quarta-feira, 30 de maio de 2018

O BEIJO DA MORTE / DEATH OF KISS (1947) - ESTADOS UNIDOS



UM BOM EXEMPLAR DOS ANOS 40

Nick Bianco (Victor Mature), um ex-presidiário, que passou a maior parte da vida em prisões, não consegue arrumar emprego e acaba participando de um assalto a uma joalheria na véspera da noite de natal. O assalto não logra êxito e apenas Nick é capturado negando informar ao assistente do promotor, Louis D'Angelo (Brian Donlevy), quem seriam seus parceiros. Apesar de pegar 20 anos, Nick acredita que seu advogado conseguirá colocá-lo nas ruas em breve. Ao saber que sua mulher cometera suicídio e que suas duas filhas foram enviadas a um orfanato resolve vingar-se de Rizzo, o possível motivo de toda a tragédia. Ao conseguir sair da prisão, em liberdade condicional, torna-se informante com a missão de prender outro gangster que conhecera na prisão: Tommy Udo (Richard Widmark), um homem sádico e violento, capaz de qualquer coisa.  Ao passar as informações para D'Angelo e sua equipe acredita ter saldado suas dívidas. Só que Udo descobre quem lhe entregou e  a polícia parece incapaz de manter em segurança Nick e sua família.



Clássico pós-guerra exibido nos anos 70, na TV brasileira, com o título "Sacrifício de Gangster" e influenciado pelo movimento do neo-realismo italiano. Com um início semi documental, "O Beijo da morte" traz o ator Victor Mature ("Sansão e Dalila") em elogiada performance, mas quem rouba o espetáculo é o ótimo ator Richard Widmark que criou trejeitos, como uma risadinha estridente e uma pronúncia que caracterizavam bem seu cruel personagem: um homem capaz de qualquer maldade, sem sentimento de arrependimento.


Dirigido por Henry Hathaway (1898–1985) de filmes como “Sublime Devoção”, “Os Filhos de Katie Elder” e “Bravura Indômita” e conseguindo uma indicação ao Oscar por ”Lanceiros da Índia” (1935), não por acaso O Beijo da Morte teve duas indicações ao Oscar: Melhor Ator  Coadjuvante (Widmark) e Melhor Roteiro Original. Widmark recebeu o Globo de Ouro como melhor revelação masculina por sua vigorosa performance neste filme. O filme sofreu duas refilmagens: uma disfarçada de Western (O Terror do Oeste (1958)) e outra, nos anos 90, (O Beijo da Morte (1995)), este último uma produção estrelada por David Caruso, Nicholas Cage e  Samuel L. Jackson que a crítica torceu o nariz.



Em seu papel de estreia, Widmark deve ter assustado a plateia dos anos 50 ao protagonizar uma cena muito violenta: a cena da mulher na cadeira de rodas, sempre lembrada por quem assistiu o filme, mas Victor Mature, um ator que muitos consideravam limitado, tem um desempenho bem interessante na pele do presidiário que se recusa a delatar os parceiros e ganha a admiração de Udo, mas depois descobre que seus "amigos" não cuidaram de sua família como prometeram em troca do seu silêncio. Sua esposa o traiu (na verdade não traiu, o que ficou confuso no filme), foi para a miséria e não aguentou tal situação. Para impedir que suas filhas sofram sem uma mãe e lar aceita ser informante e ter a liberdade assistida. Ele encontra uma nova esposa (Coleen Gray), mas seu sacrifício não é o suficiente para levar Udo a prisão e este não é o tipo  que deixa barato tal traição.


Na versão original a esposa de Nick Bianco é ataca pelo gangster Rizzo que deveria a estar protegendo e acaba cometendo suicídio. Por serem duas temáticas que os estúdios queriam evitar, a atriz Patricia Morison (quer seria a esposa de Nick) e a cena em questão foram cortadas e apenas uma citação é feita na prisão a Nick do modo como sua esposa morrera. E o gangster Rizzo (que nunca aparece) é apenas citado. Isso explica a sensação que tive ao ter que rever essa parte do filme por achar que algo estava “faltando”. O mais interessante é que Nick tem uma ficha corrida de assaltos ao longo da vida e D'Angelo o acha um bom homem, pois agora tem duas filhas para criar. O roteiro cita que praticara o roubo para comprar presente de natal para as filhas, mas as outras passagens são ratificadas, com certa arrogância, pelo personagem. E o curioso é  que, fora da prisão, não procura emprego, nem vemos a esposa trabalhar. Essa parte do roteiro ficou bem estranha.


O filme se diz parcialmente baseado em fatos reais e ao ser filmado em Nova York (como frisa no texto inicial) tentar trazer aquele tom de realismo. Os anos 40 em nada podem ser comparados à violência desmedida que a sociedade ao longo dos anos construiu e para o espectador poder apreciar este bom filme, seus olhos tem que obrigatoriamente direcionar-se a um  passado mais simplista e compreender a época em que a história se encontra  inserida (o que influenciou um novo final que o estúdio impôs ao filme). Um bom exemplar do que se produziu de bom na América dos anos 40 e entender porque alguns atores conquistaram um respaldo junto ao público dentro da indústria cinematográfica. A destacar a rápida aparição de Karl Malden como o sargento auxiliar de D'angelo.


Trailer:


 
Curiosidades:
Quando o mafioso de Nova York chamado Joe Gallo, assassino cruel conhecido como "Crazy Joe",  estava começando sua vida na criminalidade, ele viu este filme e instantaneamente idolatrava  o personagem Tommy Udo  Depois, Gallo começou a usar seus ternos com camisas pretas e gravatas brancas em homenagem a Udo. Ele também começou a agir de uma maneira mais louca, dando origem a seu apelido "Crazy Joe", que durou até a sua morte em 1972, quando ele foi assassinado por gângsteres rivais em “Umberto's Clam House“ em Little Italy.

Henry Hathaway não estava feliz com a escolha de Richard Widmark como o vilão e queria que ele fosse cortado do filme. Quando o produtor  Darryl F. Zanuck não aceitou, ele tentou tornar as filmagens tão desconfortáveis para o Widmark quanto possível. Widmark decidiu que isso não era para ele durante um almoço. Hathaway persuadiu-o a ficar e eles completaram o filme com um novo respeito mútuo. Eles iriam fazer outros cinco filmes juntos e Widmark carregaria o caixão do diretor no funeral de Hathaway.

James Cagney foi originalmente contratado para o papel de  "Nick Bianco" que, no fim, foi para Mature.

Karl Malden faleceu, aos 97 anos, de causas naturais. Ganhou o Oscar de Melhor Ator coadjuvante por "Uma Rua Chamada Pecado" (1951) e foi indicado na mesma categoria por "Sindicato de Ladrões" (1954)

Victor Mature faleceu, aos 86 anos de Leucemia


Richard Widmark faleceu, aos 93 anos, de problemas de saúde. foi indicado ao Oscar de Melhor Ator Coadjuvante por esta produção.


Brian Donlevy faleceu, aos 71 anos, de câncer de laringe. Foi indicado ao Oscar de Melhor Ator Coadjuvante por "Beau Geste" (1939)


Coleen Gray faleceu, aos 92 anos, de causas naturais 


Henry Hathaway  (1898–1985) faleceu, aos 86 anos, de ataque cardíaco. Foi indicado ao Oscar por "Lanceiros da Índia" (1935)


Filmografia Parcial:
Victor Mature (1913–1999)

 











O Beijo da Morte (1947); Paixão dos Fortes (1946); O Beijo da Morte (1947); Sansão e Dalila (1949); A Rainha do Mar (1952); Androcles e o Leão (1952); O Manto Sagrado (1953); O Príncipe de Bagdá (1953); Demetrius, O Gladiador (1954);  O Tirano da Fronteira (1955); O Grande Circo (1959); Aníbal, O Conquistador (1959); Os Bravos Tártaros (1961);  Os Monkees Estão de Volta (1968); Poder de Fogo (1979); Sansão e Dalila (1984)  

Richard Widmark (1914-2008) 

 












O Beijo da Morte (1947);  Capitães do Mar (1949); Sombras do Mal (1950); Pânico nas Ruas (1950); Almas Desesperadas (1952); Anjo do Mal (1953); Tormenta Sob os Mares (1954); Jardim do Pecado (1954); Santa Joana (1957); Minha Vontade é Lei (1959); O Álamo (1960); Os Legendários Vikings (1964); Crepúsculo de uma Raça (1964); Desbravando o Oeste (1967); Quando Morrem as Lendas Red Dillon  (1972); Assassinato no Expresso Oriente (1974); Uma Filha para o Diabo (1976); O Último Brilho do Crepúsculo (1977); Terror na Montanha Russa (1977); O Enxame (1978); A Invasão dos Cães de Guerra (1982); Paixões Violentas (1984); Blackout (1985); Lincoln (1992)

Brian Donlevy (1901–1972)
 
 












Duas Almas se Encontram (1935); A Força do Coração (1937); Beau Geste (1939); A Vingança dos Daltons (1940); Papai por Acaso (1943); O Beijo da Morte (1947); Cavaleiros da Bandeira Negra (1950); Marcado para Morrer (1952); Império do Crime (1955); Um Grito na Escuridão (1956); A Maldição da Mosca (1965); Pistoleiros do Arizona (1968)

Karl Malden (1912–2009)














O Beijo da Morte (1947); O Matador (1950); Até o Último Homem (1951); A Tortura do Silêncio (1953); O Fantasma da Rua Morgue (1954); Sindicato de Ladrões (1954); A Árvore dos Enforcados (1959); O Homem de Alcatraz (1962); A Conquista do Oeste (1962); Crepúsculo de Uma Raça (1964); A Mesa do Diabo (1965); Matt Helm Contra o Mundo do Crime (1966); Patton - Rebelde ou Herói? (1970); São Francisco Urgente  (seriado 1972-1977); Golpe de Mestre II (1983); Querem me Enlouquecer (1987)
 

Fontes:
IMDB
Jornal O Globo
Jornal do Brassile

terça-feira, 29 de maio de 2018

FOME DE PODER / THE FOUNDER (2016) - ESTADOS UNIDOS




O SONHO AMERICANO VENDENDO SEU PRÓPRIO SONHO
(o texto contém spoilers)

1954. Ray Kroc (Michael Keaton), um ex-caxiero-viajante, depois de vários fracassos, sobrevive como vendedor de batedeiras de milkshake que ninguém parece se interessar. Ao receber a notícia de que uma lanchonete em São Bernadino, California, encomendara seis máquinas, decide partir do Missouri e investigar que tipo de negócio motivaria tal investimento. Ao chegar ao local espanta-se com a rapidez de um atendimento ágil e inteligente (em plena era dos lentos atendimentos dos Drive-in), a higiene, o tipo de público consumidor e a ausência de pratos e talheres. 
 


Os irmãos Richard James "Dick" McDonald e Maurice James "Mac" McDonald (interpretados por Nick Offerman e John Carroll Lynch) lhe explicam seus erros e acertos até chegarem ao conceito de uma lanchonete de sucesso. Kroc lhes propõe uma franquia e começa a criar uma verdadeira cadeia de franqueados, o que passa a incomodar os irmãos pela voracidade cada vez maior com que o novo sócio apresenta em suas ideias e modos.



Cinebiografia de Ray Kroc (1902-1984), o autointitulado fundador da maior rede de fast food do mundo:  o McDonald's. O filme além da fundação da empresa e do mito Ray Kroc, funciona muito bem para quem está na área de administração de empresas, pois há conceitos de empreendedorismo, marketing, visão estratégia, ética (ou a falta dela), motivação, determinação, conceito de mercado, segmentação, direitos de propriedade intelectual...  Basta uma olhada com bastante atenção que a cada minuto há alguma coisa interessante a aprender ou recordar. Na verdade o diretor  John Lee Hancock ("Um Sonho Possível" e "Walt, nos Bastidores de Mary Poppins")  parece conhecer bem desse métier porque conceitos de vários livros estão aplicados “na vida de Ray” quando transportados para a tela. 



Esse parágrafo contemplará um pouco mais da parte de administração que da cinematográfica, mas tentarei não ser “cansativo”:  temos em Dick a cabeça pensante e planejador de todo o conceito inicial . Ele é o exemplo de quebra de paradigma (ou seja, “pensar fora da caixinha”). Seu irmão Maurice é apenas o irmão que deseja tocar o negócio de uma forma mais tranquila: crescimento lento e ordenado, como dizia “Rambo” ao final de “Rambo II”: “Live day by day” (“viver o dia a dia”). Tudo seguindo tranquilo até a chegada de Ray. Ele propõe sociedade e abertura de franquias. Ray é o empreendedor nato (ele levanta da cadeira e vai resolver os problemas – o óbvio dito há décadas pelo “papa” da Administração “Peter Drucker”, que ainda hoje quase ninguém pratica). Ele aprende que selecionar as pessoas certas é a chave do sucesso (qualquer livro de administração fala isso – “abrace o talento ao seu redor”). Ele quer mudar as coisas (a concorrência não espera por empresas com atitudes lentas). Ele percebe que tem que criar o mercado (se o futuro ainda não existe, deve-se criá-lo), mostrar aos americanos que estes não sabiam que queriam ou que precisavam de um novo modelo de  lanchonete. Um concorrente pode copiar o seu produto, mas não o modo como você interage com seus clientes; não basta ter uma boa ideia, é preciso executá-la; o mérito normalmente não vem para quem cria, mas para quem coloca em prática. Ambas andam juntas. Sem ideia não há produto, não há execução, mas somente a ideia vai te deixar parado no lugar. Poderia fazer uma dissertação acerca das observações que percebi, mas este é um blog de filmes, não de Administração ou Marketing (quem sabe um dia ....)


Os irmãos McDonald são muito criticados por terem dormido sobre os louros, ou não terem se movimentado (pelo menos assim são retratados no filme e livros) esperando tudo acontecer. Lembremos que houve a depressão americana (1929) que gerou milhões de desempregados e até a quebra do mercado de valores (com vários suicídios). 25 anos depois ainda era uma lembrança bem recente na mente dos americanos. Tudo podia voltar a qualquer momento, mesmo com o Raw Deal, o conjunto de diretrizes do governo para reaquecer a economia. E isso vinha dando certo (sem contar que a Guerra terminara em 1945 e muitos achavam que haveria brevemente outra). E era com essa maré de incertezas que o mundo vivia. A prudência parecia o modo mais correto de seguir com um negócio. Ray viveu isso. Tinha mais de 50 anos. Quase perto de um final da carreira. Não podia esperar. Passou pelas principais tragédias mundiais. O mercado estava aberto a quem pudesse agarrá-lo e havia um novo modo de lidar com o consumidor (onde uns veem problemas, outros veem solução).  



Ray viu o mundo a sua frente e não hesitou em abraçá-lo. Teve que lidar os vários “nãos” de seus sócios que o fizeram assinar um contrato onde eles determinavam as mudanças e talhavam seu empreendedorismo. Teve que fazer sacrifícios como hipotecar a casa, cair na estrada, escolher e recrutar parceiros, abrir mão de sua (nem tão boa mais) vida afetiva. Ray entendeu “sua empresa” (da qual tomou os créditos para si)  como “uma igreja”. Criar quase que um culto. Ele sabia que seu ramo não era de venda apenas de hambúrguer era de cultura - a cultura do fast food. Os irmão tinham talento, Ray persistência e determinação, tirado de seus mantras, entoados em um LP motivacional quando sozinho nos quartos de hotel. O filme (como os livros) cita, acertadamente, que Ray ao receber o consultoria de Harry J. Sonneborn (o encontro não é fiel á realidade), um homem de finanças, descobre que está no ramo de terrenos. Sim, terrenos !!!. À medida que a ambição de Ray cresce, o filme  também se torna mais interessante. 



E o filme, que começa com o primeiro ato de um Ray que busca o seu sonho, entra no segundo ato de um Ray retratado agora de uma forma pouco elogiável. E “Fome de Poder” foi um título brasileiro foneticamente bem sacado: fome (lanchonete) e poder (na verdade seria mais de “vencer” do que poder). “O Fundador”, título original, não remete a muita coisa a não ser que a pessoa veja o cartaz e "os arcos dourados". A surpresa vem do relato de um Ray Krock mais real do que os  livros tentavam não mostrar.



E o filme encontrou em Keaton o interprete perfeito: "amamos" como Ray mudou o mundo e "odiamos" com o que precisou fazer para isso acontecer. E Keaton nos entregou um personagem humano. Falho. Assim como o diretor nos revela o que já sabemos: "O mundo não é um mar de rosas; é um lugar sujo, um lugar cruel, que não quer saber o quanto você é durão. Vai botar você de joelhos e você vai ficar de joelhos para sempre se você deixar..." (frase do personagem “Rocky” em “Rocky Balboa”). E o diretor nos mostrou isso ao não retratar a fundação do McDonalds como fruto de sorte ou um lindo conto de fadas. Mostrou que o ambiente de negócios é um mundo à parte, voraz, predatório e cheio de lições a dar e de se aprender e que o seu inimigo pode ser o seu próprio sócio. Richard (Nick Offerman) e Maurice McDonald (John Carroll Lynch, o barbeiro do filme de Eastwood, “Gran Torino”) estão ótimos. Eles são a parte cômica que permite o filme fluir e também a parte triste da história. Eles me lembraram muito aqueles versos da canção do Journey (Don’t Stop Believin’):  “Some will win, some will lose / Some were born to sing the blues” (uns perderão, uns ganharão / uns nasceram para cantar as tristezas). Laura Dern (sempre ótima atriz) ficou com um papel bem pequeno (o da esposa), mas isso daria outra história.  Linda Cardellini (como a segunda esposa de Ray) está muito bem. Ainda temos em uma rápida aparição de Patrick Wilson, de B.J. Novak (como Harry J. Sonneborn) que viria a se tornar figura mais do que importante na organização, além de Justin Randell Brooke como Fred Turner. Um ótimo elenco que fez toda a diferença no sucesso do filme.
 


Fome de Poder é uma obra reflexiva, acerca dos caminhos que o sucesso pode levar uma pessoa. O principal mote do filme logrou êxito: a reflexão desse caminho e as atitudes tomadas por Ray frente a passividade e o destino dos McDonald. Muitos perguntarão, quem está certo afinal ? Difícil responder: os irmão apenas queriam um pequeno negócio que desse a eles estabilidade e segurança. Sua definição de sucesso era diferente da de Ray que tinha uma visão pela frente. Só que o negócio não era dele, mas se tornou dele. E como isso aconteceu é que deve ser pensado. Vale tudo para se alcançar o sucesso? Uns acham que sim, outros acham que não. O espectador é quem decide.


Trailer:



Curiosidades:

O filme foi lançado nos EUA em 20 de janeiro, o dia da posse presidencial de Donald Trump.

Em 1981, Kroc era o sexto homem mais rico do mundo (Jornal do Brasil - 06/11/81).

O 50º bilionésimo hamburger foi servido em Nova Iorque em 20/11/84 (Jornal do Brasil, mesma data).

Em 1972 Kroc foi acusado de doar 250 mil dólares para a campanha de Nixon em troca de uma intenção na redução de 20% do salário mínimo pago a menores de idade (Jornal do Brasil 17 jun 2001).

Os restaurantes McDonald's retratados foram construídos a partir do zero em estacionamentos, já que a equipe não conseguiu localizar restaurantes existentes e adequados em locais que correspondessem ao visual desejado do filme.

As filmagens duraram apenas vinte e dois dias.

Dick McDonald rejeita a ideia do milk-shake em pó dizendo "Quer batatas fritas congeladas depois?" De fato, parte do sucesso do McDonald's foi adotar o uso de batatas congeladas para suas batatas fritas, o que exigiu uma nova tecnologia de congelamento desenvolvida pela J.R. Simplot Company.

Tom Hanks recusou o papel de Ray Kroc e Michael Keaton assumiu o papel. O oposto aconteceu em Filadélfia (1993), quando Keaton recusou o papel de Andrew Beckett e Hanks assumiu o papel, ganhando o Oscar de Melhor Ator por sua performance.

Michael Keaton teve aulas de piano em preparação para o filme, depois de descobrir que o verdadeiro Ray Kroc gostava de tocar piano..
 

Os personagens de Ray e Ethel Kroc parecem ter um casamento sem filhos, mas o casal de verdade tinha uma filha juntos .

Joel e Ethan Coen gostaram muito do roteiro, e queriam dirigir o filme, mas tiveram que recusar por causa do  de conflitos na agenda com o filme  Ave, César! (2016).

O diretor John Lee Hancock e o produtor Jeremy Renner forneceram a Michael Keaton uma grande quantidade de vídeos e entrevistas do verdadeiro Ray Kroc como referência para a voz, os padrões de linguagem e os maneirismos de Kroc. Isso incluía material não publicado anteriormente, indisponível até na internet.

Para interpretar seu personagem, Michael Keaton assistiu "O Sucesso a Qualquer Preço" (1992), Michael Douglas em "Wall Street: Poder e Cobiça" (1987), Leonardo DiCaprio em "O Lobo de Wall Street" (2013) e Tom Cruise em "Jerry Maguire: A Grande Virada" (1996). 

Em determinado momento do filme, Ray Kroc escuta um registro fictício de "O Poder do Positivo" escrito por um autor fictício com o nome de" Dr. Clarence Floyd Nelson". Algumas grandes citações inspiradoras de positividade e a importância da persistência e determinação podem ser ouvidas em segundo plano. Essas citações são altamente inspiradas nas palavras de alguns grandes oradores, como Calvin Coolidge, Ralph Waldo Emerson e mais. As mesmas palavras são usadas por Ray Kroc (Michael Keaton) na cena final antes de ele sair com sua esposa para contar às pessoas como ele encontrou o McDonald's.

Grande parte do conteúdo do disco "The Power Of The Positive" do autor fictício Dr. Clarence Floyd Nelson no filme, é emprestado de uma gravação motivacional real daquela época por Earl Nightingale chamado "The Strangest Secret".

Dick e Mac McDonald tiveram atitudes diferentes às ações de Kroc. Dick voltou para New Hampshire e estava relativamente bem por vender o McDonald's, mas ficou incomodado com a forma como Kroc se autodenominava "o fundador" e se referia à locação de Des Plaines como o "primeiro" McDonald's, pois na verdade era o nono. Mac, por outro lado, nunca superou as ações de Kroc e morreu dez anos depois de vender a empresa, devido a sua mágoa e estresse sobre a venda.

Maurice McDonald faleceu de insuficiência cardíaca em Riverside, Califórnia, em 11 de dezembro de 1971, aos 69 anos.

Richard McDonald faleceu em Bedford, New Hampshire, em 14 de julho de 1998, aos 89 anos de idade.

Ray Kroc faleceu de insuficiência cardíaca em um hospital em San Diego, Califórnia, em 14 de janeiro de 1984 com 81 anos.

Joan B Kroc faleceu, aos 75 anos, de câncer no cérebro.

Site da Revista Veja onde informa o que foi verdade ou criação no filme:



Filmografia Parcial: 

Michael Keaton

 











Johnny, o Gângster (1984); Fábrica de Loucuras (1986); Encontro Fatal (1986); De Médico e Louco Todo Mundo Tem um Pouco (1989); Batman (1989); Morando com o Perigo (1990); Batman: O Retorno (1992); Muito Barulho por Nada (1993); O Jornal (1994); Eu, Minha Mulher e Minhas Cópias (1996); Jackie Brown (1997); Medidas Desesperadas (1998); A Filha do Presidente (2004); Vozes do Além (2005); O Último Golpe (2006); RoboCop (2014); Need for Speed: O Filme (2014); Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância) (2014); Spotlight: Segredos Revelados (2015); Fome de Poder (2016); American Assassin (2017); Homem-Aranha: De Volta ao Lar (2017)  


Nick Offerman 

 











Cidade dos Anjos (1998); Eternamente Lulu (2000); Amaldiçoados (2005); Miss Simpatia 2: Armada e Poderosa (2005); Sin City: A Cidade do Pecado (2005); Entre Segredos e Mentiras (2010); A Voz de uma Geração (2013); Paraíso: Em Busca da Felicidade (2013); Saindo do Armário (2014); Anjos da Lei 2 (2014); Cavaleiro de Copas (2015); Não Olhe para Trás (2015); Hotel Transilvânia 2 (voz - 2015); Fome de Poder (2016); A Comédia dos Pecados (2017); Nostalgia (2018);
 
John Carroll Lynch

 











Dois Velhos Rabugentos (1993); A Cura (1995); Fargo: Uma Comédia de Erros (1996); Estranha Obsessão (1996); Paixão Bandida (1996); Volcano: A Fúria (1997); A Outra Face (1997); Código Para o Inferno (1998); Amor Maior que a Vida (2000); 60 Segundos (2000); Confidence - O Golpe Perfeito (2003); Na Companhia do Medo (2003); Zodíaco (2007); Coisas que Perdemos pelo Caminho (2007); Gran Torino (2008); Juventude em Fúria (2010); Ilha do Medo (2010); Amor a Toda Prova (2011); Marcados Pela Guerra (2014); Ted 2 (2015); Milagres do Paraíso (2016); Fome de Poder (2016)

Laura Dern













Alice Não Mora Mais Aqui (1974); Marcas do Destino (1985); Veludo Azul (1986); Coração Selvagem (1990); Jurassic Park: O Parque dos Dinossauros (1993); O Céu de Outubro (1999); Dr. T E as Mulheres (2000);  Jurassic Park III (2001); Os Fugitivos (2006); Entrando Numa Fria Maior Ainda com a Família (2010); O Mestre (2012); Certas Mulheres (2016); Fome de Poder (2016); Pequena Grande Vida (2017); Star Wars: Os Últimos Jedi (2017); Hard Powder (2019)

  
Linda Cardellini














A Guerra do Hamburguer (1997); Mórbido Silêncio (1998); O Príncipe e o Surfista (1999); Legalmente Loira (2001); No Limite do Silêncio (2001); O Segredo de Brokeback Mountain (2005); Entre a Vida e a Morte (2008); O Mafioso (2011); Bem-Vindos ao Mundo (2014); Pai em Dose Dupla (2015); Fome de Poder (2016); Um Pequeno Favor (2018); Green Book: O Guia (2018); Fúria em Alto Mar (2018); A Maldição da Chorona (2019); Vingadores: Ultimato (2019)

B.J. Novak
 
 











Ligeiramente Grávidos (2007); Bastardos Inglórios (2009); Os Estagiários (2013); Walt nos Bastidores de Mary Poppins (2013); O Espetacular Homem-Aranha 2: A Ameaça de Electro (2014); Fome de Poder (2016) 

Justin Randell Brooke

 











O Nascimento de Uma Nação (2016); Fome de Poder (2016)

Patrick Wilson
 












O Álamo (2004); O Fantasma da Ópera (2004); Menina Má.Com (2005); Pecados Íntimos (2006); Watchmen: O Filme (2009); Esquadrão Classe A (2010); Sobrenatural (2010); A Tentação (2011); Prometheus (2012); (2013); Sobrenatural: Capítulo 2 (2013); Batman vs Superman: A Origem da Justiça (2016) voz; Invocação do Mal 2 (2016).

Fontes:
The New York Times
The Guardian
The Telegraph
The New Yorker
Rolling Stones.com
IMDB
Jornal O Globo
Jornal do Brasil
Veja.com
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