Suzano é um menino que vive
sua infância em meio a brincadeiras com seus amigos animais como o tigre “Taro”
e o coelho “Akahana”. Certo dia, seu pai Izanagi lhe informa que sua mãe Izanami
viajara para uma terra distante na qual ele não poderia visitá-la. Suzano não
compreende o que é a morte e resolve que encontrará sua mãe a qualquer custo. Depois de muito chorar, sua mãe surge em forma astral e lhe dá uma joia para protegê-lo. Ele convence
seu pai que partirá em sua busca, mas este o adverte que não há como encontrar
sua mãe e que os perigos são muitos.
O pequenino Suzano e Akahana partem para a
“Terra da Noite” no intuito de conhecerem seu irmão, o Príncipe Cristal. Logo na chegada, Suzano entra em confronto com o exército do irmão, mas resolve partir quando
percebe que este também não possui o conhecimento de onde sua mãe se
encontra. Como presente o Príncipe Cristal dá a Akahana uma bola de cristal que
poderá ajudá-los em caso de perigo.
A dupla chega em uma terra estéril
oprimida por um ser chamado “Deus do Fogo”, que vive em um vulcão e torna o
local insuportavelmente quente. Ali encontram o bondoso Bo que lhes pede ajuda.
Suzano enfrenta o ser, derrotando-o com a ajuda do presente que seu irmão lhe
dera. Em busca de um lugar para o seu povo viver, Bo parte com Suzano e Akahana
que continuam a busca do lugar onde vive a mãe do pequeno príncipe.
O trio chega ao Reino da Luz, governado pela irmã de Suzano, Amaterasu, A Deusa Sol. Ela permite que Suzano resida ali e que Bo possa trazer seu povo. Só que as boas intenções do pequeno príncipe acabam trazendo vários prejuízos para o reino sendo obrigados a partir não sem antes receberem um conselho de sua irmã: somente ajudando outras pessoas ele poderá um dia encontrar o reino onde sua mãe vive.
Suzano e seus amigos chegam a uma província na qual descobrem que um dragão de oito cabeças, todo o ano, leva uma jovem em sacrifício. Desta vez, será a pequena princesa Kushi, que será levada pela serpente. Suzano e seus amigos resolvem enfrentar a poderosa serpente com a ajuda de um cavalo alado chamado “Ama-no-Haya-Uma”.
Para muitos que tinham entre 6 a 8 anos nos anos 70, esse pode ter sido o primeiro desenho animado (aventura e fantasia) de longa duração e talvez um dos mais impactantes, embora muitos já não consigam lembrar do nome. Príncipe Suzano e o Dragão de Oito Cabeças passou tanto na antiga TV Tupi quanto na TV Globo, mas muitos não sabem é que, pelo menos, no Rio de Janeiro, a animação chegou aos cinemas nos idos de 1966 (consta como tendo chegado ao Brasil em 64), cujo título nacional era apenas "O Príncipe e o Dragão de Oito Cabeças". Marco na animação, a produção japonesa foi dirigida por Yûgo Serikawa e recebeu o “Bronze Osella” no Festival de Cinema de Veneza além do Prêmio “Ōfuji Noburō” no Mainichi Film Awards de 1963. E foi o sexto longa-metragem produzido pela Toei Animation (Sailor Moon, Saint Seiya, Dragon Ball ... ). Foi baseado livremente no mito xintoísta (uma religião politeísta e animista, o xintoísmo gira em torno de entidades sobrenaturais chamadas Kami) da batalha do deus da tempestade Suzano contra “Yamata no Orochi” (a serpente, que no desenho recebe apenas o nome de “Dragão de Oito Cabeças”). O filme foi realizado em formato anamórfico chamado "ToeiScope".
Mas não é apenas na narrativa bem estrutura que o filme colhe elogios. O design de arte (por Isao Takahata) foi considerado moderno para época e muito inspirador, as influências de “Samurai Jack” e “The Legend of Zelda: The Wind Waker” (Nitendo) e WolfWalkers são consideradas como seguidores desse estilo de formas geométricas simples com contornos suaves e arredondados. Além de introduzirem a função de diretor de animação (japonesa), que neste caso foi do lendário Yasuji Mori (filmografia). Temos personagens com cabeças largas, outros com cabeças ovais (o tigre); o povo de cristal recebe seus rostos em formas de ângulos (angulares) e com corpos cilíndricos variáveis. Comparem os rostos do irmão e da irmã de Suzano. As cenas de batalha contra o dragão são um ponto a ser destacado com inúmeros recursos para a época. A destacar uma rara e belíssima trilha sonora, raro em animações desse período, do famoso compositor Akira Ifukube (Godzilla). A música tema do filme, "Haha no Nai Ko no Komoriuta" ("canção de ninar para uma criança sem mãe") cola nos ouvidos.
Príncipe Suzano e o Dragão de Oito cabeças recebeu vários títulos ao longo das décadas e é uma animação que apesar de ter sido exibida para as crianças nos anos 70 por aqui pode ser apreciada por adultos por conter elementos bem superiores para a faixa a que se destina permitindo vermos nos dias atuais com a compreensão plena do que a obra tenta transmitir. A animação fantástica de um filho em busca de resgatar a falecida mãe, prende do início ao fim e surpreende por até agradar até nos dias atuais. Disponível no Youtube em versão dublada e que ressurgiu nos canais pagos das tevês por assinatura há alguns meses (como nova dublagem). Vale a pena conhecer ou matar as saudades de uma animação de nossos áureos tempos de infância.
Curiosidades:
Na época foi lançada uma
versão para o público americano com desenhos de William Ross
A animação seria ums adaptação
de três histórias soltas do “Nihon Shoki”, uma coleção da mitologia japonesa do
século VIII.
O cavalo mágico lembrará muito
a lenda de Pegasus, mas este não tem asas.
Cada cabeça é distinta em design
e a última mostra-se maior que as demais
Só as cabeças são mostradas, o
corpo do dragão nunca fica visível
A antiga dublagem tinha Rafael
Cortez Júnior como Príncipe Suzano; Olney Cazarré como o Coelho; Borges de
Barros como o Deus do Fogo; Carlos Campanile como Izanagi; Helena Sâmara as
Amaterasu, Deusa do Sol; Potiguara Lopes como o Ministro da Guerra; Emerson
Camargo como o Pai de Suzano; Isaura Gomes como Izanami e Gilberto Baroli como
o Grande Tambo
Na dublagem é dito que os
dragões beberam vinho, mas, no original, é saquê
Cinco das cabeças são
desenhadas com olhos brancos e vazios, as outras três restantes possuem olhos
vermelhos.
Todos os animais da cidade
natal de Suzano conseguem falar.
Títulos Alternativos: O Pequeno Príncipe e o Dragão de Oito cabeças
Cartazes:
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