quarta-feira, 29 de novembro de 2017

CHARRO! / CHARRO (1969) - ESTADOS UNIDOS




ELVIS NO VELHO-OESTE

O filme conta a história de Jess Wade, um ex-bandoleiro, que abandona o seu antigo grupo e ainda, de quebra, conquista o coração da namorada de seu líder, Vince Hackett (Victor French). Atraído para uma emboscada, Jess é capturado por Vince e seu grupo, que lhe revela seu plano: o bando roubou um canhão revestido de ouro que é disputado pelas forças do governo e por rebeldes. Lograram êxito e apenas um do grupo fora parcialmente identificado: um homem moreno com um ferimento à bala no pescoço. O homem morre, o bando o enterra e produz um ferimento em Jess no mesmo local para que ele, um ex-integrante, seja ligado ao crime. Uma forma de vingança de Vince, além de desviar a atenção do grupo com a sua captura e seu julgamento que se dará no México.
 

Jess sobrevive e retorna à cidade, onde consegue falar com Tracey (Ina Balin), que lhe devolve uma arma que guardara. O destino faz com que Jess encontre no Saloom da cidade Billy Roy (Solomon Sturges), irmão de Vince. Em meio a uma discussão, Billy baleia o xerife Dan (James Almanzar), amigo de Jess. Este coloca Jess como ajudante de xerife e prende Billy. Quando Vince descobre, ele dá um ultimato a Jess: ou solta seu irmão ou direcionará o canhão para cidade destruindo tudo.
                      
  
Vigésimo nono filme (quarto Western) de um total de 31, na carreira de Elvis, Charro é um faroeste spaghetti, mas que não foi feito na Itália, bem morno onde quase pouca coisa funciona. Até os primeiros 20 minutos o espectador sofrerá uma overdose da música tema em versão orquestrada. A música parece se repetir indefinidamente o que cansa os ouvidos. 


As situações são forçadas, o roteiro é frouxo do início ao fim e a direção de  Charles Marquis Warren (que co-escreveu e produziu) tido como um diretor de segunda classe no gênero e mais conhecido por escrever episódios de seriados, não imprimiu nenhum dinamismo à estória. A intenção de utilizar um padrão tradicional de narrativa, com  elementos mais modernos, não foi uma escolha acertada. Elvis não esteve ruim, mas foi o ator Victor French (Vince Hackett) quem conseguiu roubar todas  as cenas em que apareceu (muitos lembram-se dele pelo seriado "O Homem  que Veio do Céu" em que ajudava o personagem principal). Ina Balin (Tracey Winters), uma atriz basicamente de seriados, não comprometeu. Solomon Sturge ( Billy Roy Hackett) fez muito bem o papel do irmão idiota, protegido pela fama de seu irmão perigoso.
 
                   
É compreensível que o papel escrito para o Rei do Rock fosse feito de uma maneira que não comprometesse sua imagem, por isso o tema bem leve, onde praticamente não ocorrem os famosos enfrentamentos cara a cara e nem sangue aparece na tela (apenas na cena do xerife). A ideia era lançar o cantor como um ator sério (nada de cantar durante o filme) e Elvis tenta a todo o momento passar aquela impressão de bom moço, o que desanda o ritmo. Em alguns momentos duvida-se que seu personagem seja um temido pistoleiro. Houve que visse na estória uma metáfora ao passado rebelde de Elvis e sua intenção de se mostrar como uma nova pessoa.  O ator até se sai razoavelmente, mas o roteiro não lhe ajudou em nada. Não se entende também porque não investiram pesado na produção (o ator bancou 50% do orçamento), colocando um bom diretor do gênero e atores conhecidos.


No final fica aquela sensação de vazio. A música tema, apesar de pouco conhecida, é bem interessante e Elvis como sempre fez uma bela canção, mas não aparece cantando. Indicado para quem é fã do ator e para quem tem curiosidade de ver o Rei do Rock em um gênero completamente diferente do de costume.


Trailer:





 Trailer 2:



Música: Charro 





Curiosidades:
O filme foi exibido pela Rede Bandeirantes– Rio no final dos anos 70.

Último filme do diretor Charles Marquis Warren (1912–1990).

O título inicial do filme seria "Come Hell, Come Sundown".

Charro no México significa cavaleiro, vaqueiro.

A música "Let's Forget About The Stars" não foi incluída no filme

Charro é também uma palavra oriunda do castelhano que significa desprezível, indigno, banal.

Ina Balin  faleceu aos 52 anos de hipertensão pulmonar oriunda de doença coronariana. Ina ajudou no resgate de órfãos no Vietnã quando houve a queda de Saigon e adotou 3 deles. 

Victor French faleceu aos 54 anos em decorrência de Câncer de Pulmão.

O ator Kurt Russel contracenou ainda criança com Elvis no filme "Loiras, Morenas e Ruivas" (1963). O video encontra-se na página homônima no Facebook.

Letra da Música
With eyes that hide the man within
You see behind the eyes of other men
You've lived and died and come to life again
And now you stand alone at the crossroads of your mind
You've left your yesterdays behind
But which road leads you to tomorrow?
Charro...

You've turned your back on yesterday
Betrayed a man who swore he'd make you pay
For when you left you took his pride away
You know he'll never let you break away so easily
You'll have to fight, before you're free
But how much more time can you borrow?
Charro...

Now in a single moment your past grows dim
One thought goes racing across your mind
You ride to meet the woman you stole from him
Oh no!...Charro don't go!...
Charro don't go!!...

There's something hanging, in the wind
Your past is catching up and closing in
You've been halfway to hell and back again
And now you laugh in the devil's face
with your last breath...
You'll run a race with life and death...
But will you live to see tomorrow?
Charro...


Posters:


 

Filmografia Parcial:
Elvis Presley (1935–1977) 



 






 

Ama-me com Ternura (1956);  Prisioneiro do Rock and Roll (1957); Balada Sangrenta (1958); Estrela de Fogo (1960); Feitiço Havaiano (1961); Garotas e Mais Garotas (1962); Loiras, Morenas e Ruivas (1963); Carrossel de Emoções (1964); Entre a Loura e a Ruiva (1966); No Paraíso do Havaí (1966); O Barco do Amor (1967); Viva um Pouquinho, Ame um Pouquinho (1968); Charro! (1969);  Lindas Encrencas: As Garotas (1969); Ele e as Três Noviças (1969)


Ina Balin  (1937–1990)

 












A Orquídea Negra (1958); Preceito de Honra (1961);  Os Comancheros (1961); O Otário (1964); A Maior História de Todos os Tempos (1965); Charro! (1969); A Morte do Chefão (1973);  Horas de Angústia (1985); Vasectomy: A Delicate Matter (1986)

Victor French (1934–1989)   








Charro! (1969);  Fúria Audaciosa (1970); A Inocente Face do Terror (1972); A Força do Destino (1982); O Homem que Veio do Céu (1984-1989) e participações em diversos seriados como "Bonanza" e "Gunsmoke"

2 comentários:

  1. É o meu preferido, entre todos os filmes do Rei, pois somente aqui ele tem total liberdade de atuação, já que não canta durante a trama. Mais uma vez, o roteiro e a produção não ajudam muito, mas a brilhante atuação de Elvis compensa e faz valer a pena assistir.

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    Respostas
    1. Boa Noite (você não colocou seu nome). O maior problema desse filme foi roteiro e direção. Se tivessem colocado mais ênfase nesses dois aspectos e feito um faroeste mais clássico o filme funcionaria a contento. Ainda assim é um bem interessante. Abraços e volte sempre

      Excluir

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