quarta-feira, 25 de abril de 2018

O RITUAL / THE RITUAL (2017) - REINO UNIDO



CRIATURA DA FLORESTA

Luke (Rafe Spall),  Phil (Arsher Ali), Hutch (Robert James-Collier), Dom (Sam Troughton) são amigos que decidem fazer uma trilha entre Suécia e Noruega durante o verão percorrendo caminhos montanhosos. O grupo o faz em homenagem a Robert (Paul Reid) que fora morto em um assalto e combinara fazer o trajeto com os amigos. Luke estava no local do crime. Apavorado, não fora notado pelos assaltantes e manteve-se escondido vendo seu amigo ser brutalmente assassinado. 



O grupo segue sua caminhada até que Dom sofre uma lesão no joelho levando Hutch a direcionar o grupo por "um atalho" em meio a  uma floresta espessa e pouco conhecida. De acordo com o que o grupo se move animosidades começam a emergir e o motivo principal torna-se o fato de Luke não ter feito nada para salvar o amigo, o que para o grupo significou uma atitude desleal e covarde. O heterogênico grupo começa a não concordar com a ideia de percorrer a floresta, ainda mais que esta parece ser silenciosa  demais. Ao tentarem se abrigar de uma forte chuva encontram arvores com estranhos símbolos, uma estranha cabana que parece ter vários símbolos ritualísticos, apresentando uma estranha áurea maléfica.


Ao acordarem pela manhã, com estranhos pesadelos, o grupo percebe que teve uma experiência fora do normal onde  cada um foi encontrando em um estado perturbador. Phil foi o mais estranho: encontrava-se nu no sótão, ajoelhado, diante de uma estranha efígie. Mas o pior está por vir: há algo sombrio e ameaçador na  floresta que emite um estranho som de um animal feroz e Luke percebe que, inexplicavelmente, parece ter sido marcado, suspeitando que o  real motivo de tudo pode ser algo bem mais aterrador. Quando um dos membros surge morto e desfigurado, o desespero toma conta de todos e o grupo percebe também que há algo mais naquele local.


Esta produção britânica do ano passado, via Netflix,  é uma supressa bem interessante. Dos seus 94 minutos de projeção consegue propor um suspense que realmente prende a atenção na maioria do tempo. Com locações na Romênia, baseia-se no livro de Adam Nevill e traz, por trás das câmeras, o diretor David Bruckner de "O Sinal" (2007); "V/H/S" (2012) e "Southbound" (2015) que fez um filme de poucos recursos, mas bem criativo e dinâmico.  A estória fica em torno de Luke e seu constante  remorso por não ter ajudado o amigo no momento crucial. Sim, Luke poderia estar  morto também, mas o sentimento de culpa é mais doloroso do que as marcas feitas em seu corpo. E essa culpa revela-se em visões do acontecimento que Luke passa a ter dentro da floresta. Visões do conflito, visões do que não ocorreu e visões que passam a interagir  com o sobrenatural.


O problema maior dessa produção baseia-se no fato de que, em algum momento, o mistério ou a criatura serão revelados ao espectador e o motivo de tudo, se olharmos  bem, não é confuso, mas decepcionante. Uma produção que preza por entregar um terror psicológico, deve analisar  com muito cuidado o seu desfecho. Um bom exemplo é a surpresa "Um Lugar Silencioso" que quando faz a transição do suspense para o clímax, mantém o interesse, mas aqui alguma coisa não funcionou bem. Particularmente achei o desfecho interessante, mas a concepção da criatura que os aterroriza ficou bem aquém do esperado. Talvez o dinheiro não tenha dado para fazer um efeito que trouxesse mais medo. A criatura até causa curiosidade por seu aspecto. É original no motivo pela qual está naquele local e também o que ela deseja de Luke e os submissos moradores da floresta. Mas curiosidade em filme de terror não é o esperado. O espectador quer ser pego no clímax. Ver algo que tenha  valido a esperar por todo aquele suspense. A produção entrega o motivo, mas também entrega uma estranha e frágil concepção.



O elenco, até por conta do orçamento, não é muito conhecido o que às vezes ajudou, mas em outros momentos faltou aquele ator para prender a estória. A equipe de som está de parabéns, assim como a de iluminação. O diretor fez o que pode com o que tinha nas mãos e talvez tenha ficado preso ao livro da qual se originou o filme, impedindo de tomar certas liberdades criativas que se apresentariam melhor na película (não li o livro, então não posso afirmar com certeza)



O Ritual é um filme diferente. Não é nem e nem será um filme a ser cultuado, mas com certeza atrairá os olhos daqueles que procuram mais criatividade e novidade do que filmes repletos de efeitos e atores famosos. Prende até quase o final, mas deixa no ar aquela sensação de que poderiam ter caprichado mais no final. Eles estavam bem perto de chegarem a uma bela obra de suspense / terror, mas pisaram no freio bem na linha de chegada



Trailer:





Curiosidades:
O sinal que os caminhantes veem nas árvores próximas à cabana é a última runa do futhark (antigo alfabeto germânico) chamada Odal ou Othala. É pronunciado "o"e significa "propriedade".


Filmografia Parcial:
Rafe Spall
 

 












Todo Mundo Quase Morto (2004);  Hooligans (2005); Juventude Rebelde (2006); Heróis de Guerra (2006); Um Bom Ano (2006), Chumbo Grosso (2007); Sus (2010); Prometheus (2012); As Aventuras de Pi (2012); Será Que? (2013); A Grande Aposta (2015); O Bom Gigante Amigo (2016); O Ritual (2017); Jurassic World: Reino Ameaçado (2018);  Denmark (2018).


Arsher Ali
 

 












Quatro Leões (2010); All in Good Time (2012); A Patch of Fog (2015); Remainder (2015); O Ritual (2017); Been So Long (2018).


Robert James-Collier














Wayland's Song (2013); Text Santa 2014  (2014); A Christmas Star (2015); Downton Abbey (seriado 2010 -2015); O Ritual (2017).

Sam Troughton
 

 









  

Sylvia: Paixão Além das Palavras (2003); Alien vs. Predador (2004); O Segredo de Vera Drake (2004); A Armadilha dos Espíritos (2005);  O Ritual (2017);  Pesadelos Mortais (2017).

Paul Reid
 

 









  

Dublin in Pieces (2012); O Ritual (2017); Born a King  (2018).

Maria Erwolter
 

 











Pusher II: Mãos de Sangue (2004); Underverden (2017); O Ritual (2017); Gud taler ud (2017).

Fonte:
IMDB

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