O BOM E VELHO FILME DE TERROR
Um brutal
assassinato. Uma família toda chacinada. O corpo de uma jovem
é encontrado e aparenta não ter
sofrido mutilações. O Chefe de polícia encaminha o corpo imediatamente ao necrotério para que a autópsia revele uma pista do que poderia
ter acontecido. Austin Tilden (Emile Hirsch) e seu pai Tommy (Brian Cox)
resolvem realizar o procedimento e assim
ajudar a polícia a desvendar o mais rápido possível o que acontecera à jovem. De
acordo com que manipulam o corpo, fatos
sinistros começam a ocorrer e a dupla percebe que estão lidando com algo muito
terrível.
Surpreendente talvez seja um bom adjetivo para qualificar esta produção. Um filme de baixo
orçamento, simples, direto e apavorante. A Autópsia
(ou A Autópsia de Jane Doe - título em Portugal) é um filme de terror que cumpre o que promete: atmosfera
sombria, terror crescente na dose
certa e um suspense em torno da enigmática jovem ("Jane Doe" é um
termo feminino usado quando não se sabe a identidade da pessoa. No masculino
seria "John Doe" e pode ser
entendido por "Zé ninguém"; "desconhecido"...). O roteiro abastece, aos poucos, informações necessárias através das descobertas de Tommy e seu
filho assistente. Apesar de ser um filme "barato", não oferece um suspense / terror
na mesma medida, ao contrário, nos brinda com muita expectativa
do que poderá vir pela frente. Os mais suscetíveis a sustos não irão se
decepcionar.
O grande
trunfo desta produção está no triunvirato roteiro, direção e atores. Tudo
funcionando a contendo. O diretor André Øvredal (de "O Caçador de Troll" 2010) deu, ao
público, uma direção inspirada com muita imaginação do que ocorrerá, em
detrimento do uso dos efeitos. Muitas vezes o fato de um filme ser de baixo orçamento
obriga os envolvidos a usarem da criatividade e isso não falta nesta produção.
Se observarmos bem, praticamente não há efeitos, tudo é jogo de
luzes, sons e a imaginação do espectador preenchendo a lacuna. É um cinema que
está desaparecendo em prol da preguiça. Roteiros de ruim a medianos e elogiáveis
efeitos é a marca do cinema atual. O espectador fica tão preso ao show de
incessantes efeitos e câmeras ágeis que o filme acaba escondendo os seus
defeitos. Com o tempo
todas as produções se tornam tão padronizadas que não diferenciamos mais uma
produção original. A Autópsia é isso: originalidade no mar de ideias sem grandes
novidades das produções atuais.
A escolha
do elenco é algo a ser destacado: Emile
Hirsch ("Na Natureza Selvagem"); Brian Cox ("Planeta dos Macacos: A Origem";
"X-Men") e Michael McElhatton ("Games of Thrones") estão ótimos
(este último em uma participação bem modesta). Os dois atores praticamente
seguram o filme e dão a credibilidade que a produção buscou para o filme funcionar.
O mais interessante é que a atriz Olwen Catherine Kelly, em seu segundo filme (o primeiro não passou
por aqui: "Darkness on the Edge of Town" - 2014), não faz absolutamente nada a não
ser parecer morta, mas a cãmera de André Øvredal consegue dar uma sensação de
que a atriz está atuando intensamente, pois os vários closes feitos
sobre a atriz e as explicações acerca dos mistérios que estão surgindo, nos
passa a sensação incômoda de que algo habita aquele corpo. Algo muito ruim e
terrível. A persoangem não move um músculo, mas é o fio condutor da história e a
razão de ser do filme. O roteiro ainda tenta incomodar o espectador com cenas de
autópsias bem reais. E este fator não deve ser desprezado, pois muitas pessoas
não gostam destes tipos de cenas. Mas não são gratuitas, elas estão dentro do
que a história precisa mostrar e estão lá, claro, para assustar também.
Outro fato
a ser dito é que em quase toda a sua totalidade a ação ocorre entre quatro
paredes, ou seja: o necrotério. São três atores e uma casa que se
torna amaldiçoada, apresentando em 86 minutos um terror de primeira. Um feito e
tanto que não deve ser desprezado. Tudo isso torna "A Autópsia" um dos
melhores filmes do gênero de 2016, que todo fã de terror deveria dar uma olhada,
assim como, alguns estúdios, para entenderem que ainda existe o cinema em sua essência e que o espectador ainda consegue perceber
uma produção original quando lançada.
Trailer:
Curiosidades:
As filmagens ocorreram na Inglaterra e Reino Unido.
Martin Sheen foi a primeira escolha para o papel de Tommy
As filmagens ocorreram na Inglaterra e Reino Unido.
Martin Sheen foi a primeira escolha para o papel de Tommy
A música que toca ao longo deste filme é "Open up your heart (and let the sun shine in)", interpretada pela Escola Dominical da Igreja Cowboy. A versão utilizada é a gravação de 45 rpm tocada a 33 1/3.
Embora existam algumas próteses utilizadas, o papel do cadáver nu, em sua maior parte, foi interpretado pela atriz Olwen Catherine Kelly. André Øvredal sentiu que era necessário ter uma atriz ao vivo para o papel para ajudar a conectar o público em um nível humano. Em algum nível, a decisão também foi prática, pois Øvredal acredita que fazer algumas das cenas de perto com uma prótese teria sido impossível.
Olwen Kelly passou cerca de oito horas por dia durante cinco semanas deitada nua em uma mesa de autópsia. Antes de filmar, ela disse que passou muito tempo pensando "como vou ficar nua e, ainda assim, no que provavelmente será uma sala cheia de homens?" Sua experiência como modelo a ajudou a lidar. Durante um trabalho de modelo inicial depois de se mudar para Londres, ela posou totalmente nua, exceto por um par de sapatos, em uma sala cheia de pessoas.
Os nomes "John Doe" ou "John Roe" para homens, "Jane Doe" ou "Jane Roe" para mulheres, "Johnny Doe" e "Janie Doe" para crianças, ou apenas "Doe" não especificamente de gênero são usados como nomes de espaço reservado para uma parte cuja verdadeira identidade é desconhecida ou deve ser retida em uma ação legal, caso ou discussão
Stephen King disse sobre o filme: "A AUTÓPSIA DE JANE DOE: Horror visceral para rivalizar com ALIEN e Cronenberg. Assista, mas não sozinho."
Uma das razões pelas quais Olwen Catherine Kelly foi selecionada para seu papel como Jane Doe foi seu conhecimento de ioga, que a ajudou a controlar seu corpo e respiração.
André Øvredal disse que Olwen Catherine Kelly teve o papel mais difícil no filme, e ele creditou a ela por deixar todos os outros confortáveis no set.
O realizador norueguês André Øvredal inspirou-se para fazer um filme de terror depois de assistir a uma exibição de Invocação do Mal (2013). Ele imediatamente ligou para seu agente e disse que eles deveriam tentar encontrar um bom roteiro de terror para ele. Um mês depois, eles lhe mostraram esse roteiro e ele ficou imediatamente interessado.
O filme cita Levítico 20:27 - Conforme a Bíblia:
"O homem ou mulher que consultar os mortos ou for feiticeiro(a), certamente será morto. Serão apedrejados, e o seu sangue cairá sobre eles". (A man also or woman that hath a familiar spirit, or that is a wizard, shall surely be put to death: they shall stone them with stones: their blood shall be upon them.)
Premiações:
Austin Fantastic Fest 2016
Fantastic Fest 2016
Sitges - Catalonian International Film Festival 2016
O filme cita Levítico 20:27 - Conforme a Bíblia:
"O homem ou mulher que consultar os mortos ou for feiticeiro(a), certamente será morto. Serão apedrejados, e o seu sangue cairá sobre eles". (A man also or woman that hath a familiar spirit, or that is a wizard, shall surely be put to death: they shall stone them with stones: their blood shall be upon them.)
Premiações:
Austin Fantastic Fest 2016
Fantastic Fest 2016
Sitges - Catalonian International Film Festival 2016
Filmografia Parcial
Emile Hirsch
Emile Hirsch
Meninos de Deus (2002); O Clube do Imperador (2002); Os Reis de Dogtown (2005); Alpha Dog (2006); Na Natureza Selvagem (2007); Speed Racer (2008); Milk: A Voz da Igualdade (2008); A Hora da Escuridão (2011); O Grande Heroi (2013); A Autópsia (2016)
Brian Cox
Brian Cox
Caçador de Assassinos (1986); Iron Will: O Grande Desafio (1994); Jutland - Reinado de Ódio (1994); Rob Roy: A Saga de uma Paixão (1995); Coração Valente (1995); Reação em Cadeia (1996); The Glimmer Man - O Homem das Sombras (1996); Despertar de um Pesadelo (1996); O Lutador (1997); Medidas Desesperadas (1998); Sem Saída (2001); A Identidade Bourne (2002); O Chamado (2002); X-Men 2 (2003); Tróia (2004); A Supremacia Bourne (2004); Ponto Final: Match Point (2005); Vôo Noturno (2005); O Escocês Voador (2006); Zodíaco (2007); Ataque Terrorista (2007); Red: Aposentados e Perigosos (2010); Planeta dos Macacos: A Origem (2011);; RED 2: Aposentados e Ainda Mais Perigosos (2013); Regressão (2013); X-men: Dias de um Futuro Esquecido (2014); A Autópsia (2016); Churchill (2017).
Olwen Catherine Kelly
Darkness on the Edge of Town (2014); A Autópsia (2016); Winter Ridge (2018); The Obscure Life of the Grand Duke of Corsica (2021)
Ophelia Lovibond
Cruzada: Uma Jornada Através dos Tempos(2006); No escurinho do cinema (2007); O Garoto de Liverpool (2009); O Último Guarda-Costas (2010); Sexo Sem Compromisso (2011); Os Pinguins do Papai (2011); Thor: O Mundo Sombrio (2013); Guardiões da Galáxia (2014); A Autópsia (2016); Rocketman (2019); Minx (seriado 2022)
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