"AS PESSOAS SÃO O SAL DA TERRA"
"Um
fotografo é alguém que desenha com luz, um homem que escreve e reescreve o
mundo com luzes e sombras". Com essa frase podemos iniciar “O Sal da Terra”,
documentário de Win Wenders e Juliano Ribeiro Salgado indicado ao Oscar de
2015. O diretor conta a trajetória do fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado que, ao longo de sua vida, transportou através de suas lentes, o
registro de um mundo que pouco conhecemos de verdade: o mundo da perplexidade,
da mazela e de esperança. Ele nos leva a
ver o mundo de Serra Pelada, as chacinas africanas e um novo projeto de
reconstrução da Mata Atlântica. É um filme sobre um homem, sobre a história de
todos nós, sobre a vida.
O
Sal da Terra é narrado de forma cronológica, mostrando Sebastião em suas
andanças e o resultado é sorrisos e lágrimas. Começamos por Serra Pelada aonde
descreve homens que eram "escravos de si mesmos", revelando o formigueiro humano na febre do
ouro e as regras sociais dentro daquele mundo próprio. Um mundo de conversas e
ruídos, de batidas em pedras.
Sebastião, ao longo de 40 anos, fotografou e
conheceu "As Américas" repleta de povos e culturas tão diferentes quanto
impressionantes; o Ártico (ao lado do
filho); o interior do Brasil; os campos de petróleos incendiados no Iraque; a Africa, mostrando fome, miséria, martírio
e as doenças. Imagens duras e angustiantes de uma dura realidade ignorada por
outros povos. Seres humanos largados à própria sorte como na Etiópia, Sudão e
Mali. Sua obra “Exôdo “ abrangeu os refugiados da guerra de Ruanda que
fugiram para Congo e Burundi. Um massacre de milhares não cobertos pelas tvs. A narração adianta e vamos para "Gênesis", onde o espectador percebe que um homem com força de vontade pode fazer
a diferença num mundo apático e, em sua maioria, com as pessoas voltadas a
ajudarem apenas a si mesmas e aos mais próximos.
O
Sal da Terra é um documentário excelente. Win Wenders e Juliano Ribeiro Salgado
souberam intercalar narrativa com as incríveis fotos de Sebastião, em preto e
branco, que por si só já falam tudo. Suas imagens são de rara inspiração,
capazes de captar a beleza e a feiura de um mundo tão díspar. Contém
fotos fortes sim, mas revela uma
verdade que muitos preferem não descortinar. Claro que Sebastião não sai imune
ao voltar suas lentes para o desespero e morte, mas a direção da dupla Wenders
e Juliano nos brinda também com a esperança, a capacidade do ser humano em
reverter os danos da natureza.
Um documentário obrigatório para cinéfilos e que
merecia melhor sorte no Oscar.
Trailer:
Curiosidades:
Win Wenders já teve 3 documentários indicados ao Oscar: Buena Vista Social Club (1999); Pina (2011); O Sal da Terra (2014).
Curiosidades:
Win Wenders já teve 3 documentários indicados ao Oscar: Buena Vista Social Club (1999); Pina (2011); O Sal da Terra (2014).
Filmografia:
Wim Wenders
O Medo do Goleiro Diante do Pênalti (1972); A Letra Escarlate (1973); O Amigo Americano (1977); O Estado das Coisas (1982); Paris, Texas (1984); Asas do Desejo (1987); Até o Fim do Mundo (1991); Tão Longe, Tão Perto (1993); O Céu de Lisboa (1994); O Fim da Violência (1997); O Hotel de Um Milhão de Dólares (2000); Medo e Obsessão (2004); Estrela Solitária (2005); O Sal da Terra (2014); Tudo Vai Ficar Bem (2015); Os Belos Dias de Aranjuez (2016); Submersão (2017);
O Medo do Goleiro Diante do Pênalti (1972); A Letra Escarlate (1973); O Amigo Americano (1977); O Estado das Coisas (1982); Paris, Texas (1984); Asas do Desejo (1987); Até o Fim do Mundo (1991); Tão Longe, Tão Perto (1993); O Céu de Lisboa (1994); O Fim da Violência (1997); O Hotel de Um Milhão de Dólares (2000); Medo e Obsessão (2004); Estrela Solitária (2005); O Sal da Terra (2014); Tudo Vai Ficar Bem (2015); Os Belos Dias de Aranjuez (2016); Submersão (2017);
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