HÉRCULES, KING KONG E GODZILA
O filme começa com um prólogo, no qual, antes da criação
do mundo, existia uma figura angelical chamada Empheria e, de sua luz, formaram-se
os planetas e constelações (esqueça o surgimento do universo narrado no filme
anterior, não colou). Aí veio a criação, então os deuses deram vida a uma
poderosa criatura na terra (não, os "deuses" não vivem na lua, alguém
não deve ter acho muito legal essa ideia do primeiro filme) chamada (claro!!!)
Hércules. Aí o filme resolve colocar uma trilha sonora (até legal) com várias
imagens do primeiro filme, mostrando as façanhas do nosso herói (também ficou
legal, tipo um "The very Best of Hercules"). Ah, os letreiros que
surgem na tela são uma cópia de Superman de 1978 (o roteirista mantém sua
condição de admirador do filme). Se você perdeu o primeiro filme não tem
problema, eles deram um bom resumo. A música é tocada completamente (com
direito a bis!). Depois de uns sete e tantos minutos, de encheção de linguiça,
o nosso filme começa.
Hércules conquistou seu espaço entre os deuses por seus
feitos e Zeus (novamente Claudio Cassinelli) governa tranquilo a humanidade com
seus "sete raios de trovão", mas nem todo mundo concorda com o seu
reinado. Hera (Maria Rosaria Omaggio), Aphrodite (Margie Newton), Flora (Laura
Lenzi) e Poseidon (Nando Poggi) se revoltam contra a sua falta de tirania (só
pode ser), lhe furtando e escondendo
seus raios, que libertam a maldade e o caos.
Uma jovem é sacrificada em um altar para uma criatura,
feita de energia, chamada "Antius". Acreditem, criaram uma criatura
de desenho dentro do filme. Senti-me assistindo novamente aquele desenho antigo
muito legal: "As Aventuras de Huck Finn", em que três adolescentes fugiam
do "Índio Joe" indo parar dentro de um desenho, onde eram perseguidos
pelo vilão.
Uma jovem chamada Urania (Milly Carlucci) presencia o
sacrifício, comunicando a sua amiga Glaucia (Sonia Viviani) que esta será a
próxima. Urania vai até aos "Pequenos Seres" (para economizarem grana
foram interpretados pela mesma atriz, Christina Basili) amigos de Zeus, em
busca de conselho e ajuda (e dá-lhe efeitos em desenho tipo Sitio do Pica-Pau Amarelo)
e estes lhe revelam que os corpos celestiais saíram de sua órbita original e que
a Lua colidirá com a Terra (!!!). Quem poderá nos salvar? Antes de Chapolim
Colorado existia Hércules. O cara dividiu os continentes e criou constelações
com sua força (se você não viu o primeiro filme, não sabe o que perdeu) e agora
terá que encontrar os tais sete raios, acompanhado das duas jovens, enfrentando
o Rei Minos (aquele mesmo do primeiro filme) ressuscitado por Hera e seus
amigos renegados e ajudado por Dedalus (novamente Eva Robins), cujo
conhecimento de ciência, aliado aos poderes dos deuses, deseja mais do que
vingança contra Hercules, ele deseja dominar os próprios deuses.
Nosso herói parte em busca dos raios que darão a Zeus paz e controle do universo. Ele encontra Urania e Glaucia e precisa enfrentar uns monstros (uma mistura ruim do “Monstro do Pântano” da DC com Pé-Grandes, fazendo o som dos Sleestaks do seriado “Elo Perdido”). Para cada bordoada deferida por Hercules pisca uma cor meio psicodélica na tela (é verdade!). Depois de derrotar as criaturas, o trio entra em uma caverna e encontram Euryale que lhes propõe conduzi-los em segurança do outro lado. Só que estátuas de pessoas, em estranhas posições, alertam Hércules de que ele está no reino da Medusa. Se você viu “Fúria de Titãs” (1980) sabe como terminará essa história, até porque foi um plágio mais do que descarado, além da Medusa ser quase igual a composição (só que pobríssima) Stop-Motion de Ray Harryhausen (incrível não terem recebido nenhum processo nesse filme).
Nosso trio avança e enfrenta o “Senhor das Almas” (ou o que
quer que seja). Dá-lhe bordoadas e vamos para o próximo desafio. Ah, cada
desafio vencido é um raio conquistado (daria um ótimo game). Após vencer o
terceiro desafio (e ganhar o terceiro raio) Dadelus (que é o “caos”) dá a
Minus a “Espada de Gelo” para que seu poder
seja ampliado. Minus usa a ciência como arma para destruir os deuses
(finalmente algo de interessante). Hércules vai ao fundo mar (mas não encontra
Namor ou Aquaman) atrás do reino de Thetis e de um tal “bálsamo sagrado” que o
protegerá do fogo de Antius (nem precisa dizer que o confronto foi bizarro).
Continuação de Hércules 85 (1983), dirigido pelo mesmo
Luigi Cossi (e novamente usando o pseudônimo de Lewis Coates), essa nova
aventura tem mais ação, mais efeitos toscos e ainda assim consegue ser menos
interessante. O maior defeito dessas duas produções foi não conseguir trazer o
espectador para dentro do filme. Se a Cannon Group (que A América Vídeo, no Brasil,
distribuía seus filmes com o slogan “Nós somos a América Vídeo e nossos filmes
explodem como dinamite!” e, ao fundo, a música “Winner Takes it All” do Sammy
Hagar) quis fazer um Hércules diferente daqueles dos anos 60, repaginando a
estória aos anos 80, pouca coisa funcionou. Para as crianças desse período, tudo
bem, era o início dos efeitos especiais e não foram poucos os filmes que
trocaram roteiros e bons atores para investir em “tecnologia”, qualquer que fossem
suas qualidades. Como era algo “novo”, o espectador se encantava, mas ao longo
dos anos podemos ver quem sobreviveu e o que se tornou trash. A produção
abandonou conceitos do filme de 1983, mas continuou com sua criatividade (isso
não é um elogio). Os cenários horrorosos permanecem, inimigos que pouco metem
medo idem. Até os transformados em pedra pela Medusa não se transformam
efetivamente (estavam sem grana, pediram para os atores fingirem que eram
estátuas e nem todos conseguiram, reparem).
Mas há um ponto nesse filme que há de ser destacado. Desculpem-me
meio que contar o final, porém não há como não comentar esse momento mais do
que constrangedor. Sabe-se lá porque o diretor acreditou que o público vibraria
com essa ideia. Lá pelas tantas o inevitável confronto acontece entre Minus e
Hercules. Começa com uma animação (leia-se desenho) em que se enfrentam, até
que Minus vira ... um dinossauro (???!!!) e Hércules um gorila gigante
(??!!!!), tipo aquele “Karas” do “Spectreman” (só que pior) ou você pode achar
que é king Kong vs Godzila (será que King Kong de 2005 copiou a ideia?). Esse
talvez seja um dos momentos mais bizarros que vi em filmes do gênero. Tanto que
qualquer coisa que viesse depois não poderia ser pior e até Hércules crescendo (de
novo) e salvando o mundo deu para aceitar. Claro que não posso deixar de citar o
momento Darth Vader e Luke (“Luke, I’m Your Father”) quando Hera
manda um “Urania, Eu Sou Sua mãe" .
Quanto aos atores, Lou Ferrigno (novamente dublado) é a composição
física de Hércules e novamente digo que apenas fisicamente. Agora temos Athena
(Carla Ferrigno, esposa do ator), Hera (agora interpretada por outra atriz) e Eva
Robin's (nascido Roberto Maurizio Coatti (!!!) como Dedalos). As belas atrizes Milly
Carlucci (como Urania), Sonia Viviani (como Glaucia) e Margie Newton (como Afrodite).
Nenhuma grande atuação destacar.
As Aventuras de Hércules foi uma segunda tentativa de
emplacar Ferrigno como o lendário herói mitológico. O tom família (que o ator queria
no primeiro filme) permanece, sendo direcionado às crianças (talvez elas
gostem) e aqueles que sentem vontade de ver seus filmes de infância com aquela
sensação de nostalgia. Um filme que pode ser visto como uma comédia involuntária
e que pode até ser divertido se não for levado em nenhum momento a sério. Ligue
a famosa “supressão voluntária da descrença”
e divirta-se.
Trailer:
Curiosidades:
Milly Carlucci (Passado e Presente)
Sonia Viviani (Passado e Presente)
Margit Evelyn Newton (Margie Newton ) (Passado e Presente)
Poster:
Hercules 1963 (Desenho - Abertura)
As Aventuras de Huck Finn (Episódio Completo)
Filmografia Parcial:
Lou Ferrigno
O Incrível Hulk (piloto); O Incrível Hulk (seriado 1977-1982); Hércules 85 (1983); Os Sete Magníficos Gladiadores (1983); As Aventuras de Hércules (1985); A Volta do Incrível Hulk (1988); Sinbad e os Sete Mares (1989); O Julgamento do Incrível Hulk (1989); Arena da Morte (1989); A Morte do Incrível Hulk (1990); A Vingança dos Sapos Assassinos (1992); Arena da
Morte 2 (1994); Hulk (2003); O Incrível Hulk (2008); The Avengers: Os
Vingadores (voz - 2012); Escorpião Rei 4: Em Busca do Poder (2015);
Vingadores: Era de Ultron (voz 2015); Sharknado 3: Oh, Não! (2015);
Instant Death (2017); Purge of Thrones (2018)
William Berger (1928–1993)
O
Expresso de Von Ryan (1965); A Grande Noite de Ringo (1966); Gringo
(1967) O Harém (1967); Se Encontrar Sartana, Reze pela sua Morte (1968);
Sabata, o Homem que Veio para Matar (1969); Sartana no Vale dos Gaviões
(1970); Eu Sou Sartana (1971); O Carrasco da Mão Negra (1972); O
Justiceiro de Deus (1973); Karatê no Oeste Selvagem (1973); O Preço da
Ousadia (1974); Terminal (1974); Keoma (1976); Esposamante (1977); Santa
Lucia (1979); A Garota de Trieste (1982); O Escarlate e o Negro
(1983); La guerra del ferro: Ironmaster (1983); Hércules (1983); Hanna
K. (1983); Shark: Rosso nell'oceano (1984); As Aventuras de Hércules
(1985); A Estória de Bill Johnson (1985); Tex Willer e os Senhores do
Abismo (1985); Berlin Affair (1985); O Submarino da Morte (1986); Les
amazones du temple d'or (1986); A Morte de Empédocles (1987); Django - A
Volta do Vingador (1987); Grite por Socorro (1988); Maya, O Ritual do
Fogo (1989); Dr. Mabuse e o Seu Destino (1990); A Morte Veste Vermelho
(1990); A Amante do Rei (1990); Jungle of Fear (1993)
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