quarta-feira, 26 de abril de 2017

BATTLESHIP - A BATALHA DOS MARES / BATTLESHIP (2012) - ESTADOS UNIDOS



BATALHA NAVAL

Alex Hopper (Taylor Kitsch) é um jovem problemático que passa a sua vida sem um rumo definido e é amparado por seu irmão o oficial da marinha Stone Hopper (Alexander Skarsgård). No dia de seu aniversário, conhece a bela Sam (Brooklyn Decker), filha do almirante Shane (Liam Neeson). Para conquistar a moça, resolve invadir uma loja fechada e pegar alguns burritos que ela desejava comer. Acaba sendo capturado pela polícia e essa passa a ser a gota d'agua para seu irmão levá-lo para a marinha. 


Tempos depois vemos Alex como tenente de um navio. Paralelamente, vemos a criação de uma rede de satélites que consegue enviar uma mensagem de saudação para o espaço distante. Logo a mensagem é interceptada por uma raça que chega como modernas aeronaves que estabelecem bases no mar e na montanha que gerou o sinal. A tecnologia das naves é muito superior a dos navios e se inicia uma batalha em pleno mar, liderada por Alex e o capitão japonês Yugi Nagata (Tadanobu Asano) contra os invasores. Enquanto isso Sam e o tenente coronel reformado do exército  Mick Canales (Gregory D. Gadson) descobrem que os invasores podem estar tentando enviar um sinal para o seu planeta dando a sua localização, visando assim a conquista do planeta.


Bom filme de ficção científica recheado de ação, explosões e ótimos efeitos especiais. O filme, até os 30 minutos, é bem mal aproveitado, mostrando o clichê do jovem rebelde que se tornará herói e levará a mocinha para casa. Inexplicavelmente Alex entra para a marinha e a cena já o mostra como um oficial, apesar de aparentemente o tempo não ter passado. Alex continua inconsequente e dono da verdade, mas a nova realidade o transformará.



A partir dos 30 minutos o filme começa realmente, sendo deixado de lado toda a bobagem do início. Mesmo que não fosse dito, Battleship é inspirado no jogo Batalha Naval, pois em determinado momento percebe-se que os radares não funcionam para os dois lados tornando-os "invisíveis", passando a ser um jogo de pura estratégia o ataque ao inimigo. 


O filme possui ótimos efeitos especiais que muitas vezes superam qualquer tentativa de interpretação dos atores. Claro que para o que o filme se propõe, entretenimento puro, não há necessidade de diálogos imponentes e frases de efeito. O que o público quer, quando procura este tipo de filme é diversão e muita adrenalina. Tendo os produtores realizado a franquia Transformers fica fácil ver que a estrutura das naves e as bolas de destruição parecem muito com um dos acessórios dos Transformes.  O Diretor Peter Berg se desdobra em várias funções: dirige filmes e seriados, atua, produz e até escreve. Na direção podemos citar filmes como “Hancock”, “O Reino” e “Colateral”. Ou seja, o diretor tem bons filmes no currículo até melhores do que esta produção. Seu filme “O Grande Herói” (2013) chamou a atenção da crítica e do público que deu um bom retorno a produção.


A grande sacada deste filme foi criar um tema de invasão alienígena com criaturas que não se comunicam com os humanos e  não mostram seus reais interesses. Ora poupam humanos, ora os destroem. Como na série Predador, eles ignoram pessoas desarmadas e se voltam para máquinas e armas. As armaduras das criaturas parece, não por acaso, com o visual misturado de  Prometheus, Predador, além de lembrarem as roupas de mergulho de o Segredo do Abismo. 



Quanto às interpretações temos Taylor Kitsch (John Carter - Entre Dois Mundos) como o candidato a herói. Taylor não compromete o filme. Liam Neeson aparece no início e no fim e sua atuação resume-se a algumas falas, assim como a presença da cantora Rihanna (a oficial  Cora 'Weps' Raikes), que aparece como um chamariz para os fãs.  Rihanna saiu-se bem no filme (muitos não concordam), mostrando que possui um talento, a ser lapidado, nesta área. Tadanobu Asano é o exemplo do novo milênio: o Japão, seu outrora inimigo na segunda guerra, agora é um aliado fundamental na salvação do planeta, tendo um papel bem mais relevante que o de praxe. Aliais há algumas décadas Hollywood resolveu verter seus olhos para outros mercados, trazendo a cooperação de outros países em suas vitórias nas produções mais recentes. Podemos citar “Águia de Aço II” (russos), “Inferno Vermelho” (novamente russos, interpretado por Schwarzenegger); “Godzila” (um francês interpretado por Jean Reno) tudo isso, claro, visando o mercado global. O restante do elenco não compromete.


A colocação no enredo de oficiais aposentados num navio "analógico", o USS Missouri (um encouraçado que participou da 2ª guerra nas  Batalhas de Iwo Jima e  Okinawa) foi uma boa ideia, mostrando que independente da idade todos são úteis. A grande ironia foi ter um japonês nesse encouraçado que, décadas antes, foi o local da cerimônia de rendição japonesa em 1945.  Falando nesse sentido, temos o já citado  Mick Canales, um oficial reformado que perdeu as duas pernas, utiliza um prótese e se vê como um incapaz para o exército. Os roteiristas resolveram também mostrar que, mesmo pessoas que não possuam determinados membros, são úteis como qualquer outra pessoa. Sua participação é crucial no filme.


A concepção das criaturas foi muito bem elaborada,  onde fugiu-se do estereotipo dos Aliens falarem inglês ou aprenderem rapidamente. A decisão de não haver diálogos entre as criaturas nem mostrar sua origem ou propósito real foi uma ideia acertada e evitou certas armadilhas muito comuns a este tipo de situação. O mix humanoide e réptil foi bem insinuado, mas aqui apenas pelos olhos da criatura e nada de escamas. São apenas maiores e mais avançados, com a armadura e não tão fortes sem elas, uma opção que o diretor explorou muito bem na cena de luta de  Mick Canales.


No final, “Battleship – A Batalha dos Mares” não é nenhum filme que arrebatou Oscar por sua produção ou levou os críticos a ficarem de pé aplaudindo-o. É um filme voltado para o entretenimento, o que o faz com muita competência. Como é voltado para a tela grande, perde um pouco nas tvs convencionais, mais nada que comprometa o espetáculo.


Se não é um filme memorável, daqui a alguns anos poderá ser lembrado com carinho como um filme diferente e bem movimentado com aquela sensação de um filme a ser revisto. Diversão garantida.

Trailer: 





Curiosidades:
Conforme reportagem do Jornal O Globo de 22 de novembro de 2011, o filme não pode ser chamado de “Batalha Naval” no Brasil por ser um nome de propriedade da empresa Estrela.

Foi a estreia da cantora Rhianna no cinema.

Taylor Kitsch fez o papel de Gambit na produção: X-Men Origens Wolverine.

Os Estúdios Universal entraram na justiça contra a produtora Asylum por conta do lançamento direto em vídeo do filme  "American Battleship" em que acusaram de plágio e concorrência desleal. No longa há a presença de Mario Van Peebles (Highlander 3) e Carl Weathers ( Rocky I a IV).

Peter Berg e Taylor Kitsch repetiram a dobradinha no filme seguinte “O Grande Herói” de 2014

Em março de 2012, o coronel do Exército Gregory D. Gadson, que interpreta o tenente-coronel aposentado do Exército Mick Canales, tornou-se comandante da guarnição de Fort Belvoir, ao sul de Washington, DC. o Exército dos Estados Unidos.

A ordem de Hopper para soltar a âncora do porto para girar rapidamente o navio na direção oposta é uma manobra da vida real conhecida como clubhauling. É muito arriscado, mas permite que um navio volte a atacar em combate ou em uma emergência. Clubhauling foi usado quase exclusivamente em veleiros que eram muito mais leves e fáceis de pilotar. Um clubhaul em um navio de guerra da classe Iowa provavelmente causaria danos e ferimentos graves.

Durante o primeiro confronto com a nave alienígena, um tripulante do John Paul Jones responde ao fogo com a frase "Vampiro, vampiro, vampiro! Matando com CIWS!"; "Vampire" é o código de brevidade da OTAN para um míssil antinavio de entrada e CIWS é Close-In Weapon System (as torres de canhão rotativo de 20 mm montadas em navios de guerra da Marinha usadas para se defender contra aeronaves hostis e ataques de mísseis).

Os clipes que mostram "o mundo em motim, chegando a um Apocalipse" são clipes de notícias reais capturados durante distúrbios no Reino Unido em 2011.

O encouraçado Missouri foi o enredo principal do filme A Força em Alerta (1992), onde estava prestes a ser desativado. Em Battleship, este navio é definido como um museu.

Peter Berg queria escalar Rihanna, depois de ver sua entrevista com Diane Sawyer após seu espancamento, pelo então namorado Chris Brown. Berg estava convencido de que, se a cantora conseguisse negociar uma entrevista complicada como aquela, ela seria uma boa atriz.

Embora o filme nunca saia e diga isso, Alex Hopper foi alistado na Marinha antes de se tornar oficial. O filme dá pistas para isso, pois um dos dispositivos de guerra de Hopper em seu uniforme é prateado e, em várias cenas, uma tatuagem de um "Mustang" pode ser vista em seu antebraço direito. Um Mustang é um termo usado para oficiais que são alistados anteriormente. Ele também é visto usando a Medalha de Boa Conduta em seus uniformes da Marinha. Esta medalha é concedida apenas a marinheiros alistados.

A filmagem de Barack Obama dizendo "estamos trazendo todos os recursos disponíveis para suportar" foi tirada de uma coletiva de imprensa em 17 de março de 2011, sobre as operações após o terremoto e tsunami de Tohoku, no Japão.

Jeremy Renner foi escalado como Alex Hopper, mas desistiu para co-estrelar em O Mestre (2012), do qual também desistiu.



Filmografia
Taylor Kitsch









Serpentes a Bordo (2006); O Pacto (2006); X-Men Origens: Wolverine (2009);  John Carter: Entre Dois Mundos (2012) ; Battleship: A Batalha dos Mares (2012); O Grande Herói (2013); American Assassin (2017); 

Alexander Skarsgård









Zoolander (2001); Saída (2006); Metropia (2009); 13: O Jogador (2010); Melancolia (2011); Sob o Domínio do Medo (2011); Battleship: A Batalha dos Mares (2012); O Sistema (2013); O Doador de Memórias (2014); Zoolander 2 (2016); A Lenda de Tarzan (2016); The Aftermath (2017); Mudo (2018); Noite de Lobos (2018); Casal Improvável (2019); Godzilla vs. Kong (2020) 

 

Tadanobu Asano









O Guerreiro Genghis Khan (2007); Thor (2011); Battleship: A Batalha dos Mares (2012); Thor: O Mundo Sombrio (2013); 47 Ronins (2013);  Silêncio (2016) ; Thor: Ragnarok (2017)


Liam Neeson









Excalibur (1981); Krull (1983); Merlin e a Espada (1985); A Missão (1986); Prece Para Um Condenado (1987); Sob Suspeita (1987); Dirty Harry na Lista Negra (1988); O Preço da Paixão (1988); Darkman - Vingança Sem Rosto (1990); Uma Luz na Escuridão (1992); Fé Demais Não Cheira Bem (1992); A Lista de Schindler (1993); Rob Roy: A Saga de uma Paixão (1995); Michael Collins: O Preço da Liberdade (1996); Star Wars: Episódio I - A Ameaça Fantasma (1999); K-19: The Widowmaker (2002); Gangues de Nova York (2002); Cruzada (2005); Batman Begins (2005); Busca Implacável (2008); O Preço da Traição (2009); Fúria de Titãs (2010); Esquadrão Classe A (2010); 72 Horas (2010); Desconhecido (2011); Fúria de Titãs 2 (2012); Battleship: A Batalha dos Mares (2012); Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge (2012); Busca Implacável 2 (2012); Sem Escalas (2014); Busca Implacável 3 (2014); Sete Minutos Depois da Meia-Noite (2016)

Brooklyn Decker









O Solteirão (2009); Esposa de Mentirinha (2011); Battleship: A Batalha dos Mares (2012); O Que Esperar Quando Você Está Esperando (2012); Resultados (2015); Grace and Frankie (seriado 2015-2022)


Rihanna









As Apimentadas: Tudo ou Nada (2006); Battleship: A Batalha dos Mares (2012); É o Fim (2013); Annie (2014); Valerian e a Cidade dos Mil Planetas (2017); Oito Mulheres e um Segredo (2018)


Peter Berg (Diretor)
Bem-vindo à Selva (2003);  O Reino (2007); Hancock (2008); Battleship: A Batalha dos Mares (2012); O Grande Herói (2013); O Dia do Atentado (2016)


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