terça-feira, 7 de maio de 2019

MALIGNO / PRODIGY (2019) - ESTADOS UNIDOS / CANADÁ


 
 BEM PRODUZIDO, MAS SEM INOVAÇÕES


Um serial killer (Paul Fauteux) é morto a tiros pela polícia em Ohio. Logo em seguida vemos que, na Pensilvânia, o casal Blume está prestes a realizar o sonho de ter um filho.  O nascimento do pequeno Miles é festejado pelos pais. Logo, a criança começa a se desenvolver e sua capacidade de inteligência mostra-se muito acima das crianças normais, levando a família a colocá-lo em uma escola para superdotados.  Só que Miles continua seu crescimento apresentando também um comportamento estranho: prepara uma armadilha para a babá e agride brutalmente outra criança.  Sua Mãe, Sarah, (Taylor Schilling) grava o filho falando em uma língua desconhecida durante o sono e pede ajuda a uma profissional. Sendo encaminhada a um especialista em reencarnação, o Doutor Arthur Jacobson (Colm Feore), descobrimos que a língua é húngara e o corpo de seu filho recebeu 2 almas que, em breve, a alma maligna tomará o corpo de Miles em definitivo (aos oito anos) e que se torna imperativo descobrir quem coabita o corpo (nós sabemos, os personagens não). Enquanto John (Peter Mooney), o pai,  se torna um pouco cético com a informação, Sarah corre contra o tempo para deter o espírito que atormenta seu filho.
 


Maligno, título brasileiro para o original "The Progidy" (O Progídio) funciona parcialmente , mesmo porque nas primeiras cenas já sabemos exatamente do que o filme tratará: reencarnação de um assassino em série no corpo de uma criança. A cena do assassinato e do nascimento de forma sequencial foi feita para que o espectador não tivesse nenhuma sombra de dúvida. A produção (Os produtores são de "O Exorcismo de Emily Rose") resolveu pular para o campo do sobrenatural e aproveitar a leva de boas produções de terror que tem sido lançada nos últimos anos. Mas há algo a ser destacado: Maligno não se destaca (desculpem o trocadilho !). É uma produção interessante, mas não apresenta nada de inovador, apenas eficiência e bons atores (o que já é algo, pelo menos). Essa estória (apesar de ser uma palavra quase em desuso, prefiro usá-la nesses casos)  você já deve ter visto antes. Talvez seja este o motivo da produção não ter ocupado muitas salas aqui no Rio de Janeiro. O cartaz era atrativo, mas a estória não muito.



Dirigido por Nicholas McCarthy, um diretor que ainda não emplacou um filme de destaque, teve aqui seu maior orçamento para tocar o projeto. Com a colaboração no roteiro de Jeff Buhler (de "O Último Trem") que também escreveu as refilmagens de "Cemitério Maldito" e "Alucinações do Passado", em breve nas telas. Restava buscar o elenco.  Como protagonista temos Jackson Robert Scott (de "It: A Coisa") e o garoto mostra que leva jeito pra coisa. Sua interpretação vale o filme, em um papel que exige dualidade de personalidades conseguindo o que muitos atores adultos não conseguem: dar veracidade a um personagem que poderia não funcionar pela idade e a pouca experiência de Scott. Outro personagem que ficou bem construído foi o da atriz Taylor Schilling (da série "Orange Is the New Black") no papel da "mãe-desesperada-e-fragilizada-que-não-sabe-o-que-fazer". Sua composição ficou ótima e a dupla, junta, rende ótimos momentos.



A revelação muito cedo do mistério, através do prólogo, foi uma ideia mal avaliada, pois esvaziou o que seria a grande dúvida do filme. Miles nasceu mal ou tornou-se mal? Reencarnação permitira duas almas habitarem um corpo? Mas o filme resolveu dar sua resposta e fazer uma citação aqui e ali para lembrar-nos de que estamos ainda em um filme de terror em que o mal pode reencarnar no corpo de uma criança (mas seria o mal ou uma pessoa má?) essa discussão não há no filme: pessoas extremamente ruins poderiam reencarnar e completar suas vinganças inacabadas? o personagem do Doutor Jacobson cita a cultura indiana em que o tema é corriqueiramente aceito (vejam o filme Manika) e que a cultura ocidental rejeita esses preceitos. Se o filme abordasse com maior relevância esses aspectos seria bem mais interessante, mas Maligno é o que vende logo em seu inicio: um filme mediano para ser assistido sim, mas naqueles dias em que houver carência de produções mais interessantes.

Trailer:

 

Curiosidades:
Orçamento : $ 8 Milhões  Arrecadação nos EUA : $14 milhões

Miles tem Heterochromia, uma diferença de coloração entre os dois olhos (no caso de Miles, seu olho direito é castanho e seu olho esquerdo é azul).


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