"EXISTEM DUAS POSSIBILIDADES... OU ESTAMOS SOZINHOS NO UNIVERSO OU NÃO ESTAMOS. AMBAS SÃO IGUALMENTE ATERRORIZANTES” (ARTHUR C. CLARKE)
Na década de 50, na cidade (fictícia) de Cayuga, Novo
México, Everett (Jake Horowitz) é um nerd que supervisiona o equipamento de
gravação da escola e trabalha na rádio local noturna. Fay (McCormick) é amiga de Everett e trabalha
na central telefônica. É o dia do jogo de basquete local e a população se
diverte indo ao evento que ocorre no ginásio da escola. Ao receber uma estranha
ligação, com um som eletrônico complexo, que continuamente atrapalha as
comunicações, Fay pede a Everett ajuda no esclarecimento do mistério. O jovem,
intrigado, resolve colocar o som durante seu programa lançando uma promoção
para quem desvendar. Logo surge um homem que começa a narrar uma história
fantástica de como trabalhara para o governo em um projeto secreto e o que
significaria tal som. Everett e Fay resovem sair às ruas e investigar o evento
após a jovem receber ligações de habitantes narrando terem visto algo nos céus.
Quando vão à casa de uma senhora que diz saber o que está acontecendo sua
revelação assusta o casal.
Ao navegar pela internet vi um site falando sobre o filme
que vinha ganhando fãs entusiasmados e fui dar uma olhada nessa produção que
vem com o selo da Amazon Prime (a melhor concorrente da Netflix). The Vast of
Night é uma produção independente que foi rejeitada em diversos festivais
conceituados como: Sundance Film
Festival; Cannes International Critics
Week; Hollywood Reel Independent Film Festival, Gold Coast Film Festival, Hong
Kong International Film Festival... quase duas dezenas de festivais de
prestígio. Mas o filme também conseguiu participar de outros festivais como: Film
Independent Spirit Awards 2020; Americana Film Fest 2020; Montréal Festival of
New Cinema 2019; Philadelphia Film Festival 2019; Slamdance Film Festival 2019;
Toronto International Film Festival 2019 onde conseguiu nomeações e premiações
Realizado em 2016 em apenas 17 dias, sua estreia ocorreu
no Slamdance Film Festival em janeiro de 2019 e, a partir daí, chamou a atenção fazendo com que a Amazon o lançasse em sua plataforma. Mas o que esperar dessa produção independente
de baixíssimo custo (não divulgado) que tem erros e acertos? A verdade é que o filme não agradará a todos os públicos, visto que sua
principal característica é se apoiar em uma
narrativa (diálogos) bem inteligentes, com boas atuações centrada no ponto de vista de Fay, a telefonista, que é o ponto incial de todo o
mistério.
O filme se inicia com uma série de TV chamada “Paradox Theatre” (uma evidente analogia ao famoso seriado sessentista “Além da Imaginação” ) nos remetendo das imagens dos anos 50, em preto e branco, para a realidade colorida dos jovens dos anos 50. Após um longo diálogo inicial entre os protagonistas, com direito a especulações sobre os 50 anos seguintes, onde o avanço da tecnologia mudaria toda a visão da sociedade, nosso casal inicia seus turnos noturnos. Quando Everett começa a conversar com um ouvinte descobre estar envolvido em algo que jamais poderia imaginar: segredos de Estado, experiências secretas, ocultação de informações e até Óvnis (a palavra não é mencionada, nem os termos que usamos atualmente). E assim começa a "odisseia" do casal em busca de solucionar o mistério que parece também se apresentar aos olhos de alguns habitantes. O leitor deve estar pensando no incidente em m Roswell, sim, a comparação é inevitável, ainda que não haja menção ao fato. Há uma abordagem sobre o racismo (no ouvinte que alega que foi recrutado por sua cor) e até sexismo (na senhora entrevistada que narra um acontecimento que valida a história do tal ouvinte). Essas narrativas prendem o espectador? Sim, os diálogos são inteligentes e a forma como nos apresenta é bem convidativa, com muita tensão e expectativa. Há uma cena muito criativa em que a câmera percorre a cidade, entra no ginásio e muda diversas vezes o seu posicionamento, talvez o melhor momento do filme. Há efeitos? Sim, próximo do final, onde vemos na qual foi aplicada a maioria dos recursos do filme. A filmagem (na verdade no Texas) ,transcorrendo durante uma noite, foi uma escolha bem acertada..
O filme se inicia com uma série de TV chamada “Paradox Theatre” (uma evidente analogia ao famoso seriado sessentista “Além da Imaginação” ) nos remetendo das imagens dos anos 50, em preto e branco, para a realidade colorida dos jovens dos anos 50. Após um longo diálogo inicial entre os protagonistas, com direito a especulações sobre os 50 anos seguintes, onde o avanço da tecnologia mudaria toda a visão da sociedade, nosso casal inicia seus turnos noturnos. Quando Everett começa a conversar com um ouvinte descobre estar envolvido em algo que jamais poderia imaginar: segredos de Estado, experiências secretas, ocultação de informações e até Óvnis (a palavra não é mencionada, nem os termos que usamos atualmente). E assim começa a "odisseia" do casal em busca de solucionar o mistério que parece também se apresentar aos olhos de alguns habitantes. O leitor deve estar pensando no incidente em m Roswell, sim, a comparação é inevitável, ainda que não haja menção ao fato. Há uma abordagem sobre o racismo (no ouvinte que alega que foi recrutado por sua cor) e até sexismo (na senhora entrevistada que narra um acontecimento que valida a história do tal ouvinte). Essas narrativas prendem o espectador? Sim, os diálogos são inteligentes e a forma como nos apresenta é bem convidativa, com muita tensão e expectativa. Há uma cena muito criativa em que a câmera percorre a cidade, entra no ginásio e muda diversas vezes o seu posicionamento, talvez o melhor momento do filme. Há efeitos? Sim, próximo do final, onde vemos na qual foi aplicada a maioria dos recursos do filme. A filmagem (na verdade no Texas) ,transcorrendo durante uma noite, foi uma escolha bem acertada..
A Vastidão da Noite é um filme direcionado a quem gosta de
ver o que os novos cineastas estão produzindo. Esse filme é a mais pura
interpretação do conceito: “uma ideia e uma câmera na mão”. É um grande filme? Não. Ao final da produção
muitos dirão “é só isso?” e, infelizmente, de certa forma é. Um filme que
mostra que mesmo sem recursos, quando há um roteiro inteligente pode-se produzir algo
de diferente. Talvez o grande atrativo dessa obra seja mostrar que cinema não
são apenas efeitos de última geração, grandes atores ou explosões e tiros.
Quando há criatividade e força de vontade e comprometimento podem surgir surpresas. E Vastidão da Noite pode te
surpreender.
Trailer:
Trailer:
Curiosidades:
As letras de chamada da estação de rádio "WOTW" são uma homenagem a "Guerra dos Mundos"
A mítica cidade Cayuga é emprestada da Cayuga Productions, a empresa de produção de Rod Serling que produziu Além da Imaginação
O nome do personagem Renny é uma referência ao ator Michael Rennie, que interpretou o alien Klaatu em "O Dia em que a Terra Parou" (1951).
Filmografia Parcial:
Sierra McCormick
As letras de chamada da estação de rádio "WOTW" são uma homenagem a "Guerra dos Mundos"
A mítica cidade Cayuga é emprestada da Cayuga Productions, a empresa de produção de Rod Serling que produziu Além da Imaginação
O nome do personagem Renny é uma referência ao ator Michael Rennie, que interpretou o alien Klaatu em "O Dia em que a Terra Parou" (1951).
Filmografia Parcial:
Sierra McCormick
O Elo Perdido (2009); Ramona e Beezus (2010); Uma Babá para o Natal (2010); Christmas in the Heartland (2018); A Vastidão da Noite (2019); VFW (2019); Exploited (2020)
Jake Horowitz
Murt Ramirez Wants to Kick My Ass (2012); A Midsummer Night's Dream (2014); A Vastidão da Noite (2019); Adam Bloom (2020); Castle Freak (2020)
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