:4-9 e e e 11:13-21), que os judeus tradicionalmente afixam nos batentes das portas de suas casas como um lembrete constante da presença de Deus

Stephen Boyd usava saltos nos sapatos para deixar sua altura mais parecida com a de Charlton Heston

May McAvoy: a Esther do original Ben-Hur (1925) foi o único membro do filme original da MGM a aparecer neste filme também. Ela é uma figurante em uma cena de multidão. Foi o último filme da atriz

O custo do filme foi tão grande que executivos nervosos da MGM voavam semanalmente para Roma para verificar o andamento da produção.

Audrey Hepburn visitou o set durante as filmagens da corrida de bigas (ela estava filmando Uma Cruz à Beira do Abismo (1959)), o que gerou a falsa lenda de que ela era figurante nas cenas de multidão, como um favor a Wyler, que deu a Hepburn seu primeiro papel principal em A Princesa e o Plebeu (1953), pelo qual ganhou o Oscar. Hepburn, uma das atrizes e pessoas favoritas de Wyler, faria mais dois filmes para ele, Infâmia (1961) e Como Roubar um Milhão de Dólares (1966)

Uma coisa que William Wyler foi completamente incapaz de fazer foi fazer seu protagonista chorar na tela.Durante as cenas de choro de Judah Ben-Hur, Charlton Heston simplesmente cobriu os olhos. 

Os nomes dos quatro cavalos do Sheikh Ilderim são Aldebaran, Altair, Antares e Rigel. O nome da mãe deles é Mira. Todos são nomes árabes para as principais estrelas do céu.

O produtor Sam Zimbalist, 54 anos, desmaiou e morreu de ataque cardíaco 40 minutos depois de sair do set reclamando de dores no peito.

Sergio Leone era um diretor de segunda unidade não creditado. Nos anos posteriores, ele afirmou ter dirigido as cenas de corrida, mas nunca foi comprovado.

Após as filmagens, o estúdio ordenou o desmantelamento de todos os cenários (a um custo de US$ 150 mil), em parte para vender tudo o que pudesse ser recuperado e em parte para evitar que produtores de "épicos" italianos de baixo orçamento usassem os mesmos materiais.

Os cavalos brancos do Sheik Ilderim foram trazidos de Lipica, Eslovênia, o lar original da raça de cavalos "Lipizzaner" brancos como a neve. Glenn H. Randall Sr. treinou 78 cavalos para o filme, começando meses antes do início da fotografia.

Robert Ryan foi considerado para o papel de Messala, com Burt Lancaster como Ben-Hur.No entanto, ele tinha 49 anos quando a produção começou, o que o tornou velho demais para o papel

Leslie Nielsen fez um teste de tela para o papel de Messala, parte do qual pode ser visto no documentário Ben-Hur: Filmando Um Épico (1994).

A MGM ofereceu à Universal 750.000 dólares pelo empréstimo de seu astro contratado, Rock Hudson. Hudson considerou seriamente aceitar o papel até que seu agente lhe explicou que o subtexto homossexual do filme era um risco muito grande para sua carreira. Hudson ficou furioso com a Universal por não tê-lo emprestado para "Ben-Hur". No entanto, ele assinou novamente com o Estúdio depois que seu contrato expirou, desta vez insistindo que também poderia fazer filmes para estúdios rivais.

Vittorio Gassman, Montgomery Clift, Tony Curtis, Van Johnson e Edmund Purdom foram considerados para o papel principal.

No romance original, quando Judah Ben-Hur é adotado por Quintus Arrius, seu nome legal passa a ser "Sextus Arrius". antigo comandante da guarnição que Messala está a substituir.

O idoso imperador do filme que homenageia Quintus Arrius por sua vitória naval foi Tibério, apenas o segundo imperador na história romana depois de Augusto. Em seus últimos anos, que teriam ocorrido no decorrer do filme, ele tornou-se mentalmente instável e morreu de o que muitos consideraram seu estilo de vida depravado, provavelmente devido aos efeitos da sífilis.

Ester diz a Judah que os velhos tempos de Salomão foram "há muito tempo", na verdade, quase 1000 anos antes.

Embora Quintus nunca revele suas razões pelas quais ele escolheria Judah entre os outros remadores, isso não é um mistério. Se o espectador simplesmente ouvir o diálogo entre eles nos aposentos de Quintus, sem olhar para a imagem, a articulação e a sintaxe de Judá identificam facilmente seu experiência como um indivíduo altamente educado e refinado.

Charlton Heston faleceu aos 84 anos em decorrência de Alzeihmer

Stephen Boyd faleceu aos 45 anos de ataque cardíaco

Jack Hawkins faleceu aos 62 anos em decorrência de uma hemorragia 

Haya Harareet faleceu aos 89 de causas naturais

Hugh Griffith faleceu aos 67 anos de ataque cardíaco

Sam Jaffe faleceu de câncer aos 93 anos

Frank Thring faleceu de câncer aos 68 anos

Martha Scott faleceu eu aos 90 de causas naturais

Cathy O'Donnell faleceu aos 46 após longa batalha contra o câncer

Finlay Currie faleceu aos 90 anos de causas não reveladas


Cartazes:




Filmografia Parcial:

Charlton Heston (1923–2008)







Julius Caesar (1950); O Maior Espetáculo da Terra (1952); As Aventuras de Búfalo Bill (1953); O Segredo dos Incas (1954); A Selva Nua (1954); Os Dez Mandamentos (1956); A Marca da Maldade (1958); Da Terra Nascem os Homens (1958); Ben-Hur (1959); A Maior História de Todos os Tempos (1965); Agonia e Êxtase (1965); O Senhor da Guerra (1965); ...E o Bravo Ficou Só (1967); O Planeta dos Macacos (1968): De Volta ao Planeta dos Macacos (1970); A Última Esperança da Terra (1971); À Sombra das Pirâmides (1972); No Mundo de 2020 (1973); Os Três Mosqueteiros (1973); Aeroporto 1975 (1974); Os Quatro Mosqueteiros: A Vingança de Milady (1974); Terremoto (1974); Pânico na Multidão (1976); S.O.S. - Submarino Nuclear (1978); A Montanha do Ouro (1982); Quanto Mais Idiota Melhor 2 (1993); Tombstone - A Justiça Está Chegando (1993); True Lies (1994); O Planeta dos Macacos (2001); Genghis Khan: The Story of a Lifetime (2010).


Stephen Boyd (1931–1977)

 







O Homem que Nunca Existiu (1956); Estigma da Crueldade (1958); Ben-Hur (1959); O Inspetor (1962); Vênus Imperial (1962); A Queda do Império Romano (1964); Gengis Khan (1965); Viagem Fantástica (1966); A Bíblia (1966); O Diabo das Sete Faces (1971); Terror nas Profundezas (1974); Lady Dracula (1977). 

 

Jack Hawkins (1910–1973) 






O Rei dos Vampiros (1932); O Ídolo Caído (1948); De Volta ao Pequeno Apartamento (1949); Segredo de Estado (1950); A Rosa Negra (1950); Na Estrada do Céu (1951); Martírio do Silêncio (1952); Na Selva da Malaya (1952); Um Ladrão na Noite (1953); Prisioneiro do Remorso (1955); Terra dos Faraós (1955); A Bela e o Gato (1955); Entre a Terra e o Céu (1957); A Ponte do Rio Kwai (1957); Ben-Hur (1959); Os Sete Cavalheiros do Diabo (1960); Lord Jim (1965); Shalako (1968); Catarina da Rússia (1968); Waterloo (1970); Quando 8 Sinos Tocam (1971); A Última Caça (1972); As 7 Máscaras da Morte (1973).


Haya Harareet (1931-2021)






Colina 24 não Responde... (1955), La donna del giorno (1957), Ben-Hur (1959), O Sócio Secreto (1961), Viver, Amar, Sofrer (1962), L'ultima carica (1964)


Hugh Griffith (1912-1980)






Gestapo (1940), Alma Negra (1948), As Oito Vítimas (1949), Coração Indômito (1950), O Expresso de Titfield (1953), Ao Pé do Cadafalso (1953), O Monstro de Londres (1954), Ben-Hur (1959), Drama na Página Um (1959), O Dia em que Roubaram o Banco da Inglaterra (1960), O Falso Traidor (1962), O Inspetor (1962), As Aventuras de Tom Jones (1963), O Grande Motim (1962); O Ópio também é Uma Flor (1966), O Marinheiro de Gibraltar (1967), O Homem de Kiev (1968), Mercenários de um Reino em Chamas (1970), O Uivo da Bruxa (1970), O Solar dos Ventos Uivantes (1970), O Abominável Dr. Phibes (1971), Os Contos de Canterbury (1972), A Volta do Dr. Phibes (1972), O Programa Final (1973, Demência (1974), A Lenda do Lobisomem (1975), Casanova e Cia. (1977), Inocente Sedutor (1977), A Mais Louca das Aventuras de Beau Geste (1977), O Cão dos Baskervilles (1978)


Sam Jaffe  (1891–1984) 


 





Horizonte Perdido (1937); A Luz é para Todos (1947); O Segredo das Joias (1950); O Dia em que a Terra Parou (1951), O Bárbaro e a Geisha (1958); Ben-Hur (1959); Ben Casey  (seriado 1961-1965); Tarzan, O Rebelde da Selva / A Pedra Azul (1967); Os Canhões de San Sebastian (1968); O Altar do Diabo (1970); The Old Man Who Cried Wolf (1970); Se Minha Cama Voasse (1971); Mercenários das Galáxias (1980); Nada é para sempre (1984); Fronteira Brutal (1984)

 

Frank Thring (1926-1994)






Vikings, os Conquistadores (1958), Ben-Hur (1959), Rei dos Reis (1961), El Cid (1961), A Idade da Reflexão (1969), A Forca Será Tua Recompensa (1970), Traficantes Audazes (1975), Marcado Para Morrer (1976), Mad Max 3: Além da Cúpula do Trovão (1985), Grito de Horror 3 (1987)


Martha Scott (1912-2003)






Nossa Cidade (1940), A Flama da Liberdade (1940), Dona de Seu Destino (1941), Proibidos de Amar (1941), Casados Sem Casa (1943), Quando a Mulher se Atreve (1943), Compromisso de Honra (1949), Suspense (1949), Horas de Desespero (1955), Os Dez Mandamentos (1956), Judy, a Adolescente Perdida (1957), The Devil's Daughter (1973), O Jogo de Quinta-Feira (1974), Aeroporto 75 (1974), O Rapto de St. Anne (1975), Momento de Decisão (1977), O Mistério da Palavra (1978), Um Juiz Muito Louco (1981), Dallas (seriado 1979–1985), De Passagem pela Terra (1988)


Cathy O'Donnell (1923-1970)






Um Rapaz do Outro Mundo (1945), Os Melhores Anos de Nossa Vida (1946), O Místico (1948), Amarga Esperança (1948), Pecado Sem Mácula (1949), Romance de uma Esposa (1950), Sem Ajuda do Céu (1951), A Volúpia do Crime (1955), Um Certo Capitão Lockhart (1955), Caçador da Fronteira (1957), A História da Humanidade (1957), Ben-Hur (1959)


Finlay Currie (1878-1968)






Expresso para Roma (1932), Serenata em Veneza (1933), Paraíso para Dois (1937), Invasão de Bárbaros (1941), Surgirá a Aurora (1942), Sei Onde Fica o Paraíso (1945), Grandes Esperanças (1946), A Dança da Morte (1947), Os Irmãos (1947), Alma Negra (1948), Luta Incerta (1948), Luta por um Trono (1948), A Ilha do Tesouro (1950), A Rosa Negra (1950), O Garoto e a Rainha (1950), Dizem que é Pecado (1951), Quo Vadis (1951), Ivanhoé, o Vingador do Rei (1952), A Marcha Triunfal (1952), O Grande Rebelde (1953), Jogo Mortal (1954), A Cruz do Meu Destino (1955), A Volta ao Mundo em 80 Dias (1956), Barco Sem Rumo (1957), Dois Amores e uma Cabana (1957), Santa Joana (1957), Meu Reino, Minha Vida (1957), O Príncipe Lendário (1957), Sementes de Paixões (1958), Corredores de Sangue (1958), Salomão e a Rainha de Sabá (1959), Ben-Hur (1959), A Espada de um Bravo (1960), As Aventuras de Huckleberry Finn (1960), A Estrela e a Cruz (1961), São Francisco de Assis (1961),  José Vendido no Egito (1961), O Inspetor (1962), Sherlock de Saias (1963), Cleópatra (1963), O Mundo Fabuloso de Billy Liar (1963), Um Grande Amor Nunca Morre (1963), A Queda do Império Romano (1964)


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Olá Cinéfilos.
Obrigado por visitarem minha página.
Estejam à vontade para comentarem, tirarem dúvidas ou sugerirem análises.
Os comentários sofrem análises prévias para evitar spans. Tão logo sejam identificados, publicarei. Quaisquer dúvidas, verifiquem a Política de Conduta do blog.
Sua opinião e comentários são o termômetro do meu trabalho. Não esqueça de informar o seu nome para que possa responder.
Visitem a minha página homônima no Facebook onde coloco muitas curiosidades sobre cinema , séries e quadrinhos (se puderem curtir ajudaria). Comentários que tragam e-mails e telefones não serão postados
Bem-vindos.
Cinéfilos Para Sempre