CÓDIGOS DE HONRA EM LADOS OPOSTOS
Quatro Seals da marinha americana são designados para uma missão no Afeganistão:
capturar ou eliminar o comandante de uma célula talibã responsável pela morte de vários soldados americanos em um ataque. O elaborado plano é posto
em ação e tudo parece seguir conforme o esperado: os soldados ficam escondidos
e o o alvo surge em uma aldeia afegã. A situação foge do controle quando 3
pastores cruzam seus caminhos. A captura é imediata, mas fica o dilema:
eliminar essas três pessoas de imediato; amarrá-las e deixá-las a sorte contra
lobos e o frio da noite ou soltá-los e abortar a missão. O grupo se
divide: a eliminação do alvo é de suma importância,
mas preservar a vida daqueles que não estão armados é um código de honra
moral. O grupo opta por preservar a vida
dos pastores e os solta, abortando a missão, mesmo sabendo da possibilidade de voltarem a
aldeia e alertarem os talibãs. O que os 4 soldados não esperavam é o rádio para resgate não
funcionaria e que esse exercito se moveria tão rápido encurralando-os em meio
aos rochedos onde lutarão pela vida.
O Grande Herói
(Sole Survivor) se originou do livro homônimo dos autores Marcus Lutrell e Patrick Robinson (no Brasil: “O Último
Sobrevivente”). O ator Mark Wahlberg, que lidera o elenco, entrou
como produtor e a direção ficou nas mãos de Peter Berg de filmes como “O Reino” e “Battleship– A Batalha dos Mares”. Berg já está acostumado ao tema Inclusive era ideia do
diretor filmar esta produção antes de "Battleship", mas os Estúdios Universal
recusaram a ideia (para nossa sorte) e o resultado ficou bem acima do esperado.
É quase uma “trilogia” que Berg e Walberg fizeram juntos. Suas outras duas
colaborações conjuntas foram: “O Dia do Atentado” (2016) e “Horizonte Profundo:
Desastre no Golfo” (2016).
"O Grande
Herói" centra em três pontos bem
interessantes e que são divididos na narrativa: o código de honra dentro da
guerra (algo pouco comum na vida real e em filmes); a batalha desse quarteto
pela sobrevivência com poucas chances de um resultado feliz para todos e a
resistência das aldeias afegãs contra o domínio do Talibã, que impõe seus preceitos
morais e normas de condutas dentro do que consideram certo e interessante a
seus propósitos (nisso há a cena da famosa hospitalidade afegã, muito bem
demonstrada no filme, que protege até mesmo um inimigo que precise de ajuda).
O filme me
lembrou, de certa maneira, outra postagem que já coloquei por aqui: "Forças Especiais" (2017), onde um grupo de 6 soldados
é encarregado de resgatar uma jornalista das mãos dos talibãs e tem que
atravessar durante dias montanhas com um pequeno exército em seu encalço.
Apesar de "O Grande Herói" ser baseado em fatos reais (preste bem atenção ao
"baseado"), o tema soldados
que vão lutando bravamente num local adverso e sendo dizimados é comum. Temos
como rápidos exemplos: “Os Selvagens Cães de Guerra”; “Lágrimas do Sol” e o próprio
"Forças Especiais".
Aqui o destaque fica por conta dos combates. Temos quatro homens treinados à
enfrentarem condições adversas (como o filme mostra no início, através dos
treinos exaustivos dos marines) contra homens comuns munidos de kalashnikov, com
direito a tiros em profusão, inimigos com
bazucas, tiros certeiros e um apoio aéreo que não vem. Conforme entrevistas de Marcus
Lutrell, algumas situações foram modificadas, como o seu estado real perto do
fim (bem pior do que no filme); ele nunca teria usado uma faca; a situação
que precipitou todo o conflito (a decisão da equipe teria sido no voto) e a
morte de Mike Murphy. Por isso o “baseado” em fatos reais. Um filme, para ter
dinâmica, deve ignorar determinados aspectos (que só caberiam totalmente em
uma mini série) e dar ênfase a outros. E é o que "O Grande Herói" faz: entrega
um produto realista dentro das possibilidades que o roteiro cria e que permite que
as pessoas se identifiquem com os personagens. Propaganda americana? Sim. Mas não
faria sentido um filme americano exaltar personagens de outras nacionalidades. Além
do mais o público brasileiro se identifica muito com o cinema americano e já
está acostumado (deixo para cada um concluir se isso é bom ou ruim) com as
produções do gênero.
O elenco
escalado é muito bom. Mark Wahlberg
("Atirador"); Taylor Kitsch (Battleship); Emile Hirsch ("Na Natureza Selvagem") e
Ben Foster ("Assassino a Preço Fixo") conseguem dar veracidade e emoção a seus
personagens, auxiliados por um Eric Bana (Hulk), no papel de Erik Kristensen, que atua na
base tentando resgatar seus soldados. Emile Hirsch e Ben Foster trabalharam
juntos em "Alpha Dog" (2006). Mark Wahlberg e Ben Foster estiveram em "Contrabando" (2012), Taylor Kitsch e o diretor
trabalharam em "Batteship', além da colaboração, já citada de Wahlberg e Berg em 3
filmes. Tudo isso permitiu que esse grupo tornasse suas atuações mais homogêneas
com um Wahlberg inspirado.
O Grande Herói
é um filme de guerra contemporâneo que prende a atenção pela eficiência com que foi feito.
Tem ótimas cenas de combates, cenas “bem reais” (sem o uso de CGI) nas
constantes quedas do grupo no campo rochoso (mérito dos dublês). Trabalha bem esse
aspecto de honra, altruísmo, coragem e
mostra que, mesmo num país considerado inimigo, existem aqueles que não aprovam
as atitudes dos que se impõe pela força e, mesmo com risco contra a própria
vida, ajudam um estranho baseado num antigo código de honra.
Trailer:
Curiosidades:
O filme foi
indicado a dois Oscars.
Nos créditos
finais aparecem imagens dos soldados reais.
O filme for orçado em 40 milhões e rendeu mais de 150 milhões de dólares
O código Pasthunwali (citado no final do filme) :
É um código de honra tribal antigo que confere privilégios de hóspede até mesmo aos inimigos e predomina nas áreas do país de etnia pashtun.
O Livro:
O filme for orçado em 40 milhões e rendeu mais de 150 milhões de dólares
O código Pasthunwali (citado no final do filme) :
É um código de honra tribal antigo que confere privilégios de hóspede até mesmo aos inimigos e predomina nas áreas do país de etnia pashtun.
O Livro:
Premiações:
Screen
Actors Guild Awards 2014 - Melhor Elenco de Dublês em Filme;
Broadcast Film Critics Association Awards 2014 -
Melhor Filme e Melhor ator (Mark Wahlberg);
Las Vegas
Film Critics Society Awards 2013 - Melhor Filme de Ação;
National
Board of Review, USA 2013 - Dez Melhores Filmes do Ano.
Filmografia
Parcial:
Mark
Wahlberg
Diário de um Adolescente (1995);Medo (1996); Boogie Nights: Prazer Sem Limites (1997); Mar em Fúria (2000); O Planeta dos Macacos (2001); Uma Saída de Mestre (2003); Quatro Irmãos (2005); O Invencível (2006); Os Infiltrados (2006); Atirador (2007); Fim dos Tempos (2008); O Vencedor (2010); Contrabando (2012); Ted (2012); O Grande Herói (2013); Transformers: A Era da Extinção (2014); O Apostador (2014); Ted 2 (2015); Horizonte Profundo: Desastre no Golfo (2016); Transformers: O Último Cavaleiro (2017); Todo o Dinheiro do Mundo (2017);
Serpentes a Bordo (2006); O Pacto (2006); X-Men Origens: Wolverine (2009); John Carter: Entre Dois Mundos (2012); Battleship: A Batalha dos Mares (2012); O Grande Herói (2013); American Assassin (2017);
Emile
Hirsch
Meninos de Deus (2002); O Clube do Imperador (2002); O Despertar da Adolescência (2003); Os Reis de Dogtown (2005); Alpha Dog (2006); Na Natureza Selvagem (2007); Speed Racer (2008); Milk: A Voz da Igualdade (2008); Killer Joe - Matador de Aluguel (2011); A Hora da Escuridão (2011); O Grande Herói (2013); A Autópsia (2016)
Ben Foster
Ruas da Liberdade (1999); O Justiceiro (2004); Refém (2005); Alpha Dog (2006); X-Men: O Confronto Final (2006); 30 Dias de Noite (2007); O Mensageiro (2009); Pandorum (2009); Assassino a Preço Fixo (2011); Contrabando (2012); O Grande Herói (2013); Programado Para Vencer (2015); A Qualquer Custo (2016); Warcraft: O Primeiro Encontro de Dois Mundos (2016); Inferno (2016)
Eric Bana
Chopper - Memórias de um Criminoso (2000); Falcão Negro em Perigo (2001); Hulk (2003); Tróia (2004); Munique (2005); A Outra (2008); Star Trek (2009); Hanna (2011); A Fuga (2012); O Grande Herói (2013); Livrai-nos do Mal (2014); Rei Arthur: A Lenda da Espada (2017)
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