"VOCÊ JÁ TRANÇOU OS PÉS EM
POUGHKEEPSIE?"
Popeye Doyle (Gene Hackman),
único capaz de identificar Alain Charnier (Fernando Rey), conhecido como "The Frog", chega em Marselha,
França. Sua missão é cooperar com a força policial francesa para capturar um
traficante da qual eles desconhecem a real identidade. A chegada já se mostra
conturbada com Popeye percebendo que sua permanência não é bem-vinda: ele não
pode interferir nas investigações e não pode portar armas. O investigador
americano não fala uma palavra da língua local e o único que conversa com ele
em inglês é Barthélémy (Bernard Fresson) exatamente o maior opositor de sua permanência
na operação. O que Popeye não sabe é que ele foi enviado por seus pares como
uma isca para que Charnier “saia da toca”. E não tarda ao francês perceber a
presença de Popeye. E ele não permitirá que este atrapalhe novamente sua
operação de drogas.
Popeye passa a ser acompanhado de perto por agentes da polícia francesa, não apenas por seu comportamento arredio e de insubordinação, mas também para sua própria segurança. Ao conseguir escapar do monitoramento da polícia, termina sendo capturado e levado para um local desconhecido. Popeye descobre que seu inimigo está à sua espera e que este, na verdade, não visa eliminá-lo. Ele deseja destruí-lo de dentro para fora. Popeye fica semanas cativo sendo drogado até que revele tudo o que sabe para ser finalmente devolvido, em estado precário, mas Popeye não voltará derrotado para a América. Ele ressurgirá ainda mais determinado e desta vez ele não vai apenas em busca de uma captura, ele vai em busca de vingança.
Operação França foi um sucesso de crítica e de público, além de receber cinco Oscars e o seu ousado final forneceu as condições para um segundo exemplar tardio, feito 4 anos depois. Mas nem todos os elementos foram utilizados novamente nesta sequência. O diretor William Friedkin (1935-2023) foi substituído por John Frankenheimer (1930-2002) que era conhecido principalmente pelo filme “Sob o Domínio do Mal” (1962). Gene Hackman e Fernando Rey, do elenco principal, foram os únicos que retornaram e a ação passou de Nova York para Marselha. E se o primeiro filme era baseado em fatos reais e adaptado para um roteiro aos moldes de Hollywood, o segundo filme foi praticamente todo ficcional (apenas o fato de que a heroína apreendida fora roubada nos depósitos guardados pela polícia constituía um fato real). Frankenheimer quis fazer um filme diferente, não uma mera continuação sugada do filme de 70 e foi uma escolha acertada. O roteiro resolveu explorar as diferenças culturais e linguísticas (Popeye não fala uma palavra do francês) entre os dois países e as animosidades entre franceses e americanos. Para a polícia francesa, Popeye é visto como um cowboy que chega ditando regras em um lugar ao qual não pertence, vindo de um lugar cuja corrupção e modo de atuar contra o crime são reprováveis. Já para Popeye, a polícia francesa é amadora e lenta não tendo capacidade de prender um homem como Charnier (que nem consta em seus registros).
Se o primeiro filme tinha a famosa cena de perseguição como a mais lembrada, nesse segundo filme será o sequestro de Doyle e suas posteriores consequências (as sequências de vício e abstinência de Popeye são bem reais). É uma longa sequência feita para Hackman ter uma atuação solo e brilhar. Ficou parecendo que o ator acreditava em uma nova indicação ao Oscar por sua performance (conseguiu uma para o Globo de Ouro). A sequência sequer estava no roteiro, sendo incluída quando o destino do parceiro de Doyle (que seria morto em Marselha) foi descartado. Frankenheimer preferiu não legendar os diálogos franceses deixando o espectador com a sensação que Doyle tinha no filme: um peixe fora d’agua e sempre que o ator espanhol Fernado Rey falava era dublado por um ator francês. Cada filme feito é como um arremesso de dados do ponto de vista financeiro. Se um filme sensibiliza o público, uma segunda parte pode ser um investimento lucrativo, mas não há uma formula para o sucesso contínuo e Operação França 2 é um bom exemplo de 4 milhões de Orçamento rendendo pouco mais de 12 milhões. Muitos diriam que foi um sucesso ao render 3 vezes, mas o estúdio considerou um grande fracasso (ao compará-lo com a arrecadação do primeiro filme). Mas o filme foi conduzido de uma forma eficiente com uma produção bem cuidada em uma continuação que se sustenta sozinha (ainda que seja melhor ter visto o primeiro filme), pois a ousadia de ampliar a estória e levar o personagem central em um novo estágio deve ser vista como algo a ser elogiado.
Quanto ao elenco, Gene Hackman quase não fez o filme, pelo tempo passado entre as duas produções, uma das razões que considerou posteriormente como um dos motivos da baixa bilheteria. Mas o velho Popeye continua em forma: língua ferina, sarcástico, desobediente, obstinado e acreditando que seu jeito é o jeito certo. Ver seu personagem perambulando pelas ruas da cidade francesa tentando se comunicar sem sucesso trouxe um ar de novidade. E vê-lo sofrer, ter seu ego humilhado, para se recuperar das sequelas de seu sequestro nos mostra como Hackman é um ator muito acima da média. O ator, sem dúvida carregou o filme nas costas e as melhores cenas sempre são as que ele está presente. Fernando Rey continua com aquele ar aristocrático, um “cidadão acima de qualquer suspeita”, escorregadio e metódico quanto aos seus planos. Faltou um pouco do jogo de gato e rato do primeiro filme, mas as cenas que compartilham juntos, principalmente a final, deve ter ficado na memória de muitos. Bernard Fresson fez um Barthélémy que precisa lidar não apenas com o problema das drogas em seu país, mas também com a presença indisciplinada de alguém que não deseja ali, mas que se solidariza com o mesmo a partir de determinado ponto. O filme investe na forma sarcástica como Barthélémy e Popeye dirigem-se um ao outro e da incapacidade inicial de trabalharem juntos. Ed Lauter (General Brian) surgiu rapidamente em cena talvez apenas para lembrar que a droga que chega à América tem vários caminhos. Philippe Léotard interpreta Jacques, um dos homens de Charnier e Cathleen Nesbitt (1888-1982) fez idosa que conversa com Popeye em seu cativeiro. André Penvern fez o Bartender francês que não entende o que seu cliente deseja beber, mas entende perfeitamente quando este lhe oferece drinks de graça.
Operação França II (agora sem o “The” French Connection) foi uma continuação que infelizmente poucos viram e ainda nos dias atuais é pouco exibido. Tem sua narrativa própria (de altos e baixos) e o mérito de não ser um filme preguiçoso, elaborado apenas para ser um caça-níqueis. Não se compara com o primeiro, mas como filme policial está muito à frente de várias produções lançadas posteriormente fazendo jus ao gênero policial. É um segundo round para aqueles que desejavam uma contenda definitiva entre os personagens.
Trailer:
Curiosidades:
Este é o primeiro filme na
história de Hollywood a ter um título e apenas um número depois dele (ou seja,
2) – The French Connection II. O Poderoso Chefão Parte II foi a primeira
sequência a ter um número, mas isso foi precedido por "Parte".
Eddie Egan , o policial de
Nova York da vida real que foi a base para o personagem Jimmy Doyle, realmente
fez um teste para os Yankees em sua juventude e jogou ao lado de um então
desconhecido Mickey Mantle .
Depois deste filme, a
"20th Century Fox" estava planejando um terceiro filme "French
Connection". Gene Hackman interpretaria "Popeye" Doyle mais uma
vez e seria escalado com o comediante Richard Pryor como seu parceiro na tela.
Planejado para ser lançado em 1979, o filme nunca aconteceu - provavelmente
porque esta sequência foi um fracasso inesperado de bilheteria.
A cena no bar com Andre
Penvern como o Barman foi completamente improvisada. Foi também a cena final
filmada na última noite de filmagem.
A bebida verde que o barman
serve é um licor de Bayonne, França, chamado Green Izarra.
Ed Lauter e Gene Hackman foram
os únicos membros americanos do elenco.
O roteiro original envolvia
uma trama onde Doyle e Russo (Roy Scheider) viajavam para a França e quando
Russo fosse morto pelos homens de Charnier, Doyle buscaria vingança contra
Charnier. Roy Scheider, no entanto, já estava na produção de Jaws e, portanto,
não estava disponível, então o roteiro foi alterado e o enredo do vício em
heroína de Popeye foi introduzido no roteiro.
Gene Hackman e André Penvern
trabalhariam juntos novamente em Marcha ou Morre (1977)
Doyle se refere aos dois
detetives que o seguem como Sacco e Vanzetti. Nicola Sacco e Bartolomeo Vanzetti
foram anarquistas imigrantes italianos que foram condenados pelo assassinato de
dois homens durante um assalto à mão armada. Ambos foram executados na cadeira
elétrica, apesar de muitos apelos e evidências conflitantes. Em 1977, o
governador de Massachusetts, Michael Dukakis , emitiu uma proclamação de que
Sacco e Vanzetti haviam sido injustamente julgados e condenados.
Jean-Claude Killy foi um
esquiador francês que alcançou fama internacional quando ganhou 3 medalhas de
ouro nas Olimpíadas de Inverno de 1968. Ele também ganhou seis medalhas de ouro
no Campeonato Mundial - 2 em 1966 e 4 em 1968.
Ao planejar a perseguição em
que Doyle persegue Charnier por Marselha, o diretor John Frankenheimer não
sabia que Gene Hackman sofria de problemas no joelho. Apesar disso, Hackman foi
em frente e filmou a perseguição inteira sem um dublê, inflamando gravemente
seu joelho quando terminou. Ele disse que as expressões de dor e determinação
de Doyle conforme a perseguição progredia não exigiam muita atuação.
O laboratório de processamento
de heroína foi construído pela máfia corsa e era tão realista que todo o set
tinha que ser guardado pela polícia francesa quando não estava sendo usado pela
equipe de filmagem. A máfia também aconselhou sobre os métodos usados por
traficantes de drogas para obter heroína nos EUA (escondendo a droga em pesos
de cargueiros) e, de acordo com John Frankenheimer , organizou as autorizações
para o engarrafamento durante a perseguição no final do filme.
Foi exibido nos cinemas brasileiros
em janeiro de 1976 como “Operação França nº 2”
Houve um filme feito para a tevê,
em 1986, chamado no Brasil de “Operação Oriente Médio” (“Popeye Doyle”), com Ed
O'Neill (do seriado “Um Amor de Família”) no papel principal. Muitos o chamam
de “French Connection 3”
Cartazes:
Filmografias Parciais:
Gene Hackman
Bonnie e Clyde - Uma Rajada de Balas (1967); Meu pai, um Estranho (1969); Operação França (1971); O Destino do Poseidon (1972); A Conversação (1974); Operação França II (1975); Superman: O Filme (1978); Superman II - A Aventura Continua (1980); Sob Fogo Cerrado (1983); De Volta Para o Inferno (1983); Superman IV: Em Busca da Paz (1987); Inimigo do Estado (1988), Entrega Mortal (1989); Mississipi em Chamas (1989); De Frente Para o Perigo (1990); Os Imperdoáveis (1992); A Firma (1993); Geronimo - Uma Lenda Americana (1993); Rápida e Mortal (1995); Maré Vermelha (1995); Medidas Extremas (1996); Poder Absoluto (1997); Os Excêntricos Tenenbaums (2001); Atrás das Linhas Inimigas (2001); O Júri (2003).
Fernando Rey (1917-1994)
Rainha Santa
(1947); Delírio de Amor (1948); Senhora de Fátima (1951); Marcelino
Pão e Vinho (1955); Os Amores de Dom Juan (1956); Horas de
Pânico (1957); Os Últimos Dias de Pompéia (1959); A Revolta dos Escravos
(1960); Golias Contra o Gigante (1961); Odisseia de um Bravo (1963); O Califa
de Bagdá (1963); Cerimônia Macabra (1963); A Nova Cinderela (1964); O Filho do
Pistoleiro (1965); Viva Gringo (1965); A Volta dos Sete Homens (1966); O Jovem
Rebelde (1967); A Revolta dos Sete Homens (1969); O Preço do Poder (1969);
Tristana, Uma Paixão Mórbida (1970); O Farol do Fim do Mundo (1971); Operação França (1971); À Sombra das Pirâmides (1972); O Discreto Charme da Burguesia
(1972); Presas Brancas (1973); Operação França II (1975); A Viagem dos
Condenados (1976); Jesus de Nazaré (1977); Esse Obscuro Objeto do Desejo
(1977); Quinteto (1979); A Dama das Camélias (1981); Monsenhor (1982); O
Cavaleiro Estelar (1985); Luar sobre Parador (1988); 1492: A Conquista do
Paraíso (1992); Madregilda (1993)
Bernard Fresson (1931-2002)
Hiroshima, Meu Amor (1959), O Testamento do Dr Cordelier (1959), Mulheres na Vitrina (1961), Torneio de Amor (1961), O Mais Longo dos Dias (1962), A Guerra Acabou (1966), Paris Está em Chamas? (1966), Espionagem Internacional (1966), A Bela da Tarde (1967), A Flor da Vida (1968), Eu te Amo, Eu te Amo (1968), Adeus, Amigo (1968), A Prisioneira (1968), Z (1969), Ó, Sol (1970), O Chefão (1970), A Garota no Automóvel - Com Óculos e um Rifle (1970), Sublime Renúncia (1971), Um Pouco de Sol na Água Fria (1971), Não Há Fumaça sem Fogo (1973), Operação França II (1975), Chove Sobre Santiago (1975), Caninos Brancos (1976), O Inquilino (1976), Mado, um Amor Impossível (1976), Madame Claude 2 (1981), Garçom! (1983), Clash (1984), Margem Direita, Margem Esquerda (1984), Doces Mentiras (1987), Uma Rua Sem Volta (1989), Sem Tempo Para a Justiça (1990), O Poder do Dinheiro (1991), Germinal (1993), Meu Homem (1996), Juliette (1999), O Pacto dos Lobos (2001), O Adversário (2002)
Ed Lauter
(1938–2013):
A Fúria dos 7 Homens (1972); Os Novos Centuriões (1972); Assassinato de um Presidente (1973); Golpe Baixo (1974); O Triângulo do Diabo (1975); Operação França II (1975); King Kong (1976); O Grande Búfalo Branco (1977); Clone Master (1978); Jim Jones: A Tragédia da Guyana (1980); Operação Vingança (1981); Perseguição Mortal (1981); O Cavaleiro do Tempo (1982); Lassiter - Um Ladrão Quase Perfeito (1984); Desejo de Matar 3 (1985); Jogo Bruto (1986); Nascido em 4 de Julho (1989); Despedida em Las Vegas (1995); Rastro de Pavor (1996); O Preço da Traição (1996); Treze Dias Que Abalaram o Mundo (2000); Não é Mais um Besteirol Americano (2001); Golpe Baixo (2005); Número 23 (2007); Camille - Um Amor do Outro Mundo (2008); O Artista (2011); Assassino Invisível (2014).
Philippe Léotard (1940-2001)
Domicilio Conjugal (1970), Sublime Renúncia (1971), As Duas Inglesas e o Amor (1971), Uma Jovem tão Bela Quanto Eu (1972), O Dia do Chacal (1973), Ferida Aberta (1974), Amantes no Meio do Mundo (1974), Operação França II (1975), Sanguinários E Corruptos (1977), A Primeira Comunhão (1977), Um Olhar Para a Vida (1980), Tangos - O Exílio de Gardel (1985), A Obra em Negro (1988), Tem Dias de Lua Cheia (1990), Sem Tempo Para a Justiça (1990), Nos Olhos da Serpente (1990), Morte na Bósnia (1990), A Carne (1991), Elisa, Em Sua Honra (1995), Os Miseráveis (1995), Pandora (1995)
Cathleen Nesbitt (1888-1982)
O Desconhecido (1935),
Pigmalião (1938), Quarto dos Horrores (1940), Amor nas Sombras (1944), César e
Cleópatra (1945), As Vidas e Aventuras de Nicholas Nickleby (1947), Jassy, A
Feiticeira (1947), Loucuras do Coração (1949), Angústia de uma Alma (1950), A
Fonte dos Desejos (1954), A Viúva Negra (1954), Désirée, o Amor de Napoleão
(1954), Tarde Demais para Esquecer (1957), Vidas Separadas (1958), O Grande
Amor de Nossas Vidas (1961), A Deliciosa Viuvinha (1966), O Triângulo Mortal
(1966), Os Delicados (1969), O Vilão (1971), Operação França II (1975), Trama
Macabra (1976), Demônio Com Cara de Anjo (1977), Júlia (1977)
Luís, td bem?
ResponderExcluirAo me deparar com esta sua crítica, me propus a reassistir a ambos os filmes. E de fato isto acabou se mostrando necessário pois percebi que 1) Operação França é de fato um trabalho em duas partes e 2) é um filme de diretor, é cinema autoral de William Friedkin. Palmas aqui, um trabalho com assinatura.
Diferente de tudo que sabia, OF2 não me parece um filme menor que o primeiro (e confesso que esperava justamente o contrário, coisa típica das continuações).
Sim, o primeiro tem mais momentos eletrizantes (já digo que não considero a perseguição no trânsito um destes), mas o segundo tem um teor psicológico mais impactante ao mostrar a enorme violência imposta a Doyle, que é sua adicção forçada, e a imensa dor física e mental que foi sua recuperação . Será que uma pessoa, mesmo equilibrada emocionalmente, se recupera de algo assim?
Olha, penso que foi a primeira vez que algo semelhante foi mostrado explicitamente nas telas ( talvez Cristhiane F. ?). Realista e chocante, até hoje.
Quanto á ambientação, para minha surpresa, enquanto em OF1 achava Nova Yorque suja e decadente como poucas vezes vi nas telas, a Marselha de Charnier, com suas vielas escuras e casario claustrofóbico, se materializa com uma sordidez repugnante. Reflexo das almas daqueles homens e mulheres e de seu “negócio”.
A escolha do elenco — com a clara opção de figurantes não atores — é muito acertada e dá aquela autenticidade quase documental. Além disso, há destaques como o da senhora que atende Doyle em seu cativeiro (a cena dela tirando o relógio é pesada, mostrando-se ela também uma viciada de braços marcados) e o do delegado francês (Fresson) que suporta Doyle em sua desintoxicação, embora ali quem brilha mais é Hackman, muito convincente ao oscilar entre farrapo humano e fera raivosa.
Gostei mais de Fernando Rey no primeiro filme, foi mais exigido.
Hoje, se eu pudesse me encontrar com Gene Hackman, sabendo que se tornou um escritor, perguntaria como ele imaginaria os últimos dias de Popeye neste nosso mundo cão. O que será que ele diria?
Luís, quero dizer que sempre tento te dar retorno dos tantos filmes bons que vc tem postado recentemente (está difícil conseguir uma cópia de Maratona da Morte, mas Salário do Medo eu consegui e será o próximo).
Um grande abraço!
Olá Mario. Como você vai ?
ResponderExcluirMuito interessante sua percepção sobre os dois "Operação França". Concordo. A sua comparação com "Christiane F." (um filme já analisado por aqui), quando falamos do personagem Doyle, tem toda uma relevância, pois ambos tratam do mundo das drogas de um jeito autêntico. O diretor Frankenheimer foi muito hábil nessas cenas . Você citou Farrapo Humano, bem colocada a expressão de duplo sentido, seja com a expressão popular, seja como o filme de mesmo nome cujo título original é "The Lost Weekend" do grande Billy Wilder, só que aborda o tema Alcoolismo. Sua citação me trouxe imediatamente a mente o filme "O Homem do Braço de Ouro" ( The Man with the Golden Arm 1955) com uma grande atuação de Sinatra. Você viu ? espero que sim (merece uma análise por aqui), um filme que nos mostra um homem preso ao vício das drogas.
Tenho vontade de dar uma olhada nas "continuações" não oficiais de Operação 1 e 2 (em curiosidades das duas análises). Devem ser bem abaixo, claro, destes dois filmes, mas quem sabe me surpreendo?
Salário do Medo foi um filme que me agradou muito. Gosto de filmes franceses antigos, assim como os italianos. Você viu Umberto D? (um filme que me tocou) e Ladrões de Bicicletas? (durante anos nas listas de melhores de todos os tempos). Ambos já foram analisados por aqui e estão com boas cópias no Youtube.
Bom, você deve ter visto que estou postando uns filmes de arte. E me desafiei a tentar analisar "Persona" de Ingmar Bergman (terceiro dele que analiso por aqui). Não achei que fosse ser tão difícil explicar esse filme, até porque não tenho conhecimento de psicanálise, e transpor as ideias complexas de um jeito que me faça compreender está sendo um grande desafio. Mas vai sair. Uma hora consigo sintetizar, em alguns parágrafos, a ideia central que o filme passa, sem querer dar uma visão completa da obra (algo que me sinto incapaz de fazer), até porque daria uma página de jornal. Será que alguém ainda lê jornal? Será que ainda estou no passado?
Bom, é isso. Se Persona não me esgotar em pesquisas e na análise, vou trazer outra produção de arte. Caso contrário, vou para um filme comercial para descansar.
Mario, um grande abraço e obrigado por mais este comentário. Até uma próxima análise.
Luís, td bem?
ExcluirPuxa, me desculpe: achei que aqui continuava o Friedkin e foi o Frankenheimer o responsável por esta finalização de Operação França. Lamento pela desatenção, ainda bem que vc corrigiu.
Bom, continuou um bom trabalho, não é? Então, as palmas estão mantidas.
Nunca me interessei por O Homem do Braço de Ouro ( acho porque não gostei de Sinatra em A Um Passo da Eternidade), mas tentarei ver.
Não vi Umberto D, nada conheço desta obra, mas vou pesquisar.
Ladrões de Bicicleta conheço bem, o tenho na minha pequena cinemateca. Magnífico, apenas isso.
Bergman também acho difícil e te juro que desisti dele ( vi Morangos Silvestres e não entendi; cometi o erro de ver Fanny e Alexander com minha mãe e ela achou que eu estava pancada da cabeça ). Mas é preciso algum esforço para perceber todas as camadas desses gênios do Cinema e por n razões isto é difícil para a maioria das pessoas. Aí me incluo.
Mas não fique desanimado por mim, muito pelo contrário. Espero que vc encontre nos filmes do grande Ingmar o brilho das suas reconhecidas jóias.
Não vi A Balada de Narayama, embora este conheça mais. Acho o tema duro mesmo e admito que por conta disso fui o evitando ao longo dos anos. Gosto de filmes reflexivos, mas buscamos comumente os filmes para entretenimento, seja pela família, seja pelos amigos, e assim vamos adiando assistir filmes mais intensos.
Por isso, as obras ditas de arte acabam ficando restritas á segunda escolha.
Apenas reitero: gosto do cinema que questiona, que toca (este, principalmente), que nos abre os olhos para a dureza/riqueza do mundo. Só não tenho estômago para tudo.
Luís, meu muito obrigado por todas as vezes que vc cuida de gerar seus textos, acrescentam muito para quem curte Cinema. Tenho certeza que seus leitores veem o mesmo.
Um abração!