PARÁBOLA ESPIRITUAL
Mohammad (Mohsen Ramezani) é um menino cego de oito anos, que frequenta uma escola de deficientes visuais em Teerã e seu relacionamento com o pai Hashem (Hossein Mahjoub) não é nada bom. Este tem uma vida difícil: perdeu a esposa há 5 anos, trabalha como caixeiro viajante e faz serviços esporádicos para sobreviver.
Com o início das férias escolares e a negativa quanto a sua solicitação de deixar o menino permanentemente na escola, resolve levar seu filho para o vilarejo onde vive suas duas outras filhas cuidadas por sua mãe idosa (Salameh Feyzi). Hashem pretende tirar Mohammad da escola por considerá-lo incapaz para a vida, (apesar do garoto mostrar ser mais inteligente que as crianças de sua idade) e por considerar a escola muito longe, atrapalhando seus planos. Para o menino seus sentidos ganham vida em contato com a natureza. A vida é vista com os olhos do coração e Deus sentido com a ponta dos dedos por toda parte. Ele tem paixão por explorar e conhecer o mundo ao seu redor. Enquanto o pai se nega a lhe dar carinho, percebemos que Deus se mostra presente, como na cena em que Mohammad ajuda passarinho a voltar para o seu ninho. A forma como a cena nos é mostrada revela extrema sensibilidade.
A avó de Mohammad tenta lhe mostrar que, apesar de cego, ele pode ser capaz de ser o que
desejar na vida, enquanto o pai tenta encontrar uma nova esposa, em uma família
próspera local, mas precisa ocultar a presença do filho, numa cultura onde
deficiências não são bem aceitas. A avó e o pai têm opiniões opostas quanto ao futuro
de Mohammad, bem como, o tratamento que dão ao garoto. Enquanto o pai o renega, a avó lhe dá carinho, mas o pai leva-o para trabalhar com um
carpinteiro cego, esperando que o menino se adapte
a essa nova realidade.
Filme que se desenvolve em sua maior parte de forma bem sensível, até chegar ao final ambíguo, sujeito a interpretações. É um belo exemplo de filme iraniano, não aconselhável para quem gosta do estilo americano de conduzir estórias. Um filme com poucos recursos, sem efeitos, falado em farsi e com interpretações simples e poderosas. Fala sobre solidão, perda, infelicidade, rejeição, espiritualidade e redescoberta do amor, tudo permeado de muita sutileza. O diretor Majid Majidi teve o seu filme anterior, “Filhos do Paraíso” (Bacheha-Ye aseman - 1997), indicado ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro (em 1999)
Selecionado pela revista Time como uma das melhores produções do ano 2000 é endereçado para quem gosta de filmes simples e para quem gosta de se emocionar. Uma das partes mais emocionantes do filme, é o desabafo de Mohammad ao carpinteiro cego a respeito de Deus e sua deficiência visual. A tradução correta do filme seria " A Cor de Deus".
Trailer:
Cartaz:
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