DILEMA MORAL
Ótimo filme iraniano de 2009
que mostra um grupo de famílias iranianas muçulmanas que resolvem fazer uma
comemoração de três dias nos arredores de Teerã. Como convidada levam a jovem
professora Elly (Taraneh Alidoosti), simpática e introvertida. O grupo percebe
o interesse do jovem, recém-divorciado, Ahmad (Shahab Hosseini) em Elly e, aos
poucos, tentam estimular Ahmad a colocar à tona a sua atração, que parece ser
correspondido de uma forma muito sutil e reservada por Elly.
É solicitado a
Elly que vigie três crianças que brincam perto da água. Algum tempo depois uma
das crianças informa que o irmão está se afogando. Depois de um esforço
conjunto para salvar o menino, percebem que Elly desaparecera.
A princípio
pensam que se afogou. Depois que teria, na verdade, partido. De acordo
com o passar das horas vários fatos vão surgindo e o convite feito a Elly por
Sepideh pode ter sido uma escolha errada, devido a fatores culturais. A tensão
vai aumentando gradativamente entre o grupo que não sabe o que realmente possa
ter acontecido a jovem, já que o corpo não aparece.
O filme no início passa a impressão de ser uma produção bem comum, sem
grandes atrativos, mas com 10 minutos de filme já percebemos que estamos diante
de uma produção bem cuidada, com um diretor (Asghar Farhadi, também diretor do
filme "A Separação" vencedor do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro de
2012) que soube conduzir uma narrativa de forma impecável fugindo, astutamente
de temas como conflitos políticos. Percebe-se que poucos recursos foram usados:
carros, uma casa na praia e ótimos atores. Temos aqui um grande exemplo de como
se fazer um filme de primeira.
O cinema
iraniano normalmente é muito bom, com produções modestas, porém de gosto
refinado. O conhecimento de uma cultura com pouca entrada em nosso país é o
grande chamariz desta produção que mostra o papel da mulher nesta conjuntura,
dominada pelos homens. Os rígidos códigos morais e comportamentais são expostos
ao longo do filme, revelando uma sociedade que tem outra perspectiva quanto a
participação do indivíduo e que, fora isso, são pessoas absolutamente normais
como qualquer um de nós, com seus desejos, passatempos, diversões, medos e
anseios. As pessoas normalmente são parecidas em qualquer parte do mundo: elas
mentem, elas se amam, se respeitam, se desrespeitam, sentem remorso e culpa. E
é isso que o filme tem para mostrar, tudo isso dentro de um drama que se
transforma em suspense a partir do evento e, com o surgimento de um novo
indivíduo, a trama mostrará que mesmo com boas intenções podemos causar
problemas a terceiros.
A citar também a escolha do ótimo elenco em que todos, sem exceção, tem desempenhos elogiáveis, com atuações contidas sem exageros ou estrelismos. Uma pequena obra-prima. Ponto para o cinema iraniano
Trailer
(legendas em inglês):
Curiosidades:
Asghar Farhadi ganhou o prêmio de Melhor Diretor no Festival de Berlim por este filme
O filme em português aparece com o título alternativo "À Procura de
Elly"
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