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terça-feira, 26 de outubro de 2021

POLICE STORY - A GUERRA DAS DROGAS / GING CHAAT GOO SI / POLICE STORY (1985) - HONG KONG


SUCESSO COMERCIAL

Filme realizado em 1985, dirigido e estrelado por Jackie Chan, ator chinês com uma longa filmografia que inclui rápidas participações, não creditadas, nos filmes “A Fúria do Dragão” e "Operação Dragão" com Bruce Lee. Assim como Bruce, sua vida e filmes dariam vários livros. Chan já se tornou um "ícone pop", porém ao contrário de Bruce, resolveu enveredar por outros caminhos e criou sua própria marca no cinema, estrelando filmes menos violentos intercalados com cenas cômicas. A fórmula foi um êxito e hoje é difícil um cinéfilo não ter ouvido falar do ator.

A primeira vez que ouvi falar em Jackie Chan foi no filme americano, pouco conhecido atualmente, mas que na época fazia algum sucesso nas locadoras, tendo inclusive estreado em nossos cinemas: “Um Rally Muito Louco”. Este filme de comédia reunia um grande grupo de atores e humoristas americanos em uma corrida ilegal dentro dos Estados Unidos, sem regras, e com um prêmio a quem chegasse primeiro. Só para se ter ideia dos atores: Dean Martin, Sammy Davis Jr, Burt Reynolds, Roger Moore (fazendo ele mesmo), Farraw Fawcett (linda)  entre outros. Chan fazia parte da dupla de chineses que usava um Subaru "de tecnologia avançada" e deixou a sua marca numa cena de luta. O filme é um continuação do famoso filme “Quem não Corre Voa” (com o mesmo tema, só que mais popular que este) Depois, só o reconheceria em “A Fúria do Protetor” (1985), um filme policial americano, de baixo orçamento, que fez bastante sucesso por aqui (mas não nos EUA), co-estrelado por Danny Aielo, até então mais famoso, entre nós, por sua participação no seriado  "Dama de Ouro" (Katie Mahonney). E a razão de Police Story existir foi oriunda da grande frustração e insatisfação de Jackie Chan para com "A Fúria do Protetor" e o diretor do filme, levando Chan a remontá-lo e relançá-lo no oriente suprindo cenas da produção americana e trazendo novas cenas. Police Story permitiu a Chan dirigi-lo (também atuou como co-roteirista) com eficiência, revelando-se um cineasta com ótimas ideias.

Voltando ao filme, a ação se passa em Hong Kong onde Jackie faz o papel de Chan Ka Kui, um tenente da força policial, encarregado de prender, numa mega operação policial, um grande chefão das drogas. Em meio a tiroteios e com direto a uma demolição de uma favela por carros em disparada (que lesionou quatro dublês, sendo que um teve parte da orelha quase decepada), Jackie captura sozinho a quadrilha, mas por erros na operação e falta de provas o chefão e sua quadrilha são soltos. A polícia arrola, como testemunha de acusação, a secretária e suposta amante do chefão,   Selina (Brigitte Lin), e coloca Jackie como seu guarda-costas em tempo integral até ela depor no tribunal. Só que ela possui outros planos. Entre ações e pequenas cenas de comédia o filme avança até Jackie cair em uma emboscada e ser acusado de matar um colega de farda. Chan Ka Kui terá que seguir como fugitivo até alcançar um meio de prender novamente o poderoso criminoso, assim como provar sua inocência.

Como sempre, Jackie mostra todo o seu repertório de acrobacias na qual, como de costume, dispensava dublês. Isso lhe custou várias lesões, tendo a sétima e oitava vertebras quebradas, quase lesionando seriamente a coluna quando colidiu, em uma cena, contra o quiosque. Em outro momento, próximo ao final,  na árvore de natal, Jackie foi eletrocutado e queimou a mão, devido o técnico inadvertidamente ter acendido na tomada, e não no motor do carro, a iluminação da árvore. Fora lesões recorrentes com os dublês devido os produtores usarem "vidro de açúcar" para dar maior realismo. Mas todo esforço feito para o filme rendeu o prêmio de "Melhor Filme" da "Hong Kong Academy" e homenagens em alguns filmes americanos: a cena inicial do filme de Silvester Stallone, "Tango & Cash", é uma cópia  à cena do filme de Chan (quando Stallone aponta a arma para o ônibus).  Outra cena,  em que Jackie usa uma vara em uma briga e dirige uma motocicleta contra vitrines de vidro, foi homenageada em "Rajada de Fogo" (1992) com Brandon Lee. Até o filme "Os Bad Boys II" (2003)  homenageou o filme na cena de perseguição em favelas. Não por acaso, Police Story, é o filme preferido do ator por apresentar um personagem plenamente desenvolvido  com uma personalidade complexa, uma vida privada, e até um relacionamento romântico. O filme teve um sucesso estrondoso no mercado asiático e gerou outras três continuações. 

Uma boa produção para aqueles que gostam de filmes de luta, com ótima coreografia, permeado com doses de humor e ação. O filme fez muito sucesso no Oriente e ganhou aos poucos o ocidente, alavancando a carreira de Chan internacionalmente. Para quem gosta do gênero ou quer conhecer esse filme, tão comentado, pode ser uma boa pedida. Ainda que não seja considerado um grande filme (se comparado as produções atuais atuais), ainda revela-se um bom passatempo. 


Trailer:




Curiosidades:

A cena em que os vilões se chocam contra a janela do ônibus e caem no chão, foi um acidente. Eles realmente deveriam cair no carro, mas devido aos freios a ar do ônibus, houve uma bomba para trás, criando espaço entre o ônibus e o carro.

Na cena do ônibus de dois andares, Jackie usou um guarda-chuva de metal porque um de madeira escorregava quando ele tentava se pendurar no ônibus

A razão de "Police Story" (a tradução literal) ter um nome tão simples era porque toda vez que Jackie Chan começava um novo projeto em Hong Kong, todo mundo o seguia. Por exemplo, quando A Lenda do Mestre Invencível (1994) foi anunciada, todo cineasta começou a fazer filmes de boxe bêbado. Com "Police Story", ninguém sabia o que esperar, exceto um filme policial, e naquela época no cinema de Hong Kong, ninguém nunca havia feito um filme policial de kung fu antes.

Em 1990, a Miramax Filmes ofereceu a Chan a chance de fazer outra tentativa no mercado cinematográfico americano, o que significava adquirir os direitos deste filme e de Police Story 2 (1988), e unir os dois filmes em um. Jackie rejeitou a proposta, pois não gostava da ideia.

Brigitte Lin fez muitas de suas próprias acrobacias.


Cartazes:








Filmografia Parcial :

Jackie Chan










A Fúria do Dragão (1972); Garras do Dragão (1978); A Vingança do Dragão (1979); O Grande Lutador (1980); Quem Não Corre, Voa (1981); Um Rally Muito Louco (1984); Detonando em Barcelona (1984); A Fúria do Protetor (1985); Police Story (1985); O Mestre Invencível (1994); Arrebentando em Nova York (1995);  Primeiro Impacto (1996); Mr. Nice Guy - Bom de Briga (1997); A Hora do Rush (1998); Bater ou Correr (2000); A Hora do Rush 2 (2001); O Terno de Dois Bilhões de Dólares (2002); Bater ou Correr em Londres (2003); O Medalhão (2003); A Hora do Acerto (2004); A Hora do Rush 3 (2007); Massacre no Bairro Chinês (2009); Karate Kid (2010); 1911 - A Revolução (2011); Operação Zodíaco (2012); Em Nome da Lei (2013); Batalha dos Impérios (2015); Fora do Rumo (2016); O Estrangeiro (2017); Inimigo Mortal (2017); Contos do Caçador de Sombras (2019);  A Máscara de Ferro (2019); Agentes Vanguard (2020); All U Need Is Love (2021); Project X-Traction (2022) 

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

A HORA DO ACERTO / SAN GING CHAAT GOO SI / NEW POLICE STORY (2004) - HONG KONG / CHINA



UM HERÓI À PROCURA DE REDENÇÃO

Jackie Chan normalmente é visto em filmes onde o lado cômico da produção é mais acentuado e se sai muito bem, com milhares de fãs mundo afora. Sua técnica de luta, atrelada a malabarismos, funcionou e funciona muito bem. Seus sucessos “Arrebentando em Nova York” , “Detonando em Barcelona” e a trilogia “A Hora do Rush” estão aí para comprovar. E um Chan sério ? Bem há poucos filmes, mas o ator consegue extrair boas atuações mesmo em produções ruins. Quem viu  A Fúria do Protetor” se lembrará do ator funcionando como o parceiro oriental de Danny Aielo. A dupla sai dos Estados Unidos e vai para Hong Kong capturar um poderoso chefão das drogas local. O filme teve críticas mistas. Chan brigou com o diretor. Refez o filme e lançou sua versão “Hong Kong” com novas cenas, outras melhor explicadas e suprimiu a nudez. Fez sucesso no mercado asiático, no Brasil, nem tanto até porque os espectadores daqui se lembram mais das cenas das mulheres nuas (!!!). O “sucessor de Bruce Lee” (como chegou a ser chamado), mostrou que era um ator diferente. Queria controlar suas produções. Fez a série “Police Story”, como uma resposta aos filmes policiais americanos e novamente fez sucesso por lá. No Brasil, a franquia não foi vista por uma grande parcela.
Bom, tudo isso para dizer duas coisas. Jakie Chan sabe fazer filmes sérios (ver 1911) e não, não é uma continuação do “Police Story” que o ator filmou (apesar de levar o título internacional de “New Police Story”)



Chan não dirigiu este filme. Preferiu colocar nas mãos do diretor  Benny Chan que o dirigiu em “Quem Sou Eu” (1998) e “Três Ladrões e Um Bebê” (2006).  Essa parceria  facilitou o  processo do filme e o resultado é um bom filme policial (de Jackie Chan). “A Hora do Acerto” tem qualidades. A principal reside em seu protagonista. Com outro ator seria mais um filme oriental, que talvez nem chegasse por aqui.  Com o ator, as portas sem abrem para distribuidores interessados em um bom retorno que o seu carisma consegue. 





A construção da gangue, com roupas bem coloridas e mascaras, ficou boa e talvez se integre mais ao mercado de consumo oriental.  A ideia de uma gangue que tem outras motivações além do dinheiro foi uma boa ideia, ainda que pareça uma espécie de “Caçadores de Emoções Perversos”, uma alusão ao sucesso de Patrick Swayze e Keanu Reeves. O filme tem perseguições e um certo mistério sobre a figura  que ajuda o inspetor Chan, tudo isso feito à moda antiga: explosões de verdade, subidas e descidas de prédios e desastres com caminhões (como comprovam as cenas de bastidores, durante os créditos finais)  fazem parte de um cinema que está desaparecendo frente aos efeitos cada vez mais perfeitos



Quanto ao elenco, temos um Jackie Chan em um personagem próprio de uma tragédia grega. Um herói que se mantém integro, apesar de todas as provações, em um papel mais sério e melancólico. O ator Nicholas Tse faz o parceiro de Chan, com uma motivação pessoal, tendo boa atuação. Temos ainda o ator Andy On (como Tin Tin Law)chefe da gangue  e vilão da história; Andy faz muito bem o papel de um bandido que não descarta qualquer ação para alcançar seus objetivos.



“O Acerto Final” é um bom filme policial investigativo. Muitos consideram um dos melhores trabalhos do ator nessa linha mais séria. O filme é muito fácil de acompanhar. Tem uma direção eficiente, bons atores e uma fotografia caprichada, recheada de belas e criativas tomadas que garantem o espectador na cadeira até o fim.

Curiosidades:
Nicholas Tse e Chan estiveram juntos em Três Ladrões e Um Bebê (2006).

Chan participou do filme Oeração Dragão, de Bruce Lee. O ator fez uma ponta e foi nocauteado sem querer por Lee em uma cena.


Jackie Chan recebeu, em novembro de 2016, um Oscar Honorário da Academia de Hollywood pelo pioneirismo em sua carreira. A cerimônia é feita pelo  Governors Awards, que promove essa modalidade antes da cerimônia oficial do Oscar.

Música:
September Storm - interpretada por Jackie Chan 


Poster:

 



















Filmografia Parcial :

Jackie Chan
A Fúria do Dragão (1972); Garras do Dragão (1978); A Vingança do Dragão (1979); O Grande Lutador (1980); Quem Não Corre, Voa (1981); Um Rally Muito Louco (1984); Detonando em Barcelona (1984); A Fúria do Protetor (1985); Police Story (1985); O Mestre Invencível (1994); Arrebentando em Nova York (1995);  Primeiro Impacto (1996); Mr. Nice Guy - Bom de Briga (1997); A Hora do Rush (1998); Bater ou Correr (2000); A Hora do Rush 2 (2001); O Terno de Dois Bilhões de Dólares (2002); Bater ou Correr em Londres (2003); O Medalhão (2003); A Hora do Acerto (2004); A Hora do Rush 3 (2007); Massacre no Bairro Chinês (2009); Karate Kid (2010); 1911 - A Revolução (2011); Operação Zodíaco (2012); Em Nome da Lei (2013); Batalha dos Impérios (2015); Fora do Rumo (2016); O Estrangeiro (2017)

quinta-feira, 27 de outubro de 2016

O GRANDE MESTRE / IP MAN (2008) - HONG KONG / CHINA





O PRIMEIRO MESTRE DE BRUCE LEE

Foshan, 1935, sul da China. A cidade é próspera e repleta de dojos, onde seus mestres ministram Kung Fu. Ip Man (Donnie Yen ) vive nessa cidade. Ip não possui um dojo, ensinando esporadicamente algumas técnicas à praticantes dessa arte marcial em casa, desagradando sua esposa que o vê dando mais atenção a estranhos que a seu próprio filho. Com a chegada de um grupo à cidade, os mestres são desafiados e derrotados. Ip resolve confrontar esses homens e os derrota com sua técnica incomparável, passando a se tornar uma quase celebridade na cidade. Em 1937 a China é invadida e subjugada pelo Japão. Dois anos depois explode a Segunda Guerra Mundial. Ip man como os demais perdem seus lares e seus bens, vivendo de conseguir algum pouco alimento para a sua família. A chegada de um oficial japonês dá inicio a uma série de confrontos promovidos em troca de sacos de arroz. Ip reluta em lutar até que um trágico episódio o envolve diretamente na situação.


O Grande Mestre é um filme de artes marciais surpreendentemente bem realizado. É, basicamente, dividido em duas partes: antes e durante a guerra com o Japão. Mas o que torna este filme diferente de várias outras produções do gênero ?
A produção é caprichadíssima. Temos uma ótima reconstituição de época e uma singela aula de história. Ip Man é um homem simples que utiliza sua arte marcial não para ferir, mas para evoluir. A guerra o arremessa em outro panorama: a brutalidade do ser humano em tempos de conflitos, numa China arrasada onde pessoas são sumariamente executadas, o povo é oprimido e há pouca comida. Só lhe resta lutar. Lutar para sobreviver, por mais um dia, por sua dignidade e pelo seu povo.



Ip Man luta Kung Fu Wing Chun. Seu oponente, General Miura (Hiroyuki Ikeuchi), pode ser considerado um mestre em caratê. Miura não é retratado como um homem propriamente mal. Seu oficial subordinado, sim, é sádico e adepto da violência como forma de intimidação. O filme não retrata apenas a invasão em si. É um duelo milenar de qual arte é a melhor e o filme coloca o Kung Fu como uma arte incomparável e superior, mas é a ótica chinesa. Não tenho como fazer uma comparação das diversas artes marciais, mas todas são indiscutivelmente de alto valor.



A trilha sonora é um achado. É melódica, suave e se encaixa perfeitamente ao momento de cada cena. O diretor Wilson Yip soube contar uma história densa, mesclada de excelentes lutas, sem exageros e o melhor, com propósito. Nenhuma das lutas acontece por acontecer, tudo tem um porquê o que dá uma excelente dinâmica ao filme.



Quantos aos atores não há como negar que Donnie Yen fez uma excelente concepção de IP Man. Ele é a força motriz do filme. Sua atuação está acima da média. Seu personagem é calmo, não grita e pouco fala. Possui  humildade, benevolência, ódio, piedade, personalidade .... O restante do elenco está ótimo, com destaque para a esposa de Ip e seu melhor amigo, dono da fabrica,  Quan (Simon Yam), além de Miura que proporcional um grande momento clímax para o filme.



Coprodução Hong Kong /China, O Grande Mestre traz como chamariz, no cartaz, o fato de Ip ter sido o mestre de uma das maiores lendas das artes marciais e do cinema: Bruce Lee. Mas este só é citado. Só que o filme não se sustenta só por sua história e sequencias de lutas, há algo mais: transmite um conceito de lealdade, amizade, família acima de tudo, positivismo, esperança e força para vencer os obstáculos. Está tudo ali direta ou indiretamente.


 
Quem resolver assistir a este filme terá em mãos algo bem diferente do tradicional, com conteúdo e capricho. Não por acaso gerou mais duas continuações e há rumores de que talvez um quarto exemplar da franquia seja filmado ano que vem.

Trailer:





Curiosidades:
Wilson Yip dirigiu O Grande Mestre 2 e O Grande Mestre 3. O ator Donnie Yen reprisou novamente seu papel.

O terceiro filme contou com a participação do ex-boxeador Mike Tyson, numa rápida sequência.

Hiroyuki Ikeuchi, que fez o general Miura, sofreu uma concussão devido a um golpe sofrido em uma das cenas.


Filmografia Parcial:
Donnie Yen

Arena do Tigre II (1990); Missão Cristal (1991); Era Uma Vez na China 2 (1992); A Virgem Sagrada x Uma Noite Alucinante (1991); Mestre Kam: A Lenda (1993); Lone Seven - Olhos de Serpente (1995); Highlander: A Batalha Final (2000); Highlander: A Batalha Final (2000); Blade II - O Caçador de Vampiros (2002); Herói (2002); Bater ou Correr em Londres (2003); O Grande Mestre (2008); O Grande Mestre 2 (2010); O Grande Mestre 3 (2015); O Tigre e o Dragão: A Espada do Destino (2016); Rogue One: Uma História Star Wars (2016); xXx: Reativado (2017); ip Man 4 (2018).


Poster Promocional:

 

quarta-feira, 26 de outubro de 2016

O GRANDE MESTRE 2 / IP MAN 2 (2010) - HONG KONG / CHINA




A SAGA CONTINUA

Ip Man (Donnie Yen) e sua família fogem para Hong Kong, como visto no filme anterior. O grande mestre de Wing Chun tenta conseguir alguns discípulos, para iniciar o ensino de sua arte e manter sua subsistência e de sua família. Com alguns alunos, Ip descobre que não será fácil ministrar suas aulas, pois o lugar possui outros mestres, entre eles,  seu líder, Mestre Master Hung Chun-Nam (Sammo Kam-Bo Hung), que lhe informa que deverá passar por um desafio que consiste em enfrentar outros mestres (de outros estilos) em circunstâncias especiais. Ip Man aceita o desafio e descobre que, em Hong Kong (colônia britânica até junho de 1997), quem manda são os ingleses e, entre eles, um chefe de polícia local corrupto. A chegada de um famoso boxeador inglês acirra ainda mais as rivalidades entre colonizador e colonizados. Um trágico evento forçará Ip Man a testar sua técnica contra a nobre arte.



O Grande Mestre 2, com o mesmo diretor, Wilson Yip, e tendo novamente no papel o ator Donnie Yen, como o grande mestre de Wing Chun acerta no alvo. Se no primeiro filme há toda uma história de construção da vida de IP, com direito a narrativa do conflito Japão / China, neste segundo exemplar a ação é muito mais presente. E as cenas de lutas estão ótimas


O filme é um daqueles raros casos em que a seqüência é tão boa quanto o original. O interessante é que a ambientação muda radicalmente, mas o apuro em levar ao espectador um produto de qualidade fez toda diferença. O filme traz alguns personagens muito simpáticos do primeiro filme: o grande amigo de Ip que tem o seu destino revelado em uma cena como se pertencesse ao primeiro filme; a volta do desafiador fanfarão, que enfrenta os mestres do primeiro filme , agora com uma roupagem mais light, visto que já temos um vilão interessante: Furação (ou Twister, no original) interpretado pelo falecido ator Darren Shahlavi.


Ao custo de pouco mais de 12 milhões de dólares contra 11 milhões do primeiro filme (e com uma arrecadação 4 vezes maior), O Grande Mestre 2 tem várias qualidades: ótimas lutas, ambientação, direção e roteiro. Mas novamente quem faz a diferença são os atores: Donnie Yen consegue novamente dar vida a um IP Man até então desconhecido do público ocidental, de uma maneira simpática e com grandes coreografias de luta. Mesmo com a presença do famoso ator Sammo Kam-Bo Hung (da série que passou no Brasil “Um Policial da Pesada” e de inúmeros filmes) que literalmente "rouba" todas as cenas, Yen consegue transmitir toda força do personagem e seu confronto contra um boxeador profissional ficou de ótimo gosto. A produção otpou acertadamente por mostrar que as duas artes marciais tem o seu valor, o que tornou o confronto excelente, sem aquela supremacia absoluta que filmes de artes marciais tentam mostrar. Algo como se apenas a arte marcial do protagonista de um filme fosse a mais incrível e invencível.
O grande Mestre passa uma lição bem subjetiva: independente da arte marcial, quem a pratica é que faz a diferença. Aquele que melhor desenvolver seu  corpo, espírito, técnica, disciplina e domínio sobre suas emoções é que no final, sempre fará a diferença. Técnica nenhuma salva um atleta (ou mestre) que não se prepare.


Esta segunda parte, pelo menos para mim, é quase tão boa quanto a primeira e está há anos luz de produções do gênero, pelas qualidades acima descritas. São duas produções que se completam e que se tornaram referência. O cinema de Hong Kong é muito querido pelos chineses que nem sempre se empolgam com produções vindas de Hollywood. E esses dois filmes mostraram que há vida fora do cinema americano. 

Trailer:




Curiosidades:
Darren Shahlavi faleceu, aos 42 anos, de ataque cardíaco, devido a arterioesclerose cardíaca, onde 95% de uma de suas artérias encontrava-se bloqueada.
 
Filmografia Parcial: 
Donnie Yen
Arena do Tigre II (1990); Missão Cristal (1991); Era Uma Vez na China 2 (1992); A Virgem Sagrada x Uma Noite Alucinante (1991); Mestre Kam: A Lenda (1993); Lone Seven - Olhos de Serpente (1995); Highlander: A Batalha Final (2000); Highlander: A Batalha Final (2000); Blade II - O Caçador de Vampiros (2002); Herói (2002); Bater ou Correr em Londres (2003); O Grande Mestre (2008); O Grande Mestre 2 (2010); O Grande Mestre 3 (2015); O Tigre e o Dragão: A Espada do Destino (2016); Rogue One: Uma História Star Wars (2016); xXx: Reativado (2017); ip Man 4 (2018).

Sammo Kam-Bo Hung
A Tocha de Zen (1971); Operação Dragão (1973); O Domador de Dragões (1975); Jogo da Morte (1978);Dois Tigres Banguelos (1980); A Vingança do Filho Pródigo (1981);  Projeto China (1983); Mr. Nice Guy - Bom de Briga (1997); Protetores do Universo (2001); Volta ao Mundo em 80 Dias: Uma Aposta Muito Louca (2004); Os Três Guerreiros - A Ressurreição do Dragão (2008); O Grande Mestre 2 (2010); Ip Man: Nasce Uma Lenda (2010); God of War (2017);  


Darren Shahlavi (1972–2015); 
Os Anjos da Guarda (1995); Rebeldes de Aço (2000); Vingança Sem Limites (2001); Violação de Privacidade (2004); Alone in the Dark: O Despertar do Mal (2005); 300 (2006); Watchmen: O Filme (2009); O Grande Mestre 2 (2010); Vingança Implacável (2010);A Garota da Capa Vermelha (2011); Kickboxer: Vengeance (2016).


Poster Promocional: